Eu estava terminando de me arrumar quando escuto um barulho no quarto. Abro a porta apenas para ver Davi... que por sinal estava tentando espiar dentro das sacolas que eu tinha comprado. Quando o chamei, senti seu olhar viajar por todo o meu corpo.

– Venha aqui. – Davi praticamente grunhiu, me puxando na sua direção. Ele moldou meu corpo junto ao dele, atacando meus lábios com os dele antes de suas mãos viajarem para acariciar a minha bunda.

Em choque, movi meu lábios contra os dele, enfiando minhas mãos em seu cabelo na tentativa de ficar mais perto do que já estávamos. Então, senti a parte de trás dos meus joelhos bateram na cama. Um tanto confusa, mas completamente excitada, me encontrei sem minha blusa com o Davi sobre mim.

Davi nunca tinha tomado o controle antes e me encontrei impressionada e incrivelmente excitada por ele estar no controle. A forma que ele grunhia e como suas mãos exploravam meu corpo sem ser suave ou firmes demais... era indescritível.

Assim que tirei a camiseta dele, fomos interrompidos pelo meu celular.

Gemi frustrada, reconhecendo o toque como o do meu dad. Ele tem sido persistente ao longo do dia. Como eu sabia que ele simplesmente continuaria insistindo, muito contrariada me separei do Davi para poder atender a ligação.

– O que foi? – eu o cumprimentei.

– Olá peanut.

– Você está me ligando pra quê? – não precisava de cortesia. E eu estava frustrada, parecia que sempre que as coisas entre eu e o Davi começam a acontecem alguém tinha que atrapalhar.

– Por que você não me contou que tem um namorado?

– Você nunca perguntou.

– Você nunca disse nada. – ele retrucou. – Como eu devia saber? – questionou. – Não tenho o poder de ler mentes.

– Dad. – retruquei em retorno. – Você percebe que a conversa mais longa que tivemos nos últimos anos foi quando você insistiu para que eu trabalhe-se na sua empresa?

– Você sabe que sou ocupado.

– E é exatamente por isso que eu não espero muito de você!

– Ai. – ele murmurou.

– A verdade dói. – continuei impassível. – Porque me ligou?

– Eu quero visitar você. – ele disse.

– Estarei de volta na semana que vem – eu disse. – A gente pode tentar marcar algo então.

– Estarei ocupado semana que vem.

– Nenhuma novidade nisso. – suspirei.

– Eu quero dizer que eu quero visitá-la enquanto você está no Brasil. – ele elaborou.

– O que?

– Eu acho que devo, pelo menos, tentar conhecer mais sobre Davi Reis. – ele disse. – Além do que eu sei profissionalmente é claro. – revirei os olhos.

– Dad. – comecei. – Não vamos...

– Só para mim ter certeza, quando você diz ‘Davi Reis’ – ele me interrompeu. – Você está se referindo ao que é Chefe da seção de Tecnologia aqui da Marra e filho do grande cinegrafista Plínio Reis, não é?

– E se eu disser...

– Uau. – ele deu uma risada. – Sua mãe irá amá-lo.

– Não. – disse severamente. – Pâmela não vai conhecer Davi ou a família dele se eu puder evitar isso.

– Boa sorte. – ele disse ainda rindo. – Aquela mulher consegue sentir o cheiro de dinheiro e publicidade há quilômetros de distância.

– Bom, vou fazer o meu melhor para não aparecer em nenhum jornal ou revista. – revirei meus olhos.

– Estarei aí nos próximos dois dias. – ele prometeu, até parece que eu iria acreditar nele. – Até mesmo limpei minha agenda.

– Estou tão animada. – disse irônica.

– Não seja assim. – reclamou. – E por favor. Quando eu estiver ai será como seu pai e não como Jonas Marra.

– Dad. – revirei meus olhos. – Você sempre será Jonas Marra.- disse em um sussurro o final.

– Já atingi minha cota de sarcasmo para o dia. – ele murmurou. – Obrigado.

– De nada.

– Vejo você em breve.

– Claro que irá. – disse mais brincando do que acreditando. – By,dad.

Perdi as contas de quantas vezes ele prometeu me ver e simplesmente não compareceu, nas melhores das hipóteses um dos assistentes dele me avisava. No entanto, eu não conseguia matar a pequena esperança que tinha desde pequena que ele escolherei passar mais tempo comigo do que com no trabalho.

– Algo errado? – Davi me perguntou assim que voltei para a cama.

– My dad. – disse revirando os olhos. – Ele esta tentando o papel ‘sou seu pai e estou interessado em você’. Ele disse que está vindo em alguns dias para uma visita.

– Serio? – ele perguntou surpreso, mas parecia um pouco animado com a ideia também. Se meu pai realmente viesse, tudo mudaria.

– Ele é complicado. – ri, me recusando a ficar animada. Pois, me conheço e sei que ficaria magoada quando percebesse que ele não cumpriria. – Ele vai planejar vim, então algo vai requerer a atenção dele que ele vai considerar ser mais importante e ele esqueça que viria aqui.

– Você não sabe disso.

Oh, Davi, tão inocente Davi...

– Sim, eu sei.

– Ele pode te surpreender.

– Ele pode. Ele vai, provavelmente, me desapontar! Eu só acreditarei vendo. – resmunguei. E não pude deixar de pensar como Davi reagiria ao saber que meu pai era na verdade o seu chefe.

– Ele virá. – ele disse me puxando para seu peito. – Você vai ver.

Foi impossível não sentir o perfume dele, Davi cheirava tão bem.

Davi era tão doce. Ele diferente do meu pai sempre matinhas suas promessas. É gentil sem motivos aparentes. Ele é um homem maravilhoso que não tinha ideia do poder que tinha sobre as pessoas. Ele não deixou a fortuna dele subir a cabeça, mesmo sendo herdeiro de um bom dinheiro tem o seu emprego. Ele apenas agia como uma pessoa comum. Até onde percebi era incapaz de dizer algo realmente rude para alguém. Talvez fosse por isso que ele fosse incapaz de ver a grande vadia que Manuela é.

No meu ponto de vista, eu não conseguia imaginar alguém que não gostaria de ter Davi em sua vida. Quem desistiria de um homem como Davi? Foi bom que Manuela terminou com ele, por mais que tenha sido durante a festa de despedida dele... com um anel de noivado em seu bolso. Ele merecia encontrar alguém melhor, alguém que o completasse realmente. Alguém que a família dele adorasse.

Eu tentei pensar numa pessoa que eu aprovaria. Não havia nenhuma que eu conseguisse pensar. Eu só estaria feliz se ele estivesse feliz; contanto que não fosse a vadia da Manuela. Ele merecia alguém que apreciasse o seu jeito de ser e não a sua conta bancaria... alguém que faria qualquer coisa por ele. Alguém como e...

Oh shit!

Eu gostava do Davi. Quer dizer, eu realmente gostava do Davi.

Como isso aconteceu? Quando isso aconteceu?

Eu nunca tinha realmente gostado mesmo de um garoto antes. Eu sempre os achei estúpidos. Eu nunca cheguei a me visualizar como parte de um casal. Isso muito provavelmente por causa dos meus pais.

Eu imediatamente parei essa linha de raciocínio, antes que eu começasse a pirar aqui.

Bom. Eu e o Davi estivemos fazendo... o que seja que estivemos fazendo. Sendo honesta comigo mesmo eu teria que admitir que estava apreensiva sobre tudo isso que estava acontecendo entre a gente. Ele se sentia da mesma forma? Nós com certeza estávamos sendo mais afetivos recentemente.

– Isso é de verdade? – o questionei me separando um pouco dele, para poder o olhar nos olhos.

– O que é de verdade? – perguntou confuso.

– Isto. – fiz um gesto entre nós. – Nós estivemos sendo... o que seja... você sabe. Parece.. diferente. – terminei.

Ele olhou para frente, como se estivesse pensando em algo. E eu nunca quis tanto o poder de ler a mente de uma pessoa como naquele momento.

– Como namorado e namorada? – perguntou por fim.

– Talvez.

– Você quer ser minha namorada?

– Essa não é a questão. – eu apenas queria que ele respondesse. Eu odiava essa duvida. – Você quer ser meu namorado?

Ele me olhou nos olhos, era como se ele estivesse procurando respostas ali. Então, sorriu e eu soube a resposta antes mesmo dele dizer.

– Sim.

Eu tenho um namorado! Davi era o meu namorado.

– Ok. – tentei agir de forma natural e dei um beijo na bochecha dele, o que me fez sentir como se estivesse no primário.

– Eu tenho uma namorada ... de verdade agora! – Davi disse orgulhoso. – Uma que me manda fotos sexys.

– O que? Que fotos? – perguntei confusa. Eu não tinha mandado foto alguma. – Eu não mandei nenhuma foto.

– Você não...? – ele parou olhando pra mim e seus olhos começaram a ficar enormes. – Esqueça.

– Esquecer o que? – questionei me sentando sobre os meus joelhos em cima da cama o encarando.

– Não é... nada. – ele disse, batendo no bolso da sua bermuda.

O que quer que fosse que ele estava escondendo, estava no celular.

– Tem certeza? – questionei, o direcionando para um falso sentido de segurança.

– Sim. – deu de ombros.

– Tudo bem. Venha aqui. – disse fazendo com que ele se aproximasse mais.

– Bom. – respirou parecendo aliviado. – Eu adoro o seu cheiro...

Agora!

Eu dei um giro ficando montada em cima dele, prendendo-o com as pernas.

– O que você está me escondendo?

– O que você está...?

– Pare de mentir! – disse alcançando seu bolso e pegando o celular dele, pulei de cima dele e corri para o banheiro.

– Megan! – ele correu atrás de mim, mas era tarde já tinha fechado a porta do banheiro.

Eu lembrei que ele falou algo sobre fotos. Fui para as pastas de fotos.

– Devolva meu celular, por favor. – ele praticamente implorou.

– Oh, meu Deus! – gritei quando consegui destravar as fotos, e dei uma olhada em uma foto minha vestida a camisola azul, minha bunda no ar provavelmente foi tirada quando estava pegando meu celular.

– Em minha defesa. – ele começou, batendo na porta. – Eu pensei que você que tinha mandado.

Passei essa para ver outras com os conjuntos provocantes que as garotas me fizeram experimentar, incluindo o espartilho vermelho com o chicote e o conjunto com diamantes.

– Oh, meu Deus! – gritei novamente, deixando o celular cair.

– Prometo, que vou deleta-las. – ele negociou ainda batendo na porta pra mim abrir. – Não fique brava comigo, Por favor.

– Oh, meu Deus. – eu ainda não conseguia acreditar que alguém tinha enviado essas fotos para Davi.

– Você está linda nelas. – disse ele da porta. – Se isso faz...

– Mais alguém as viu? – perguntei abrindo a porta.

– Não! – ele negou prontamente balançando a cabeça. – Eu protegi esse celular com minha vida.

– Mas quem as enviou? – perguntei ainda sem acreditar.

–Era um número desconhecido. – ele disse, pegando o seu celular. – Desculpa.

– Está tudo bem. – eu disse o tranquilizando. – Você já me viu semi nua de qualquer forma. – brinquei.

– Eu não teria olhado se soubesse que não tinha sido você que enviou. – ele disse me abraçando. – Você não precisa ficar...

Espero um minuto.

– Deixe-me ver isso. – peguei o celular novamente. Fui nas fotos novamente até que encontrei o número que as enviou. – EU NÃO ACREDITO!

– O que? – ele perguntou, nervoso. – Você não está brava comigo, está?

– Com licença. – sorri, saindo do quarto.

Fui direto para o quarto da criminosa e entrei sem me anunciar.

– Oh, oi! – ela sorriu, acenando.

– Não consigo acreditar em você! – disse a jogando na cama.

– O que? – perguntou, protegendo o rosto quando eu comecei a bater nela. – Por que você está brava?

– Por que? – perguntei, enquanto a balançava e batia no braço dela.

– Do que você está falando? – questionou enquanto tentava me tirar de cima dela. – Conte-me porque você está brava assim, por favor!

– Você não devia ter...

– Nada mais de Srta. Amiga Legal! – ela resmungou, antes de dar uma joelhada nas minhas costas e nos vira fazendo com que caíssemos no chão.

– Ai! – aquilo doeu. - Saia de cima de mim. – resmunguei.

– Não até que você me conte o que há de errado. – ela disse, prendendo meus braços.

– Você mandou aquelas fotos para o Davi! – disse com raiva, mordendo uma das mãos dela para ela me soltar.

– Eu não mandei nada para ele! – Ela negou, e eu aproveitei minhas mãos livres para dar um tapa nela. – Quer parar!

– Era o numero do seu celular!

– Eu não mandei. – ela continuou negando. – Quer ser acalmar.

– Garota com garota! – nos duas olhamos para portar, apenas para ver que Matias na soleira. – Legal.

– Vocês duas podem parar com a briga de gata agora. – Luene disse. – Os rapazes terminaram de fazer as pizzas.

– Você recuperou os seus sentidos? – Camilinha perguntou. Concordei com a cabeça. – Bom. – ela saiu de cima de mim.

– Ainda não consigo acreditar que você fez isso comigo. – disse me levantando.

– Eu não fiz nada. – continuou afirmando sua inocência. – Você sabe que eu admitiria isso com um sorriso se tivesse.

– Mas as fotos vieram do seu telefone.

– Posso vê-las? – perguntou e eu peguei o celular para mostrar a ela.

– Droga. – ela concordou com a cabeça. – Você é muito sexy. Você deveria fechar seu escritório e se tornar uma modelo da Victoria Secret! Ou melhor, trabalhar lá na agência– ela disse passando as fotos.

– Obrigada, traidora. – disse pegando o celular de volta.

– Podemos continuar com a discussão mais tarde? Estou com fome. E vá vestir uma blusa sua. – disse rindo e saindo do quarto.

Quando o meu pai me ligou eu acabei vestindo a blusa de Davi para atender a ligação.

Voltei para o quarto e encontrei Davi passando pelas sacolas que eu tinha comprado.

– Achou algo que gostou? – perguntei, rindo um pouco.

– Eu apenas... era... Você estava linda! – finalizou, derrubando uma das sacolas e a cinta-liga azul saiu. – Preciso me trocar. – ele disse, pegando algumas roupas e correndo para o banheiro.

Eu segui seu exemplo e fui me arrumar, pequei minha mala para ver o que vestiria. Acabei optando por uma saia short branca e uma camiseta marfim. Encontrei uma par creme de sapatilhas que combinava. Para acessórios, coloquei uma pulseira de ouro e um brinco da Chanel.

– Você está bonita. – Davi elogiou da porta.

– Você também. – disse com um sorriso. Ele estava com uma bermuda jeans e uma blusa branca simples.

– Obrigado. – ele disse me abraçando e me dando um beijo. – Não consigo acreditar que você é a minha namorada.

– Igualmente. – sorri. – Não consigo acreditar que você é o meu namorado.

Descemos para o jantar.

– Adoro suas roupas Megan. – Luene disse com um sorriso. – Uma mais estilosa que a outra.

– Você sempre está maravilhosa. – Rita disse sorrindo.

– Vem tio, senta do meu lado. – Belle disse, se levantando e pegando a mão de Davi e puxou a minha também.

O jantar estava ótimos, os rapazes me surpreenderam com a habilidade para a pizza.

– Davi. – Luene sorriu, limpando sua boca no guardanapo. – Você parece um pouco corado.

– Hã? – ele questionou, virando-se pra mim. – Tem algo no meu rosto?

– Não tem nada haver com aquelas fotos, ou tem? – perguntou enquanto ela e Danusa caiam na risada.

– Você! – eu e Davi gritamos juntos.

– Eu disse a você. – Camilinha resmungou, pegando outro pedaço de pizza. – Que não tinha sido eu.

– Minha bateria tinha acabado, então peguei o da Camilinha emprestado. – Luene admitiu como se não fosse nada.

– Que fotos? – Matias perguntou.

– Nenhuma! – Davi e eu dissemos juntos, fazendo Luene e Danusa rirem mais.

– A vamos lá!

– Deixe o seu irmão! – Plínio interferi-o, o que eu fiquei grata. A campainha tocou logo em seguida.

– Vou atender. – Plínio disse já se levantando. – Me pergunto apenas quem é.

– Quem viria uma hora dessa? – Rita se questionou.

– Olá boa noite. – essa voz é familiar. – Estou procurando a Camila ela está?

Olhei para Camilinha que saltou da sua cadeira animada.

– Estou aqui. – a doida gritou. Seguindo de encontro a Caio que entrava acompanhado de Plínio. – Porque não me avisou que estava chegando? – perguntou sem dar tempo dele responder, pois logo o beijou.

– Eu tentei. – disse quando se separaram. – Mas você não atendia o celular, então resolvi fazer uma surpresa. – ela sorriu, virando para apresenta-lo corretamente.

– Gente, esse é o meu namorado Caio. – ela disse gesticulando. – E Caio, você lembra da Megan, aquele é o Davi namorado dela. – ela disse piscando pra mim. – E claro essa é a família dele, Rita e Plínio, Luene, Arthur e a Isabelle filha deles e Matias e Danusa.

– É um prazer conhecê-los. – Caio, disse.

Todos o cumprimentaram em retorno.

– Se junte a nós Caio. – Rita o convidou. – Estamos tendo pizza para o jantar.

– Obrigado. – ele sorriu se sentando perto de Camilinha. – Devo admitir que realmente estou fome.

O restante do jantar transcorreu calmamente, como era de se esperar Rita acolheu Caio muito bem, chegou a convida-lo para ficar na casa já que Camilinha já esta hospedada aqui segundo ela quanto mais melhor. Davi realmente possui uma família incrível.

Caio não teve muito como recusar o convite, ele apenas pegou a mala que estava no porta malas do carro que ele alugou.

Demos a noite por encerrada afinal o dia foi bem movimento e cada um se encaminhou para o próprio quarto.