Enquanto estiver viva escrita por Lily Moon Oficial


Capítulo 9
Capítulo 9




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Os policiais nos levaram algemados até o carro e Stefan ficou em silêncio olhando para a janela como se tivesse com vontade de me espancar por causa do que aconteceu,bom pelo menos foi o que eu imaginei.

–Tudo bem Stefan? -Perguntei mesmo sabendo a resposta.

–Sim,eu sou estava pensando em como chegamos nessa situação,somos inocentes Helena! -Disse indignado.

–Nós sabemos disso,uma hora ou outra íamos ter que enfrentar a delegacia,vamos contar nossa história e tudo vai ficar bem. -Respondi,naquele momento percebi que eu estava fazendo o papel do Lucas,protetor e seguro e Stefan era como eu,a criança que o Lucas insistia em proteger no colo.

Os policiais comiam rosquinhas e escutavam Beatles,acho que queriam estar em um bar vendo futbol ou algo assim.

Stefan olhou para eles e fez careta,logo em seguida voltou seus olhos para mim que estava o observando.

–O quê foi Helena? -Perguntou como se estivesse sujo com algo ou coisa do tipo.

–Nada é que você parece uma criança inquieta. -Brinquei.

–Só nos resta rir pra não chorar não acha? -Disse fazendo careta.

–Certo você está certíssimo! -Brinquei.

Estava com vontade de rir da situação,na verdade nem sabia o porquê de tudo isso mas sabia que era a vontade do Lucas e talvez ele também estivesse rindo da cara do Stefan.

Chegamos na delegacia que por sinal não era tão longe dali,os policiais nos levaram e tiraram as algemas quando entramos na delegacia que estaria fazia se não fosse por uma policial rechonchuda mas que foi com minha cara na hora.

–E aí Bruce qual foi o crime dessa vez? -Perguntou ela ao policial gordinho que nos acompanhava,um era gordinho,careca e barbudo o outro magro,alto e com a pele clara faziam uma dupla engraçada.

–Assassinato. -Respondeu.

Ela gelou na hora e seu sorriso desapareceu imediatamente.

–Levem eles até o delegado Mendes! -Disse.

–Sim é o que vamos fazer,algeme eles Stevie. -Disse o policial Bruce.

–Pode deixar Bruce. -Respondeu pegando as algemas.

Algemaram nós dois e Stefan parecia estar em fúria,era inocente não deveria estar ali,aliás nenhum de nós deveríamos estar ali mas sei que íamos sair livres de tudo isso.

Ao entrarmos na sala do delegado Mendes ele imediatamente se virou para nós e nos olhou com um olhar sério.

–Então,o que foi? Espero que seja sério Bruce. -Disse com raiva.

–Sim senhor,eles foram encontrados na cena de um crime de assassinato. -Respondeu Bruce como uma criança com medo do pai depois de aprontar.

–Assassinato?! -Disse o delegado assustado.

–Sim senhor. -Respondeu Bruce dando ênfase ao crime que não cometemos.

–Bom então vamos começar o interrogatório,bom vou começar primeiro com a moça e o rapaz fica lá fora. -Ordenou.

–Sim senhor. -Respondeu Bruce fazendo reverência.

Eles saíram da sala e o delegado Mendes ficou me olhando com um olhar sério e intimidador.

–Bom vamos lá...-Disse ele pegando uns papéis.

–Vamos a onde? -Brinquei mas ele não sentiu muita graça,aliás graça nenhuma.

–Sem gracinhas mocinha,o quê você fazia no local do assassinato? -Perguntou sério.

Contei toda a história sem esquecer os mínimos detalhes e ele pareceu muito chocado ao eu ter contado sobre o abuso que aconteceu comigo.

–Sinto muito por você Helena. Espero que sua história tenha reciprocidade com a do seu amigo. -Disse com um ar menos severo do quê no começo do interrogatório.

–Obrigada.

Saí da sala e Stefan entrou em seguida olhando para mim com um olhar assustado.

–Fique calmo. -Sussurrei.

Ele sorriu em seguida e entrou na sala,a moça que estava no balcão tirou seus olhos da revista e ficou me olhando fixamente mas fingi que não era comigo e olhei para o chão.

–Quer um café menina? -Perguntou.

–Não,obrigada senhora.-Respondi.

–Melody. -Respondeu.

–Como?! -Perguntei.

–Meu nome é Melody,pode me chamar assim,não acho que você seja culpada de alguma coisa,nem você,nem seu namorado.

–Ele não é meu namorado. -Rebati.

–Bom então ele sente um grande carinho por você ele ficava todo o tempo perguntando por você e ainda disse que ele levaria qualquer culpa por você. -Disse com um sorriso no rosto.

Eu confesso que fiquei bastante surpresa,era um gesto admirável mas não precisava de um herói agora,só de um amigo.

–Somos só amigos. -Disse.

–Olha menina,eu não entendo muitas coisas sobre o amor mas sei quando alguém é capaz de fazer qualquer coisa por alguém e esse rapaz é por você. -Disse ela sorrindo e sentando ao meu lado.

–Meu namorado morreu hoje. -Rebati só para que ela entende-se que eu não queria nenhum namorado agora e Stefan não fazia parte dos meus planos.

–Ele que foi a vítima do assassinato? -Perguntou.

–Sim,um homem que havia abusado de mim o feriu com uma faca e como Stefan demorou com a ajuda ele perdeu muito sangue e morreu. -Disse resumindo a situação para não me lembrar da dor ao ver Lucas morrendo naquela sala e eu não poder fazer nada.

–Stefan é seu amigo? -Perguntou.

–Sim. -Respondi.

–Olha,eu sei que você não ama ele e está muito recente pra esse tipo de coisa mas pelo menos tente conservar a amizade desse rapaz ele parece ser muito sincero e cá entre nós muito bonito. -Deu uma risadinha safada.

–Sim pretendo fazer isso ele é um bom amigo. -Respondi sorrindo.

Ele saiu da sala acompanhado do delegado Mendes e ao me ver deu um grande sorriso.

–Bom...ao ver as histórias se completam e como vocês vieram acompanhados dos policias deu pra saber que não havia como trocarem muitas informações,desculpem pelo ocorrido iremos atrás do homem que fez tudo isso. -Disse o delegado Mendes.

Na mesma hora os policias tiraram nossas algemas e Stefan me deu um abraço como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo.

–Tudo bem Stefan. -Disse rindo.

–Nos saímos de uma! -Disse rindo e quase dando pulinhos de alegria.

Melody deu uma piscadinha para mim quase como se estivesse certa o tempo todo,mas eu não via as coisas assim pra mim isso só era alegria por ter sido solto nada mais que isso.

Saímos da delegacia e ficamos parados na frente dela.

–E agora o que vamos fazer? -Perguntou Stefan.

Pensei em irmos atrás do carro e seguirmos nossa jornada indo atrás do meu passado mas me lembrei de todas as vezes em que desperdicei minhas oportunidades de ser feliz com o Lucas e criar minha própria história,mas não dava pra criar uma história sem começo.

–Não sei. Voltamos a nossa jornada? -Perguntei.

–É vamos,vou pedir uma carona aos policiais até o nosso carro e vamos para o aeroporto. -Respondeu seguro de si.

–Ok,vou esperar aqui fora. -Disse.

Olhei para as estrelas e lembrei das vezes em que elas me deram forças por serem como eu,de longe tão lindas mas de perto tão vazias e solitárias,mesmo tendo um milhão delas,elas estavam sozinhas e vazias por dentro,Sandra,minha madrasta,me dizia que para cada pessoa havia uma estrela no céu guiando o seu caminho. Minha estrela estava na terra,minha estrela era Lucas.

–Vamos Helena? -Perguntou Stefan.

–Ah desculpa me distraí. -Respondi.

–Tudo bem,eu também gosto das estrelas. Tão solitárias e vazias. -Disse.

Fiquei surpresa então foquei em seu rosto,ele realmente era bonito como diziam.

–Eu também penso assim. -Disse.

Fomos com os policiais até o nosso carro e Stefan dirigiu até o aeroporto,compramos passagens para Dublin e esperamos sentados até a hora de embarque.

–Era para ele estar aqui. -Disse Stefan que no mesmo instante se debulhou em lágrimas.

Ele parecia ser tão vivo,tão feliz,tão alegre mas por dentro seu coração estava quebrado pelo amigo que não via à anos e isso me surpreendeu.

–Era. -O abracei.

–Helena quando tudo isso acabar e você encontrar sua história me promete que não vai esquecer de mim? -Perguntou chorando como uma criança.

–Prometo. -Respondi.

Não conseguia ver um homem ali,só uma criança indefesa.

–Eu sei que é meio maluco isso mas é que as pessoas sempre se esquecem de mim,talvez você não saiba o quê é isso,você é maravilhosa. -Disse limpando as lágrimas envergonhado.

–Eu sei sim...e como sei,Stefan não vou te esquecer você fez muito por mim. -Disse.

–Não,você e o Lucas fizeram,você nem queria que eu viesse. -Resmungou.

–Stefan se continuar assim vou te dar uns tapas e não me responsabilizo por nada. -Brinquei.

Então ele deu uma risada rápida e limpou as lágrimas se recompondo. Estava na hora da nossa viagem e que tudo dê certo para nós dois.


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