Casamento à Texana escrita por QueenSWaldorfBass


Capítulo 1
Piloto




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Brooke, Haley e Peyton passaram pelas portas do aeroporto e olharam para o horizonte.

- Lar doce lar. – Ironizou Brooke.

- Me lembra por que estou fazendo isso. – Reclamou Haley tirando seus óculos escuros.

- Porque... – respondeu Brooke. – você desafiou duas das três famílias mais poderosas do sul do país quando aceitou se casar com o Nathan e agora tem que fazer tudo o que eles quiserem ou vai começar a terceira guerra mundial. – Brooke sorriu e continuou: - Tem que fazer deste, o casamento do século.

- As famílias de vocês não podem se odiar tanto assim. – Peyton olhou por cima de seus óculos de sol.

- Bem vinda ao Texas, Peyton. – Disseram Brooke e Haley em uníssono.

-O-

- Lucas, você já pode ir. – Dispensou Dan.

- Tem certeza que não vai precisar de mais nada, pai? – Perguntou Lucas.

- Não. – Garantiu Dan. – Isso é tudo por hoje.

- Tudo bem. – Lucas sorriu e saiu da sala.

Ele sabia que Haley chegava hoje e que seu irmão ia querer vê-la, mas que seria impossível com Deb na fazenda. Então ele arrumou suas coisas rápido para poder chegar em casa cedo e ajudar o irmão a fugir.

-O-

- Eu não sei do que você está reclamando. – Discutiu Brooke, enquanto as três andavam até o carro que as esperava. – Sou eu que vou ter que ver a cara do Lucas.

- Brooke, já faz oito anos. – Lembrou Haley. – Já era pra você ter superado.

- Mas não superei. – Resmungou Brooke. – Eu ainda odeio ele.

- Depois de oito anos, se você não superou, não é porque você o odeia e sim porque você ainda o ama. – Provocou Haley.

Brooke abriu a boca incrédula e olhou para Haley chocada e Haley e Peyton riram.

-O-

- Mãe, por favor, a Haley chega hoje. – Insistiu Nathan. – Dá pra me deixar em paz um minuto? Eu quero ir buscá-la no aeroporto.

- De jeito nenhum. – Deb balançou a mão livre, enquanto a outra segurava firme o copo de whisky. – Você já vai se casar com aquela lambisgóia e me abandonar, não vai passar um minuto a mais do que o necessário longe de mim e perto dela.

- Deb, por favor, o garoto está com saudades da noiva, você já passou a semana toda com ele. – Interveio Karen.

- Eu já disse que não. – Deb bateu o pé. – Ele já vai me trocar por aquela broaca, então AGORA ele vai ficar comigo.

Nathan olhou para Karen que deu de ombros pesarosa. Ele bufou e virou os olhos.

-O-

- Então, me contem. – Pediu Peyton, enquanto as três estavam no carro. – Eu sei que a família de vocês E a família do Nathan se odeiam, e que vocês desafiaram gerações de Davis, James e Scotts quando se tornaram amigos, mas não pode ser tão ruim assim, pode? Quer dizer, vocês duas são melhores amigas e moram juntas e o Nathan e a Haley vão se casar.

- Haley e eu moramos juntas, porque fugimos do Texas. – Explicou Brooke enquanto olhava pela janela. – Nossa amizade é motivo de discórdia entre nossas famílias até hoje. E o Nathan e a Haley são o Romeu e a Julieta da nossa época e isso quer dizer que só pode acabar em tragédia.

- AI! – Gritou Haley. – Não seja tão pessimista. Nada vai acabar em tragédia. Não julgue todo mundo por você e o Lucas.

- O que aconteceu entre você e o irmão do Nathan afinal? – Questionou Peyton.

- Nada. – Brooke deu de ombros. – Só não deu certo.

- Ninguém odeia um ex-namorado por oito anos apenas por não ter dado certo. – Afirmou Peyton.

- As famílias deles, foi isso o que aconteceu. – Respondeu Haley.

- Minha família não tem nada a ver com isso. – Irrompeu Brooke. – As coisas entre o Lucas e eu não deram certo porque ele era um cretino mentiroso e traidor e não porque nossas famílias desaprovavam. Eu quero que se dane a aprovação dos meus pais.

- Hum. – Balbuciou Peyton. – Mais uma pergunta, se você E o Nathan têm uma fazenda enorme cada um, por que o casamento vai ser na fazenda da Brooke?

- Porque sou a mais rica e minha fazenda é maior. – Brincou Brooke.

- Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao. – Riu Haley. – Não é por isso.

- Mas a Brooke é mesmo mais rica e tem uma fazenda maior? – Indagou Peyton.

- É. – Assentiu Haley. – A Brooke é a mais rica, porque o pai dela é filho único e ELA é filha única, então não tem que dividir nem a fazenda e nem a empresa com ninguém, mas as três empresas e as três fazendas são igualmente lucrativas.

- Entendi. – Concordou Peyton.

- Mas o meu casamento ser na Ravens ao invés da Tric ou da Tree Hill não tem nada a ver com isso. – Informou Haley. – Meu casamento vai ser na Ravens, porque o Nathan E eu temos fazendas enormes.

- Não entendi. – Confundiu-se Peyton.

- Ela quer dizer que isso foi motivo de mais discussão entre as famílias que brigaram para serem as anfitriãs. – Completou Brooke. – Até que alguém sugeriu que se alugasse a Ravens para não haver brigas. Meus pais tão ganhando uma nota com esse casamento. Alugar pro inimigo? Eles estão cobrando cem por cento a mais do que cobram de um visitante comum.

- Nossa. – Chocou-se Peyton.

-OXOXOXOXOX-

Lucas chegou em casa e encontrou Nathan na sala com uma cara irritada de puro tédio junto com Deb, completamente bêbada, Karen, bordando, e Lindsey, lendo um dos livros que tinha de aprovar.

Nathan se levantou assim que o viu e foi até ele.

- Me ajuda. – Ele implorou.

- Relaxa. – Acalmou Lucas. – Daqui a pouco ela vai estar caindo de bêbada e nem vai ver você sair.

- Ah pra você é fácil falar. – Reclamou Nathan. – Não é você que tem uma mãe alcoólatra E contra o seu casamento.

- É claro, não sou eu que vou casar com uma James. – Caçoou Lucas.

- Hahaha. – Nathan fingiu uma risada e colocou a mão no ombro de Lucas. – Como você é engraçado, Lucas. Falando assim nem parece que quase se casou com uma Davis.

Lucas fechou a cara e entrou na sala. Nathan riu e o seguiu.

Lucas beijou sua mãe e Lindsey e sentou-se ao lado de Deb.

- Lucas, meu bem. – Deb se jogou em cima dele. – Por que seu irmão não pode ser como você e escolher uma boa moça australiana ao invés de uma inimiga da família?

- Eu sou britânica. – Protestou Lindsey.

- A Haley é uma boa moça, tia Deb. – Intercedeu Lucas.

- Ela é uma James. – Cuspiu Deb.

Nathan virou os olhos.

-O-

Brooke, Haley e Peyton chegaram a fazenda Ravens e o motorista começou a retirar as malas do porta-malas enquanto as três olhavam para a casa.

Brooke tirou seus óculos escuros, suspirou, voltou-se para Haley, colocou as mãos em seus ombros e disse:

- Agora lembre-se, nada mudou aqui. Você ainda é uma James e eu AINDA sou uma Davis. Não importa se você é minha MELHOR amiga, se é minha irmã e não importa que a gente divida um apartamento, ainda vai ser como nos tempos de escola quando você vinha dormir aqui. Então ainda vai ser você pisando em território inimigo.

Haley assentiu.

- Mas lembre-se que você está pagando, Haley. – Continuou Brooke. – Você é como qualquer outro hóspede que eles já receberam e ainda tá pagando muito mais, então não deixe os meus pais pisarem em você.

- Tudo bem. – Concordou Haley.

- Ótimo. – Suspirou Brooke.

Então ela soltou Haley e voltou seu olhar para a casa.

- Acho que vou dar uma passada no estábulo. – Ela decidiu.

- Pera aí. – Pediu Haley. – Nem vai falar com seus pais primeiro?

- Não. – Negou Brooke que saiu andando. – Senti mais falta dos meus cavalos.

- Vai me deixar sozinha com os seus pais? – Assombrou-se Haley.

- Não. – Brooke parou de andar e voltou-se para ela. – Vou levar só um minuto, você pode esperar no carro se quiser.

- Tá. – Assentiu Haley. – Vou esperar bem aqui.

Haley sentou apreensiva no banco do carro. Brooke e Peyton riram e Brooke continuou seu caminho.

- Os pais da Brooke são tão ruins assim? – Peyton perguntou recostando-se no carro e recolocando seus óculos.

- Só não são piores do que os pais do Nathan. – Informou Haley. – Mas pensando bem a mãe dela é bem assustadora. Talvez os Scotts só sejam piores porque vou me casar com o Nathan, talvez os Davis fossem piores pro Lucas. Eu sei lá, são todos igualmente assustadores.

Peyton riu.

- Ai, eu tenho que ligar pro Nathan. – Lembrou-se Haley.

-O-

Nathan estava afundado no sofá ao lado de Karen, enquanto Lucas, Lindsey e Deb estavam sentados no sofá da frente e Deb bebia e reclamava do casamento de Nathan.

Quando seu celular tocou e ele reconheceu o número de Haley, imediatamente se levantou e se afastou para atender.

- Oi. – Ele atendeu.

- Oi. – Haley riu. – Eu acabei de chegar, já estou aqui na Ravens com a Brooke e a Peyton.

- Falou. Estou indo pra aí. – Ele prometeu.

- Ok. – Ela concordou. – Te vejo daqui a pouco então. Beijos.

- Beijo. – Ele se despediu e a impedindo de desligar ele continuou: - E Haley...

- O que? – Ela perguntou colocando o celular de volta no ouvido.

- Eu te amo. – Ele respondeu.

- Também te amo. – Ela o imitou sorrindo.

Nathan sorriu e desligou o celular. Depois ele olhou para Lucas e fez sinal para que ele o seguisse.

Lucas rapidamente despistou Deb e o seguiu.

- Que foi? – Ele perguntou.

- A Haley já chegou. – Explicou Nathan. – Ela está lá na Ravens, eu vou até lá vê-la. Distrai a minha mãe, por favor.

- Tá, claro. – Assentiu Lucas. – Errrrr... A Brooke está com ela?

- Está sim. – Nathan prendeu o riso. – Elas chegaram juntas. Por quê?

- Não, nada. – Lucas desconversou.

- Tá. – Nathan riu de leve. – Tô indo.

- Aham. – Lucas balbuciou.

-O-

Brooke chegou aos estábulos e sorriu.

- Brooke Davis. – Cumprimentou Chase, o tratador dos cavalos.

- Chase. – Brooke sorriu. – Como vai?

Ela abraçou o rapaz que sorriu.

- Bem. – Ele abriu ainda mais o sorriso ao se separar dela e a olhá-la.

- E como vão os meus cavalos? – Ela questionou voltando-se para os cavalos e procurando um em especial.

- Eles estão ótimos. – Garantiu Chase. – Tempestade então está cada vez melhor, mas sente sua falta.

- E onde ele está? – Ela indagou esperançosa.

Chase riu e apontou para fora do estábulo, onde alguns cavalos corriam no campo. Brooke sorriu e correu até lá.

Ela subiu na cerca de madeira e sorriu. Um belo garanhão marrom com a crina e rabo pretos ondulados correu na direção dela e parou de frente a ela.

Brooke riu e acariciou o animal.

- Oi, Tempestade. – Ela beijou o focinho do animal e abraçou seu pescoço. – Como você está? Sentiu saudades da mamãe? Estão cuidando direitinho de você?

- BROOKE!!! – Haley gritou. – Vamos, eu quero tomar um banho.

Brooke acariciou mais uma vez o focinho do animal e desceu da cerca.

-X-

Brooke entrou em seu antigo quarto e ele estava do mesmo jeito que ela tinha deixado.

Ela olhou para o papel de parede com estampa de flores, a cama de dossel, a penteadeira com espelho triplo e as cortinas pesadas.

Ela jogou a bolsa na cama e foi para o armário. Ela abriu a porta e suspirou ao olhar as antigas fotos coladas nela.

It's hard to deal with the pain of losing you everywhere I go

(É difícil lidar com a dor de perder você em todo lugar que eu vou)

But I'm doing it

(Mas eu estou fazendo isso)

It's hard to force that smile when I see our old friends and I'm alone

(É difícil forçar o sorriso quando eu vejo nossos velhos amigos e estou sozinho)

Still harder getting up, getting dressed, living with this regret

(Ainda mais difícil, me levantar, trocar de roupa, viver com esse arrependimento)

But I know if I could do it over

(Mas eu sei que se pudesse fazer isso novamente)

I would trade, give away all the words that I saved in my heart, that I left unspoken

(Eu trocaria, daria todas as palavras que eu salvei em meu coração, que eu deixei não ditas)

Ela pegou uma foto sua aos dezesseis anos quando ainda namorava Lucas. Os dois estavam debaixo de uma árvore e Lucas segurava as cordas de um balanço onde ela estava sentada.

Peyton e Haley abriram a porta do quarto rindo e entraram. Brooke rapidamente jogou a foto no armário e fechou a porta.

(A música termina)

- Cara, que alivio os seus pais não estarem em casa. – Haley respirou e se jogou na cama.

- Então foi aqui que você passou a infância e adolescência, Brooks? – Perguntou Peyton sentando-se no banco de frente a penteadeira.

- Não. – Respondeu Haley. – Ela passou a maior parte da adolescência no quarto do Lucas.

Haley riu e Brooke abriu a porta do armário, pegou um travesseiro e jogou na cara da amiga.

- Escuta aqui. – Brigou Brooke. – O meu momento de insanidade em que eu vivi um simples caso passageiro e que não significou nada com um SCOTT é uma parte do meu passado que eu gostaria de esquecer. Então eu agradeceria MUITO se você não me lembrasse disso toda vez que falamos do nosso passado ou do seu futuro com o Nathan.

- Rapidinho. – Interrompeu Haley. – Como um “MOMENTO de insanidade” em que você viveu “um SIMPLES caso PASSAGEIRO, PASSAGEIRO e que não significou NADA com um Scott” pode durar quatro, QUATRO ANOS?

- Acho inevitável que seu caso com o irmão do Nathan seja mencionado se foi algo tão marcante para as famílias e estamos no casamento do irmão dele com a sua melhor amiga. – Comentou Peyton.

Brooke fechou a cara para as duas e não respondeu.

- Mas e ai quando vou conhecer o famoso irmão gato do Nathan que destruiu o coração da Brooke? – Zombou Peyton.

- Ele não destruiu meu coração. – Garantiu Brooke. – Ele não significou nada pra mim.

- É, mas você ficou com ele quatro anos e sofreu pra caramba quando vocês terminaram. – Lembrou Haley.

- E o odeia até hoje. – Acrescentou Peyton.

- Calem a boca. – Disse Brooke simplesmente.

As duas riram e houve uma batida na porta.

- Senhorita Davis, seus pais chegaram. – Informou Julia, a empregada.

- Obrigada, Julia. – Brooke agradeceu. – Vamos.

-O-

I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me

(Eu consigo aguentar a chuva no teto desta casa vazia, isso não me incomoda)

I can take a few tears now and then and just let them out

(Eu posso tirar algumas lágrimas agora e depois apenas deixar elas rolarem)

I'm not afraid to cry

(Eu não tenho medo de chorar)

Every once in a while even though going on with you gone still upsets me

(De vez em quando em um tempo, mesmo pensando que continuar sem você me chateia)

There are days

(Há alguns dias)

Every now and again I pretend I'm okay but that's not what gets me

(Como agora e novamente, em que eu finjo que estou bem, mas não é isso que me incomoda)

Lucas estava deitado em sua cama em silêncio, ouvindo Lindsey cantar no chuveiro.

Ele não conseguia parar de pensar em Brooke. Era a primeira vez que os dois iam se encontrar desde que ela se mudou. E a ideia de vê-la de novo deixava Lucas nervoso.

- Lucas, por que sua madrasta acha que sou australiana? – Perguntou Lindsey secando seus cabelos.

Lucas saiu de seu transe e olhou para ela.

(A música termina)

- A Deb estava bêbada, querida. – Lucas deu de ombros. – E não sei se ela ainda pode ser considerada minha madrasta, já que ela e meu pai estão se divorciando.

- Sua família é tão estranha. – Comentou Lindsey.

- Você ainda não viu nada. – Garantiu Lucas. – Espere até o casamento.

Lindsey riu.

-O-

- Olá, senhor e senhora Davis. – Haley cumprimentou apreensiva.

- Ai. – Victória resmungou e olhou para o outro lado, como se olhar para Haley doesse. – Ela está realmente aqui.

- Está. – Interveio Brooke. – E está pagando muito bem por isso, não se esqueçam.

- Brooke, querida. – Tedd abriu os braços.

Brooke suspirou, virou os olhos e foi até o pai para que ele a abraçasse.

- Está deve ser sua amiga, Piper. – Tedd sorriu.

- É Peyton. – Corrigiu Brooke se afastando do pai.

- Muito prazer, senhor e senhora Davis. – Peyton estendeu a mão e Tedd e Victória aceitaram.

- Na verdade, é Montgomery agora. Certo, Victória? – Indagou Brooke.

- Mas é claro que não. – Ofendeu-se Victória. – Só porque seu pai e eu nos divorciamos isso não quer dizer que eu troquei meu nome.

- É claro que não. – Concordou Brooke. – Você não abriria mão de ser uma Davis ou de viver em Ravens.

- Logicamente. – Assentiu Victória.

Brooke virou os olhos.

- Agora saiam. – Dispensou Victória.

- Com licença. – Nathan entrou hesitante.

- Ótimo, uma James e um Scott na minha casa. – Victória bufou.

- Senhor Davis, senhora Davis. – Nathan acenou apreensivo.

- E ai, Nate. – Brooke sorriu quebrando a tensão.

Nathan sorriu de volta para ela.

Haley foi até o noivo e o beijou.

- Vamos. – Brooke chamou empurrando os três para fora da casa.

- Vai ser um casamento bem interessante. – Brincou Nathan. – A mulher que mais odeia a Haley no mundo do meu lado no altar, o homem que mais me odeia no mundo ao lado da Haley, a cerimônia montada no jardim do casal que nos detesta, todos os convidados compartilhando do ódio mútuo que sentem um pelo outro, tô esquecendo de alguma coisa? Ah é, meu best man trocando olhares mortais com a dama de honra da Haley.

- É. – Riu Peyton. - Vai ser um casamento interessantíssimo.

Eles pararam perto da piscina e se sentaram nas espreguiçadeiras.

- Da minha parte, você não tem que se preocupar, Nathan. – Prometeu Brooke. – Eu vou agir como a dama que sou e ignorar completamente o seu irmão.

- Ele perguntou de você. – Observou Nathan.

- Perguntou? – Brooke perguntou rapidamente.

Nathan, Haley e Peyton prenderam o riso.

- Quer dizer, o que ele perguntou? – Corrigiu-se Brooke.

- Se você já tinha chegado. – Respondeu Nathan.

- Pra que ele quer saber? – Questionou Brooke.

- Vai ver quer ver você. – Sugeriu Nathan.

- E por que você está tão interessada? – Jogou Haley.

- Não estou. – Defendeu-se Brooke.

Os três novamente prenderam o riso.

- Quando é que vocês vão parar de falar sobre o meu caso com o Lucas? – Reclamou Brooke.

- Nunca. – Nathan e Haley responderam.

Peyton riu.

- Tá legal. – Consolou Nathan. – Talvez quando você se casar.

- Mas então... – Peyton trocou de assunto. – ele é gato como dizem? Porque ele podia ser a minha transa de casamento.

- Sua o que? – Chocou-se Nathan.

- A transa de casamento dela. – Explicou Brooke. – Sabe como em todo casamento as damas de honra ou as convidadas solteiras transam com os padrinhos ou com os convidados comuns depois da festa. A Peyton é uma madrinha e festeira tradicional, não pode ignorar a tradição de fazer sexo com um completo desconhecido durante a festa.

- Ah. – Exclamou Nathan. – Meu irmão não vai poder ser sua transa de casamento, porque ele está noivo, mas eu e a Haley temos vários parentes com quem você pode festejar.

Brooke paralisou com a fala de Nathan e começou a raciocinar.

- Tem o Jake. – Lembrou Haley.

- O Jake não conta. – Disse Peyton. – Eu já o conheço, pouco, mas conheço.

- O Lucas tá noivo? – Interrompeu Brooke saindo de seus pensamentos.

Nathan, Haley e Peyton se calaram e começaram a se entreolhar.

- Eu não te contei? – Envergonhou-se Haley, finalmente saindo de seu estado de silêncio.

- Não. – Repreendeu Brooke.

- Eu devo ter esquecido. – Desculpou-se Haley.

- É bem recente. – Interveio Nathan.

- É. – Concordou Haley. – E eu te disse que ele estava namorando.

- Namorando. – Assentiu Brooke. – Não noivo.

- Desculpe. – Sussurrou Haley.

- Tudo bem. – Suspirou Brooke. – Não é da minha conta de todo o jeito.

Houve um silêncio constrangedor e Brooke se levantou.

- Eu vou cavalgar um pouco. – Ela informou. – Já faz bastante tempo e preciso ver se ainda me lembro.

Ela sorriu e os outros três devolveram um sorriso constrangedor. Então Brooke saiu e os deixou sozinhos.

-X-

Brooke puxava as rédeas de Tempestade e corria pelo campo montada no animal. Seus cabelos voavam ao vento e ela se sentia livre e selvagem.

-O-

Peyton e Haley estavam escoradas na cerca de madeira, assistindo a amiga, enquanto Nathan preparava a carne para um churrasco.

- Tá aí, nunca imaginei ver Brooke Davis em cima de um cavalo. – Surpreendeu-se Peyton. – E ela é boa mesmo.

- É. – Haley riu. – Brooke é uma amante de cavalos, deste em especial.

- Por que “deste em especial”? – Questionou Peyton.

- Este é o Tempestade. – Esclareceu Haley. – O primeiro cavalo da Brooke. Foi presente de aniversário.

- Dos pais dela? – Deduziu Peyton.

Haley riu.

- Do Lucas.

- Sério? – Peyton arfou.

- É. – Haley admitiu rindo. – E se quer saber minha opinião, essa é a verdadeira razão para ela amar tanto esse cavalo.

Peyton assentiu.

- Como eles eram? A Brooke e o Lucas? – Ela questionou curiosa. – Ela não fala muito sobre o assunto.

- Eles eram o casal mais apaixonado que eu já vi. – Lembrou-se Haley. – Eles tinham coragem. Tinham apenas catorze anos quando começaram a namorar, desafiaram duas famílias inteiras, mas eles não se importavam, se amavam o bastante pra enfrentar a todos eles. Eu e o Nathan nunca teríamos tido coragem de ficarmos juntos se o Lucas e a Brooke não tivessem sido nossos modelos. Eles eram perfeitos juntos, se completavam, eu acreditava neles de verdade. Cara, eu achava que eles iam ficar juntos para sempre. Nunca acreditei tanto em um casal como neles. Ainda não acredito que eles não tenham ficado juntos. Eles tinham uma força, sabe, era impressionante. Era mágico de se ver.

- Parece realmente incrível. – Concordou Peyton.

- Eles eram. – Assentiu Haley. – A Brooke era diferente do que você conhece, ela era feliz de verdade, era radiante, ela brilhava de verdade, sabe? E o Lucas também. Você vai conhecê-lo, mas ele é só uma sombra do que ele era quando estava com Brooke Davis.

Haley suspirou e se inclinou para trás, segurando a cerca.

- Nossa, eu não pensava nisso há tanto tempo. – Ela disse reclinando-se novamente sobre a cerca. – Mas eles eram, eles eram... Ai, não tenho palavras para representar o que eles eram. Eles foram meu incentivo sabe. Quando eles terminaram, eu não acreditei. Eu quase perdi a fé no Nathan e eu, eu pensava: “Se o Lucas e a Brooke não conseguiram, nós também não vamos conseguir” e até hoje eu fico surpresa por ter conseguido. Se você os tivesse visto juntos, entenderia. Eles eram cativantes, quando eles estavam juntos, você só podia acreditar que eles iam ser felizes para sempre.

- Nossa, do jeito que a Brooke fala dele, eu nunca teria pensado que eles eram desse jeito. – Confessou Peyton.

- A Brooke sofreu muito, muito mesmo quando eles se separaram. – Explicou Haley. – Ela mudou, se fechou, nunca mais deixou ninguém entrar. Ninguém mais se aproximou dela como o Lucas.

- Por que eles terminaram afinal? – Indagou Peyton. – A Brooke sempre diz que é porque ele era um cretino, um mentiroso, um maldito traidor ou um interesseiro, mas nunca diz a verdadeira razão.

- Na verdade, é bastante complicado. – Haley coçou a cabeça e fez careta. – Nem eu sei bem o que realmente aconteceu, mas se quer saber a minha opinião foi tudo um grande mal entendido.

- Um mal entendido que separou pra sempre um casal tão apaixonado? – Duvidou Peyton.

- Um equivoco infeliz. – Lamentou Haley.

Haley suspirou e Peyton a olhou penosa. Então ambas olharam para Brooke imaginando se ela algum dia encontraria a felicidade que perdeu.

- EI, VOCÊS DUAS. – Chamou Nathan. – VENHAM ME AJUDAR AQUI.

- Não comenta com a Brooke o que eu te disse, ok? – Pediu Haley. – Não importa quanto tempo tenha se passado, essa história ainda a machuca muito.

- Pode deixar. – Prometeu Peyton.

As duas colocaram os braços no ombro uma da outra e foram até Nathan.

-OXOXOXOXOX-

Lucas chegou na fazenda Ravens e estacionou o carro. Ele suspirou, abriu a porta e desceu. Olhou ao redor reconhecendo cada canto, fazia muitos anos que Lucas não colocava os pés naquele lugar. Receoso, ele foi em direção a casa.

Enquanto caminhava, ele ouviu o som dos cavalos trotando. Ao olhar para os campos, ele imediatamente reconheceu Brooke.

Lucas olhou ao redor e ao não avistar mais ninguém, ele lentamente se aproximou da cerca e se inclinou sobre ela. Inconscientemente, ele sorriu e ficou assistindo Brooke cavalgar.

What hurts the most, was being so close

(O que mais dói, foi estar tão perto)

And having so much to say

(E ter tanto pra dizer)

And watching you walk away

(Ver você indo embora)

And never knowing, what could have been

(E nunca saber, o que poderia ter sido)

And not seeing that loving you

(E não ver que amar você)

Is what I was trying to do

(É o que eu estava tentando fazer)

Lucas ficou assistindo Brooke por um tempo sem se dar conta do tempo que passou ali.

Peyton se aproximou dele sem que ele percebesse e comentou:

- Ela é boa, não é?

(A música termina)

Lucas deu um sobressalto ao se dar conta da presença dela, Peyton deu uma risada de leve e ele a acompanhou.

- Sim, ela é incrível mesmo. – Concordou ele, quando terminou de rir. – Eu diria que a melhor.

- Eu conheci a Brooke na cidade e ela até me disse que gostava de cavalos, mas eu nunca imaginei vê-la numa situação assim. – Confessou Peyton. – E ela fica tão selvagem, parece pertencer a este lugar.

- É como se ela fizesse parte de uma pintura, não é? – Sugeriu Lucas.

- É, exatamente. – Exaltou-se Peyton.

- Ela é selvagem e livre, exatamente como o cavalo que ela monta. – Completou Lucas. – Eles se completam.

- Acho que sim. – Peyton assentiu. – Ela fica muito bem em cima do cavalo.

- É linda, não é? – Lucas sorriu.

- Linda, sim. – Disse Peyton.

- Muito linda. – Continuou Lucas sonhadoramente. – Verdadeiramente linda.

- Você a conhece há muito tempo? – Perguntou Peyton curiosa.

- A vida toda, na verdade. – Respondeu Lucas.

- Eu sou Peyton, aliás. – Ela estendeu a mão para ele.

- Ah. – Lucas aceitou a mão dela. – Eu sou...

- LUKE!!! – Haley gritou e correu na direção dele.

Lucas sorriu e foi em direção a ela.

- Maninha. – Ele abriu os braços.

Haley pulou nos braços de Lucas e ele a levantou.

- Como é bom te ver. – Ela afirmou descendo dos braços do cunhado. – Já faz tanto tempo.

- Faz mesmo. – Assentiu Lucas. – Meses. Eu já estava com saudade. Você está ótima.

- Você também não está mal. – Brincou Haley.

- Luke, conseguiu despistar minha mãe? – Zombou Nathan se aproximando.

- Ela me mandou pra buscar você. – Caçoou Lucas.

- Peyton. – Chamou Haley. – Este é o irmão do Nathan, Lucas Scott. Luke, esta é uma das minhas melhores amigas, Peyton Sawyer.

- É, acabamos de nos conhecer. – Informou Lucas.

- Mais ou menos, você não se apresentou. – Lembrou Peyton.

- Claro, desculpa. – Desculpou-se Lucas. – Eu sou o Lucas.

Ele estendeu a mão novamente e ela aceitou rindo.

- Então você é o famoso irmão do Nathan? – Ela comentou.

- Eu não sei. – Riu Lucas. – Eu sou famoso?

- Eu ouvi falar muito de você. – Garantiu Peyton.

Lucas riu.

- Vem, irmãozão. – Nathan bateu a mão no ombro do irmão. – Vem aproveitar o churrasco com a gente.

- Eu não posso. – Negou Lucas. – Eu só vim te dar o recado da sua mãe, pra você voltar e papai mandou eu ressaltar pra todos que o jantar amanhã é na Tree Hill.

- A gente se lembra. – Reclamou Haley.

- É. – Resmungou Lucas. – Só dá uma lembrada nos seus pais.

- Eu ainda nem vi meus pais. – Observou Haley.

- Pode usar isso de desculpa pra vê-los ou pode simplesmente ligar pra eles. – Lucas deu de ombros.

Haley virou os olhos, mas sorriu.

- Eu tenho que ir. – Lucas suspirou. – A Lindsey tá me esperando pra jantar.

- Não quer falar com a Brooke? – Indagou Nathan.

Houve um momento de silêncio, enquanto os três esperavam pela resposta de Lucas.

Depois de pensar por um minuto, Lucas fechou a cara e respondeu:

- Por que eu falaria?

Nathan segurou o riso antes de responder:

- Ok.

- Eu estou indo. – Despediu-se Lucas.

Haley o abraçou e depois ele abraçou Peyton. Lucas e o irmão trocaram um olhar, depois Nathan deu de ombros e abraçou o irmão.

Então Lucas lançou o último olhar na direção de Brooke e depois partiu.

- Então esse é o Lucas? – Peyton sorriu.

- É, esse é o Lucas. – Assentiu Haley.

- Ele tava olhando pra Brooke. – Declarou Peyton eufórica.

- O que? – Chocaram-se Nathan e Haley.

- Quando eu cheguei aqui ele tava secando ela total. – Jurou Peyton. – Ficou me dizendo o quanto ela era linda e tudo mais.

Nathan e Haley se entreolharam, sorriram e deram de ombros.

- Esses são nossos modelos. – Brincou Nathan.

- Esses são nossos modelos. – Repetiu Haley rindo.

Os três olharam para Brooke, então Nathan e Haley se abraçaram e saíram abraçados e Peyton os seguiu.

-OXOXOXOXOX-

Brooke estava em seu quarto desfazendo as malas.

Haley e Peyton entraram no quarto discutindo.

- Não, você não pode dormir com qualquer um dos padrinhos. – Alertou Haley. – Você só pode dormir com o Jake ou o Mouth.

- Então vou escolher o tal do Mouth. – Peyton deu de ombros. – Esse pelo menos eu não conheço, é muito mais legal quando você não conhece o cara.

- Acho que você vai preferir o Jake. – Brooke riu.

- Por que? – Frustrou-se Peyton. – Qual o problema com o tal Mouth?

- Nenhum. – Brooke respondeu. – Ele é um amor, mas não é do tipo modelo de sexo de casamento.

Peyton bufou e jogou-se na cama.

Haley riu e disse:

- Relaxa, não existem só os padrinhos no casamento, você pode dormir com os convidados. O Nathan e eu temos montes de primos.

Brooke riu e Peyton deu de ombros vencida.

- Brooke, você está com meu vestido de noiva? – Haley perguntou afobada.

- Haley, eu estou com os quatro vestidos que você escolheu como opção pra se casar. – Lembrou Brooke. – E com as três opções dos vestidos de madrinhas.

- Haley, está na hora de escolher um vestido. – Peyton ficou sobre os cotovelos.

- Eu sei. – Haley choramingou. – Mas é que os quatro são tão lindos e eu estou apaixonada por todos eles e o mesmo vale para os vestidos de madrinha. Além do mais como eu posso escolher um vestido sem saber como será a decoração? E se eu escolher um que não combine com o tapete, ou com as cortinas ou com os guardanapos? E se os vestidos das madrinhas não combinarem com o bolo ou a toalha de mesa?

- Ela é tão indecisa. – Peyton olhou para Brooke.

- Nem sei como o casamento chegou até aqui. – Concordou Brooke.

- Isso não tem a menor graça. – Repreendeu Haley. – Eu realmente não sei qual deles escolher.

- Relaxa. – Confortou Brooke. – De todo jeito os quatro já estão ajustados às suas medidas, e os das madrinhas às nossas e às da Millie e Rachel, então você pode escolher na última hora e tudo vai dar certo.

Haley respirou aliviada.

- Eu não sei como você ainda pode ter dúvidas. – Admitiu Brooke. – Pra mim está tão claro qual deles é o mais bonito.

- Ai não, eu não concordo com você. – Discordou Peyton. – Eu sei de qual você está falando e eu acho aquele outro bem mais bonito.

- Estão vendo? – Guinchou Haley. – É impossível escolher.

Brooke e Peyton riram.

- Brooke, estou impressionada com você em cima de um cavalo. – Confessou Peyton.

- Ah. – Brooke corou de leve. – Obrigada. Eu senti muita falta do Tempestade. Ele foi meu primeiro cavalo, ganhei de presente de aniversário.

Peyton e Haley trocaram um olhar.

- É, tô sabendo. – Comentou Peyton.

Brooke estranhou, mas não disse nada. Peyton forçou um sorriso pra ela e Brooke estranhou ainda mais. Então ela deu de ombros e perguntou:

- Já desfizeram as malas?

- Não. – As duas resmungaram.

- É, bem lembrado, tenho que fazer isso. – Lamentou Haley.

Peyton assentiu tristemente.

- Vem, vamos. – Chamou Haley.

Peyton suspirou e se levantou da cama.

- Boa noite, Brooke. – Elas se despediram.

- Boa noite, meninas, a gente se vê amanhã. – Ela respondeu.

Então Haley e Peyton saíram do quarto e Brooke terminou de desfazer as malas. Ela separou os vestidos de Haley e os vestidos das madrinhas para não amassarem e depois foi tomar um banho.

Depois do banho Brooke se deitou e tentou dormir, mas não conseguia parar de pensar no dia seguinte. Ela sabia que na próxima noite encontraria Lucas de novo depois de oito anos e a ideia a deixava nervosa.

It's hard to deal with the pain of losing you everywhere I go

(É difícil lidar com a dor de perder você em todo lugar que eu vou)

But I'm doing it

(Mas eu estou fazendo isso)

It's hard to force that smile when I see our old friends and I'm alone

(É difícil forçar o sorriso quando eu vejo nossos velhos amigos e estou sozinho)

Still harder getting up, getting dressed, living with this regret

(Ainda mais difícil, me levantar, trocar de roupa, viver com esse arrependimento)

But I know if I could do it over

(Mas eu sei que se pudesse fazer isso novamente)

I would trade, give away all the words that I saved in my heart, that I left unspoken

(Eu trocaria, daria todas as palavras que eu salvei em meu coração, que eu deixei não ditas)

Brooke virou para o lado e afundou em sua cama, se deixando embalar pelas lembranças que a levaram direto para o sono.

(A música termina)


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