Meu Anjo da Guarda. escrita por Mari Salvatore


Capítulo 6
Perdido o jogo.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninaas! Bom, eu sei que eu demorei , mas vou tentar postar mais vezes agora! Estava um pouco enrolada. Obrigada a quem comentou



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627540/chapter/6

Eu não estava feliz comigo mesmo. Por que faziam três noites que eu sonhava com ela. Três noites que Elena Gilbert aparecia nos meus sonhos. E em nenhum deles o final era minimamente feliz. No primeiro, estávamos no Griu e Elena queria acender sei lá por que uma fogueira. Só que ela tinha olhos cor de fogo e a cada vez que ela me olhava, uma parte do meu corpo entrava em chamas, tomado pelo fogo. Por fim, eu virava a fogueira. No segundo, ela estava dentro do meu armário de escola e assim que eu abri a porta ela me atacou com uma serra elétrica, me culpando por todos os erros do mundo. No terceiro, ela era minha namorada/ficante ou não sei o que e estávamos sentados no sofá. Ai ela me beijou (um beijo que nunca demos de verdade) e me senti congelado. Logo depois meu cerebro parou e eu captei a risada cortante de Elena, assim como daquela tarde na porta da casa dela com Matt e Mason. E eu acordava desses sonhos suando horrores. E tinha cem por cento de certeza de que isso era consciência culpada pelo que estava fazendo com ela e por que eu posso ser tudo, menos tonto ao ponto de achar que isso é menos do que desumano.
–Damon? -Caroline abriu a porta do meu quarto e entrou. Pelo jeito Stefan não entendia que quando eu dizia "quero privacidade", se aplicava a ela também.
–Oi? -eu estava deitado na cama sem coragem de levantar. O típico dia que Caroline chama de " Dia da falta de educação", já que ela não me pede nada já pra não levar um soco mesmo.
–Vou fingir que fui bem recebida. -ela rolou os olhos e se sentou na beirada da minha cama, enquanto eu me sentava para poder observa-la melhor. Seu look estava ousado demais, até para ela. Vestido vermelho queimado e meia calça preta, além de um salto numero infinito nos pés. Decidi ignorar e esperar ela própria me dizer o por que de tudo aquilo.
–Você que entrou na minha casa. -falei debochado. O dia péssimo pra aguentar a ladainha dela.
–Vou direto ao ponto, Damon. Sei que você tem um combinado comigo. E sei que você devia estar na escola e eu também. Mas Stefan me disse que você chegou bêbado ontem. Então vim cuidar de você. -caramba. Nem quando queria soar verdadeira ela conseguia. Só se eu fosse muito burro pra não ver atrás daqueles olhos, um monte de mentira disfarçada.
–Você não veio aqui pra cuidar de mim, Caroline. Você veio aqui porque sabe que eu sai com a Gilbert ontem, e de acordo com o nosso plano ela é que tinha que ficar bêbada e não eu. -me joguei novamente na cama, só agora percebendo que minha cabeça estava prestes a explodir. Droga. Queria mandar Caroline para a escola, mas queria que alguém ficasse aqui para xingar a idiota da Elena junto comigo.
–Nossa cara, ta todo bravinho por que tá de ressaca ou por causa do papelão que eu tenho certeza que rolou? -Caroline se levantou e saiu por três minutos, voltando logo em seguida com um copo de agua e um comprimido. -Toma e vê se vira gente. -ela me entregou o copo e o remédio. Até que ela consegue se passar por boazinha quando quer.
–To bravinho por que já to ferrado e to perdendo aula de novo, Caroline. -menti. Na verdade, estava mesmo é morto de ódio por causa da Elena. Não queria ir pra escola só pra não ter que olhar pra cara dela. Ainda bem que eu não fiz a burrice de entregar aquelas flores ontem. A primeira noite com ela foi um fiasco. Se não fosse por causa da Caroline eu juro que desistia de sair com aquela... Vadiazinha sem vergonha. Por que era exatamente isso que ela era.
–Você nem liga pra isso Damon Salvatore. Então me conta logo ou vou perguntar pro Stefan o que você disse enquanto não estava sóbrio. -tenho até medo por que nem eu lembrava. Mas como queria evitar prolongar as reclamações daquela loira linda sentada a minha frente, prossegui com meu discurso nada ensaiado. Mas antes Caroline acrescentou: - Vai me dizer por que bebeu tanto a ponto de ficar bêbado?
–Não fui eu que bebi. Foi Elena que me embebedou. Aquela vadia de quinta. -rolei os olhos com raiva só de lembrar da cena. Provavelmente ela vai contar para as amigas e elas vão rir infinitamente da minha cara.
–Vou querer saber como? -Caroline arqueou a sobrancelha e eu comecei a contar o que eu lembrava.
Agora era oficialmente oficial. Eu QUERIA odiar Elena.
Na noite anterior, busquei ela na casa dela, já sem muita paciência e talvez até magoado pelas palavras e pela cena de mais cedo. Porém passei por cima. Esperei meia hora de atraso dela e neste tempo fiquei conversando com Miranda, a mãe de Elena, e pude que o gênio forte da garota não vinha dela. Quando Elena desceu as escadas, vi que estava deslumbrante. Cabelos enrolados, maquiagem escura, um short jeans escuro e uma camiseta de ombros caídos. Porém percebi que ela estava planejando algo por que foi simpatica demais comigo o tempo todo. Na verdade o caminho todo, por que no restaurante ela encontrou com o Matt e o Tyler e se sentou na mesa deles só pra me provocar. Como não havíamos estabelecido nada sobre outras companhias, tive que aceitar dividir a mesa com eles. Tudo bem, só que ela me excluiu o tempo todo.
Quase as onze da noite, ela me tirou pra dançar. Sim, eu fiquei surpreso. Mesmo com musicas eletrônicas tocando ela se grudava em mim e rebolava comigo, e eu me certifiquei de que não era por causa de Matt por que ele não estava olhando. Mas logo o joguinho dela começou a fazer sentido, e eu, tonto, nem percebi. De copinho em copinho, ela foi fazendo com que eu colocasse pra dentro umas duas garrafas de vodka, três de tequila, talvez até algumas de Bourbon.
Mas o pior não foi ter bebido tudo isso. Foi o escândalo que ela deu depois.
*Flash Back On.
–CARAMBA DAMON, EU JÁ PEDI PRA VOCÊ ME SOLTAR. -Elena me empurrou violentamente para trás, mas eu já estava sob o efeito de muita bebida para me segurar sozinho, então me agarrei nela para não cair. Como ela havia chamado atenção para si, os amiguinhos dela acharam que eu estava forçando ela a ficar lá comigo, e já vieram fazendo tumulto pra cima de nós dois.
Matt me segurou. Na verdade, me arrancou de perto de Elena e me jogou na primeira cadeira que viu. Depois foi abraçar a falsa da Elena que se colou a ele.
–Ele tá bêbado, Elena. Você veio com ele? É melhor leva-lo para casa. -Tyler se colocou ao meu lado. Ele não era tão contra mim como Matt mas eu não gostava muito de nenhum dos dois.
–Ele tá fingindo que tá bêbado. -eu queria protestar mas minha voz não saia. Estive pensando até onde ela iria com aquilo, acho. -Ele tava tentando me agarrar, me beijar, não vou voltar com ele. Tenho até medo do que ele possa fazer. O Damon é louco.
Metade da escola tava lá, só observando o teatro em que só a Elena sabia seu papel. O meu era de trouxa desentendido pelo jeito.
–Tá okay, tá okay. Então eu vou com ele. Levo ele pra casa. -Tyler ia me puxando pelo braço para me levantar quando Elena entrou novamente em ação.
–Ty, eu to sem carro. Eu vou com o carro do Damon. -na hora eu mentalmente gritei um O QUE? -Até por que se você for dirigindo no carro dele vai ficar a pé. -além de tudo ela ainda queria o meu carro.
Tyler assentiu e ela veio até mim puxando a chave do carro que eu não sei como que ela sabia onde estava. Se virou de costas, mas não antes de me dar um ironico sorriso. BENDITAS BEBIDAS.
O grupinho de amigos de Elena ia me ajudando a levantar quando ela se voltou para Tyler pra falar em alto e bom som:
–AH TY! SE EU FOSSE VOCÊ TOMARIA CUIDADO COM O DAMON, POR QUE UMA VEZ OUVI ELE FALANDO QUE TE PEGARIA. -eu queria matar aquela vadia mentirosa. Mas podia ser preso.
Tyler me encarou de olhos arregalados, e o resto do lugar deu risada.
Ele me deixou descer do carro dele por conta própria e eu acho que levei quinze minutos até chegar na porta da minha casa.
Só depois me dei conta de que talvez Elena nem soubesse dirigir.
*Flash Back Off.
...
Mais tarde, Caroline me obrigou a ir com ela para o colégio. Eram quase três horas da tarde, mas pelo menos ela ainda xingava Elena. Mas é obvio que com o meu mal humor de hoje, ela estava rindo da minha cara um pouquinho.
–Eu te disse que ela era uma piranha. -Caroline sorriu vitoriosa. Talvez por concluir que se houvesse uma parte de mim que queria vacilar no plano com ela, estaria agora cem por cento convencida a continuar com a ideia.
Não prestei muita atenção, já que era a centésima vez que ela falava isso, como se fosse um mantra pra ela se convencer de que estava certa sobre Elena e que não era tão má assim por querer derrubá-la.
Mas na verdade eu estava mesmo concentrado na prancheta rosa de Caroline que estava no colo dela juntamente com uma pasta, enquanto eu dirigia o carro dela, já que estava sem o meu.
Era o dia das audições para lideres de torcida. Era esse o motivo pelo qual eu tinha que ir. Mesmo que fossem menininhas gatinhas de mini-saia, Mini-blusa, grandes peitos, era tedioso.
–Ah Damon, fala serio. São garotas. Não tão gostosas quanto eu, mas dão pra se observar amorzinho. -Caroline era péssima nisso. Ironias. E agora ela estava com a péssima mania de me chamar de amorzinho.
Na verdade estava indo por um motivo. Novamente para o lado pessoal... Elena Gilbert e nossa aposta. Por que mesmo com raiva eu queria ter motivos para vê-la me odiar. E sabia que ela iria morrer de ódio se eu demonstrasse indiferença com o caso de ontem ao falar que iria busca-la mais tarde hoje.
Mas o nome dela não estava ali. Droga- pensei comigo mesmo. Fazia parte da aposta e ela não devia descumprir. Estávamos em uma das salas e Caroline estava ajeitando os últimos detalhes quando Clary entrou correndo na sala com uma folha na mão.
–Carol, temos mais algumas candidatas de ultima hora. E pelo que posso ver, todas as meninas já estão aqui. É com a gente agora amiga. -Clary entregou a folha para Caroline que correu os olhos pela folha. Parou-os em um ponto e sorriu, olhando para mim. Não disse nada, só voltou-se para Clary.
–O numero cinquenta e cinco pode ser dispensado da audição. Mande-a para casa. -Carol apontou para um ponto da folha e Clary vincou a testa.
–Sei dos seus problemas com ela, mas temos que testar todas as meninas. -Clary parecia insegura. Mas admirei o ato dela de repreender a amiga que tanto idolatrava, sempre fielmente fiel as opiniões, por mais loucas e idiotas que fossem. -Não pode mandar ela embora por problemas pessoais.
–Estou dispensando do teste, não do cargo. Conheço os dons artísticos do numero cinquenta e cinco. Vai humilhar todas as garotas. Ela vai passar. Pra que perder tempo esperando tanto? Mande um beijo em meu nome. - não era normal da Caroline ser gentil desse jeito. Muito menos admitir que alguém era bom em algo que fazia. Fiquei bastante curioso em saber quem era, mas fingi que não tinha dado a mínima.
Quando Caroline finalmente saiu da sala, me levantei rapidamente e me surpreendi. O numero cinquenta e cinco... Boa dançarina... Sinal de okay na frente do nome, e um carimbo de aprovada no meio de um monte meninas tentando a sorte... Lá estava o nome que eu tanto procurei... ELENA GILBERT.
Primeiro veio a raiva só por saber que era ela. Depois a lembrança daquelas drogas daqueles sonhos com ela. Depois um pouco de felicidade por saber que ela tinha cumprido com uma parte de nossa aposta. A outra não por que no primeiro dia ela já aprontou. Ai me veio satisfação por que poderia provocá-la e ainda a veria com todas as mini-roupas possíveis. Em tudo que Caroline me arrastasse ela estaria. Elena estava em tudo. Das piores e meia antigas lembranças até as menos ruins, claro, e recentes.
Revirei os olhos sem saber o que esperar. Mas iria querer meu carro de volta.
Ai é que me veio a mente as palavras da Caroline. Ela não queria o bem de Elena, então por que aprovou-a sem testes e tudo? A única resposta plausível é a de que ela não sabe nada de dança. Mas o time era comandado por Caroline e ela não aceitava menos que uma deusa dançarina entre as lideres. E Clary provavelmente havia boiado também, por que assim como eu, espantou-se.
Desci para a quadra. Se queria provocar Elena teria que ir logo, pois ela estava liberada e aprovada e podia ir embora quando bem quisesse.
Mas ao chegar vi o lindo corpo de Elena se movendo pela quadra em passos seguros de si, enquanto o cabelo dela voava ao seu redor. Passos dignos de uma líder de torcida. Carol não tinha exagerado. Só não entendia por que, mas com certeza não era nada muito bom.
–Caroline não disse que ela já tinha sido selecionada? -perguntei me aproximando de Clary, que levou um pequeno susto.
–Escutando conversas, Salvatore? -Clary ainda estava carrancuda comigo por causa do rolo todo com o Matt, mas não fazia diferença pra mim, já que eu não ia muito com a cara dela mesmo.
Ergui uma das sobrancelhas e ela bufou, provavelmente temendo que eu falasse pra amiguinha dela que ela era um pouquinho sem educação demais.
–Ela quis fazer o teste. Disse que regras são regras. Com licença. -Clary vazou e em menos de dois minutos Elena terminou sua coreografia e entrou no vestiário. Decidi fazer muito melhor que confrontá-la ali, mas sim no estacionamento. Talvez até deixa-la sem carona pra casa dela.
Procurei meu carro pelo local mas a vadiazinha tinha vindo de a pé. Droga, droga, droga.
...
EU NUNCA HAVIA VISTO A GILBERT TÃO ASSUSTADA NA MINHA VIDA TODA! E isso fazia com que eu rolasse de rir. Quando eu vi que o carro não tava no estacionamento, corri o mais rapido que pude pra casa dela. A mãe dela não estava em casa e o Jeremy é desligadão, então quando eu falei que tinha que pegar minha chave do carro no quarto dela ele nem se ligou que 1) ela não estava em casa e 2)por que minha chave do carro estaria no quarto dela?
Só que quando a Elena entrou cantando e jogando as coisas no chão não pude deixar de pensar em como ela agia mais naturalmente em casa, sem toda aquela pose de durona. Mas achei que os sonhos virariam realidade e ela ia me assassinar quando ela me viu jogado em cima da cama dela. Inicialmente ela soltou um grito que me fez tapar os ouvidos, e depois pulou em cima de mim me estapeando. Estava vermelha de raiva.
–Damon, o que você tá fazendo aqui? Espero que tenha uma boa explicação pra isso. -ela me deu mais um soco no ombro e puxou meu cabelo mais uma vez, quase arrancando metade. Depois percebeu que estava em cima de mim e pulou pra fora da cama, se apoiando no guarda roupa.
–Vim pegar minha chave do carro e te dizer que te pego mais tarde pra gente sair. -peguei uma chave que estava em cima do criado ao lado da cama dela e comecei a girar nos dedos. Não era a minha chave e ela tirou da minha mão no mesmo momento.
–Eu odeio você, Salvatore. -Elena me fitava. E tive certeza de que ela não soltava fogo pelos olhos, por que esse era o perfeito momento para isso.
–Eu sei Eleninha. -levantei da cama dela. -Mas quero meu carro de volta.
–Quero saber como foi que você entrou aqui, Damon. EU TE ODEIO! Você não tem direito de entrar aqui.
–Relaxa Elena. Por que você conseguiu o que queria. Se acha que te amo muito está redondamente enganada. Por que eu não gosto de você. Quase a ponto de te odiar. -Elena arregalou os olhos e pela primeira vez a vi realmente surpresa. Ela abriu a boca para falar diversas vezes, mas parecia muda. Eu falei sim sem pensar, mas ela não era nada comparado ao que ela já havia feito comigo.
–Sua... Cha... Chave. Tá la embaixo. Licença. -ela não parecia chateada, apenas surpresa. Como se ela tivesse perdido o jogo. Sua ultima e melhor carta. Eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cap um pouco diferente mas importante pra historia. Por que o proximo é narrado pela Elena com surpresinhas. Comenteem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Anjo da Guarda." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.