Namorada de Mentirinha escrita por Lari


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal...
Como sei que alguns de vocês estão ansiosos pelo capítulo novo..
Por isso conversamos mais, lá embaixo ;)
Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627510/chapter/3

Era assim que supostamente séria uma família de verdade? Essa pergunta não saia da minha cabeça, estou tentando o meu melhor para tratar isso tudo com normalidade, vendo estas pessoas felizes por simplesmente estarem juntas. Eu preciso conversar com alguém, alguém não, precisava conversar com a Camilinha.

Camila Lancaster é minha amiga desde o fundamental, os pais dela assim como os meus se separaram e apesar dela ser natural do Brasil a mãe quis morar em NY, ela assim como eu não tem uma família funcional ou até mesmo carinhosa acho que por isso nós tornamos grandes amigas. Só que diferente de mim ela está em um relacionamento sério agora, a dois anos ela é namorada de Caio Laport, os dois abriram juntos uma agencia de modelos em São Paulo e eu sempre indico para aqueles que procuravam o meu escritório, quando precisavam de uma modelo, era apenas mais uma forma de manter contado com minha amiga, pela ao menos uma vez ao ano a gente programava duas semana de férias juntas. A nossa ultima viagem foi para o México.

Aproveitei o final do café da manhã para subir enquanto o Davi ajudava a arrumar algumas coisas, para poder ligar para Camilinha.

– Quem é viva aparece! – essa foi minha recepção.

– Olá para você também Camilinha.

– O que aconteceu com você Megan? Não respondeu meus últimos e-mails e me ligando assim... Esta tudo bem? – suspirei.

– Eu estou no Brasil, fingindo ser namorada do Davi.

– Como? Acho que não entendi!

– Eu estou no Rio de Janeiro, com o Davi. – ela tinha conhecido o Davi quando foi passar um tempo comigo, devindo um trabalho. – O irmão dele esta indo se casar e ele me pediu para vim com ele como namorada.

– Huuum... – tive que revirar os olhos, quando ela encontrou com a gente na lanchonete da Marra, ela disse pra investir, porque a gente tinha sintonia, apenas a chamei de louca e falei pra ela parar de ver coisas onde não tinha. – O que há de errado então?

– É que é apenas ... surreal, sabe? A família dele é tão legal e normal, não estou acostumada a ser tratada assim... Isso apenas... – suspirei – me faz sentir ... estranha.

Minha relação com meus pais, ou melhor, a falta de relação com meus pais acabou comigo.

– Ela fez um jantar maravilhoso e você tinha que provar a torta que ela fez Camilinha. – eu disse animada, era do conhecimento geral que eu não ia muito para cozinha, as vezes eu até fazia alguma coisa, mas com a vida corrida devido a reuniões e projetos fica mais por conta de restaurantes. Mas isso apenas aumentou o contraste entre o que é ser realmente uma Mãe daquela que se diz minha mãe.

– Nossa. – ela pareceu um pouco pasma.

– Eles apenas tornam nítido para mim o quão eu fui negligenciada pelos meus pais.

– Megan. – disse com um suspiro. - Nós passamos por isso já. Se não tivéssemos passado, hoje não seriamos essas garotas sexys, bem sucedidas, um pouco loucas e extremamente legais que somos hoje se nossos pais não fossem tão fodidos. – ela disse com uma voz inflexível, extravasando por nos duas. – Sou grata de certa maneira pela forma que fui educada, caso contrario não seria quem sou hoje. E gosto de mim assim, mas principalmente goste de ter você como amiga exatamente como você é! – sorri com isso.

– Eu sei... Obrigada por dizer isso! É apenas estranho... ver como uma família de verdade funciona sabe?

– Droga. – Camilinha suspirou. – Olha Megan, estou terminando hoje uma campanha aqui e vou fazer o possível para estar no Rio amanhã. Você precisa de mim e vou estar ai pra ti apoiar. Além do mais. Sinto sua falta.

– Não precisa fazer isso. Eu apenas sinto sua falta.. e precisava conversar com você!!! Se cuida ai viu? Dê um oi para o Caio por mim. – eu disse encerrando a ligação.

Ouvi a porta do quarto se abrir e tomei uma respiração profunda antes de sair do banheiro. Quando olhei para o Davi, eu não sabia explicar. Eu não sei dizer o que há com ele, que simplesmente tinha capacidade de deixar tudo bem só de estar por perto. Eu não conseguia entender por que alguma mulher não iria querer ele! E também não compreendia a faísca que sentia quando estava perto dele, ou quando a gente se beijava. Tinha que ter uma explicação lógica pra isso né?

Percebi que ele ficou paralisado quando me viu e sorri, ele estava admirando a minha tatuagem na costela acho que ele não tinha percebido que eu tinha tatuagem até aquele momento, mas não poderia culpa-lo a da nuca ficava escondida pelo cabelo, a do pulso pelas pulseiras e bem a da costela vivia sempre coberta! Mas como agora eu estava com um biquíni azul apenas, pois o combinado era que aproveitaríamos o dia na piscina.

– Davi! – o chamei estralando meus dedos, ele sacudiu um pouco a cabeça saindo do transe. Se aproximando de mim.

– Hum.. eu não sabia que você tinha tatuagem.

– Na verdade tenho três. – ele estendeu o braço como se quisesse tocar, mas o abaixou em seguida. – Pode tocar. – disse pegando a mão dele e colocando perto da minha costela.

– Doeu? – me arrepiei um pouco enquanto ele passado o dedo pelos contornos.

– A do pulso e da nuca não doeu tanto, mas essa da costela doeu pra caramba. – ele riu pelo jeito que falei.

– Hum... eu... – ele disse já afastando a mão. – eu posso ver as outras?

Eu apenas levantei o meu pulso e depois me virei mostrando a da nuca.

– Hum... eu.. eu já tive vontade de fazer uma tatuagem.

– E por que não fez? – questionei me virando novamente. Ele deu de ombros.

– Não sei... falta criar coragem, - ele disse com um sorriso tímido. - ou encontrar algo que eu queira deixar eternizado. E eu também não acho que combinaria comigo, não seria eu.

– Hum.. entendi. Sobre não combinar isso é bobagem, eu totalmente apoio você fazer uma. – disse piscando pra ele. – Agora sobre o desenho, ele realmente tem que ter um significado para você.

– Obrigado! Qual o significado das suas? – ele me questionou com um meio sorriso.

– Bem, a âncora – disse mostrando novamente meu pulso. – representa firmeza, segurança, convicção. Assim como estabilidade e confiança eu fiz ela com 17 anos em uma viagem com uma amiga minha, ela também tem uma âncora tatuada no pulso por sinal. A primeira que eu fiz foi essa da nuca, o pássaro eu tinha 16 anos, ela representa liberdade e independência para mim, ela marcou uma fase importante da minha vida, onde comecei a ficar em paz com o mundo e comigo também! É um lembrete que eu posso sempre abrir espaço para novos sonhos. Ai eu fiz esse maior na costela com a técnica aquarela e a frase Carpe Diem, que me lembra de aproveitar o tempo presente, usufruindo de cada instante.

– Wow. – ele disse, ouso dizer admirado. – Elas realmente tem um significado para você! E combinam com você também. O que você sugere que eu faça?

Foi a minha vez de olhar para o corpo dele, Davi não era o tipo de cara musculoso, ele estava mais para o tipo definido e isso era completamente incrível, mordi o lábio imaginando como ele ficaria se tivesse uma tatuagem. Talvez uma Fênix nas costas com a calda indo até seu braço ou uma tribal no braço seguindo para o peito...

– Está pensando demais. – não contive a risada.

– Estou na duvida pra dizer a verdade.

– Apenas me diga.

– Uma Fênix nas suas costas com a calda terminando no seu braço ou uma tribal no seu braço seguindo para o seu peito.

– Nossa não é muito não? – ele disse e foi impossível não ri da cara que ele fez.

– Bom, se é pra fazer. Faça direito né.

– Mas a sua primeira foi pequena. – ele observou.

– Verdade. Mas eu tinha 16. – disse piscando para ele. – Na hora certa você saberá o que desenhar.

– Certo. Se um dia eu fazer será algo que signifique muito para mim. – sorri com o comentário dele. – Agora vou me trocar antes que meu quarto seja invadido novamente.

Enquanto ele pegava a suga e ia para o banheiro se trocar eu peguei uma canga e joguei por cima do biquíni.

[...]

Sai da piscina arrumando meu biquíni, a calcinha de alguma forma se enfiou na minha bunda, notei que Davi me olhava um pouco admirado, e apesar de estarem de óculos escuros não pude deixar de notar que os rostos de Matias, Arthur e Plínio também estavam virados pra mim.

Sorri piscando para eles, que logo desviaram os olhares menos o Davi, que sorriu um pouco tímido para mim.

A família de Davi tinha ficado um pouco admirada quando viram a minha tatuagem, na verdade Luene me fez a mesma pergunta de Davi, se doía... eu sei que algumas pessoas criam problemas e não gostam de pessoas com tatuagem, mas fiquei contente que a família de Davi não é dessas.

Rindo fui na sua direção.

– Apreciando o show? – questionei sorrindo, ele acabou rindo me puxando para seu colo.

– Desculpe, mas você está muito linda.

– Tudo bem, você esta muito bonito também. – disse dando um beijo na bochecha dele, e ele realmente estava, admito que dei uma leve secada mais cedo quando ele ficou só de sunga.

A gente tinha almoçado na beira da piscina e chegamos a jogar sinuca em duplas, para total azar de Davi eu era péssima no jogo, mas segundo ele o importante foi que a gente se divertiu, ta mais para eles se divertirem com as minhas tentativas do que outra coisa, mas realmente tudo no final acabou em risadas.

Observei que todos estavam meio que olhando a gente, seus pais pareciam contentes, Luene estava feliz e brincando com a pequena Belle e o Arthur, eles formavam uma linda família. Matias e Danusa estavam agora mais em um mundinho só deles.

– Vou pegar uma limonada. – disse me levantando, Davi assentiu.

– Trás uma pra mim?

– Claro.

Fui até a cozinha, abri a geladeira para poder pegar a limonada que ajudei Rita a fazer mais cedo, estava enchendo os copos sobre o balcão quando escuto alguém entrando. Era Luene.

– Aceita limonada também? – questionei.

– Na verdade eu queria falar com você.

– Oh! Claro.

– Não é nada demais, eu só queria que você soubesse que estou feliz por você estar namorando com o Davi, para ser honesta com você ninguém aqui em casa curtia o namoro do Davi com a vadia da Manuela, mas ele a amava na época e não poderíamos fazer nada contra isso, foi meio que um alívio quando ela terminou com ele, mas ao mesmo tempo eu fiquei arrasada pela forma como meu irmão ficou. Agora estou apenas feliz que ele tenha encontrado uma garota tão incrível como você, e poder ver ele assim tão leve e feliz é muito bom.

Wow, bem eu não esperava por isso com certeza, e não vou nem começar a comentar sobre aquela bitch, ela ainda não tem a mínima noção do que ela abriu mão. Eu realmente não estou acostumada às pessoas me tratarem tão bem assim, essa família era realmente especial.

– Hum.. – eu fiquei sem saber o que dizer. – Obrigada, seu irmão é completamente incrível é muito bom estar com ele. – ela sorriu com meu comentário.

– Ah, ai está você. – me virei para encontrar Davi, quando ele viu que sua irmã também estava na cozinha ele ficou intercalando olhares entre a gente. – Está tudo bem? Por que demorou?

– Calma irmãozinho – disse Luene fazendo graça. – Estávamos apenas conversando um pouco. Obrigada Megan! – ela disse pegando um dos copos de limonada. – Vou levar isso aqui para a Belle.

– Está tudo bem mesmo? – ele questionou se aproximando, quando sua irmã saiu da cozinha.

– Sim. – respondi com um pequeno sorriso. – Ela apenas queria me dizer que está feliz por a gente estar namorando.

– Oh. – ele pareceu um pouco surpreso. – Tudo bem então. Vamos voltar pra piscina então?

– Claro, deixa eu apenas pegar mais um copo aqui.

[...]

Depois de passarmos boa parte da tarde aproveitando o dia na piscina, Luene decidiu que a noite tinha que ser aproveitada também intimando todos para ir a uma casa noturna. Rita e Plínio seguiram o papel de avós coruja alegando que cuidariam da Belle sem nenhum problema e que nós jovens tínhamos mais era que aproveitar mesmo.

Admito que não faço muito o estilo festeira. Davi até onde sei também não era muito. No entanto, depois de descansar e tirar um cochilo, não teria porque não aproveitar a noite carioca né?

Nós dividimos em dois carro, ao chegarmos a casa noturna tinha uma fila na entrada. Luene, sendo Luene, simplesmente marchou para a frente da fila arrastando eu e Danusa, praticamente mandando os seguranças permitirem a entrada de todos nós, os garotos estavam logo atrás. Após os dois seguranças darem uma boa olhada em nós três, mulheres, e depois uma boa olhada nos nossos decotes, permitiram a nossa entrada.

A casa noturna era muito bonita, tudo o que você poderia esperar de uma boate de alto padrão badalada. A pista ocupava um grande espaço do primeiro piso, um grande bar no canto, camarotes e áreas Vips no segundo piso. Então, você tinha as luzes de laser que deixava difícil para ver o que acontecia na sua frente. O que me fez lembrar logo de Camilinha, era sempre ela que me arrastava para boates assim.

Estávamos indo em direção ao segundo andar, quando passo por alguém que eu não esperar ver.

– Camilinha? – questiono um tanto confusa.

Na verdade ainda não conseguia acreditar. Quero dizer, eu conversei com ela mais cedo. Tudo bem que ela me disse que viria para o Rio por minha causa, mas eu falei que não precisava, mas ela estava realmente aqui.

– Surpresa? – Ela questionou rindo um pouco, com certeza ela tinha bebido alguma coisa já.

– O que você está fazendo aqui? – andei até ela para poder abraça-la. – Você não tinha um trabalho em São Paulo?

– De nada... – ela disse rindo. – Eu simplesmente terminei ele o mais rápido que consegui e peguei o primeiro avião para o Rio. Eu tinha que vim te ver. – ela se inclinou para cochichar. – Apoio moral e tudo mais.

Sorri, eu realmente tinha conseguido uma ótima amiga apesar de tudo.

– Oi Camila. – Davi sorriu e acenou. – Como você está?

Eles não tiveram muito contanto no tempo que ela ficou comigo. Então acho que ele não sabia ao certo como agir agora. Ela é louca, mas ela é minha melhor amiga.

– Ótima. – ela disse se aproximando dele. – Agora que tenho minha amiga por perto. – disse colocando um braço ao redor dos meus ombros. – Você também é meu amigo Davi. – ela disse piscando e passando o outro braço pelo ombro dele, como eu disse ela é doida. – Você se importaria se eu roubasse a minha amiga por alguns minutos Davi?

– Não, tudo bem. – ele disse, indo em direção da família dele.

– Então? – ela parou, levantando uma sobrancelha. – Qual é a historia lá?

– É uma comprida. – suspirei. – Apenas jogue junto. – pisquei. – E obrigada por ter vir.

Significava muito pra mim o fato dela ter vindo, apenas por que liguei precisando desabafar. Ela era o que eu tinha mais próximo de família.

– A qualquer hora. – ela disse me abraçando novamente. – Você estava chateada ao telefone. Eu simplesmente tive que vim, tenho certeza que você faria o mesmo por mim. – com certeza faria. – Eu teria ido a casa do Davi, mas eu não tenho o endereço. E não quis ti ligar uma hora dessas porque você poderia estar com a família dele e tudo mais. Mas me diga, quando você e o Davi vão assumir isso de verdade em? Acabar com essa frustração sexual que os cerca? – ela disse mexendo com as sobrancelhas.

Isto novamente....

– Camilinha! – praticamente grunhi.

– Nem vem, vocês querem um ao outro. Por que simplesmente não fazem isso oficial?

– Não é.. – suspirei, até eu estou ficando confusa nessa historia. – Eu não sei.

– Oh, - ela sorriu animada. – Você está me escondendo coisas... me conte o que aconteceu?

– Não tenho certeza! – admiti, isso de estarmos sempre nos tocando, abraçando e tinha os beijos, nossa Davi beijava muito bem. E ele sempre parecia estar por perto quando eu preciso, sutilmente me dando apoio. Ele parecia de alguma forma se importar comigo. Ele é realmente uma pessoa ótima.

– Você sabe, a grandes chances de vocês realmente terminarem juntos.

– A cale a boca. – disse revirando os olhos e começando a andar para onde o grupo estava acomodado em uma mesa. Não precisava ficar mais confusa do que já estava. – Hey, pessoal. – puxei Camilinha para o meu lado, para poder apresentá-la. – Esta é a minha melhor amiga Camila. E Camilinha esses são Matias e Luene irmãos do Davi, e Danusa e Arthur companheiros deles.

Ela apertou a mão de todos.

– Sou a melhor amiga da Megan, estarei ficando no Rio por alguns dias. – ela disse.

– Ótimo. – disse Luene sorrindo animada. – É muito bom conhecer uma amiga da Megan... conte pra gente, desde quando ela e o Davi estão se encontrando? – ela perguntou sorrindo, bebericando um pouco da sua bebida.

Um sorriso sacana apareceu no rosto de Camilinha, ela olhou para mim e depois para Davi.

– Oh, sim. Eles estão fazendo isso há muito tempo. – disse de forma sugestiva.

Oh merda.

– Eu estou muito feliz que o Davi tenha encontrado uma garota como a Megan. – disse Matias.

– Bem. – Davi sorriu me puxando para mais perto dele e me abraçando. – Eu certamente estou. – ele piscou para mim, se inclinando para me beijar. Eu já disse que ele é um ótimo beijador? Por que se não disse fiquem sabendo, ele é um ótimo beijador.

Houve aquela faísca de novo. O que será que provocava isso?

– Você tem gosto de morango. – Davi apontou, enquanto eu retirava um pouco do meu batom de seus lábios.

– É um novo batom que estou testando. – eu disse, enquanto afastava o olhar.

– Ele acha que você tem um gosto bom. – Camilinha sussurrou no meu ouvido. – Apenas diga a ele que outras partes de você tem um gosto melhor.

– Camilinha! – a cutuquei. – Sossega, alguém pode te ouvir. – ela apenas me deu um sorriso malicioso antes de virar para o restante do grupo.

– Vocês sabem... – disse sorrindo. – Nossa casal favorito aqui, age todo inocente assim... – ela riu balançando a cabeça. – Mas uma vez, eu estava passando uma semana no apê da Megan e simplesmente tive que usar fones de ouvido para ver se conseguia dormir, acho que eles esqueceram que eu estava no apartamento. – ela finalizou, movendo as sobrancelhas.

No mesmo instante eu tive um flashback. Isso tinha realmente acontecido, exceto que a pessoa que teve que usar os fones de ouvir foi eu, Camilinha e Caio estava passando uma semana no meu apartamento, eu nunca deixaria a minha amiga ficar em hotel se ela pode ficar na minha casa. Entretanto eu não esperava que eles fossem tão entusiasmados se vocês me entendem.

– Camila! – Davi praticamente gritou.

– Davi! – Matias falou parecendo até orgulhoso, se levantando para abraçar o irmão. – Meu homem!

– Eu pensei sinceramente que a Megan não sobreviveria. – Camilinha adicionou, apontando em seguida pra mim. – Olhem como ela é magra.

– Ok! Ok! – sinalizei que ela já estava indo longe com a história.

– Megan. – Luene balançou a cabeça. – Quem diria que você é uma devassa entre quatro paredes.

– Bem, o que uma garota tem que fazer? – Olhei para Davi sorrindo, ele estava um pouco tímido com toda essa historia. – Olhem pra ele. – eu disse, beijando sua bochecha. – Ele é irresistível.

– Há quanto tempo vocês são amigas? – Arthur questionou.

– Desde o fundamental. – Camilinha respondeu. – Bem, agora eu quero dançar! Vocês me acompanham senhoritas? – perguntou, apontando para nós.

– Claro. – Luene disse já saltando da cadeira e todos nós seguimos o exemplo.

Fizemos o nosso caminho para o meio da pista de dança, enquanto uma das minhas músicas favoritas tocava.

– Eu amo está música! – Luene gritou.

Comecei a balançar meus quadris na batida da música. E quando dei por mim estava cantando a letra junto com as garotas e dançando.

Olhei para as meninas e vi que Luene tinha puxando Danusa para dançar juntas, elas estavam sexy devo admitir.

– Vamos mostrar como é que se faz. – disse Camilinha começando a dançar ao meu redor.

Ela se movia na minha frente e descia até o chã, antes de rebolar em sua subida e então ela começou a esfregar sua bunda em mim. Eu apenas ria enquanto dançava com ela.

Nós colocamos nossos braços ao redor do pescoço uma da outra e continuamos a dançar.

– Sim! – algum cara gritou para nós.

– Como se fosse. – Camilinha mostrou o dedo do meio pra ele antes de revirar os olhos e me fazer rir.

Camilinha olhou ao redor e viu que os rapazes tinham se juntando a nós na pista, menos Davi.

– Vá buscar seu homem. – ela disse quando a música mudou, dando um tapa na minha bunda. – eu vou para o bar. – ela disse piscando.

Fui na direção da nossa mesa e quando ela entrou no meu campo de visão eu não sabia se ria ou ficava brava. Davi estava sentado na mesa... com duas mulheres sentadas na frente dele. Mulheres seminuas.. dando risadinhas... tocando. Ele em contra partida olhava para qualquer lugar menos para as duas mulheres sentadas na frente dele. Será que elas não conseguiam pegar a dica? Ele simplesmente não estava interessado!

Davi estava deslumbrante essa noite, o cabelo na sua bagunça habitual, feições esculpidas e aquela barba por fazer, uma camisa social dobrada até o cotovelo que mostrava cada músculo dele e por milagre sem os óculos.

– Hey Love. – eu sorri beijando sua bochecha e sentando ao lado dele. – A pista de dança não é legal sem você lá. – disse fazendo um biquinho.

– Sinto muito. – ele disse, me dando um sorriso maravilhoso em troca. Pude perceber que ele ficou aliviado com a minha presença.

– Ele estava ocupado... – uma das garotas falou.

– Falando conosco. – a outra completou arqueado a sobrancelha.

– Bem.. – disse me levando apenas para sentar no colo de Davi. – Obrigada por entretê-lo. – sorri, passando meus dedos pelo cabelo dele. Seu sorriso brincando nos lábios, apenas aproveitei a oportunidade para poder passar minha língua em seu lábio inferior, ele pareceu reter a respiração por alguns segundos, antes da língua dele deslizar e começar a brincar com a minha. Isso foi... diferente. A mão dele encontrou seu caminho até o meu cabelo enquanto a outra estava firme na minha cintura enquanto continuávamos a explorar a boca um do outro.

– Wow. – disse baixinho assim que nós separamos, buscando recuperar o fôlego. – Isto foi...

– Uh-huh... – ele concordou com a cabeça, parecendo estar tão atordoado quanto eu.

Deitei minha cabeça em seu ombro, apenas para ver que aquelas duas ainda estavam sentadas nas cadeiras nos olhando.

– Vocês precisam de uma segunda dica? – Perguntei, olhando para elas.

– Vadia. – elas falaram juntas, antes de saírem da mesa.

– Obrigado. – Davi disse assim que elas se afastaram.

– De nada. – sorri dando um selinho nele.

– Elas eram absolutamente irritantes. – ele disse fazendo uma careta. – Eu não queria ser mal educado... mas elas pareciam não pegar a dica.

– Você foi avançado por duas mulheres. – eu disse a ele. – Duas. Devo dizer, estou impressionada.

– Eu não fui. – ele disse balançando a cabeça.

Yes, você foi! – argumentei. – Isso é meio que a fantasia da maioria dos homens você sabe né? – eu perguntei, balançando minha cabeça. – Eu não conseguiria compartilhar um homem.

– O que você quer dizer com compartilhar...? – ele parou, arregalando os olhos. – De jeito nenhum - revirou os olhos, fazendo uma pequena careta.

Foi impossível não rir, Davi era realmente único.

– Apenas fique bem consigo mesmo. Agora você não quer dançar? – questionei, olhando para a pista de dança. Até Camilinha tinha voltado e estava dançando.

– Não. – ele suspirou. – Não sou um grande dançarino.

– Nós podemos ir embora se você quiser. Não precisamos ficar.

Talvez ele ainda estivesse cansado do dia, afinal passamos praticamente a tarde toda na piscina entre jogos.

– Estou bem. – ele passou a mão no cabelo. – Eu posso ficar mais, vai dançar.

– Ok, vamos fazer assim. – disse inclinando minha cabeça em seu ombro novamente. – Uma dança... comigo! E então nós vamos. – me comprometi. – Dessa forma, nós dois ficamos felizes. – expliquei, me levando e esticando minha mão pra ele.

– Mas...

– Davi. – disse sorrindo.

– Eu não...

– Davi! – disse fazendo charme.

– Megan...

Love – sorri, cutucando sua barriga. – Por mim? – falei arrastado.

– Ok. – ele suspirou, revirando os olhos e pegando a minha mão.

– Eu adoro esta música. – eu disse a ele. – É um pouco lenta, então você não tem que se preocupar. – Eu não entendia por que ele estava tão preocupado, as mulheres que faziam todo o trabalho quando casais estavam dançando nas boates, na maioria das vezes de qualquer forma. – Vê – eu estava de costas para ele. – É fácil. – sorri sobre o ombro pra ele, levando o meu braço para trás de forma que o envolvesse pelo pescoço. – Apenas se mexa comigo na batida. – o instrui, balançando e remexendo meus quadris, puxando uma das suas mãos e a colocando na minha barriga. – Um, dois... um, dois... – eu disse enquanto ele movia seus quadris com os meus. – Ta vendo, você não é tão ruim. – o provoquei.

– Se você diz. – ele disse com a voz rouca.

– Eu digo. – sorri.

– Vamos, Davi, vamos! – ouvi Matias gritar, perto da gente.

– Trabalhe estes quadris, Megan! – Luene gritou, enquanto se esfregava em Arthur.

– Oh, Deus. – Davi gemeu, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço.

Eu ri, era fofo como ele ficava envergonhado, até que percebi que a batida começou a muda. Ok, podem me chamar de cruel, mas vou tentar uma coisa.

– Continue dessa forma, Ok? – falei para Davi, que estava balançando com a batida.

– Ok. – ele concordou.

Comecei a mover meus quadris um pouco mais rápido contra ele, antes de lentamente descer até o chão, rebolando com a batida. Então, trabalhei meu caminho de volta, esfregando minha bunda contra ele, enquanto voltava o meu braço para o pescoço dele.

– Sim! – Agora foi a vez da Camilinha gritar. Olhei ao redor, para ver que ela dançava sozinha com uma bebida na mão. – É por isso, pessoal, que nos somos melhores amigas! – Ela gritou, tomando um gole da sua bebida.

– Estou pronto para ir agora. – Davi disse roucamente no meu ouvindo, enquanto apertada meus quadris, para logo depois dar um passo para longe de mim.

– Ok. – concordei. – Um combinado é um combinado!

– Vou pegar nossas coisas. – ele avisou, andando rapidamente para longe.

Uau. Isso foi intenso.

– Nós vamos para casa. – eu avisei.

– Eu aposto que vocês vão. – Arthur disse, movendo as sobrancelha de forma sugestiva.

– Não acordem a Belle. – Luene disse rindo.

– A gente se encontra amanhã. – disse pra Camilinha.

– Aproveite a noite! – ela disse enquanto me abraçava.

– Juízo! – eu disse apontando para a bebida em sua mão enquanto senti a mão de Davi pegar a minha.

Havia aquela faísca novamente. Será que ele também sentia?

– Pronta? – ele perguntou.

– Sim.

– Ok. – ele disse soltando a minha mão, apenas para coloca-la no meu ombro enquanto saiamos da boate.

Olhei meu relógio, apenas para ver que era mais de duas da madrugada. Parece que foi só saber as horas que comecei a me sentir cansada. Estava mais tarde do que pensei.

Davi já estava dirigindo a algum tempo quando resolvi quebrar o silencio.

– Sinto muito se você teve um tempo ruim. – me desculpei enquanto o semáforo não abria.

– Ficou melhor... no final. – ele disse corando um pouco. – Não foi tão ruim.

– Vê – sorri contente. – É bom sair as vezes.

Liguei o som do carro, mas logo chegamos já que não pegamos tanto transito.

Logo nos dirigimos para o segundo andar, ambos prontos para dormir um pouco. Davi foi se trocar primeiro, enquanto eu fui procurar um pijama na minha bagagem.

– Megan. – ele me chamou quando saiu.

– Sim? – questionei pegando minha camisola. – Esta pensando demais querido, apenas diga.

– Hum... – ele começou. – Todos na minha família gostam muito de você. – ele falou rápido, entrando em seguida debaixo da coberta.

– Bem.. eu gosto muito deles também. – eu sorri, porque era simplesmente fácil gostar deles.

Troquei-me para minha camisola e não pude deixar de pensar o quanto estava sendo legal estar aqui com o Davi e a família dele, eu realmente estava precisando de umas férias. Para ser honesta estava orgulhosa de mim mesma por sair da minha própria zona de conforto e concordar em ajuda-lo.

Voltei para o quarto, apenas para encontrar Davi de lado, descansando sua cabeça no seu braço, encarando a porta.

– Hey. – disse chamando a atenção dele, enquanto me deitava.

– Sim. – ele disse, se virando. Não pude deixar de reparar o quanto ele é bonito, mesmo que cansado.

– Obrigada. – eu disse olhando nos olhos dele. – Esta sendo legal passar esse tempo com você e sua família.

– Digo o mesmo. – ele disse com um sorriso. – Boa noite, Megan. – completou dando um beijo na minha testa.

– Boa noite, Davi. – disse apagando a luz.

A gente já tinha se beijado antes, desde selinho a beijos de tirar o fôlego, mas de alguma forma, aquele beijo na testa parecia muito mais intimo do que qualquer outro do que a gente já tinha compartilhado.

O que estava acontecendo aqui?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, primeiro quero agradecer a quem favoritou a fic!! ^-^ Então, obrigada!!
E obrigada, por cada comentário.. Eles que me animaram para postar esse capítulo novo..
Então continuem comentando.. Que eu vou escrevendo e postando para vocês!!! ;-)
Sobre esse capítulo, me digam o que acharam?? Alguém ai tem tatoo? Se tem é o que??
Eu não tenho, mais por falta de coragem por causa da dor.. Mas se fosse para fazer seriam nesses lugares, digamos apenas que coloquei na Megan as tatuagens que eu gostaria de ter.. =P
Uma ótima semana para vocês!! Até mais!!