Onna Kokoro to Aki no Sora escrita por LittlebearZ


Capítulo 1
Sakura-hime


Notas iniciais do capítulo

Tokonoma: No período feudal da história japonesa o Tokonoma situava-se na sala principal da casa senhorial, ou do castelo, e ocupava um espaço maior, situado dentro de um grande salão, e era referenciado como se fosse uma alcova. Esse salão do castelo ou da residência do senhor feudal servia ao propósito de reunir seus subordinados, seus pares e seus soldados ou empregados e o proprietário da casa, cabeça do clã, tinha assento e recebia seus convidados ilustres, que tinham o privilégio de sentar-se frente ao Tokonoma. Era uma sala cerimonial, raramente usada no cotidiano, mas apenas em ocasiões formais.



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Debaixo de uma cerejeira, onde as pétalas caiam avisando que o inverno estava para chegar, lá estava Sakura Haruno. A pequena herdeira de um dos clãs mais poderosos do país segurava a afiada katana que media o dobro de seu tamanho e pesava em suas pequenas mãos, mas o desejo de ser forte para poder proteger as províncias falava mais alto do que a quantidade de calos que haviam se formado.

Faziam 2 meses desde que seus pais haviam saído para se reunir com o clã Yoshikane e verificar as províncias, antigamente essas duas províncias eram separadas e esses clãs as governavam, depois da guerra dos 100 anos eles resolveram fazer uma aliança e junta-las.

– Você não está segurando a espada direito Sakura-hime.

Atrás da garotinha estava o shogun Minato Namikaze. Ele se afastou por um tempo dos campos de batalha por causa da fratura em sua perna esquerda, mas seu corpo e mente ainda são jovens como a idade, então ele sempre se prontifica a fazer alguma atividade do palácio. Ele ama tanto o clã quanto sua família.

– Onde você pegou isso?

– N-na sala de armas. – Sakura gagueja e a espada desliza de suas mãos.

Minato com toda delicadeza pega a nobre katana.

– Você também quer ser um samurai, não é? – Ele pergunta. – Olha o caminho não é fácil, a verdade é que essa palavra não existe no vocabulário de um samurai, mas é recompensador lutar pelo seu daimyo, sua família e a província. Você consegue entender?

A princesa assente confirmando.

– Então guarde bem essas palavras, pois é sua primeira lição.

**

– Sakura-hime? Está na hora.

– Já estou indo.

Hoje é a minha convocação, eu finalmente iria me tornar um samurai e fazer parte do exercito do clã Haruno.

– Pare de se mexer um pouco ou o penteado não vai ficar bom! – minha tutora Chiyo tentava arrumar meu longo cabelo, mas eu não conseguia ficar quieta de tanto nervosismo.

– Eu não consigo Chiyo-baa-sama! – Me queixei, mas já tinha parado.

– Entendo você ficar assim, mas tente se controlar, como sua tutora confesso que estou mais ansiosa que você.

– Ansiosa ou preocupada? – Perguntei por que sua expressão estava estranha, geralmente ela rir de tudo. Chiyo parou de mexer no meu cabelo e me fitou pelo espelho dando um sorriso, apesar de ser banguela.

–Sakura-hime nada pode se esconder desses seus olhos curiosos não é mesmo? – Sorrio confirmando. – Sim eu estou preocupada, por que é uma responsabilidade enorme levar o nome do país e desse clã por aí como uma guerreira. – Ela se agachou na minha frente e pegou minha mão. – O que quero dizer é que você estará arriscando sua vida a cada segundo.

– Chiyo...

– Quando os seus pais faleceram naquela missão foi a gota d’água para mim, e também com minha experiência de médica vi o lado terrível dos samurais, a verdadeira dor. Mas eu não quero assusta-la com isso, por que confio em você mais do que ninguém para nos honrar. – Ela se levantou- Ah! Que dor nas costas!

– Eu não vou desaponta-la Baa-chan. Sabe, eu sinto essa dor todo dia, todo dia eu sinto falta dos meus pais ao meu lado, e sei que nunca poderei esquece-la. Mas eu posso supera-la e lutar para que isso não ocorra com outras pessoas. – Falei confiante e ela assentiu com a expressão alegre de sempre.

– Então fica quieta que eu pretendo terminar de arrumar esse cabelo hoje.

– Sim senhora!

– Hm. - Ela terminou de me pentear. – Siga a sua felicidade Sakura Haruno.

Definitivamente ela sabia o que iria me fazer feliz.

Definitivamente proteger minha província iria me fazer feliz.

**

Dentro do Tokonoma do casarão do clã estavam reunidos servos, antigos shoguns, lideres de clãs combatentes, o conselheiro e o atual líder Hizashi Haruno, irmão de Kizashi Haruno, o ex daimyo que faleceu há 9 anos atrás junto com sua esposa em uma missão. Normalmente quando alguém é recrutado para ser um samurai não há uma festa como essa, mas se tratando da princesa da tribo do Sul é motivo de grande comemoração.

– O senhor acha que recrutar a Sakura-hime será uma boa ideia Hizashi-sama? – O conselheiro pergunta para o imperador.

– Nada mais justo colocar a pupila do Raio Amarelo que está no auge do treinamento em nosso pelotão. Eu não duvido de suas habilidades, mesmo jovem já apresenta um talento especial para luta. – Hizashi responde.

– Sim, seu dom é incontestável, já que teve muitas influências, mas, não querendo ofender, o senhor não acha irônico que a filha dos antigos daimyos a quem todos eram submissos possa servir exclusivamente outro líder? Ela pode até trai-lo para tomar o poder.

– Sem perceber você está proferindo absurdos, acha que eu não estou no lugar merecido? Que outra pessoa tinha que ficar no lugar do irmão de Kizashi? Eu não tenho a mesma dignidade dos imperadores passados?

– Me perdoe senhor. – O conselheiro abaixa a cabeça envergonhado.

– Como tio da Sakura aposto tudo que tenho nela, afinal ela escolheu esse caminho por conta própria, quem sou eu para duvidar de sua capacidade?

– Me perdoe senh...

–Olha quem chegou!

**

Entrei dentro do salão principal e lá estavam poucas pessoas, mas muito importantes para mim, alguns ex-shoguns e amigos dos meus pais com suas famílias vieram para ver eu me tornar um samurai oficial. Nos fundos estavam meu tio e atual imperador e o conselheiro de pé. Me aproximei.

– Hizashi-sama. – Fiz uma reverencia.

– Sakura-hime. – Ele me reverenciou, ainda ajoelhada desembainhei minha katana e entreguei para ele.

– Diante de todos apresento a espada a que protegerá as nossas províncias. - Antes de abaixar a espada alguém grita.

– É isso ai Sakura-chaaaan!

Minha cabeça afundou acompanhada por alguns cochichos. Tinha que ser o Naruto.

– Idiota! Quer me matar de vergonha numa hora dessas?

– Ai! Eu só estou feliz pela Sakura-chan, não precisava me bater. – Tiver que me segurar para não rir, ouvir o Naruto levar uma bronca da mãe aliviou toda minha tensão.

Hizashi pigarreou

–... Sakura Haruno a partir de hoje você é um samurai. – Ele apontou a espada para minha cabeça e todos os presentes me reverenciaram.

Era o começo de uma nova vida, a partir daquele momento eu deveria ser forte para proteger o meu daimyou e as províncias. Eu finalmente poderia colocar as lições do Minato-sensei em prática.

**

Consegui pegar minha primeira missão, mesmo sendo um samurai eu não posso pegar missões de invasão territorial ou ficar a frente de uma batalha, pois sou uma princesa e dependendo da missão tenho que ter pelo menos um guarda costa comigo. Depois da cerimônia eu pude voltar para casa. Meus pais não moravam na casa principal, porque além das responsabilidades eles tinham uma vida normal, logo depois que nasci eles se mudaram para uma casa que ficava um pouco afastada da principal num bairro de agricultores, assim eu poderia crescer com eles como uma família. Deve ser por isso que eu não sinto muita falta das regalias de uma princesa.

Amanhã virá começar a minha missão, escoltar o daimyo até a tribo do Norte, a tribo onde o clã Yoshikane está para tratar de alguns assuntos, enquanto isso eu poderei revê-la... Aquela porca.

toc toc

Alguém a essa hora da noite só poderia ser uma pessoa.

– Sakura-chan!

– Idiota! – Soquei sua cabeça. – Você sabe que não poderia dizer nenhuma palavra naquela hora!

– Desculpa Sakura-chan...- disse Naruto choramingando. – Já não basta minha mãe ter me dado uma bronca em casa.

– Bem feito. Isso que você fez não pode ser punido só com uma bronca sinta-se agradecido pelo Hizashi-sama não te tirar do treinamento por falta de disciplina.

– Vai me deixar falar Sakura-chan?

– O que foi? – cruzei os braços.

– Meu pai está retornando.

– Minato-sensei?! – disse surpresa.

– Quem mais seria? – o ameacei. – Não, não me bata Sakura-chan. - Ele protegeu sua cabeça - Sim, meu pai chega daqui a dois dias.

– AH! – Eu não podia estar mais feliz, meu mestre estava em uma missão para lutar contra bárbaros que estavam atacando moradores de uma vila vizinha. – Eu não poderei vê-lo já que estarei em missão por oito dias, mas diga que estou muito feliz por ele ter chegado e que eu me tornei um samurai.

– Claro que digo. – Ele sorriu, mas logo depois suas feições ficaram sombrias.

– Naruto? – Me inclinei para frente.

– He he... Sakura-chan já é um samurai e eu ainda estou em fase de treinamento...

– Naruto não diga isso, não foi sua culpa. – Coloquei minha mão em seu ombro.

– Tudo bem. – Ele levantou a cabeça e me deu aquele sorriso confiante característico. – Um dia eu vou proteger essa província também e você terá que treinar muito porque eu vou te deixar para trás.

– Se você diz. –Apontei para mim. – Essa que vos fala será rebaixada tão fácil. – Ele gargalhou. – Para de rir tão alto idiota! Tem pessoas dormindo.

– Desculpa Sakura-chan. – Ele coçou a cabeça. – Boa sorte.

– Obrigada Naruto, tchau. – Sorri.

– Até mais. – Ele acenou e saiu andando rumo à vila.

É verdade eu já sou um samurai oficial, mas se não fosse por aquele período com certeza ele estaria mais forte do que eu. Entrei dentro de casa e me deparei com o quadro que minha mãe tinha pintado, uma árvore de cerejeira e debaixo dela havia uma criança com uma espada do mesmo jeito que eu estava quando o Minato-sensei quis me treinar. Talvez um presságio, ou simplesmente ela quis pintar isso.

Instinto de mãe...


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Notas finais do capítulo

Yo!! Espero que tenham gostado do primeiro capitúlo da Sakura-chan-samurai.Obrigada por lerJa ne!



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