Onna Kokoro to Aki no Sora escrita por LittlebearZ


Capítulo 4
A esmeralda e o ônix


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou um pouco grandinho, mas compreensível
Boa leitura ^^/



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Meus passos ecoavam na casa, rápidos, ágeis e cautelosos enquanto eu levava medicamentos para tratar o homem ferido que achei há algumas horas atrás. Enquanto limpava o grave ferimento de seu abdômen também observava suas características físicas.

Eu nunca o tinha visto na vila e julgando pela sua aparência eu podia suspeitar de que ele fosse do clã Uchiha. Pele clara, cabelos negros na altura da nuca, olhos negros, puxados e um nariz aristocrático, ninguém podia negar que ele era um homem muito bonito, seu corpo era forte como de um samurai veterano, mas aparentava ter a minha idade.

O clã Uchiha era considerado o mais forte de todo o país, mas mesmo com todo o poder que eles possuíam não queriam o comando para eles, então deixaram para o clã Yoshikane e o meu governarem enquanto eles iriam ser prestativos nos combates. Um acordo foi assinado decretando que os Uchihas deteriam a liderança do exercito, mas devido a ultima guerra o clã foi quase dizimado, ninguém acreditava que a maioria dos mortos em guerra eram Uchihas experientes no campo de batalha.

Os sobreviventes que restaram não queriam que essa catástrofe acontecesse novamente então o clã se dispersou e o acordo foi desfeito, mas as coisas que eles fizeram por essa nação são constantemente lembradas pelas lendas que circulam entre os povos, é um clã honrável e ao mesmo tempo temido por outros países, qualquer um que possua um Uchiha em seu exercito é considerado forte o suficiente para conquistar o que quiser. Se esse for mesmo um Uchiha e se for de outro exercito eu estou correndo um sério perigo.

Mas eu não estava com medo, só queria que ele abrisse os olhos para demonstrar que fui bem sucedida com o meu primeiro paciente.

Terminei de fazer todos os curativos e sua respiração estava controlada, eu podia até ver sua pele corando um pouco. Era um alivio ver que ele estava se estabilizando rápido, mas a febre ainda não passou o que significa que vou ter que ficar a madrugada inteira o observando e tratando da febre com um pano úmido.

– Quem é esse Sakura-chan? – Me assustei com a voz de repente e quase derrubei a bacia com água.

– Naruto! Bata na porta primeiro! – Gritei, mas logo me calei, porque me lembro que o homem estava dormindo. Suspiro. – Eu o achei ferido na floresta, então estou tratando dele.

– Ah...- Ele ficou pensativo. – É seu primeiro paciente! – Ele tinha o dom de assustar as pessoas com suas mudanças de humor repentinas.

– Não grite, ele está dormindo e ainda não terminei de trata-lo. Sua febre está muito alta, tenho medo de que seja uma infecção por causa dos ferimentos. –Isso realmente me preocupava se fosse uma infecção eu não teria recursos suficientes para trata-lo.

– Posso ajudar em algo Sakura-chan? – Naruto se aproximou dele.

– Eu vou ter que passar a noite toda em claro trocando os panos úmidos e o observando para ver se ele tem alguma melhora, você não pode ficar aqui porque amanhã tem treinamento, mas obrigada por oferecer ajuda. – Coloco o pano em cima da testa do ferido.

– Eu posso ficar um pouco, vá descansar e quando eu for embora te chamo. – Ele pegou a bacia e eu concordei, eu estava muito cansada, foi um longo dia de viagem e já era muito tarde. Deixei tudo com o Naruto e deitei na cama ao lado

**

Acordei com a luz do sol em meus olhos, foi um cochilo muito bom, não, não foi um cochilo porque já era de manhã e o Naruto não me acordou para ele ir para casa. Levantei e o vi ajoelhado ainda fazendo o trabalho de observar o paciente.

– Naruto?

– Bom dia Sakura-chan. – Ele se virou para mim, no seu rosto havia olheiras, pelo jeito ficou a madrugada inteira acordado.

– Por que não me acordou?

– Você teve um longo dia, merecia descansar. – Ele respondeu sorrindo, o sorriso mais fraco que já vi. Andei em sua direção e peguei a bacia dele.

– Vá para casa, eu falo com o Hizashi para te liberar do treino hoje.

– Uhuul!- Ele socou o ar, mas de repente abaixou a cabeça. – Eu não posso voltar para casa. – Disse torcendo o pano várias vezes, era a primeira vez que eu via seu corpo tremer.

– Por que não?

– Mamãe vai brigar comigo porque faltei o treino. – Ele tremeu mais ainda.

– Eu vou passar lá mais tarde então explico tudo para ela. Vai logo. – O empurrei. – Vai descansar, você passou a noite toda em claro.

– Já vou! Já vou! – O acompanhei até a porta. – Ah! Antes que eu me esqueça, a febre dele passou.

– Sério? – Eu não podia estar mais feliz.

– Aham. – Ele confirmou. – Eu sabia que você conseguiria Sakura-chan. Mas, quando ele vai acordar?

– Não sei, ele perdeu muito sangue, então a recuperação vai ser lenta e depois de acordar vai ser ainda mais difícil por causa da dor, mas acredito que ele ficará bem. – Tento me convencer de que fiz um bom trabalho.

– Eu não entendi nada do que você falou, mas tudo bem.

– Vai para casa logo seu besta.

– Até mais Sakura-chan! – Ele acena e toma o caminho para vila.

– Ei Naruto! – O chamei.

– Hã?

– Em agradecimento a próxima vez que formos ao Ichiraku eu pago a conta. – Tinha que agradecê-lo de algum jeito por tudo. Um Naruto muito feliz saiu saltitando e acredito que ele chegou em casa nesse mesmo estado, ri mentalmente. Boboca.

Entrei e fui direto ao quarto ver como ele estava me ajoelhei próximo á cama e toquei sua testa, temperatura normal. Me aliviei pois aquilo provava que ele tinha saído do risco, agora é só esperar ele acordar e dar chás de ervas medicinais para curar os ferimentos. No momento eu quero saber quem ele é, talvez sua família esteja o procurando, também não posso descartar a opção de ele ser um bandido procurado.

Ou um Uchiha.

Deixando de lado esses pensamentos me lembrei de que tinha que resolver umas coisas hoje e a primeira delas é visitar o Minato-sensei, mas eu ainda tinha que ver o Hizashi para falar sobre o Naruto. Eu não poderia deixa-lo aqui sozinho então pedi para uma vizinha ficar o olhando de tempos em tempos enquanto eu fazia minhas tarefas rapidamente para chegar cedo em casa.

***

– Está bem Sakura, vou mandar o relatório para o sensei dele, boa sorte com seu paciente. – Hizashi disse sem muita importância, pois estava concentrado em seus pergaminhos.

– Obrigada Hizashi, com licença. – Saio do pequeno escritório, agora eu iria para a casa do Naruto falar com o Minato-sensei sobre a missão.

Passos apressados ecoavam pelo corredor do palácio, olhei para trás, avistei Sai com outro jovem de sobrancelhas grossas vindo em minha direção.

– Ei Sakura! – Sai me cumprimenta. –Como vai Sai? - O outro chega até nós ofegante.

– Sai porque você correu daquele jeito? – Ele disse ainda muito ofegante.

– Eu queria falar com a Sakura.

– Sakura? A princesa?

– Ela mesma.

–Oh! – O homem olhou para mim e se curvou. – Sakura-hime, eu sou Rock Lee. – Ele se aproximou e pegou minha mão, seus olhos brilhavam estranhos era com se houvesse pequenas brasas. –Quando eu sair do treinamento prometo a proteger com minha vida. – Ele me soltou, piscando para mim. Foi tão estranho que não consegui dizer nada. – Ei Sai, Por que você a chama só de Sakura-hime? Ela é uma nobre cara.

– Eu não a chamo de Sakura-hime. – Sai disse confuso.

– Eu não consigo deixar de trata-la com reverencia, mas você entendeu.

– Não precisa me trata assim Lee, só Sakura já está bom, afinal tenho o mesmo posto que vocês. – Tentei controlar a situação. Agora ele ficou estranho de vez, com aquelas brasas nos olhos.

– Muito obrigado por me chamar de Lee, mas como eu vou te servir e ser fiel até morrer, então tenho que medir palavras quando eu for me referir a você. – Essas palavras me lembraram o que meu tio tinha falado sobre lealdade. – Não se esq...

– Nós fizemos uma missão juntos e eu não sei diferenciar pessoas. – Sai o interrompeu, me livrando outra vez como quando o Hizashi ficou bêbado. - Ela é uma garota comum, até demais, parece uma criança sem sal. –

Ele... Eu... O que?

– Cara! – Rock Lee o socou no braço. – Desculpa Sakura-hime, o Sai é estrangeiro, outra cultura e tal, é normal ele dizer tudo que pensa.

– Tudo bem. – Se eu não estivesse tão apressada eu mostraria quem era a sem sal. – Eu tenho que ir garotos. Até mais.

– Até. – Os dois falam – Você tem que se curvar Sai!

Ao longe eu podia ouvir Lee brigando com o samurai por sua falta de respeito, mas eu não culpei o Sai, pois acabei de saber que ele é de outra nação, mas eu afirmo com todas as letras que não sou sem sal. Por que será que ele se tornou um samurai aqui? Eu não poderei saber a resposta agora. Apressei o passo, o vento estava forte fazendo com que eu me atrapalhasse com o meu kimono, mas estava determinada a chegar rápido para ver meu sensei e voltar para casa.

Finalmente chego à casa dos Uzumaki.

– Olá Sakura! – Quem abriu a porta foi a sorridente Kushina Uzumaki, a melhor ferreira da província, mãe de Naruto e Naoko. – Entre! – Adentrei e me deparei com o Naruto esfregando o chão da casa.

– Sakura-chaaan! Fala logo, por favor! – O loiro se levantou choramingando.

– Você ainda não terminou Naruto. – A ruiva disse com um olhar que assustaria até o bandido mais durão daqui, ele voltou como um raio para o chão.

– Kushina-san, eu vim dizer que o Naruto ter faltado ao treino é culpa minha, eu falei com o Hizashi-sama para libera-lo porque ele me ajudou a noite inteira com um paciente que estava correndo risco de vida. Por favor, não o deixe de castigo. – Explico para ela.

– Naruto. –Kushina o chamou, ele se aproximou de nós com uma posse tensa. Ela coloca sua mão sobre a cabeça dele e sorri. – Estou orgulhosa por você ter salvado a vida de uma pessoa, está liberado de limpar a casa.

– É isso ai! – Ele comemora.

– Mas não pense que você vai se livrar de arrumar seu quarto.

– Sim senhora! – Ele concordou, mas eu sabia que ele estava odiando aquilo por dentro. - Ei Sakura-chan, depois que eu arrumar meu quarto, nós podemos ir ao Ichiraku? – Pelo jeito ele não parou de pensar no que eu prometi.

– É só me chamar e eu vou.

– Uhuul! – Ele correu em direção ao quarto e acabou escorregando no chão liso.

– Meu filho! – Sua mãe se assustou e correu em sua direção, apesar dela ser durona ela se preocupa muito com os filhos, vendo aquela cena me lembrei da minha mãe e os cuidados que ela tinha comigo.

– Sakura-chan. – Uma voz chamou ao meu lado.

– Minato-sensei! – Me curvei. Depois da morte dos pais ele e Kushina sempre estiveram ao meu lado e me acolheu como se fosse um pai.

– Eu estou tão feliz que você tenha chegado. – Digo.

– E estou inteiro. – Ele girou, me fazendo rir.

– Viu. – Kushina pôs seu braço entrelaçado no braço do marido. – Ela ficou preocupada com você.

– E muito, é a sua primeira missão depois da lesão, eu fiquei muito preocupada.

– Eu estou bem, graças a Deus e a vocês, mas acho que você não está aqui só para saber como eu estou não é mesmo? – O sensei perguntou.

– Que tal vocês conversarem na sala de chá? – A ruiva perguntou e nós assentimos. Sentamos no tatame cada um em uma extremidade da mesa, ela nos ofereceu uma xícara de chá e nos deixou a sós.

– Então, primeiramente tenho que dizer que nosso time vai ser especial, pois é o único que terá um shogun. – Ele disse depois de beber um gole de chá. – Ao todo serão 10 times de três pessoas que patrulharão toda a Tribo do Sul, o clã Yoshikane fará o mesmo na Tribo do Norte.

– O Hizashi falou que depois que investigarmos isso ele vai tentar um acordo com a região que está provocando esses ataques, mas e se eles não aceitarem?

– Um acordo nunca é fácil, é complicado porque ambos os rivais são desconfiados, mas no final todos só querem benefícios próprios então essa é a tática para obter sucesso no acordo, não estou temeroso disso, o problema são as consequências dos ataques da região inimiga. – Minato estava visivelmente perdido em pensamentos. - Tem coisas que nem acordos resolvem.

Eu entendi porque ele falou isso, quando Naruto tinha 10 anos ele foi sequestrado. A polícia procurou por todo lugar do país por 4 anos e ninguém nem sequer viu seu rastro, mas um dia Minato conseguiu a informação de que alguém viu um garoto parecido com ele num país vizinho, então encontraram Naruto na posse de uma gangue servindo como mensageiro entre os bandidos. Depois disso o sensei ficou mais preocupado com a relação à segurança pública, porque o bem estar da nação também significava o bem estar de sua família.

– Por isso eu decidir me tornar um samurai. – digo. - Quando eu viajei com meus pais para Kiri, nós passamos primeiro na vila Nami, de outro país, e eu fiquei horrorizada com situação daquele lugar, crianças na rua, as pessoas andando armadas para se protegerem contra bandidos e por fim eu vi um assassinato em um beco. Eu vi que não queria isso para Konoha então me dediquei noite e dia para ficar forte. Eu não vou deixar ninguém tirar a paz daqui e honrar o que meus antepassados lutaram tanto para conquistar. – Afinal eu ainda sou uma princesa, o país do fogo também é responsabilidade minha.

– Todos agradecemos pelo seu esforço Sakura-chan. – Ele esboçou um sorriso. – Nós estamos responsáveis por duas vilas a Ame e a Atsui, sei que o imperador já falou para você. – Assenti confirmando. – A biblioteca do quartel general vai ficar aberta para todos os patrulheiros médicos samurai e ainda tenho que dizer que cada membro de um time será encarregado de uma tarefa, mas mesmo assim todos tem que trabalhar em grupo. Começamos daqui á três dias.

– E quem mais está nosso time?

– Quero fazer uma surpresa, tanto para você, quanto para a pessoa porque sabe, essa missão é super secreta, ninguém pode saber disso. – Tive a impressão de que por baixo da expressão despreocupada ele estava se controlando para não falar quem é.

– Sakura-chan? – Kushina apareceu. – Tem uma moça aqui que quer falar contigo. – A filha da vizinha chega à porta, ela estava ofegante.

– Com licença. - Ela se curvou. - Sakura-hime, me desculpe, mas você precisa ir para casa rápido. – Era tudo que eu precisava ouvir.

– Com licença Minato-sensei, mas tenho que ir. –Me levantei.

– Aconteceu algo? – Ele perguntou para a camponesa. Ela olhou para mim.

– Nada do que precisa se preocupar Minato-sensei. – Respondi no lugar. – Até mais. – Me curvei e fui em direção à porta acompanhada por Kushina.

– Tchau querida. – Ela se despediu, fiz o mesmo e fui para a casa. Corri o mais rápido possível porque a garota ter vindo aqui só significava uma coisa.

O rapaz acordara.

– Sakura-hime, me desculpe, mas não consigo acompanha-la porque vim correndo o mais rápido que pude para encontrar a senhorita. – Paro de correr. – Só quero dizer que se apresse porque o homem não está nada bem.

A partir daquelas palavras eu não podia mais sentir o chão.


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Notas finais do capítulo

São tantas emoções... Hehe espero que tenha gostado
Ja ne!
LittlebearZ



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