Aristocracia assassina escrita por karla_malfoy


Capítulo 1
A morte tem endereço




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/62817/chapter/1

Aristocracia Assassina


Harry acordou aquela manhã sem ter a noção de que aquele dia mudaria o rumo da sua vida para sempre, mais uma vez.

Ele abriu os olhos e viu o teto de sua casa, sentiu o peso da cabeça de sua esposa pousada em seu ombro. Ele virou o rosto e aspirou levemente o perfume de morangos que desprendia dos cabelos de Ginny. Um perfume bom, mas que há algum tempo não movia mais a sua libido como antes.

Harry se levantou com cuidado para não acordar a esposa, não se preocupou em vestir o roupão ao lado da cama, pegou seus óculos no criado e foi para o banheiro, era cedo para poder ir ao trabalho, mas Harry gostava de tomar banho e ir caminhar um pouco pelo parque para poder ver a paz e a tranqüilidade das ruas após a guerra, antes de ir para o trabalho.

A guerra havia acabado e já se iam 13 anos, o Lorde das Trevas havia caído, e o mundo bruxo tinha tido várias baixas. O Lorde tinha morrido, mas alguns de seus asseclas estavam soltos, e o Ministério da Magia temia que alguns deles se tornassem um novo Lorde das Trevas, então começaram a recrutar novatos para serem Aurors, e dentre aqueles que se apresentaram um rapaz de cabelos revoltos e olhos verdes fora aceito pelo Ministério de braços abertos.

Harry com poucos meses capturou vários Death Eaters e deu um novo sentindo a palavra “Auror”, e em pouco tempo tinha se tornado chefe do departamento de capturas do Ministério, juntamente com seu amigo de infância Ronald Weasley.

Mas, aquela manhã aparentemente calma foi mudada por um bater de asas, um pio agudo chamou a atenção de Harry no banheiro, ele conhecia muito bem aquele pio e sabia que nada de bom podia estar acontecendo, se aquela coruja tinha sido usada para lhe trazer algum recado.

Harry saiu do banheiro sem se preocupar e sem vestir ou em se enxugar, sabia que estava molhando o chão e aquilo iria enfurecer Ginny quando ela acordasse, mas o recado que a coruja trazia na pata era de suma importância, para ele se preocupar com detalhes domésticos. O recado era de Ron:

“ Harry,

Mais uma morte, confirmada. Sectumsempra. Te aguardamos na sala de reuniões.

Ron.”

Harry usou um accio, para pegar suas roupas do guarda-roupa e vestiu o mais rápido que pode, e pela pressa bateu o pé na perna da cama e acordou Ginny, pelos xingos que esbravejou.

- Harry o quê..? – Ela parou a frase no meio do caminho, pois Harry a interrompeu.

- Mais um corpo, não sei a que horas volto! – Ele aparatou sem esperar por resposta ou concordância. Ginny ficou alguns minutos parada sem saber se ficava com raiva ou se gritava. Ela decidiu voltar a dormir, já que o dia e a noite prometiam ser longos.

DM&HP X DM&HP X DM&HPX DM&HP X DM&HP

Harry terminou de arrumar suas vestes assim que chegou ao ministério: ainda era muito cedo, não havia aquela movimentação frenética costumeira do lugar, bruxos e bruxas saindo das várias lareiras do ministério. Tudo estava muito calmo, o lugar tinha um ar fantasmagórico para um muggle (isso se ele tivesse a oportunidade de por os olhos nesse lugar, claro).

Ele passou por sua sala e deixou um recado em cima da mesa da sua secretária, avisando que estava na sala de reuniões com Ron.

Entrou na sala de reuniões e de imediato foi levado a um canto da sala por Ron, ao mesmo tempo recebendo um olhar ansioso de Hermione, que também estava na sala.

- Foi mal te acordar tão cedo Harry, mas o pessoal pediu sua presença nesse caso, e como eu já tinha te falado dele...

- Tudo bem Ron, eu pedi para me manter informado, e eu já estava acordado na hora que a coruja chegou.

Harry olhou para o restante dos integrantes da sala, Hermione estava absorvida pela leitura de umas pastas, com certeza as últimas informações da série de casos que começou a preocupar o ministério há alguns meses.

Hermione diferentemente dele e de Ron havia voltado para Hogwarts para terminar seus estudos, e depois de formada aceitou trabalhar no ministério juntamente com ambos; logicamente não na sessão de aurors, mas em um outro setor que era diretamente ligado a este. Não conseguiria trabalhar todos os dias com o marido.

Na sala também estavam Kim, um auror que já tinha trabalhado com Harry em algumas missões; Ele conversava reservadamente com Tales, outro auror da mesma equipe, em um canto da sala.

O caso em questão que estava tirando o sono de quase todo mundo do Ministério, aliás, era uma serie de assassinatos muggles. A policia muggle não conseguia achar um padrão para a escolha das vitimas, pois indistintamente mulheres, homens, crianças, jovens ou velhos estavam entre as vítimas. Não havia nenhuma ligação aparente entre as mortes, ao todo foram achados 10 corpos, mas após algumas pesquisas verificaram que o único fator que ligava as mortes era que as pessoas moravam em Londres e em bairros de classe média alta, além do mesmo terrível modus-operandi do assassino: as pessoas eram mortas por único corte extremamente profundo, que começa debaixo do queixo terminando na altura da pelve.

Esse último detalhe chamou a atenção do Ministério Bruxo, e depois de algumas investigações ficou confirmado que as mortes tinham sido causadas por um feitiço. Harry rapidamente detectou que aquele terrível feitiço das trevas era o seu velho conhecido Sectumsempra, e foi então que o Ministro Shacklebolt designou uma equipe de aurors para cuidar do caso, já que parecia que tinha um antigo Death Eater de volta à ativa.

Um tanto impaciente, Harry se sentou e esperou pelas novidades : para que eles o tivessem convocado tão cedo tinham que ter alguma coisa nova no caso, obviamente. Harry esperou mais alguns minutos, mas como ninguém se manifestou ele resolveu perguntar o que estava acontecendo. Eles pareciam esperar por alguma coisa, ou por alguém.

- Hermione, o que vocês estão esperando? O que está acontecendo? Qual é a novidade do caso que fez com que vocês me chamassem tão cedo? – Hermione olhou feio para Ron, ele olhou sem graça para a esposa.

- Ron, você não contou a ele?

- Contou o que, Mione?
Hermione ia abrir a boca para explicar a situação quando o ministro Shacklebolt entrou na sala.

- Bom dia Senhores, senhora! - O ministro cumprimentou a todos com sua voz profunda e um cansado menear de cabeça, sentando-se à mesa com os demais. Sua presença sempre intimidava as pessoas por causa do seu porte e sua voz, e sem rodeios foi logo perguntando. – Já te colocaram a par da situação toda , Harry?

- Ainda não totalmente, ministro!

- Acharam mais um corpo, Harry. Casa sem arrombamento, sem pilhagem, sem nada errado, exatamente como nos outros casos. E com o mesmo método, o Sectumsempra. Mas, no presente caso, temos uma boa novidade: temos uma testemunha. Ela aparentemente presenciou tudo, pois ficou escondida em algum lugar da casa. Infelizmente, a cena foi tão chocante para sua mente que ela ainda está em estado catatônico. Porém, com alguma persuasão convencemos as autoridades muggles a deixar-nos interrogá-la: usamos algumas poções e ela nos contou o que aconteceu, e felizmente conseguiu fazer um retrato falado.

- Então? Sabem quem é o filho da mãe que está fazendo isso?

- Sim, e não!
- Como assim, King? – Harry estava ansioso para colocar a mão naquele Death Eater filho da puta que estava matando todos aqueles muggles que esqueceu de tratar Shacklebolt por Ministro.

- Sabemos quem é, Harry. Mas a pessoa em questão está morta há quatro anos. – Harry piscou algumas vezes, ele não estava entendo nada.
- Como assim? Não estou entendo nada!

- Veja por você mesmo. Senhora Weasley, entregue o retrato falado a Harry. – Hermione se levantou e entregou as pastas a Harry, e olhando para ele moveu os lábios, sussurrando:

- Controle-se, por Merlin ! – E foi se sentar ao lado de Ron e ao fazer isso beliscou o marido, que deu um pulo da cadeira.

O Chefe da sessão de Aurors já tinha visto de tudo em sua vida: as mortes causadas pela guerra, as torturas, uma imensidão de sofrimento, mas sempre que via aquelas fotos seu estomago revirava de novo.

Corpos abertos ao meio, sangue para todos os lados, tripas espalhadas por todo o lugar, o olhar de profundo desespero parecia colado aos rostos das vitimas.

A pessoa que fazia aquilo não era humana, aquela cena lembrava a Harry o período da guerra contra Voldemort, quando matar era uma brincadeira e uma diversão inconseqüente para os Death Eaters.

Ele passou por todas as fotos, não tinha visto todas, só algumas, e ver cada foto agora, cada vitima que tinha sido morta, aumentava cada vez mais a raiva dentro de Harry. A cada olhar, sua paz era novamente roubada, sua tranqüilidade (que a tanto custo tinha ganhado) era esquecida, a certeza de voltar são e salvo para sua casa e sua família estava sendo novamente ameaçada.

O assassino estava matando muggles: sua gente, seu sangue, sangue de sua mãe. O ódio fervilhando dentro dele, ele tomava suas decisões, de forma silenciosa: ele iria pagar muito caro por isso. Há vários anos que Harry tinha saído efetivamente da ativa, há muito tempo que ele não caçava Death eaters, ele só estava instruindo novos aurors, autorizando buscas e fazendo relatórios. Mas isso era demais.

Ele ia sair de seu gabinete, de sua sala, de sua calmaria para resolver isso pessoalmente.

Enquanto todos esses sentimentos fervilhavam dentro dele, Harry chegou à pasta que dizia: Retrato falado.

Quando ele chegou nessa parte, Hermione prendeu a respiração, somente King percebeu essa atitude dela. Mas o ministro não demonstrou emoção nenhuma, ficando com as conclusões só para si.

Harry pegou o retrato falado, seus olhos se arregalaram, sua respiração parou e seu coração falhou uma batida. Não podia ser, não era possível, ele olhou mais uma vez, o pensamento que estava tendo não era plausível, será que?

- Não Harry, ele está morto mesmo! – Shacklebolt pareceu ler a mente de Harry. Mas o ex-grifinório ainda olhava sem entender para o ministro.

- King, o que é isso? – Harry olhava para um retrato de Lucius Malfoy, que de acordo com o que ele sabia, estava morto há quatro anos.

- Realmente não sabemos, Harry. É por isso que você e seu pessoal foram chamados. Quando Malfoy morreu , daquele jeito que você deve lembrar muito bem e que não convém lembrar agora, seu corpo foi submetido a vários testes, feitiços e poções para termos a certeza de que ele estava morto mesmo. E fizemos testes ainda com a testemunha muggle para confirmar se esse retrato que ela nos deu é verdadeiro. E tudo está ok. Levando-nos à seguinte suposição.

- É um impostor provavelmente usando polyjuice!

- É o que esperamos que você e sua equipe descubram! – Harry já estava quase se levantando quando foi interrompido pela voz de Shacklebolt. – Tem mais uma coisa, Harry!

- O quê? O que tem mais? – Harry já estava esperando por aquilo, mas por um momento achou que não ia acontecer.

- Estou sendo fortemente pressionado para interrogar Draco Malfoy!
- O quê? Por quê? O que Malfoy tem a ver com isso? – Harry deu um murro na mesa assustando quase todos na sala.

- Acalme-se, Harry! Lucius Malfoy está morto! Então muitos pensam que aquele do retrato é seu filho, já que eles são parecidos! Muito, diga-se de passagem.

- Aquele não é Draco Malfoy! – Harry apontou o dedo para a porta, apontando uma pessoa invisível além da porta.

- Como tem certeza, Harry? Ron perguntou, ele parecia ter engolido algo de gosto muito duvidoso.

- Por que não é o Malfoy? Como sabe?

- Eu já esmurrei muito aquela cara de doninha albina para saber que não é ele, e além do mais, se você não reparou no retrato, o Malfoy filho está mais novo que isso! Lucius tinha 51 quando morreu. E com certeza essa não é a idade de Malfoy hoje.

- Bem, Harry. Entendo sua posição e acredito em sua opinião. Mas mesmo assim, querem que interroguem Malfoy! Então estou designando você para essa missão! Precisamos de alguém com tato para lidar com essa situação. – Quando Hermione escutou as palavras tato, Malfoy e Harry no mesmo contexto teve uma vontade infantil de rir, mas se conteve.

- Eu?? Tem certeza disso, eu, Harry Potter, interrogar Draco Malfoy?? A primeira coisa que ele vai fazer é bater com a porta na minha cara quando eu for à sua casa!

- Primeiro, se acalme, segundo, você não vai ter a porta de ninguém na sua cara, e terceiro, Malfoy está aqui no ministério e já foi intimado para ser interrogado e concordou em cooperar.

- Aqui no ministério? Ele já chegou?

- Não, Harry! Agora foi a fez de Hermione falar.

- Ele trabalha aqui!

- O QUÊ???

DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x

Quando Draco recebeu a intimação pela manhã, ele jurou que alguém iria pagar muito caro por isso. Caro por tê-lo incomodado em sua casa, caro por alguém está lhe acusando de matar muggles. Como se ele fosse perder tempo em acabar com suas próprias mãos aristocráticas com essa escória da humanidade.

E mais caro ainda por mancharem a memória de seu pai. E infinitamente mais caro por terem deixado um zé-ninguém qualquer entrar em sua sala, no ministério, sem sua presença. Sua secretária iria pagar por isso, ah, sei ia.

- Não sei o que você está fazendo aqui, mas pode cair fora agora mesmo! Vem um idiota qualquer da sessão de Aurors conversar comigo, então se manda! – Draco pronunciou cada palavra com o maior desprezo que conseguia.

- O idiota da sessão de Aurors sou eu, Malfoy! – Harry se levantou da cadeira em que estava sentado, e adorou ver a expressão de assombro de Malfoy: era festa para seus olhos, depois de todos aqueles anos.

- Mas que merda você veio fazer aqui, Potter? – Draco gritou, Harry se lembrou da época da escola quando Draco pronunciava seu nome como algo sujo. – E quem te deixou entrar? Ninguém tem autorização para vir a minha sala sem prévia autori.. – Harry cortou a verborragia de Draco antes que ele mesmo esquecesse de porque estava ali.

- Ah Cala boca, Malfoy! O ministro me designou para lhe interrogar sobre o caso das mortes dos muggles. E quanto mais rápido terminarmos, melhor para todos! – Harry gritou de volta.

“Alguém com tato”, Shacklebolt havia dito. Mas Harry não estava muito certo se ele era a pessoa indicada para fazer isso. E quando estava terminando seu pensamento foi pego pela frente da roupa e empurrado contra a parece, onde sua cabeça bateu com força, fazendo com que ele sentisse uma dor muito forte na nuca.

- NUNCA MAIS ME MANDE CALAR A BOCA, POTTER!!! – Além de ter a cabeça doendo, Harry quase teve os tímpanos estourados pelo grito de Draco.

- Tá louco, Malfoy? – Harry tentava se soltar do ex-sonserino.

- Já foi a época em que você podia me mandar calar a boca, Potter! - O loiro estava a centímetros de Harry, o auror podia sentir o hálito quente de Draco em seu rosto. Ele via muito mais que raiva naquelas íris acinzentadas.

- Me solta Malfoy, tá maluco!

- Peça desculpas, Potter!

- Fazer o que? Pirou de vez? Vou pedir desculpas por quê?

- Essa idéia de me interrogar deve ter sido idéia sua, ou no mínimo do Weasel. – Quando Harry escutou Draco chamar Ron pelo apelido ofensivo de escola, o ex-grifinório ficou furioso.

E sem perceber como e nem quando, quando Draco deu por si estava de frente para a parede e com Harry as suas costas, seu braço doía, pois o ex-grifinório o estava torcendo com força, muita força.

- Vamos começar do inicio, Malfoy. Um, eu não estou aqui porque quero.

Dois, não sei se você me escutou da primeira vez, mas fui designado para interrogá-lo, estou aqui contra minha vontade, pois tem alguns do conselho que acreditam que você pode ser o assassino dos muggles. E antes que você me interrompa com a sua baboseira de costume, eu não acredito que seja você. – Pelo fato de estar às costas de Draco, Harry não pode ver a expressão de surpresa no rosto do loiro. Mas se recobrando rápido da surpresa, Draco falou:

- Agora se você puder deixar de ser boçal um segundo, e me soltar, creio que poderemos conversar melhor, como as pessoas civilizadas que somos.

Claro, eu falo por mim, Potter! Mas você está torcendo meu pulso e se ele quebrar juro que vou processá-lo e pegar muito mais que o fundo da suas calças! – Harry ia responder a piadinha infame e sem graça de Draco, quando Shacklebolt parou na porta de Draco e viu uma cena um pouco inusitada.

- Tudo bem ai, rapazes ? – A voz do ministro tinha um tom de divertimento que nenhum dos dois percebeu naquele momento. Harry soltou o loiro no mesmo instante, Draco se virou e começou a massagear o pulso dolorido.

- Esse idiota aqui está me agredindo, Senhor Ministro, eu não vou tolerar esse tipo de comportamento! – Draco disse com toda arrogância que pode.

- Claro, senhor Malfoy! Tenho certeza que o Auror Potter não fará isso novamente, ele só vai anotar algumas informações e pronto, não é, Auror Potter? – Harry olhou incrédulo para Shacklebolt, mas tinha entendido o recado.

- Claro, Senhor Ministro! – Harry respondeu e Draco sorriu triunfante, Shacklebolt saiu e deixou os dois sozinhos.

- Está certo, Malfoy. Quanto mais rápido isso for, você vai se livrar mais rápido de mim e eu não vou precisar respirar o mesmo ar que você por muito tempo. Vamos às perguntas. – Harry se sentou e esperou as famosas reclamações vindas de Draco, mas espantosamente não houve nenhuma.

Ligeiramente confuso, Harry levantou a cabeça e procurou o loiro com os olhos pela sala. Draco tinha sentando em uma cadeira e alisava o pulso que minutos atrás Harry havia pressionado.

E o moreno reparou que o pulso do outro estava vermelho, podia se ver claramente as marcas dos dedos de Harry na pele muito pálida do outro.

Harry sentiu certo desconforto, mas preferiu ignorar o que estava sentindo, quanto mais rápido aquilo terminasse, mais rápido ele iria para a rua caçar aquele Death eater filho da puta.

- Então Malfoy, onde você estava no dia 22 de maio desde ano?

- Você pode pegar todos os meus horários com minha secretária, Potter! – Aquela forma de pronunciar seu nome de novo. Harry contou até dez.

- Vamos, Malfoy! Facilita minha vida! – Harry já estava se exasperando.

- Por quê? Você não está facilitando nada a minha!

- O que? Acho que perdi alguma coisa, Malfoy! Do que exatamente você está falando?

- Oh! Desculpe, Potter, tenho que reduzir meu cérebro ao tamanho de uma ervilha para poder conversar com alguém como você! Sinto muito! – Harry se levantou e deu um murro na mesa, fazendo vários papeis voarem e algumas coisas caírem ao chão, a secretária de Draco entrou na sala correndo e quando viu o olhar de Harry e Draco sobre si, fechou a porta correndo.

- QUE PORRA, MALFOY, VÁ SE FUDER!!!! – Draco não se alterou nem por um instante com a explosão de Harry.

- Só se for com você, Potter! - Harry arregalou os olhos e ficou desconcertado.

- O quê?

- Potter! Tenho mais o que fazer, sou chefe da sessão de mistérios do ministério, tenho várias poções para analisar, feitiços para descobrir e outras tantas coisas que se eu falar seu cérebro vai fundir, então se você quiser ser mais objetivo eu ficarei imensamente grato, fui claro! Ou vou precisar traduzir?

- Como? Chefe da sessão de mistérios? Então aqueles casos que...

- Sim, Potter! É meu pessoal que manda para você, depois que a guerra acabou tive que reerguer o nome da minha família, ainda somos mal vistos na sociedade, mas tenho orgulho do que eu faço com meus amplos conhecimentos em artes das trevas e poções. Por isso e somente por isso Shacklebolt me convidou para ser o chefe dessa sessão quando o antigo chefe se aposentou. E ah! Obrigado pelos elogios, sempre os recebo! – Draco tinha um riso cínico nos lábios.

Por que nunca ninguém contou a ele que o chefe de mistérios era ele, Draco Malfoy, a pessoa que ele sempre ficava espantado com o amplo conhecimento na área de artigos das trevas, plantas e poções, ele sabia que era alguém muito inteligente, com um conhecimento tão amplo quando o de Snape. Ele não se cansava de tecer elogios a essa pessoa. Mas sempre estava muito ocupado para perguntar quem era, ou para ir dar os parabéns pessoalmente.

Harry passou os dedos pelas têmporas, sentia uma dor de cabeça muito forte chegando. Ser prático era o que ele precisava.

- Quem você acha que é?

- Como? – Draco se perdeu no raciocínio. – Pode ser mais claro, Potter?

- Ora, Malfoy! Quem você acha que é que está matando esses muggles todos, e se passando por seu pai? Ele tinha muitos desafetos?

- Desafetos? Ta doente, Potter? Meio mundo entre os Death Eater adoraria por as mãos em meu pai! Ele está morto, mas parece que isso não os impede de manchar sua memória. – Draco parecia revoltado.

- Claro, depois do que ele fez, muitos adorariam manchar o “nome” da família. - Harry riu. Draco estreitou os olhos.

- Meu pai era o braço direito do Lord das trevas, Potter! Isso cria muitos desafetos!

- Você acha que é só isso, Malfoy? O fato de ser o braço direito de Voldemort? Não seria pelas mortes que ele causou? Pelas pessoas que ele torturou? Pelas famílias que ele destruiu? Pelas pessoas que ele entregou? Não, claro que não, essas mortes todas são porque ele era o favorito de Voldemort! Ah corta essa, Malfoy! Se você não me ajudar, o próximo que esse maníaco pode matar pode ser você ou alguém da sua família! – Draco olhou para ele horrorizado.

- Mas... Mas você disse que ele está matando somente muggles!

- Sim, mas pelo que pude perceber do modus operanti, ele parece só está chamando a atenção, depois pode vir direto para as verdadeiras vítimas em potencial, você e sua família! Se você não me ajudar, não poderei te ajudar, Malfoy!

Draco ficou vários segundos petrificado, ele olhava de Harry para uma foto em cima da mesa sem conseguir dizer nada. Harry pode ver que a foto que ele encarava era a dele com o filho Scorpius com poucos meses de vida no colo, tirada há cerca de 3 anos atrás. Três anos...

- Acho que agora você entendeu a gravidade da situação, não é?

DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x DM&HP x

Depois de algum tempo, Harry conseguiu convencer o Winzergamott de que Draco Malfoy não era suspeito, mas na verdade era mais uma possível vítima do assassino, pois mesmo que até aquele momento todas as vítimas descobertas eram muggles, Harry fez entender que pelo jeito como o assassino agia, era uma questão de dias para que ele começasse a atacar bruxos. Com isso, ficou decidido que, como Draco tinha aceitado cooperar com suas informações, por outro lado o Ministério colocasse aurors vigiando sua família, dia e noite, além dele próprio.

Como Draco conhecia os nomes da grande maioria dos Death Eaters, ele era uma peça fundamental nas investigações. Ele e Harry se encontravam todos os dias e tentavam montar uma lista com os possíveis suspeitos.

Mas as reuniões na grande maioria das vezes terminava em brigas e discussões, certa vez Harry acertou o nariz de Draco e os dois se atracaram de tal forma que tiveram que ser hospitalizados por causa dos ferimentos e das azarações que rolaram.

E isso rendeu a ambos um belo sermão de Shacklebolt, o mínimo que eles ouviram foi que eles não eram mais crianças e que tinham vidas em jogo e que dois tratassem de se entenderem de uma forma ou de outra. Nenhum dos dois entendeu o que o Ministro quis dizer com aquela parte, mas nenhum dos dois se prendeu a esse detalhe naquele momento.

Os próximos dias seguiram sem maiores problemas, eles conseguiram montar uma lista razoável de suspeitos e foram eliminando os nomes à medida que Harry informava se eles estavam presos ou mortos, e aquilo estava acabando com a paciência de Harry.

- E Gibbon?

- Morto na luta lá na escola contra Voldemort! Ah Malfoy deve ter pelo menos um!! Vamos force essa memória!! Deve ter algum tio, primo, tio-avô do seu pai que esteja vivo que queira que a sua família e vocês morram!
- Respeite minha família, Potter!

- Que inferno! Qual é o problema com o meu nome, Malfoy?

- Como?

- Meu nome! Você fala como se cuspisse algo nojento!

- Convenhamos, é um nome ridículo! - Harry riu fingindo graça.

- Há! Engraçadinho, e Draco é um nome muito original! – Draco se mexeu desconfortável na cadeira.

- Que foi?

- Nada, Potter!

- Agora falei mal de algum antepassado seu? Algum tio por parte de mãe? Grande coisa!

Draco ia responder quando um nome lhe passou pela cabeça.

- Potter! – E ele segurou o moreno pela frente da roupa. – Lembrei, eu sabia que estava esquecendo de alguém! – Draco ria feliz consigo mesmo – Eu podia te beijar Potter, às vezes você ajuda a gente a pensar! – Harry enrubesceu como se fosse um adolescente de 15 anos, e isso não passou despercebido pelo ex-sonserino.

- Ah não, Potter! Você ainda fica ruborizado? E com essa idade? – Draco largou a frente das vestes de Harry e começou a rir. E deixou o moreno furioso. Ele empurrou Draco de encontro a um sofá, Draco caiu sentado no sofá ainda rindo.

- Para de rir, seu idiota!

- Se não o quê? Vai contar pra quem? Não estamos mais na escola, Potter! Não tem mais ninguém para te proteger, você não é mais o golden boy da grifinória ou o leito! Ou outro qualquer nome idiota. Você só é um funcionário medíocre do Ministério! E... – Harry fechou o punho para acertar uma direita na cara de Malfoy, quando Hermione chegou à sala correndo.

- Harry, outra morte! Agora de uma criança bruxa!

Harry e Draco congelaram no lugar. Um olhou para o outro. Nenhum dos dois disse nada. Harry se afastou e saiu da sala. Ela viu uma expressão de raiva e tristeza passar pelo semblante de Draco por segundos.

- Tudo certo, Malfoy?

- Vai pro inferno, Granger! Oh, desculpe! – Hermione arregalou os olhos: Malfoy pedindo desculpas?

- Agora é senhora Weasel!! - E saiu da sala rindo.

- Que grande filho da mãe!!

DM&HP XDM&HP XDM&HP XDM&HP XDM&HP XDM&HP XDM&HP X

Harry ainda se sentia nauseado pelas fotos que tinha visto, Malfoy tinha saído correndo minutos antes da sala para vomitar, o corpo que tinham achado dessa vez era de uma criança, um menino de aproximadamente 11 anos, pele pálida e cabelos loiros, o menino se parecia muito com Draco em seus 11 anos. Harry ainda se lembrava da mão pequena e pálida estendida para ele no seu primeiro dia de aula, que por ventura ele recusou.

Essa cena ainda assombrava seus sonhos de adulto.

Draco voltou ainda mais pálido que de costume.

- Temos que pegar esse assassino, Potter! Ele não pode chegar perto da minha família!

- Não se preocupe, Malfoy! Vamos pegá-lo, mas preciso da sua ajuda, aquela lista, precisamos terminá-la e...

- A lista!! Eu tinha me esquecido! Potter! Acho que sei quem pode ser esse assassino!

- Quem, Malfoy?

- Rabastan!

- Quem? Não faço idéia de quem você está falando, Malfoy!

- Por Mordred, Potter! Continua o mesmo testa rachada de sempre!

- Não teste a minha paciência, Malfoy, pois ela não existe há tempos, com esse caso. De quem você está falando? – Draco suspirou de forma dramática, parecendo esquecer por um momento do perigo que cercava sua família.

- Estou falando de Rabastan Lestrange! Irmão de Rodolphus Lestrange!

- Ele é irmão do marido daquela sua tia maluca?

- Vou ignorar esse último comentário infeliz, Potter! Mas sim, ele é irmão de meu tio Rodolphus. – Harry pegou sua lista e olhou, e o nome dele não constava nem como morto, nem como preso. Harry riu, seu sorriso era largo.

- Será que é ele, Malfoy?

- Tenho quase certeza, ele vivia gritando aos quatro ventos que a culpa da queda do Lord era do meu pai, e quando o Lord caiu, ele procurou meu pai diversas vezes o ameaçando. E como ele foi considerado “persona non grata” pelo ministério...

- “Persona non grata”? Malfoy, ele é um assassino!

- Ta, Potter! Não precisa dar xilique.

- Eu não estou dando xilique, Malfoy... ah vai se fuder!

- Já falei, Potter. Só se for com você! Mas mudando de assunto, como vamos achá-lo? – Harry se perdeu um pouco pela mudança de assunto. Mas respondeu Draco depois de alguns segundos.

- Precisamos de uma ajuda nisso.

- De quem? – Draco perguntou sem entender onde Harry queria chegar.

- Sua mãe.

- O QUÊ? De jeito nenhum, Potter! Você não vai envolver minha mãe nisso!
- Não vou envolver ninguém em nada, Malfoy! Só vamos perguntar a ela, onde os Lestrange moravam.

- Como assim? Você acha que com o ministério em seus calcanhares, que Rabastan ia ficar na antiga casa dos Lestrange? Pirou? Ele pode ser doido, mas burro não!

- Pensa, Malfoy! Ele não tem dinheiro, é foragido do ministério, para onde mais ele iria? Pelo menos é um ponto para se começar!


Continua...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nota da Autora: Olá!! o/
Não fiquem preocupados, a fic só tem mais um capitulo.. xD

E review são sempre bem vindas!! \o\



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aristocracia assassina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.