Trib0s - Interativa escrita por Slendon6336


Capítulo 3
2. Animar as coisas


Notas iniciais do capítulo

Uhuuu! Treta treta treta! Isso mesmo, já no começo (u.u)
Aliás, valeu por todos os reviews do capítulo passado. Fiquei tipo... MUUUITO feliz (^^).
Pra compensar trouxe cedo este (acho). Ainda não deu para apresentar todos, mas acho que até o quarto capítulo todos já serão conhecidos por cada um de vocês, apenas aguardem!
Bem, espero que gostem e digam o que estão achando (XD).
~Boa Leitura o/



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— Estou falando que a Marvel é melhor e ponto final. — A esbelta negra discutia com uma provável amiga de óculos e camiseta do Batman. Dahila a reconhecia de sua sala, quando se levantou a pedido do professor para dizer um pouco sobre si. Khadija Tucci era o tipo de mulher com personalidade forte, bonita e... Com muita atitude. A saia comprida que usava combinava com o brinco comprido de penas e deixava claro que não participava da mesma tribo que a outra.

Khadija já encarava Dahila de soslaio desde que a de mechas azuis abriu a boca em público. Talvez a rockeira não fosse lá a garota mais legal que alguém poderia conhecer, observando as pessoas com superioridade e respondendo-as de maneira grosseira.

Esta andava ao lado de Lancaster pelo corredor, querendo chegar ao pátio para aproveitar o intervalo por lá quando Khadija viera na direção contrária, passando por eles da maneira mais indiferente que pôde. Dante havia dito que seria legal conhecer pessoalmente alguns novos colegas, e mesmo que a garota recusasse o maior a faria mudar de ideia.

— Acho que algumas pessoas não gostam muito de mim — Resmungou Dahila.

— Quem manda ter esse ar de metida, meu amor? — Dante enlaçou seus dedos nos dela, continuando a andar com um sorriso filho da puta no rosto.

— Pare de ser tão idiota — Apesar das palavras, não o agrediu daquela vez. — Quero ir para casa. Ou voltar para o colégio antigo. Aliás, percebeu como só tem nerd aqui? Dá vontade de esmagar...

— Quanta violência. Eu gosto de nerds. Eles são divertidos, principalmente aqueles hardcores que vivem discutindo entre si sobre qual é a melhor plataforma para se jogar ou então qual é a matéria mais importante a se aprender no colegial.

— “Quanta violência”? — Dahila riu sarcástica — Não era você quem sempre levava suspensão por espancar uns moleques no ano passado?

Ao finalmente chegarem ao pátio, a garota suspirou cansada. Havia mais alunos do que ela esperava.

— Quer procurar um grupo na qual a gente se encaixe ou...? — Dante sugeriu, vendo Dahila soltar sua mão e seguir um caminho qualquer.

— Faça o que você quiser. Vou me sentar num canto qualquer.

O garoto deu de ombros seguindo em outra direção. Não conseguira encontrar Angel no meio da multidão de alunos barulhentos, porém em compensação avistara a cantina. Remexeu nos bolsos das calças e para sua felicidade encontrou algumas notas de dinheiro amaçadas. Sem pensar duas vezes correu para o espaço que acabara de abrir para o balcão, coincidentemente chegando ao mesmo tempo em que outra pessoa, ambos estendendo o dinheiro para a tiazinha e pedindo em uníssono:

— Croissant de chocolate!

A mulher revirou os olhos, tomou o dinheiro dos dois de uma vez e lhes entregou roboticamente o pedido.

Dante se virou para a garota que já devorava o doce com um exagerado prazer, limpando a calda de chocolate que escorria por um dos cantos da boca. As bochechas cheias. Era baixinha demais para ele, talvez até mais que Dahila. Tinha cabelos castanhos cheio de ondas e lindos olhos cinza azulado.

— Isso é muito bom! — Exclamou ela, como se aquilo fosse uma divindade ou algo do tipo — Não acha?

— É sim, acho — Dante riu um pouco — Só não tenho certeza se gosto tanto quanto tu.

— Eu estava precisando demais aumentar a produção de serotonina no meu cérebro. Obrigada astecas!

O garoto ficou um pouco perdido com a velocidade com que ela falou tais coisas, e já desconfiava a que grupo pertencia.

— Espera aí — Dante disse, vendo-a acabar com a sua última mordida um pouco desajeitada, se sujando um pouco... Demais. — Você é da mesma sala que a minha né?

— Hm-hum — Assentiu com a cabeça, mais uma vez tentando se limpar — Dãnty Lacastüer, né? — A boca cheia distorceu suas palavras.

— Isso mesmo, ér… Anna?

— Annalisy — Terminou de engolir tudo — Campbell. Filha de Logan Campbell, o escritor, sabe?

— Hã, não. Sinto muito. Ler não é minha praia.

— Annalisy! — Alguém chamou a garota de longe.

A de cabelos castanhos virou por cima do ombro para berrar de volta:

— Já estou indo! Até mais Lancaster — Deixou para o moreno antes de sair de sua visão periférica. Dante até havia se esquecido do próprio doce em sua mão direita.

— O que demônio é serotonina? — Perguntou-se em voz alta com seu cérebro de inteligência limitada.

==========(X)=========

Dahila sentara-se na arquibancada a céu aberto e abriu sua lista de músicas no celular, disposta a ouvir alguma coisa bem pesada para acalmar seus nervos (por mais contraditório que isso possa ser). Abaixara os óculos escuros nos olhos novamente, fazendo o que fazia de melhor: Fuzilar pessoas discretamente.

Deu um pulo de onde estava sentada quando um braço desconhecido passou por cima de seus ombros:

— E aí gata? Tudo em cima?

O rapaz era dono de olhos negros e sorriso sarcástico. Com um par de brincos em cada uma das orelhas e cabelos escuros com suas laterais raspadas, sem mencionar a aparência de fios que acabaram de abandonar o travesseiro. Dahila percebeu algumas das tatuagens nos braços dele, claro, qualquer um notaria. Apenas o observando por alguns minutos, a garota já sabia exatamente que tipo de pessoa Leon Patrick Gassen era, ou tinha um ótimo palpite sobre.

— Não encosta em mim — Ela não se preocupou em ser gentil. O outro insistiu.

— O que tá ouvindo, hum? — Aproximou-se de um dos fones altos de Dahila, ouvindo um breve trecho da música que emanava deles. — Olha só. A gata curte punk-rock.

— Desgruda — A garota o empurrou com uma mão, não lhe dando atenção alguma. Para sua infelicidade, teve de suspirar quando Leon voltou para perto de si.

— Só se faz de difícil mesmo ou é lésbica? — Indagou, franzindo uma sobrancelha.

Dahila finalmente tirou um dos fones, para fitá-lo. O cretino era demasiado parecido com Dante.

— Quem sabe... — Deu um sorrisinho sarcástico de volta — Vaza logo daqui. Nem pense que vou transar contigo no primeiro dia de aula.

— E quem foi que falou de sexo?

— Você faz o tipo — E voltou a colocar seu fone no lugar.

— Melhor ir deixando a “gata” em paz, badboy — Dante chegara naquela hora. — Ou vai haver consequências.

Leon fechou a cara com a ameaça, levantando-se e desta vez indo até Lancaster.

— E quem você pensa que é? — Indagou em tom agressivo. A diferença de tamanho entre ambos era pouca. Alguns alunos ao redor começaram a serem espectadores da cena, ansiosos por treta.

— Eu sou o único cara que tem os olhos da Dahila.

A garota, sentada no seu canto e olhando pra tela de seu celular murmurou um “convenciiiido...”.

— Há, há — Riu com sarcasmo Gassen — Tá me proibindo de pegar?

— Só estou falando que se você mexer com ela, terá uma certa pessoa que irá te fazer se arrepender.

Naquele ponto, uma grande maioria já havia cercado os dois, curiosos para saber o que se passava. Já era possível escutar alguns pedindo por briga.

Leon olhou ao redor. Ele tinha uma reputação, e queria mantê-la. Não gostava quando os outros não reconheciam seus lugares a baixo dele, e também devia admitir que quisesse animar um pouco mais as coisas.

Lançou um último sorriso cínico para Dante, antes de partir com o punho fechado para cima deste.


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Notas finais do capítulo

Em todas as fichas acabei percebendo uma coisa em comum entre os personagens: Todos ou não gostam ou tem medo de palhaços. Genty, qual é o preconceito contra o Patati e o Patata? Heuheueh.