— JANE, ATIRA NO CARA DE PRETO! - John grita apontando exasperado.

— Eu já entendi John, se você tiver paciência eu irei fazer. - Jane retruca sem paciência mas com calma, apontando a metralhadora na direção do alvo e mirando atentamente.

— Pelo menos vê se consegue atirar para matar.

— Eu sempre atiro para matar. - e em um movimento bem calculado e certeiro ela atira, acertando na nuca do alvo fazendo ele cair desfalecido. Ela então respira profundamente, sempre orgulhosa de seus feitos.

— Poderia ter sido melhor, querida. - comenta com inveja, mas fingindo indiferença.

— John, a diferença entre mim e você nesse ramo é que eu atiro com um objetivo e você acha que está em um galinheiro jogando milho para as galinhas, porque saí dando tiro pra todo lado. É pipoco pra todo lado, desperdiçando bala e ainda fica falando merda no meu pé de ouvido. - diz agressiva se levantando com a metralhadora, observando se ainda existem possíveis alvos perto deles.

John então bota o pé sem querer e ela caí de cara no chão em cima de um fuzil.

— John, eu vou fazer esse seu queixo grande entrar pela sua garganta. Seu babaca. - sussurra com ódio ainda com a cara no chão se posicionando para levantar.

— Foi sem querer, amor. - e se abaixa pra ajudar ela a levantar, relutantemente ela aceita.

De repente ele escuta um barulho de passos e coloca o dedo nos lábios e faz sinal mandando ela escutar, os dois ficam em alerta sabendo que algum alvo se aproxima e que pelos passos pesados vem carregado de armas. Jane faz sinal positivo e se abaixa lentamente pegando o fuzil, depois prepara ele e apoia no ombro mirando na direção da entrada do corredor. Só que eles não percebem e o alvo aparece na outra entrada, caminhando lentamente pra atirar primeiramente em John com uma pistola de longo alcance, John então escuta um estalar de bota no chão entre os estilhaços de vidro vindo da outra direção e quando vira dispara a metralhadora, tudo acontece muito rápido e o alvo caí espalhando munição e granada pelo chão.

— Uau. Essa foi por pouco.

— Erro tático grave. Menos um ponto pra gente. Pisamos na bola agora.

— Nem me fale. O cara foi esperto, panaca. Mas ok, game over pra ele.

— Pois é, mas poderia ser game over pra gente também. Acho que não seria legal... vou falar com a Jas e com o Thomas pra elaborarem novas simulações focando nessas percepções e emboscadas, não custa nada.

— Claro, claro mas depois de uns dias ok querida? Agora precisamos descansar, uma pausa.

— Ok, uns dois a três dias e voltamos. A Jas disse que a Swapte esses dias está com as missões bloqueadas devido a um erro de outro agente, foi descoberto e precisa cumprir o prazo dele pra eliminar o concorrente. Sabemos bem como funciona, né? - eles riem e ficam aliviados ao perceber que os alvos acabaram e que a missão de urgência foi concretizada.

Desde que eles descobriram a identidade secreta um do outro e acabaram por enfrentar a fúria das duas agências na Home Made, culminando com a quase destruição parcial das duas agências, tudo mudou. Após se livrarem da perseguição e finalizarem a ligação com seus chefes acabaram tirando um tempo de férias, começaram comprando um novo apartamento já que a mansão deles havia virado cinzas, mas dessa vez decidiram adquirir uma cobertura em vez de uma casa enorme igual à que tinham. Eles estavam mais próximos e mais apaixonados e se empenharam em reformular totalmente suas vidas. Cinco meses depois de todos esses acontecimentos receberam um telefonema suspeito e confidencial e foram convidados para uma reunião, ao chegarem lá deram de cara com seus antigos chefes e a maioria dos seus antigos colegas, como Jas e Ed. Foram informados na reunião que as suas antigas agências haviam se unido para superar o rombo que sofreram com a deserção de seus melhores agentes e colaboradores, a nova empresa se chamava Swapte e estava mais equipada e mais secreta do que nunca. Foram então convidados para voltarem a ativa e trabalharem juntos, na verdade não tão juntos... Iria ser como antes, cada qual cuidaria de seu caso independentemente do número de alvos que ficariam responsáveis, mas quando o caso tratasse de grandes cartéis, mafiosos perigosos, quadrilhas bem estruturadas e coisas mais complexas os dois entrariam juntos no caso e ficariam responsáveis por ele. Ai sim eles teriam que trabalhar juntos. No início eles não aceitaram, principalmente a ideia de trabalharem juntos, mas depois de muita insistência acabaram voltando para o que sabiam fazer de melhor: eliminar criminosos. Depois de 5 meses trabalhando juntos na nova agência já pegaram alguns casos juntos e apesar de tudo conseguiram e conseguem trabalhar em parceria.

— Pronto Jan, terminamos, tudo limpo. Vamos? - diz após recolher todas as armas e eliminar possíveis vestígios deles.

— Vamos. Nem precisamos voltar pra sede, vou ligar pro Thomas e dizer que tudo está nos conformes e que já apagamos nossos “amigos”.

— Porque ligar para o Thomas e não pra Jas?

— Pelo fato de que o Thomas é o supervisor do controle dessa missão e não a Jas, só por isso.

— Ok.

Jane faz cara feia pra ele mas não fala nada, apenas continuam caminhando com o saco das armas e facas indo em direção ao SUV preto estacionado logo em frente, ela sabe que o marido não gosta da ideia de ter alguém a quem se reportar sobre o progresso das missões ainda mais pra outro agente boa pinta. Eles chegam no carro e jogam tudo na mala e entram no carro seguindo pra casa. Jane tira o colete e o casaco ficando mais confortável e pega o celular para ligar para o Thomas e passar o recado.

— Tô com fome John. - comenta depois de encerrar a ligação.

— Burger King? - ela olha pra ele torcendo a boca, pensando se sim ou não.

— Jan, não me venha com salada e coisas leves a essa hora... aposto que você comeria um boi agora, sua cara nesse momento é de fome.

— Pior que é. Vamos para sua opção então, mas vamos pelo drive-thru porque acho que não estamos em condições de parecermos com cidadãos normais neste momento.

John sorri e liga o som e eles seguem a viagem calados, pensativos e satisfeitos de realizarem mais uma missão com sucesso. Após uns 15 minutos chegam ao Burger king e entram no drive.

— Boa noite. Eu quero um big king sandwich, batata frita grande e um bk caramel frappé grande. - diz em tom autoritário pra máquina na primeira cabine. — Vai querer o que amor? - olhando atenciosamente pra esposa.

— Quero um rodeo burger, onion rings médio e um bk mocha frappé grande. - John então repete tudo pra máquina, eles seguem pra pagar e pegar o pedido na próxima cabine e encostam no estacionamento pra comer porque estavam mortos de fome.

— Caralho, que fome! Isso aqui é bom demais. - diz eufórico com a boca cheia olhando pra Jane.

— Bom é, mas é uma bomba de gordura, vou pesar 2 quilos a mais. Mas não quero pensar nisso agora.

— Bem, não se preocupe com isso meu amor, você pode queimar tudo isso com o papai aqui. A hora que você quiser, onde quiser.

— Acho que vou aceitar. - ela sorri e pisca maliciosamente colocando a mão na coxa do marido e ele retribui dando um beijinho gelado do frappé no pescoço da esposa.

Terminam de comer e seguem direto pra casa, exaustos mas saciados e satisfeitos.