Eu percebi que a nossa noite de amor era um dos seus fantasmas.

– Finn, não é bem assim.

– É sim Rachel, eu sabia muito bem o que estava fazendo, já você não.

– Se eu não soubesse não teria feito.

– Se soubesse teria lembrado.

– Finn, a questão aqui não sou eu, já passou okay? Eu não me arrependo.

– Não?

– Finn, eu passei a minha vida inteira com essa lembrança, eu sentia raiva de mim não de você, mas agora que você me disse que não foi armação da Quinn e da Santana...

– Isso faz diferença?

– Pra mim faz, e muita.

– Faz?

– Faz, Finn você dormiu comigo naquela noite por amor, não por um plano idiota. E isso tira todo o peso que eu carreguei a vida inteira.

– Isso aqui parece mas uma libertação sua do que minha.

– Mas é.

– Então me diga o que houve pra querer falar comigo naquela noite?

Agora o assunto mudou drasticamente, e eu fiquei séria, como contaria a ele aquela história, fui até a janela da sala, respirei fundo seria agora ou nunca.

– Eu só preciso de um minuto para eu formular o que eu vou te dizer.

– É tão sério assim?

– Te conhecendo como eu conheço, você vai me odiar pro resto da vida.

– Rachel, pelo amor de Deus me fala.

Respirei fundo e fui até a janela novamente, ele me deu o minuto que pedi então era melhor acabar com aquilo de uma vez por todas.

– Eu estava desconfiada, não havia contado pra ninguém que a gente dormiu junto, eu estava em pânico, não tinha amiga pra pedir conselho, não podia contar para os meus pais, e eu mal me conhecia na época, estava na dúvida se a gente tinha nos prevenido, você não falava comigo nem olhava na minha cara, eu me sentia a pior das piores, fui pra cama com um cara que nem se quer lembrava, então os dias foram passando até a ceninha inútil da Quinn e a criação de "Get it right", no dia das regionais eu não me sentia bem, também eu não comia, não bebia só chorava e dormia, quando eu desmaiei e o Sr. Schu veio falar comigo, constatei que eu tinha motivos pra estar preocupada eu estava atrasada. Eu entrei em pânico e antes das nacionais eu constatei que estava grávida!

– Você o que?

– É Finn aquela noite gerou muito mas do que pensa.

– O que aconteceu depois.

– Eu passei mal lembra?

– Sim dessa vez eu lembro.

– Então a gravidez se tornou de alto risco, e a qualquer instante eu poderia perder o bebê, eu não sabia se chorava pelo risco do bebê, ou se chorava por passar por aquilo sozinha. No final das contas Sr. Schu e Kurt me ajudaram. De repente você mudou, estava tão amável, se mostrando um cara legal, tinha se separado da Quinn, não te importava ser o popular e sim ser do coral. Então naquela noite estava disposta a te contar tudo, estava disposta a ficar com você, a cuidar do nosso filho. Então tudo aconteceu.

– O acidente.

– Isso, foram quase um mês de hospital pra escola, de escola pro hospital, e então numa quinta feira gélida você despertou do coma e pra minha surpresa você tinha me apagado da sua memória de vez. Eu entrei em choque e passei muito mal, fiquei 3 dias apagada, foi então que eu descobri que o bebê não estava bem, a essa altura eu já estava de 4 meses, a médica queria interromper a gestação, o bebê não respondia a nada só o coraçãozinho batia, eu nunca senti tamanho medo, era questão de tempo de eu perder aquela criança.

– Você interrompeu aquela gestação?

Eu já chorava.

– Não, prossegui com ela, foram dias, semanas, meses difíceis, quando voltei ao colégio Santana me deu paz, ela me acolheu assim como todos, um mês depois descobri que era uma menina, foi um festa no coral, algumas semanas depois por conta de um ciumes idiota da Quinn a Lisa veio ao mundo. Ela era debilitada, cheia de problemas de saúde, meus pais me abandonaram, todos viram as costa pra mim, só os clube Glee que me ajudou, foram 6 longos meses em que ela ficou na uti, quando finalmente foi pra casa, não demorou uma semana já estávamos no hospital de novo, e de 15 em 15 dias internações e a cada dia que se passava ela me dava sustos, então decidi ir pra Nova York, lá eu encontrei minha mãe biológica que me deu um força com a Lisa, estudei em um faculdade boa e fiz meu primeiro musical, gostaram de mim e cada vez mas eu ia fazendo peças escaladas porque vira e mexe Lisa estava internada. Por fim conheci um produtor que produziu meu CD e eu virei o que sou hoje.

Eu estava de costas pra ele, limpei minhas lágrimas e o encarei, sua expressão era indecifrável.

– Eu não entendo porque não tentou me contar?

– Seria pior.

–Pior? Rachel eu esperei 17 anos pra descobri que tenho uma filha, e só a reconheci porque dou aulas a ela.

– Finn me entende.

– Não dá.

Ele parecia confusão e com muita raiva.

– COMO PODE FAZER ISSO COMIGO?

– Não grita comigo.

Me encolhi.

– COMO NÃO GRITAR?

– QUEM ME ESQUECEU AQUI FOI VOCÊ.

– A culpa é minha agora?

– Não, claro que não.

Ele já parecia mas calmo.

– Eu só queria saber por que?

– Eu achei que seria o melhor, mas estava redondamente errada. Foi horrível sair daqui sozinha com um criança doente.

– E agora?

– Eu não sei.

– Eu queria poder me aproximar dela.

– Eu acho que chegou a hora de falar a verdade pra ela.

– Não, deixa eu conhecer ela melhor.