Mãe como eu estou?

– Linda, minha filha.

Lisa hoje completava seus 17 anos, ele era pequena igual a mim, tinha os cabelos longos e bem escuros, a pele dela era branca igual a de Finn, havia puxado dele também os lábios e o sorriso, já os olhos eram marcantes iguais os meus. Ela era a perfeita mistura de nos dois. E hoje especial ela estava mas linda do que de costume.

– Mãe ?

– Hum.

– Pode cantar pra mim?

– Qual música?

– Pretending.

– Por que logo está?

– Eu sei que tem um história por trás dessa canção. E também sei que nunca vou saber.

– Quem sabe um dia.

Então comecei a cantar e ela me acompanhou, foi mágico cantar pra ela aquela canção, assim como foi mágico cantar com o Finn. E naquele momento eu me lembrei do porque que eu amava cantar, eu já havia perdido o desejo de cantar faz tempo, e hoje reencontrei junto a minha filha.

Ao fim da música ela sorria e eu também.

– Vamos?

– Vamos sim mamãe.

A festa estava linda e Lisa se divertia muito com seu amigos e familiares.

– Mamãe?

– Você pode abrir o palco pra gente?

– Quer que eu cante?

– Aham.

– Qual música?

– A que eu mais amo.

– Get it right?

– Essa mesmo.

– Mas Lisa, essa música está ultrapassada, pede outra.

– Por favor mamãe.

****

Eu entrei no salão onde seria a festa de Lisa, logo na entrada encontrei Santana que se assustou ao me ver.

– Olá Santana.

– Oi Finn.

– Vim pra festa da Lisa.

– Fique a vontade.

Finn adentrou na festa, e Santana tratou de chamar o Kurt.

– O que houve?

– Finn está aqui.

– Como?

– A Lisa o convidou.

– A Rachel não pode o ver.

Quando os dois se viraram para procurar o Finn já era tarde de mas, ele estava parado perto da palco enquanto Rachel cantava.

****

Aquela era a mulher dos meus sonhos ou lembranças. De repente me veio tudo a tona.

****

– Posso ?

– Se veio me convencer a voltar desisti.

– Não vim te convencer, vim só falar com você, acho que precisa de um amigo e percebi que não tem muitos.

– Eu não tenho amigos, o único lugar que me faz bem é o coral, e de certa forma era um lugar seguro, mas nao é mas, e Sr. Schu ainda tem pena de mim.

– Do que está falando?

– Do solo que ele me deu, ele só meu deu por pena, porque eu estava triste.

– Claro que não, você é muito talentosa Rachel, e eu acho que você é a melhor.

– Melhor que a Quinn, que a Santana ou a Mercedes?

– Sim melhor que todas elas, embora a Quinn não precisa saber disso.

Nos dois rimos, nunca que o Finn veio falar comigo.

– Eu acho que vou sair do coral.

– Não pensei nisso Rachel Berry, não somos nada sem você.

Eu disse sorrindo.

– Vencemos a última competição com a Mercedes.

– Sim, mas foi você que segurou as outras duas músicas, não existe agudo mais perfeito que o seu.

– Tá bom, me convenceu, mas hoje eu vou pra casa, não quero mais ficar no coral.

– Como quiser madame.

****

– Amor?

– Fala Quinn.

– A Santie quer um favor.

– O que ela quer?

– Você amiguinho da Berry até ela ficar caidinha por você, aí se da o fora nela na frente da escola.

– Eu não vou fazer isso.

– Claro que vai, ou diga adeus ao time de futebol.

****

– Berry?

– Olá Finn.

– Eu estava pensando, eu nunca havia percebido que você estudava aqui.

– Ninguém percebe, sou invisível pra certas coisas.

– Não fala assim.

– Você tirou a prova agora da minha invisibilidade.

– Escuta, eu gostei de você, queria saber se não quer ser minha amiga? A gente faz parte do coral juntos.

– Olha não vai dar não.

– Por que ?

– Olha pra você e olha pra mim.

– O que tem? Somos pessoas iguais.

– Finn, populares não se misturam.

– Quem disse ?

– A hierarquia deste colégio. Você tá no topo, não pode se socializar com os que estão lá em baixo. Eu achei legal dividir o palco com você, mas eu sei que você só está no Glee contra a sua vontade.

– Eu estava sim, mas agora eu gosto, sinto que faz parte de mim, não consegui mas largar o coral.

– Tudo bem Finn.

Disse e me dirigi a sala do coral, a mesma estava vazia pois faltava cerca de 20 minutos para a aula começar.

– Rachel, que tal me falar um pouco sobre você, se eu vou ser seu amigo preciso saber de você.

– Por que ainda insiste nisso ?

– Porque quero realmente ser seu amigo.

– Meu amigo? Finn ninguém quer isso.

– Eu quero, para de enrolar e fala logo.

– O que ?

– Hum - Pensei - Com quem mora ?

– Com meus 2 pais.

– País?

– Sim - Ela sorrio - Eu sou adotada por um casal gays.

– Ah!

– Não é tão estranho como se pensa.

– Eu não disse nada.

– Sua expressão disse.

Nos dois rimos da situação.

– Tá. Qual o seu sonho?

****

Pela manhã minha cabeça doía muito, mas nada que fosse de outro mundo. Abri meus olhos e me lembrei que estava esquecido na mata junto com a Rachel, que a propósito estava deitada ao meu lado. Quando me levantei reparei que estava só de cueca box, de imediato me assustei, mas quando levantei o cobertor tive uma visão e tanto, Rachel de langerie dormindo ao meu lado, nunca havia percebido o quanto ela podia ser linda, e principalmente seu corpo era perfeito.

Quando ela ameaçou a acordar eu me deitei de novo, ela olhou em volta se espreguiçou e passou a mãe na minha testa e pude ver um sorriso ao constatar que não estava com febre. Ela se levantou e vestiu seu roupa.

– Finn, levanta.

– Já vou.

– Não agora vem.

Eu me sentou.

– Pode me explicar o por que de eu estar só de roupas íntimas?

– Posso - Disse envergonhada - Você estava com muito frio depois de tomar chuva, nem o cobertor adiantava, sua febre voltaria se não esquentasse, aí lembrei da aula de biologia, que o calor de um corpo pode aquecer o outro, apesar de você ser duas vezes maiores que eu.

Nós não falamos mas nada até que ela achou seu celular jogado no meio do mato. Ligou pros meus pais, uma hora depois eles já estavam lá.

****

Entrei no auditório e vi que Rachel cantava "No Air", tamanha era a minha vontade de estar com ela que eu comecei a cantar com ela.

Nossa sintonia era tremenda e isso me deixava feliz, e eu gostava cada vez mas dela. Quando segureu a sua mão e a abraçou, ela não cantava mas, ela era a música, o que mas me surpreendeu foi que ao fim da nossa canção eu não me contive e a beijei.

Um beijo que eu esperava à algum tempo que acontecesse, e foi como eu imaginava, doce, calmo, parecia que ela tinha tanto desejo quando eu, quando ela percebeu o que estava acontecendo ela me empurrou.

– O que aconteceu Rachel?

– Eu não posso.

– Como não? Você não está com ninguém.

– Eu não, mas você tem a Quinn.

– Não, não estou.

– Mesmo assim, o que pensa que eu sou pra sair me beijando?

– Uma menina quase mulher que me salvou em meio a mata.

– É só por isso? Então está enganado que eu...

– Não só por isso.

– A é, então por que ?

– Por isso.

Eu a beijei novamente.

****

Eu tranquei a porta e em seguida a beijei, fomos ao poucos pra cama, eu fiquei por cima dela, o beijo esquentou e eu não respondi por mim, quando vi já estávamos nus, as roupas jogadas ao chão e em mim bateu a incerteza.

– Tem certeza?

– Não cheguei até aqui pra morrer na praia.

– Tá bom, se doer me fala.

Sorri em resposta e assim eu a fiz minha pela primeira vez.

****

–Alô.

– Oi Finn, é a Rachel.

– Oi.

– Precisamos conversar.

– Tá pode falar.

– Não, por telefone não, estou sozinha aqui em casa, vou preparar o jantar e você vem, aí a agente conversa, sem segundas intenções.

– Tudo bem.

****

Não podia acreditar que Rachel Barba Berry era a mulher que eu amava, a que eu sonhava, a que eu sentia sua falta.