Eu sentei em nossa cama. Era tão bom utilizar essa palavra. Era bom pensar nela. Nossa. Eu e Soluço estávamos oficialmente comprometidos.

Após anos de espera nossos pais puderam nos ver, onde quer que eles estivessem, casados. Mas na verdade nada disso era relevante.

Soluço me pediu em casamento. E eu aceitei. É essa a história. E é esse o fim dela. Ou quase o fim.

E naquele dia a minha casa seria nossa. Apenas permita-me explicar.

Íamos inicialmente morar lá depois que estivéssemos casados. Entretanto Valka disse que o melhor seria que ela morasse em “minha” casa e eu fosse morar com Soluço na casa “dele”.

Nós dois concordámos, pois entendíamos que ela não conseguiria morar sozinha naquela casa com todas as lembranças fortes de Stoico nela.

Eu particularmente não conseguiria imaginar-me vivendo assim. Por experiência própria, sei o que é viver em uma casa vazia cheia de lembranças de quem partira.

Mas naquela noite aquela seria a nossa casa. O nosso lar. Eu costumo pensar que nós fazemos de cada lugar nossa casa. Então não seria difícil imaginar para nós isso.

E eu esperava Soluço chegar. Decidimos fazer uma pequena fuga da nossa festa de casamento. Havíamos dançado tanto, comido muito e até mesmo bebido um pouco. Era a nossa festa. E nos divertimos com ela.

Eu e ele saímos furtivamente do Grande Salão. Eu fui para casa e Soluço foi buscar comida para gente.

Bom, eu não eu havia armazenado comida para a minha casa naqueles dias. Valka tinha me ajudado com as refeições, visto que eu estava um poço de nervosismo.

E na realidade era bem coisa minha e de Soluço armazenar comida.

Ouvi um barulho na porta do andar de baixo. Era Soluço finalmente. Permaneci em silêncio por um tempo.

–Astrid? – escutei sua voz. Eu sorri.

–Aqui em cima – eu respondi.

Eu continuava com o meu vestido e o meu penteado. Porém eu estava descalça quando me levantei da cama. Soluço surgiu no quarto e sorriu.

–Para a nossa felicidade plena, peguei comida no Grande Salão – ele disse e nós rimos. – Estavam todos tão bêbados que continuaram a festa sem perceber que o verdadeiro motivo da festa não estava lá. Mas minha mãe nos deu cobertura.

–Sempre dona Valka – eu digo rindo.

Ele aproximou-se mais e pousou suas mãos carinhosamente em minha cintura. Eu fiz o mesmo, não sem antes soltar o prendedor de sua capa, que caiu no chão.

–Graças a Thor, me sinto mais leve agora – ele diz.

Eu tinha certeza que ele só queria me ver rir. Encarei os seus olhos e me perdi naquele verde esmeralda. Como eu o amava. Era importante constatar isso para mim.

–Como se sente senhorita Strondus?

–Com esse nome sendo dirigido a mim? Completamente feliz – eu digo. – Embora eu demore um pouco a me acostumar com isso.

Ele dá um grande sorriso encantador. O sorriso que poderia me desorientar completamente. Eu queria abraçá-lo, beijá-lo e simplesmente tê-lo ali comigo.

–Você tem planos para essa noite? – ele perguntou com o seu sorriso tornando-se mais maroto.

–Estou mais interessada nos seus planos senhor Strondus – eu digo, entrelaçando minhas mãos em seu pescoço.

–Eu sempre tenho um plano não é verdade? – ele diz próximo a minha boca.

Eu o beijo sem lhe dar a chance de brincar comigo daquela vez. Eu sabia que poderia envolvê-lo. Já havia tido provas disso. E ele também tinha a sua forma de me envolver com os seus beijos.

Quando nos separamos encaro os seus olhos. Havia uma expressão séria e até mesmo confusa em seu rosto.

–Está tudo bem? – eu pergunto com as minhas mãos em seu rosto.

–Astrid nós estamos casados – ele diz.

Arqueio uma das minhas sobrancelhas. O Soluço parecia tentar se convencer disso. Eu ri de sua expressão meio boba.

–Sim Soluço, nós estamos casados – eu digo e sorrio. Eu beijo a sua bochecha.

O seu abraço me tira levemente do chão e ele me gira no ar. Rimos tanto e tão alto que acho que toda a Berk nos escutou. E no fim só ficamos abraçados por um tempo.

Soluço tinha razão. O fato de conseguirmos nos casar era realmente incrível. Depois que Soluço tornou-se líder, foram dois meses completamente malucos preparando o nosso casamento.

Todos quiseram se meter e no final eu desisti de tentar decidir algo. Apenas o meu vestido fiz questão de dar a minha opinião e deixar claro que ninguém se meteria em sua escolha.

Porém, quanto à festa, não aguentava mais ouvir brigas...

Um dia antes do casamento, ou seja, no dia anterior, eu fui para a clareira extravasar o meu nível de stress.

Em outras palavras, eu fui atirar machados nas árvores da Floresta para depois definitivamente andar até a Clareira.

Sim, essa era a minha forma de extravasar.

Sentei perto do lago e absorvi as emoções daquele lugar. As lembranças da Clareira em tantos momentos de minha vida.

Eu iria me casar realmente. Era muita informação para mim. Soluço apareceu por lá depois e conseguiu me deixar mais calma.

Aquela era uma ansiedade pré casamento. E agora nós estávamos ali, unidos para a eternidade.

Soluço me colocou delicadamente no chão. A nossa brincadeira nos deixou próximos à parede ao lado da cama.

Ele me prensou contra a parede e pôs suas mãos em minha cintura. Senti sua respiração em meu rosto e fechei meus olhos.

Pude perceber que seus lábios brincavam com os meus, evitando beijar-me. Senti que ele gostava de brincar comigo e ver as minhas reações.

Suspirei frustrada com o seu jogo e o beijei. Ele não controlaria nada daquela vez.

Não lembrava se existia ou não um mundo do lado de fora. Se existia, sabia que não havia melhor lugar nele do que aquele onde Soluço estivesse.

Havia ali um mundo paralelo de emoções e sensações, da qual eu não conseguia e nem queria sair.

Quando nos separamos ele olhou em meus olhos e riu. Olhei divertida para ele. A sua risada era contagiante.

–Você consegue me irritar às vezes sabia? – eu disse com as mãos na cintura, mas com um sorriso no rosto. Ele sabia a que eu me referia.

–Realmente não sabia milady, mas juro que não é a minha intenção – ele diz, substituindo as minhas mãos pelas suas em minha cintura.

Ele me puxa para si e se aproxima do meu ouvido. Sinto meu coração acelerar com sua respiração em meu pescoço.

–Peço minhas humildes desculpas – ele diz.

Havia em sua voz um tom de sussurro. Um arrepio me atinge quando sinto seus lábios percorrendo o meu pescoço, beijando-o.

–Soluço – eu digo.

Na verdade não completo o meu raciocínio. Na realidade não havia o que dizer. Afinal, o meu desejo era que ele continuasse me beijando.

Ele beijou minha boca calmamente. Havia algo que ele queria dizer com aquele beijo. Que ele estava ali. Que ele era o mesmo Soluço romântico e que ele estava ali agora.

Soluço não era uma pessoa que mudava de personalidade. Ele era o mesmo sempre. Mas também era capaz de causar o meu descontrole.

Quando ele separa-se de mim, aproximo-me de seu ouvido.

–Me convença a te desculpar então – eu digo.

Faço de tudo para que ele não consiga beijar meus lábios. Ele desejava a minha boca como eu desejava a sua. E há uma hora em que o desejo é maior.

Ele me põe em seu colo e me leva até a cama. Sorrio para mim mesma, pois sentia dentro de mim uma felicidade extrema.

Sinto a cama em minhas costas e encaro os seus olhos verdes. Havia tanta segurança neles que um alívio tomou conta de mim. Não sei o motivo. Era apenas paz.

Ele me beija como se nunca tivéssemos tocado os lábios do outro. Aquele beijo deixou-me surpresa, realizada e incrivelmente me tirou do controle. Não quis retomá-lo.

Como em uma noite dois meses antes nos amamos. Éramos enfim casados e apenas um.

A cada dia nos tornávamos mais felizes. O nosso amor aumentava cada vez mais. Continuava perdendo o fôlego com os seus beijos. Continuava me sentindo completa quando estava junto dele.

Claro que o meu temperamento é um pouco forte. Não se iluda ao pensar que nunca brigamos. Já ficamos sem nos falar durante um dia. E confesso que foi o pior dia da minha vida.

Realmente não me lembro do por que da briga, para mim só importou a nossa reconciliação. E devo dizer que isso foi o melhor.

Continuávamos nos apoiando, pondo a vida do outro acima de tudo. Qualquer um que nos visse juntos poderia sentir o amor que nos envolvia, pelos sorrisos bobos trocados e as nossas mãos sempre entrelaçadas.

Eu amava cada momento com a sua presença.

Muita coisa ocorreu conosco. Muitos momentos felizes. Algumas coisas tristes.

Mas eu nunca me arrependi de minhas decisões. Estar apaixonada por Soluço foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida.

São as pequenas coisas pelas quais passamos que me fazem desejar sempre mais amor para o mundo. Para que todos se sintam como eu me sinto.

Completa.

Your hand fits in mine

Like it's made just for me

But bear this in mind

It was meant to be

And i'm joining up the dots

With the freckles on your cheeks

And it all makes sense to me

I know you've never loved

The crinkles by your eyes

When you smile,

You've never loved

Your stomach or your thighs

The dimples in your back

At the bottom of your spine

But i'll love them endlessly

*

You'll never love yourself

Half as much as i love you

You'll never treat yourself right darlin'

But i want you to

If i let you know

I'm here for you

Maybe you'll love yourself like i love you

Oh...

I've just let these little things

Slip out of my mouth

Because it's you

Oh it's you

It's you

They add up to

And i'm in love with you

And all these little things

Sua mão se encaixa na minha

Como isso é feito só por mim

Mas tenha em mente

Era para ser

E eu estou juntando os pontos

Com as sardas em seu rosto

E tudo isso faz sentido para mim

Eu sei que você nunca amou

As rugas de seus olhos

Quando você sorri,

Você nunca amou

Seu estômago ou coxas

As covinhas nas costas

Na parte inferior da sua coluna

Mas eu vou amá-los indefinidamente

*

Você nunca vai amar a si mesma

Metade do quanto eu te amo

Você nunca vai se tratar corretamente querida

Mas eu quero tratar

Se eu deixar você saber

Eu estou aqui para você

Talvez você se ame como eu te amo

Oh ...

Acabei de deixar estas pequenas coisas

Escorregar para fora da minha boca

Porque é você

Ah, é você

É você

Eles somam

E eu estou apaixonado por você

E todas essas pequenas coisas