Misaki é uma aluna do primeiro ano na Nyah School, ela sofre bullying dos seus colegas porque as suas orelhas são pretas enquanto todos os outros tem orelhas azuis. Ela sempre se sentiu feia e excluída por causa disso. Ninguém queria ser visto com alguém como ela, por isso Misaki sempre ficava sozinha no intervalo das aulas e não tinha amigos que a acompanhassem no caminho de ida e volta da escola.

Um dia depois da aula, ela estava indo para casa em sua bicicleta rosa quando foi cercada por um grupo de alunos de sua turma. Eles queriam machucá-la por ela ter tirado uma nota bem alta em um desafio de redações que a Sensei fez.

As crianças derrubaram ela no chão e fizeram uma roda, deixando-a caída ali no meio. Deram vários chutes e tapas na pequena Misaki que nada podia fazer para se defender contra todas aquelas pessoas.

Não muito longe dali, Seiji deixava a escola acompanhado de seus amigos do terceiro ano, eles haviam acabado de terminar uma partida de Beisebol. Seiji era o melhor jogador da equipe do Nyah School e todos os Kouhai o veneravam.

No meio do trajeto, o Senpai se deparou com uma confusão, vários alunos cercavam alguém e maltratavam essa pessoa dizendo coisas bem feias. Ele correu até o local para saber o que estava havendo, porque além de ser muito curioso, não aceitava confusões entre pessoas ligadas ao Nyah School, ele venerava a escola e não permitiria que ninguém estragasse a imagem dela.

Quando se aproximou, pode ver que uma linda menina de cabelos rosados era covardemente agredida por aqueles Kouhai. Seiji passou alguns segundos hipnotizado pela beleza da menina, principalmente por suas orelhas negras que estranhamente eram idênticas as suas próprias.

Misaki urrou quando um chute atingiu suas costelas. O grito despertou o rapaz de seu transe, fazendo com que ele se colocasse no centro da roda, segurando seu bastão de beisebol como se fosse uma espada, mirando todos aqueles estudantes malvados.

“Se vocês não saírem daqui agora mesmo, eu vou fazer com que sejam expulsos eternamente do Nyah. Seus unicórnios marginais!”

Então, todos saíram correndo com medo da ameaça dele. Seiji estendeu sua mão para a aluna que estava ali machucada.

“Você está bem?”

Os grandes olhos da menina estavam com uma grande lágrima azul pendurada no cantinho, no entanto ela se recusava a deixá-la cair.

“Sim, obrigada por me ajudar. Qual seu nome?”

“Seiji, e o seu?”

“Misaki. Obrigada Seiji-san.”

“Não precisa agradecer. Misaki é um nome muito bonito, e você é bonita também” Ele sorriu.

Misaki ficou tão envergonhada que suas bochechas ficaram da cor de seu cabelo. Ela não conseguiu responder nada porque era tímida. Os dois passaram alguns minutos olhando um para a orelha do outro admirados por elas serem iguais. O rapaz quebrou o silêncio.

“Quer que eu acompanhe você até em casa, Misaki-chan?”

“Não! Meu Otou-san vai me obrigar a continuar vindo pra escola. Eu não quero mais ver essas pessoas insensíveis!”

Seiji-san não queria que Misaki abandonasse o Nyah, e ficou muito triste por saber que as pessoas de seu amado colégio tinham sido tão más com ela.

“Não precisa ficar com medo Misaki-chan, eu vou cuidar de você.”

“Por quê?”

“Porque eu gostei de você. Posso ser como seu Onii-chan se você quiser... Você quer?”

Misaki começou a chorar soluçando e se atirou nos braços dele, abraçando-o pelo pescoço. Pela primeira vez na vida ela sentiu que não estava mais sozinha e se permitiu chorar de verdade. Seiji teve seu lado fraternal tocado e a abraçou de volta dizendo:

“Está tudo bem agora, Misaki. Onii-chan está aqui.”