Estávamos num grupo, de carro, indo pra floresta onde existia a lenda do Slenderman. Decidimos que queríamos desvendar de uma vez por todas esse mistério.

Ao chegar perto dessa floresta, nosso carro parou do nada, e não importava o que fizéssemos, ele não voltava à vida, então o largamos lá e saímos em direção à floresta. Era fim de tarde, mas conseguíamos enxergar bem sem ajuda de lanternas.

Na lenda dizia que teríamos que pegar oito páginas espalhadas pela floresta, mas quando encontrássemos a primeira, ele começaria a nos perseguir, só parando na oitava. Reli para o grupo a lenda e assim começamos a entrar na floresta.

Logo achamos a primeira, mas nada nos aconteceu, então continuamos nosso caminho. Fui nomeada pelo grupo como a “porta-página”, já que eu tinha uma bolsa a tiracolo. A cada página entregue a mim, eu sentia um súbito frio, mas logo passava quando elas eram colocadas na bolsa.

Já havíamos conseguido seis das oito quando encontramos uma casa. Estava quase totalmente escuro já. Eu ouvi um barulho de cachorro, então mandei que entrassem na frente que eu iria verificar o que era. Eles me olharam preocupados, mas assentiram, adentrando o imóvel. Andando pela lateral da casa, avistei o tal cachorro que fez barulho. Era um filhote grandinho que havia se prendido num arbusto de espinhos. Tirei delicadamente a pata dele do meio e ele lambeu minha cara, mas saiu correndo quando avistou algo atrás de mim. Antes que eu pudesse me virar, uma mão grande pousou no meu ombro. De canto de olho vi que eram os maiores dedo que eu já havia visto e que tinha um terno cinza. A compreensão veio em seguida. O algo que estava atrás de mim era o Slenderman.

“Me entregue minhas folhas...”, disse a voz sombria na minha cabeça.

Prontamente obedeci, pegando as páginas na minha bolsa e estendendo por cima do ombro, com medo de me mexer demais.

“Menina esperta, porém atrevida, pegando coisas por diversão. Será a primeira, para seu azar. Levante-se!”, novamente, obedeci sem questionar, sabendo que aquele seria o meu fim e lamentando por ser atrevida, como ele me chamou.

Não sei em que momento eu morri, nem como morri, mas devo ter gritado, pois todos vieram para fora ao mesmo tempo. Eu não passava de uma mera espectadora, invisível a todos, atrás do homem alto e sem rosto. Todos, um a um, foram caindo no chão pelas mãos do Slenderman, mas nenhum virava um espectador, como eu. Por fim ele se virou na minha direção e caminhou lentamente até ficar a centímetros de mim.

“Você vem comigo... Não vou deixar que saia desta floresta e será minha serva, me dizendo quando outros atrevidos como você aparecerem por aqui”.

Eu não controlava mais meu corpo de fantasma, apenas seguia-o e fazia tudo que ele mandava. Essa foi minha condenação... Triste e fria.