Primeiro Amor escrita por Tyuxui


Capítulo 1
OneShot


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa fic. Eu estava meio que inspirada, então aproveitem.



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Há ocasiões que te deixam sem animo devido sua tediosa rotina diária. Mas apenas um acontecimento pode mudar completamente sua vida, assim como a minha mudou em um mero segundo.

- Droga... Vou chegar atrasada!

Eu corria desesperada em meio aquela chuva grossa de fim de outono, as ruas molhadas, o ar húmido e céu cinzento. Tudo o que eu precisava para ficar mais uns cinco minutos na cama fadigada. Pisei numa poça enorme de água, molhando meus saltos escuros junto das meias 7/8 e a barra da saia escolar. Eu não usava guarda chuva, havia esquecido no dia anterior na escola, e torcia para que alguém – ou até mesmo aquela sonsa da professora – tivesse guardado.

Ao virar a esquina, senti um baque muito forte. Cai em cima de algo – ainda bem que não era uma poça – e apertei os olhos ainda fechados devido a pequena dor. Aos poucos fui abrindo e encontrei um par de orbes negros me encarando com tamanha surpresa, olhei uma segunda vez mais atentamente e arregalei os olhos. Nossos lábios estavam grudados. Minha calcinha branca estava à mostra. Ele estava paralisado me olhando. Uma cena que, eu agradecia para que ninguém tivesse vendo.

Levantei num pulo, segurando o constrangimento e a vergonha. Ele ainda continuava me olhando e sem dizer nada, até que o sinal soou me chamando a atenção. Peguei minha bolsa e sai correndo sem nem olha-lo.

- Ei! – Ele gritou.

Podia sentir meu coração acelerado, a respiração fraca e um frio imenso devido as roupas molhadas.

-x-

- O anel dourado te levará ao amor verdadeiro.

Explicava Akemi que estava sentada em um grupo no canto da sala junto das amigas. Eu estava alheia a conversa, não totalmente interessada, mas escutava mesmo assim. Para mim aquilo não passava de mais uma babaquisse de garotas apaixonadas, porém, quem acreditava simplesmente comprava o tal anel numa loja que fazia promoção dessa lenda boba, e eu por incrível que pareça, acabei ganhando um de presente. Akemi dizia que todas suas amigas deviam ter, porque se aquilo fosse mesmo verdade, todas teriam sorte. No entanto, desde o começo da semana, nada do tipo havia acontecido.

- Chizuru – Ela me chamou – Cadê seu anel?

Ela pegou minha mão, fazendo eu sair de meus pensamentos. Só agora notei que não estava com o maldito anel.

- Eu perdi.

- Como assim perdeu?!

- Você sabe que não acredito nessas coisas...

- Pra uma pessoa que não acredita, você bem que levava para todos os cantos, né?

Ela falou irônica, agora me provocando. Dei de ombros e enterrei a cabeça em meio aos braços sobre a mesa.

- Toma.

Levantei a cabeça, vendo um anel comum, sem muito brilho e prateado.

- O que é isso? – Quis saber.

- Seu substituto. – Disse simples – Use ele até encontrar o seu anel.

- Akemi, isso é...

- Por favor, Chizuru.

Eu bufei. Aquilo era ridículo demais para ser verdade. Apenas enterrei a cabeça nos braços novamente para tentar cochilar, antes que a aula começasse. Aquele dia chuvoso estava se tornando apenas mais um dos meus dias tediosos e sem uma pequena mudança.

-x-

O corredor estava frio, e eu agradecia imensamente por estar usando um uniforme seco. Estava voltando da biblioteca, onde fui procurar um livro interessante, mas não havia nada. Agradeci imensamente - de novo - pelo corredor estar vazio aquela hora, provavelmente porque as classes estavam se enfrentando num torneio de turmas, no ginásio da escola, e eu a antissocial, sempre me escondia na biblioteca fingindo estudar para provas que demorariam alguns meses para acontecerem. Mas o que eu realmente queria era o bom silêncio da biblioteca e o barulho da chuva.

- Ora, ora, Chizuru...

Ouvi meu nome em tom debochado, e sem querer virar para a irritante que me perturbava, continuei andando olhando apenas para o chão liso.

- Não me ignore, garota!

Senti meu braço ser puxado com tamanha força que fui empurrada contra a parede gelada, sendo cercada pela garota que não me deixava em paz desde o meu primeiro dia de aula, e suas capangas – que não da para considerar amigas.

- Eu não te vi chegando hoje. O que aconteceu?

Eu não respondi. Ela me olhou com desgosto dos pés à cabeça.

- E por que não está usando aquele seu anel idiota? Por um acaso já encontrou seu amor?

- E-eu não sei do que você está falando... – Murmurei.

- Não sabe? – Ela ironizou – Só espero que não seja Matsumoto Kei.

- Kei?

- Ah, tinha me esquecido. Você é a garota mais estranha da escola, por que diabos o Kei iria querer ficar com você? – Ela ria junto das outras.

Não sabia porque mas naquele momento algo pareceu me atacar o peito. Eu não tinha muitos amigos, mas isso nunca me incomodou na verdade e ouvir aquilo daquela maneira, era mais uma humilhação. E Kei? Quem esse tal Kei? Eu nunca fui de reparar muito em garotos, o que segundo Akemi, era um erro fatal.

- Pare!

Ouvi uma voz masculina e grave. O som fez minha visão mirar exatamente o semblante fechado daquele rosto.

- Kei... - Murmurou a garota a minha frente.

Então ele é o suposto Kei. - Pensei.

- Kei, o que...

- Saiam. – Ele cortou-a.

- Mas Kei, eu...

- SAIA!

O tom de voz foi o suficiente, e sem dizer mais nada, elas saíram correndo no corredor vazio, desaparecendo ao vira-lo.

- Tudo bem...?

Ele estendeu uma das mãos para mim, e de imediato a recusei com um tapa certeiro. O olhei nervosa, ele mantia uma expressão fria no rosto, sem demostrar reação alguma.

- O que você quer?! – Perguntei o olhando. – Isso não era da sua conta! Vai embora.

Levantei rapidamente e apertei os olhos, virando-me para caminhar de volta para a sala, mas seu braço longo fechou meu caminho . Apenas o encarei de cenho franzido.

- Como acha que vou embora depois de um beijo tão rápido? – Ele sorriu.

- Aquilo foi um acidente. – Eu corei.

Não estava acreditando que ele ainda se lembrava daquele momento.

- Então...

Ele me cercou com o outro braço, ficando cara a cara comigo, podia sentir sua respiração calma bater em meu rosto e seus olhos me penetrarem como se quisessem se perder.

- ... Que tal tornarmos real?

Ele sorriu malicioso para mim. Eu o encarava surpresa, alheia a suas ações e com o rosto quente. Meu coração acelerou a partir do momento que ele se aproximou não tão rápido. Eu congelei ali. Fixei meus olhos naqueles lábios e sem pensar mais, agachei o mais rápido que pude, na esperança de fugir deles. Coloquei as mãos no peito, estava acelerado parecendo querer saltar do peito. Vi ele inclinar a mão e prendi os olhos no objeto – com meu nome gravado nele “Mayumi Chizuru” - que nela estava.

- Toma. – Ele mostrou – Esse anel caiu quando nos encontramos.

No mesmo segundo, lembrei do que Akemi havia dito na sala mais cedo:

“O anel dourado te levará ao amor verdadeiro”.

Meus olhos arregalaram-se. O olhei tentando entender o que estava acontecendo, tentando encaixar as peças e querendo que a conclusão fosse uma mentira.

- O que foi? Não é seu?

Ele pareceu confuso devido ao meu silêncio e minha cara de espanto. Agarrei sua mão meio tremula e rapidamente pude vê-lo depositar um beijo nas costas da minha mão direita. Eu corei sem saber como reagir aquilo.

- Agora estamos quites.

Ele disse, sorrindo como se fosse a coisa mais normal do mundo, me deixando ainda mais constrangida e pronta para fugir dali.

-x-

- Ué... – Akemi pronunciou confusa – Não havia perdido seu anel, Chizuru?

Eu fiquei quieta por uns segundos. Caminhei até minha mesa e passei a fitar o anel, que agora tinha dois nome gravados em sua parte interna: Mayumi Chizuru&Matsumoto Kei.

- Eu o encontrei...


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Notas finais do capítulo

E então? Curto, né? Mas eu espero que tenha agradado. Deixem comentários, sim? =D



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