Entre Trevas e Luz escrita por Frankie, Lallolaz


Capítulo 3
Capítulo III




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Capítulo III

Yoko Dledir.

Eu simplesmente não vou conseguir, não dá! Não consigo andar com um salto desse tamanho sem dar cm a cara no chão. Jogo-me sentada no grande sofá, chutando os sapatos para longe.

– Por Merlin, sua louca! Vai amassar todo o vestido! – Repreendeu Rose Weasley, me puxando e me colocando de pé.

– Eu sou um desastre. Não consigo andar com saltos nem no dia de meu casamento! – Gritri chateada.

– Se acalme, Yoko. Está dando tudo certo. Pode ir descalça, seu vestido é muito longo, vai cobrir seus pés. – Ela sorri para mim.

– O que Scorpius vai pensar se eu for descalça? Além disso, está muito frio para pisar no chão... – Reclamei.

– Primeiro, ele só vai perceber que está descalça quando começar a tirar seu vestido. – Ela sorriu maliciosa. – Mas, se prefere cair com a cara no chão... – Deixou a frase no ar. – Ou... Pode treinar um pouco em vinte minutos para não parecer uma pata. – Gargalhou.

– Não existe nenhum feitiço que possa me ajudar com isso? – Perguntei exasperada. – Você está muito maliciosa desde que começou a sair com o filho do professor de Herbologia. – Pontuei, tão vermelha quanto os cabelos dela.

– Nem imagina o quanto... – Sussurrou, fora de si. – Mas enfim, não sou muito boa com feitiços, sabe disso. Estou tentando te ajudar, mas...

– Mas... – Incentivei.

– Mas sou tão romântica quanto um homem. – Esbravejou. – Se dependesse de mim, você se casaria de calça jeans. É muito mais fácil de tirar... – Murmurou.

– Certo, você já fez sexo, nem parece que é filha de Ronald Weasley. – Sussurrei, antes de optar por casar com um par de sapatilhas brancas.

– Sou filha de Ronald Weasley e Hermione Granger, não me julgue. – Ressaltou rindo. – Agora se levante, está quase na hora.

Eu levantei, depois de calçar as sapatilhas brancas, e caminhei para fora do quarto, encontrando meu padrinho. Ele estava vestido com um terno branco, contrastando perfeitamente com meu vestido de renda e algumas pedras que brilhavam. Me ofereceu seu braço e eu aceitei, esse era um dos poucos contatos físicos que tínhamos.

Eu me casaria em uma grande tenda encantada, no meio de uma campina, como quando eu entrava na Sala Precisa com Scorpius. Logo nos pusemos na porta de entrada, que estava coberta com um feitiço para que ninguém nos visse ali e vice-versa.

A música começou a tocar e Blásio começou a caminhar na direção do altar. Eu ouvia pessoas, mas não conseguia ver ninguém, por isso, quando vi Scorpius Malfoy, lindo em um terno verde-esmeralda, não pude mais conter as lágrimas.

O véu da magia se dissipou, e todos ofegaram ao meu redor. Não me importava em não saber se aquele fôlego todo era por mim, por Scorpius ou por nós, só me importava em fitar seus olhos azuis acinzentados, que estavam logo acima do maior sorriso que vi em seus lábios.

– Você está lindo! – Murmure admirada, ele realmente estava incrível.

– Isso é porque você ainda não se viu. – Ele sussurrou, beijando minha testa e apertando a mão de Blásio. – Pronta?

– Pronta. – Concordei com a cabeça, e tinha certeza que abri um sorriso bobo.

Demos mais alguns poucos passos e logo estávamos em frente ao Ministro da Magia, que nos casaria. Eu estava tão maravilhosamente boba naquela situação que nem mesmo escutava as palavras que saiam da boca do oficial.

– Senhorita Dledir? – Me chamou novamente. Pisquei duas vezes, afastando meus pensamentos. – Preciso saber se aceita o senhor Malfoy como seu esposo.

– Sim, eu aceito Scorpius Malfoy como meu esposo. – Confirmei, antes de sentir as lágrimas quererem escorrer pelo meu rosto.

– Não chore. – Sussurrou Scorpius, me cutucando na cintura, me fazendo rir. – Posso beijá-la, Sra. Malfoy? – Pediu, e, mesmo com sua repreensão, ele também tinha lágrimas nos olhos.

– Que se dane, não sou tão homem quanto pensei. – Praguejou, antes de me puxar pela cintura e me beijar com paixão.

Eu o beijei apaixonadamente, enquanto acariciava seus cabelos loiros. O beijo me impediu de pensar em suas últimas palavras.

– Scorpius, eu amo você. – Sussurrei antes de mordiscar seu lábio inferior.

– O que você fez comigo, Yoko Dledir Malfoy? – Sussurrou também, me olhando feliz.

– O mesmo que você fez comigo.

A festa foi linda. Dançamos e nos divertimos bastante. Quando joguei o buquê, Rose o pegou e sorriu, enquanto seu namorado a apertava contra si.

– Acho que sua amiga também quer casar. – Ouvi a voz rouca e orgulhosa de meu recém-marido em minhas costas, enquanto seus braços se fechavam ao meu redor.

– Talvez... Mas agora estou casada e quero meu marido. – Sussurrei ao me virar para ele.

– Cuidado, Sra. Malfoy. Posso interpretar errado. – Ele sorriu como sempre fazia, encostando sua testa na minha.

– É desse jeito mesmo que eu quero você. – Sussurrei num fio de voz.

– Seu desejo é uma ordem. – Ele sorriu, beijando a ponta de meu nariz. – Vai se despedir dos convidados ou vamos simplesmente sumir? – Perguntou, e percebi que ele achava a segunda opção engraçada.

– O que quer fazer? – Questionei curiosa, acariciando seus cabelos.

– Acredite, você não quer saber o que eu quero fazer. – Ele fechou os olhos, e vi, pela primeira vez, sua feição envergonhada. – Se não escolher nos próximos três segundos, vou aparatar daqui sem explicações.

– Quero bolo antes de ir. – Sussurrei, mordiscando seu lábio inferior.

– Como alguém tão pequena come tanto? – Ele riu, me puxando para a mesa de doces e do bolo exageradamente grande.

– Seus pais pretendem alimentar as quatro escolas de bruxaria? – Me surpreendi com o tamanho da mesa.

– Eu sei que você acabaria com um desses aí na TPM. – Ele apontou para o bolo. – Como faço para chamar a atenção de todos, sem ser por minha beleza, claro.

– Boa ideia. Me dê um desses quando achar que estou de TPM. – Mordisquei o lóbulo de sua orelha direita. – Proponha um brinde.

Ele resmungou coisas como “Essa garota está me provocando” ou então “Um bolo de três andares por mês, estou ferrado”. Logo após seus murmúrios, ele pegou uma taça e sua varinha, e apontando para o vidro em suas mãos, fez com que um tintilar soasse.

– Com licença, com licença. O cara mais gostoso de Hogwarts está chamando. – Ele sorriu de lado.

Gargalhei das palavras de Scorpius, antes de pegar um brigadeiro da mesa e comer.

– Bem, eu me apaixonei por uma comilona, como podem ver. – Apontou para mim, mas também jogou um brigadeiro para dentro de sua boca. – Yoko, quer dar uns conselhos para minhas “amigas” de Hogwarts? Digo, explique como se faz um cara se apaixonar por você.

– Bom... Essa criatura não faz nenhuma aula com a Sonserina, acho que nunca fez, me perseguiu por quase seis anos e estamos casando. – Alfinetei meu marido. – Será que tenho Síndrome de Estocolmo? – Brinquei.

– Para falar a verdade, nunca assisti uma única aula com minha Casa. – Ele pensou alto, sorrindo com qualquer coisa que lembrasse. – Mas enfim, queremos servir o bolo, gente. Minha mulher está com fome!

Eu gargalhei e pela sutileza do sonserino com quem me casara e o puxei para nossa mesa, enquanto os pais dele se aproximavam de nós e os elfos serviam o jantar.

Logo no final, Scorpius estava atrás de uma pilha de bolo, que ele comia animadamente.

– Eu gostei disso aqui. – Murmurou, deixando um pouco de glacê sujar seus lábios.

– É por isso que eu adoro esse bolo. – Comentei, pegando um pedaço do bolo de Scorpius.

– Meu bolo. – Ele resmungou, me mostrando a língua. – Minha esposa, meu bolo, meu casamento. – Ele sorriu abobadamente, passando os dedos em meus lábios. – Gosto disso.

– Meu Malfoy, me leva pra casa. – Sussurrei em seu ouvido.

Ele se levantou da mesa, vindo até mim e me oferecendo sua mão.

– Podemos? – Pediu.

– Sim, podemos. – Sorri, acariciando seu rosto.

– Bem, eu deveria te mostrar isso de um jeito mais brando, mas... – Ele começou, beijando meus lábios em seguida.

Nós aparatamos e o vento frio bateu contra mim, fazendo com que alguns fios de meus cabelos se soltassem.

– Bem-vinda à nossa nova casa. – Se separou de mim, me mostrando uma pequena casinha no fim de um pequeno riacho.

– Que linda, Scorpius! – Me atirei em seus braços.

– Sei que não é tão grande quanto a casa de seus padrinhos, mas eu não queria comprar com o dinheiro de meus pais. Então, comprei e mobiliei com o meu. – Disse contra meus cabelos.

– É perfeita. – Sussurrei contra seu peito. – Mas o que fez com o dinheiro do meu dote? – Sim, eu tinha a herança de mamãe e o dinheiro do dote para meu casamento, que foi a única coisa que meu pai me deixou.

– Continua intocada. Para os nossos... Filhos. – Ele sussurrou, como se tivesse incerteza da minha reação.

– Filhos. Duas bolinhas loiras me chamando de mamãe e você de papai. – Concordei.

– Sete bolinhas loiras e de olhos puxados. – Ele sorriu, me puxando pela mão. – Venha, você tem que ver o interior.

– Sete?! – Exclamei incrédula.

– Se reclamar, teremos quatorze. – Ele gargalhou, parando em frente a porta. – Pronta, Sra. Malfoy?

– Pronta... Só me responde uma coisa: por quê todo Malfoy de nascimento é loiro? – Questionei curiosa.

– Não tenho muita certeza, acho que é nosso destino. Digo, sermos irresistíveis. – Com essa fala prepotente, ele me pegou no colo.

Scorpius abriu a porta da casa com o pé e me mostrou o interior da casa. O lugar era, claramente, enfeitiçado com um feitiço de expansão, porque era muito maior do que aparentava ser. A decoração era antiga, bem estilo Sonserina, mas havia também alguns retratos de Scorpius e eu, que eu nem sabia quando haviam sido tirados.

– Quando foi que tirou essas fotos? – Questionei, curiosa e admirada com todo o trabalho que ele teve e como ele escondeu isso de mim. – Vocês são Veelas? – Perguntei, pois me parecia a única explicação plausível.

– Sobre as fotos, eu contratei um garotinho do primeiro ano. Ele tirava fotos nossas até sem que você percebesse. – Ele sorriu, me colocando no chão. – Sobre esse assunto... É confidencial, querida. Terá que descobrir sozinha.

– Eu nunca vou rejeitar você, Scorpius. – Jurei, acariciando seu abdômen sob a camisa.

– Eu espero que não. Acho que morreria sem você. – Ele sorriu, mas não sabia se era brincadeira ou verdade.

Scorpius encostou seus lábios nos meus, passando seus braços por minha cintura, me trazendo para perto de si.

– Eu também morreria sem você, minha doninha albina. – Sussurrei, mordiscando seu lábio inferior.

Scorpius me pegou presou à si, me fazendo enrolar minhas pernas em seu quadril. Ele começou a me beijar, enquanto subíamos as escadas às cegas.

Senti quando a porta, do que imagino ser nosso quarto, ficou contra minhas costas.

– Amo você, Scorpius. Meu lindo e gostoso marido.

Ele riu entre o beijo, aproveitando para sugar o ar, enquanto abria a porta de nosso quarto e adentrávamos o local. Ele separou seus lábios dos meus e pude olhar em volta por alguns segundos, antes que ele me deitasse na grande cama exageradamente branca dali.

Scorpius se desprendeu de mim, começando a se despir, sem tirar os olhos dos meus. Ele voltou para mim quando sua única peça de roupa era sua cueca. Passei meus braços por seu pescoço, encostando meus lábios aos seus, enquanto ele me beijava lentamente.

Meu marido nos girou na cama, me fazendo ficar sentada em cima dele, enquanto suas mãos iam até o topo de meu vestido, onde se encontrava o primeiro botão.

– Posso? – Pediu com algo perto de insegurança.

– Pode, esperamos tanto por isso.

– Eu não quero te forçar a nada que não queira, Sra. Malfoy, mas devo dizer... – Começou, se sentando comigo ainda sobre si e desabotoando até os últimos botões. – Que eu lhe quero tanto. – Terminou, sussurrando contra meu pescoço. – Mas, se você começar com isso, eu não vou parar. E você vai descobrir se sou ou não um Parte-Veela.

– Quem disse que eu quero que você pare? – Sussurrei contra seu ouvido. – Você pode ser até mesmo parte dragão, eu não ligo. Você é lindo, mas, mais do que isso, você é meu. – Sussurrei, acariciando toda a extensão de suas costas masculinas.

Ele voltou seus lábios para os meus, enquanto suas mãos deslizando meu vestido por meu corpo. Eu sabia que não tinha medo dele, eu queria isso tanto quanto podia imaginar.

Em algum momento da noite, quando um estava preso e perdido no outro, eu senti uma dor um tanto aguda na curvatura de meu ombro, enquanto Scorpius soltava um suspiro de puro prazer. Sorri ao notar que éramos o par perfeito, que nada poderia nos separar.

– Amor, por que me mordeu? – Questionei curiosa, enquanto sentia o cheiro de sangue invadir minhas narinas.

Ele deixou o pescoço e passou a língua pelo local, tirando qualquer pingo de líquido vermelho que estivera ali. Ele me olhou com os olhos negros, diferente de tudo que eu já havia visto, mas tinha um pedido de desculpas no rosto.

– Me perdoe, é que... – Ele rosnou, fechando os olhos e contorcendo seu rosto. – Eu tinha que fazer isso.

– Eu não faço a menor ideia do que vi, mas é lindo, é como se fosse você de outra forma. E não se desculpe, só perguntei por ter me pego de surpresa. – Sussurrei, acariciando seu cabelo loiro.

– Eu encontrei minha parceira... – Ele murmurou para si mesmo, nos deitando na cama, um de frente para o outro. – Obrigada por ter paciência com o seu Veela um tanto louco.

– Você é meio Veela. – Sussurrei maravilhada.

– Ache outra explicação para eu ser tão bonito. – Sorriu, arqueando uma sobrancelha. – Ai, desculpe. – Riu, logo após eu lhe beliscar.

– Por que não me contou antes? É por isso que você não me afeta...

– “Ah, oi, Yoko. Estou viciado em você. Qualquer coisa que você faça me fascina e eu mudei todas as minhas aulas por você. Não, não sou um perseguidor, sou Parte-Veela.” – Ele fez um mini teatro, rindo no final.

– Podia ter me contado quando já estávamos juntos, mas... Espera, quando descobriu que eu era sua parceira? Até onde sei, era só aos 17 que você descobriria. E você faz todas as minhas aulas desde os 11 anos. – Pontuei, depois de gargalhar do teatro dele.

– Olha, acho que sou mesmo perseguidor. – Ele riu. – Ou então não importa o que o “destino” diz, eu sempre te quis.

– Gosto de saber que me ama pelo que sou. – Sussurrei, acariciando seu abdômen.

– Eu amo o que você é, Yoko Dledir. E nada vai conseguir me tirar de perto de você. – Murmurou, logo pegando no sono.


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