A chuva começou de repente, e a cabeçuda, eu, tinha me esquecido de levar um guarda-chuva apesar da minha mãe me avisar que viria chuva naquele final de tarde. Senti a chuva me molhar parcialmente antes de correr para algum lugar coberto e adivinha onde fui parar? O pior lugar para uma viciada em comprar livros, havia me enfiado em uma livraria da estação de trem, que naquele momento se encontrava um tanto cheia, talvez outras pessoas tenham tido a mesma ideia que eu, entrar naquele lugar para fugir da chuva.

Passeei interessada pelos corredores, a prateleira de romance me interessou, estiquei a minha mão para pegar o livro que havia me interessado quando, por acidente, encostei na mão de outra pessoa. O choque que aconteceu fez com que eu me sobressaltasse, me afastando rapidamente de onde estava e murmurando um desculpe envergonhado, junto de uma reverência, sem nem sequer olhar para o indivíduo. Porém, a bela voz dele, fez com que erguesse meu olhar para olhá-lo.

O rapaz estava quase que completamente coberto, usava uns óculos exageradamente grandes, como se quisesse disfarçar quem ele era. Usava também um boné preto, que cobria parcialmente seu cabelo que parecia ser loiro platinado, era mais alto que eu, talvez uns quinze centímetros e se vestia de maneira discreta, porém algo me dizia que ele estava se escondendo de alguma coisa ou pessoa. Fiz novamente uma reverência para ele e me afastei, indo até a prateleira que tinha os mangás.

Passei a mão pelo meu cabelo preto incomodada por ele estar um pouco molhado, algo me dizia que iria passar frio, mas logo estaria em casa, sequinha, limpinha, com algum livro ou filme e um cobertor bem quentinho, talvez ainda com uma xícara de chocolate quente, coisa que minha mãe sempre inventava de fazer quando estava frio e chovia. Observei alguns mangás a minha frente, olhando interessada para os de romance, antes de me sentir observada. Voltei meus olhos de maneira disfarçada para a prateleira que eu estivera a pouco, onde havia acontecido aquele acidente com o rapaz e o dito cujo era quem me observava. Corei instantaneamente ao perceber que era analisada, desviando meu olhar dele, ele podia ao menos tentar ser discreto, não? Ri sozinha com o meu pensamento e voltei meu olhar para o indivíduo por mais um momento.

Ele sorriu para mim, um sorriso muito bonito, no que eu automaticamente sorri de volta, ainda meio envergonhada, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. E meus olhos desviaram para a janela atrás dele... A chuva havia parado.

Guardei o mangá que tinha em mãos na prateleira antes de me voltar para a saída. Dei um último olhar para o rapaz, o sorriso dele havia sumido, mas ele continuava a me olhar, então eu ergui a mão num aceno breve, como se estivesse me despedindo e fui para a saída do lugar, me perguntando se eu iria vê-lo novamente algum dia.

Fui para o metrô de forma apressada, desesperada para estar logo em casa e tirar aquela roupa molhada. Amanhã seria um longo dia e eu não estava preparada ainda para aquela entrevista de emprego. Minha mãe me deu a xícara de chocolate quente após eu ter me lavado e estar quentinha em minha cama com um livro em mãos, ela dizia que sabia da minha capacidade, estava confiante de que conseguiria o emprego, mas me encontrava meio amedrontada por entrar naquele lugar aonde apenas estrelas iam.

Tinha sido chamada para fazer uma entrevista de emprego em uma das agências de entretenimento mais famosas da Coreia do Sul, SM Entertainment. Eles tinham uma vaga de web-designer, área na qual eu havia me formado com notas excelentes, diga-se de passagem. Mas trabalhar para uma empresa tão grande como aquela significava que eu veria aqueles artistas que vemos somente na TV quase que diariamente e bom, não sou uma fãgirl alucinada como as outras, mas gostava de Super Junior, SHINee, f(x)... Ia ter que pedir autógrafo de todos e tomara que isso não fosse proibido por lá.

O dia amanheceu lindamente brilhante naquela manhã, nem parecia que tinha chovido. Eu me arrumei mais do que costumava fazer, esperando causar uma boa impressão em quem quer que fosse meu entrevistador, ajeitei meus cabelos num meio rabo e fui para o metrô esperando conseguir o emprego, pois eu realmente estava precisando de um.

Entrei na agência encantada com a modernidade do local, seria uma delícia trabalhar num lugar daqueles, cheguei até a recepcionista que se vestia de forma social, mas meio despojada, e disse o porquê de estar ali.

– Sou Kim Mikaella, fui chamada para fazer uma entrevista para o cargo de web-designer.

– Por aqui, Senhorita Kim – ela me guiou me entregando um crachá de visitante.

Passamos por um corredor antes de ela pedir para que eu esperasse do lado de fora enquanto me anunciava. Foi então que eu vi o mesmo boné ou seria um boné parecido? Bem, o boné me lembrava o do rapaz que eu tinha visto na livraria da estação de trem no dia anterior... Os cinco vieram na minha direção comentando alguma coisa sobre comeback e do quanto estavam gostando da coreografia da música nova, foi então que me dei conta de quem eles eram. SHINee estava ali, na minha frente! Baixei minha cabeça não querendo que nenhum deles me visse corar ou vissem meus olhos brilharem como uma alucinada, seria muito estranho mesmo e então meus olhos foram para o boné que um deles tinha em mãos, era bem parecido mesmo com o do garoto da livraria...

– Senhorita Kim, o Senhor Park irá recebê-la agora – e a secretária tinha que sair justo naquela hora que eles tinham acabado de passar por mim?

Percebi que atenção de alguns deles se voltou para mim, enquanto dois deles seguiam para o final do corredor. Agarrei-me mais a pasta que tinha em mãos e segui para dentro da sala, não sem antes escutar algo que me deixou assombrada:

– Era ela, a garota da livraria! – Era a mesma voz de ontem, só que num tom mais surpreso. – Na livraria da estação de trem, era a mesma garota! – E a porta se fechou, me deixando a sós com o Senhor Park.

O CEO me tratou incrivelmente bem, fiquei surpresa em ver que era ele quem fazia as entrevistas, e eu consegui explanar bem meus projetos, explicando cada coisa que já havia feito, apesar da pouca idade, quase vinte e três anos, já tinha bastante experiência naquele campo de criação e manutenção de sites. E, para a minha surpresa, ele disse que eu poderia começar amanhã após ter assinado meu contrato. Sorri radiante com isso, mas então a conversa se tornou séria, ele logicamente queria manter a privacidade dos artistas que trabalhavam ali e eu teria que, além de assinar meu contrato de emprego, assinar um contrato de discrição, algo que eu julguei primordial para a segurança dos ídolos que ali trabalhavam.

Conversa encerrada, ele me deu boas-vindas à empresa e ligou para a secretária vir me buscar e mostrar a sala que eu ficaria junto dos outros designers. Agradeci-o novamente pela oportunidade, garantindo que ele não iria se arrepender e segui a secretária para conhecer a sala onde eu passaria grande parte do meu dia a partir de amanhã. Quer dizer, isso se o Senhor Lee não tivesse pedido a minha ajuda num projeto ao ver meu histórico impecável. Ajudei-o, independente de como aquele dia ficaria, estava feliz demais em ter conseguido o emprego e alegre por ter sido tão bem recebida pela equipe. Eles elogiaram as minhas ideias, dizendo que eu iria somar muito para eles, tudo estava indo muito bem naquele meu primeiro dia não oficial, porém, novamente, senti aquele incômodo, como se estivesse sendo observada e quando virei para ver quem era, corei instantaneamente.

Ele estava sem os óculos, mas pelo boné eu o reconheci como sendo o rapaz de ontem, porém ele não era só o cara de ontem, como também era Lee Taemin, o maknae do SHINee e olhava para mim como se esperasse que eu fosse até ele, coisa que não fiz. Voltei a me centrar no projeto do site enquanto o meu mais novo chefe instruía os outros como deviam fazer e lhe dava algumas ideias. Quando ele se deu por satisfeito, o Senhor Jung, pareceu se tocar que eu ainda não era funcionária oficial, ele riu nervosamente me dizendo que se contasse para alguém sobre o que tinha acontecido ali eu perderia meu emprego.

– Senhor Jung, ninguém saberá que o senhor já quis que eu o ajudasse sem ter assinado o contrato, vamos fingir que nada disso aconteceu e que... – Olhei o relógio. – Eu não fiquei três horas aqui com o senhor – e pisquei desajeitadamente para ele, fazendo com que ele risse, dessa vez verdadeiramente e não de nervoso.

– Estou feliz que encontramos alguém confiável! – Ele exclamou mais tranquilamente. – Está dispensada agora e pode tirar essas três horas num dia que precisar – garantiu-me.

Fiz uma reverência para ele e um até amanhã foi dito. Sorri feliz por finalmente ter conseguido algo estável e sorri mais ainda ao perceber que eles cuidariam bem de mim. E quando me dirigia para a saída dos fundos da SM, me esqueci momentaneamente de que havia sido observada por uma estrela do kpop, a qual tinha me encontrado no dia anterior em uma livraria na estação de trem, só lembrei dele quando o vi novamente. Ele estava escorado na parede próxima da saída dos funcionários e mexia no celular distraidamente sem se preocupar com o ambiente a sua volta. Como ele parecia tão concentrado no aparelho, pensei que poderia passar despercebida... Engano meu, consegui passar por ele sem ser notada, porém, quando já estava quase saindo pela porta, ele me chamou.

– Senhorita Kim? – Chamou-me como a secretária Minjae havia me chamado de início.

Eu me virei automaticamente, respondendo ao chamado e nossos olhos se encontraram quase imediatamente.

– Você era a garota da livraria – ele afirmou se aproximando de mim. – Não era? – Perguntou-me como se quisesse confirmar a observação dele. E como eu não respondi nada, apenas fiquei o encarando surpresa, ele continuou: – Ontem a tarde choveu, eu estava vindo pra cá e começou a chover, estava usando esse boné, óculos e estava bem agasalhado, nós nos encontramos na livraria, tivemos interesse pelo mesmo livro e fomos pegá-lo ao mesmo tempo... – Ele contou o que tinha acontecido na tarde anterior, deixando a sua fala no ar.

– Foi – eu consegui finalmente dizer alguma, arrancando um sorriso dele.

– E nos encontramos de novo na agência! – Exclamou, dessa vez com um tom de surpresa.

– Sim – concordei com ele dando um balançar de cabeça desajeitado.

– E algo me diz que vamos nos encontrar mais vezes pelos corredores... – Deixou novamente a frase no ar, esperando que eu fosse completá-la.

– Creio que sim – falei voltando meu olhar para a pasta que tinha em mãos. – Mas eu começo apenas amanhã – acrescentei num tom tímido.

– Parecia que você tinha começado hoje pela forma que o Senhor Jung estava em cima de você – ele comentou rindo ao se lembrar de ter me visto pelo vidro do departamento que eu ficaria.

– Ele queria a minha ajuda num projeto, apenas isso – expliquei voltando o meu olhar para o loiro a minha frente, que sorriu de novo para mim, me fazendo corar.

– Então isso quer dizer que você está com a tarde livre? – Ele me perguntou pausadamente.

– Sim, de certa forma – respondi. – Preciso apenas tirar algumas cópias de alguns documentos e... – Eu respondi de maneira nervosa, no que ele me interrompeu com uma pergunta apressada.

– Não quer tomar um café comigo antes de ir? – Perguntou, fazendo com que eu erguesse meu olhar abismado para ele, tendo o loiro desviado o olhar para qualquer coisa que não fosse a minha pessoa.

Peraí... Peraí mesmo! Lee Taemin, maknae do SHINee, estava me convidando para tomar um café com ele? Para tudo, que eu quero descer!

– Eu... – Comecei gaguejante, não conseguindo dar uma resposta coerente para o rapaz a minha frente. – Eu... – Tentei de novo, porém nada saiu novamente.

– Tudo bem se você estiver ocupada, podemos combinar outro dia, já que vamos nos ver pelos corredores de vez em quando... – Ele me cortou de um jeito nervoso e apresado, dando uma bagunçada no cabelo.

Eu sorri para ele, envergonhada ainda por não ter conseguido dizer nada e o meu sorriso pareceu relaxar um pouco o loiro, pois ele me olhou abobalhado por um momento antes de balançar a cabeça e sorrir de volta.

– Um café rápido, então? – Sugeri sentindo minhas bochechas queimarem por ter sugerido aquilo no calor do momento.

– Claro! – Taemin exclamou animado, me dando um sorriso largo e indicando para que lado ficava o refeitório da agência.

Seguimos em silêncio para o fundo do corredor, adentramos num cômodo cheio de mesinhas pequenas, porém todas coloridas, havia um bebedouro mais ao fundo, uma geladeira, alguns armários e uma máquina de café, daquelas que o café saía quentinho e docinho, máquina da qual tinha uma no meu antigo emprego. E do lado dela tinha mais duas máquinas, uma de refrigerante e uma de cereais, doces e baboseiras, porém ambas tinha que colocar alguns wons para sair o que queríamos.

Taemin permitiu que eu pegasse meu café antes dele e eu, discreta como sempre fui, me dirigi a uma das mesinhas mais afastada da vista, permitindo assim ter a privacidade que gostava.

– Não imaginava que você trabalhava na área de web-designer... – Ele falou, querendo iniciar uma conversa. – Você parece ter mais jeito de professora... – Acrescentou me olhando e virando a cabeça de lado conforme falava.

– Comecei a fazer a licenciatura, mas tranquei quando fiquei doente – contei. – Depois surgiu a oportunidade de fazer Publicidade e Propaganda, então me especializei na área de web-designer e cá estamos nós – acrescentei antes de tomar mais um gole do café.

– Mas... – Ele começou, porém parou em um momento, mexendo os dedos como se estivesse fazendo uma conta. – Você terminou a faculdade já? – Quis saber olhando diretamente para mim.

– Sim e já terminei a pós no final do ano, me especializando na criação de sites e afins – contei fazendo com que ele arregalasse os olhos.

– Quantos anos você tem?

A pergunta me fez bufar irritada, ninguém acreditava quando eu dizia a minha idade por parecer mais nova do que aparentava ser, mas já era mais velha, inclusive mais velha que ele. Tinha começado a primeira faculdade com dezessete para dezoito anos, a tranquei antes de terminar o primeiro ano e depois entrei, com dezoito para dezenove, em publicidade. Conclui a faculdade com vinte e um, terminando a pós com vinte e dois e agora, entrando no meu primeiro emprego fixo na área que gostava faltando um mês para completar vinte e três. Deveria ser o quê? Uns dois anos mais velha que ele?

– Sabe que é uma pergunta deselegante, não? – Questionei-o fazendo uma careta.

– É que você parece ser mais nova que eu, mas já até concluiu uma pós e isso só acontece quando se tem mais de vinte... – Ele respondeu inclinando a cabeça para o lado de novo. – Você por acaso seria uma noona?

– Aish – resmunguei cobrindo meus olhos com a mão antes de pronunciar a minha idade: – Completo vinte e três no mês que vem – contei ainda sem tirar a mão de meus olhos.

E então ouvi um cantarolar que me fez corar excessivamente:

– Noona neomu yeppeoseo – e isso me fez sorrir sem graça, sorrir por ele me achar “linda”.

Depois ele mudou de assunto, me perguntando o que eu havia achado do Senhor Jung e da empresa, me convidou até para ir assistir a um ensaio dele, o qual eu veria quando tivesse tempo e então surgiu o líder da boyband, Onew, procurando pelo maknae.

– Não adianta se esconder, Taemin – ele falou parando próximo da mesa que estávamos. – Sua hora de ensaiar – acrescentou para só então reparar em mim.

– Essa é a noona – o loiro falou me apresentando para outro. – Ah, acho que pra você ela... – E se emburrou, olhando feio para o líder.

– Er, olá – eu o cumprimentei com uma reverência meio sem graça.

– Lee Jinki, Onew – ele se apresentou para mim, como se eu não soubesse quem ele era e fez uma reverência para mim também. – E você, por que dessa cara? – Perguntou para Taemin que estava uma belezinha, com as bochechas infladas mostrando irritação.

– Ela pode te chamar de oppa – revidou sem olhar para o outro.

Onew riu do comentário dele e revirou os olhos.

– Mas só você pode cantar Replay para ela – e piscou para ele. – Despeça-se da sua noona e vá para a sala de prática – o Jinki falou se afastando, me deu um adeuszinho com a mão e falou cinco minutos para o maknae.

Ficamos em silêncio por alguns segundos antes de falarmos ao mesmo tempo:

– Eu tenho que ir.

Rimos um do outro e Taemin ergueu a mão, como se quisesse dizer que falaria primeiro.

– Tenho que voltar a ensaiar – ele falou. – Eu aproveitei para descansar um pouco enquanto conversava com você, mas agora é hora de voltar ao trabalho – explicou pegando meu copo vazio de café e juntando com o dele.

– Eu também preciso ir – falei. – Tenho que terminar de ajeitar meus documentos e preciso organizar algumas coisas – já me levantei pegando minha pasta junto com a minha bolsa. – Foi divertido tomar café com você – comentei dando um sorriso para ele e recebendo outro de volta. – Até mais ver, então – me despedi, já lhe dando as costas para sair do lugar.

Dei alguns passos antes de ser chamada novamente.

– Senhorita Kim? – Eu quase sorri do jeito que ele me chamou, porém cadê o noona? – Ainda não sei o seu nome... Só sei que é Kim e fica estranho te chamar de Kim noona – ele acrescentou fazendo com que eu me virasse para olhá-lo.

– Mikaella – falei dando um sorriso para ele. – Okay?

– Okay – Taemin me respondeu, me fazendo corar ao lembrar de onde vinha aquilo. – Mika noona? – Ele me chamou como se estivesse testando, porém seu olhar estava para baixo, como se estivesse se mostrando tímido.

– O que foi? – Eu perguntei me aproximando um pouco dele.

E o que veio a seguir me pegou completamente despreparada, fazendo com que eu quase deixasse minha pasta ir ao chão:

– Can I get your number? – Ele cantarolou a pergunta como fez com Replay.

E eu fiquei olhando para ele sem reação nenhuma, um filme se passou na minha mente, havia visto uma única vez o clipe, porém as coincidências me fizeram rir. Larguei a bolsa e a pasta em cima da mesa e levei minhas mãos a boca, rindo de como a vida nos pregava algumas peças. Taemin me olhou interrogativo e esperou que eu controlasse o riso não entendendo o porquê daquilo.

– Agora você começa a dançar e estamos no MV – eu falei fazendo com que ele me acompanhasse no riso.

– Podemos misturar Replay e, então você pode me sequestrar como em View – ele sugeriu piscando para mim e me fazendo rir mais ainda.

Rimos juntos mais um pouco antes de ele levar a mão à boca e olhar estalado para a porta por onde eu devia já ter saído.

– Bem que Jinki falou que você estava completamente distraído – e mais um dos integrantes do SHINee havia aparecido atrás do maknae.

– Omma! – Taemin exclamou se aproximando do outro de maneira exasperada. – Eu já estava indo para a sala de prática – ele falou.

Voltei meus olhos para o outro, que era quase da mesma altura que o loiro, porém tinha os cabelos num tom de verde bem diferente e se vestia de maneira descolada, aquele só poderia ser o Key, Kim Kibum.

– Os cinco minutos que Jinki lhe deu já passaram, maknae – ele falou voltando o olhar para o mais novo. – Por isso eu vim te buscar.

– Mas eu ainda não me despedi da noona! – Ele exclamou irritado se voltando para mim. – Não é?

– Estávamos nos despedindo quando você chegou – eu me pronunciei, como se fosse adiantar alguma coisa e aliviar a culpa do outro.

– Deixe-me só pedir uma coisa pra ela e já vou – o maknae falou de maneira apressada, querendo que o outro fosse embora.

– Dois minutos, porque sou bonzinho, sim? – O Kibum falou antes de afastar. – E estou te esperando aqui fora – acrescentou.

– Tá, tá!

Taemin observou o outro se afastar, nos deixando sozinhos novamente antes de me olhar com expectativa.

– Você realmente quer meu número? – A pergunta veio de maneira descrente, não acreditava que ele iria querer manter contato comigo.

Recebi apenas um acenar de cabeça, já o vendo com o celular em mãos. Eu o olhei ainda meio indecisa, enquanto ele me olhava em expectativa, suspirei derrotada, não crendo muito no que estava acontecendo e ditei o meu número, que ele anotou rapidamente. Sorriu mais uma vez para mim, antes de dizer um até breve e se afastar, indo de encontro a Key que o esperava já na porta do refeitório.

Fiquei um tempo ainda olhando para a saída, antes de pegar as minhas coisas e sair da SM, indo para o metrô. Passei em uma papelaria no caminho de casa para tirar algumas cópias e, quando finalmente cheguei a casa, consegui relaxar um pouco, indo direto para o meu quarto já que minha mãe não se encontrava na residência. E assim que larguei a minha bolsa na escrivaninha o meu celular tocou anunciando uma nova mensagem. Senti-me arrepiar, pois aquele era só o começo.