O Especialista escrita por leonsk89


Capítulo 3
Flashback - Part III




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Flashback – Parte III


Enquanto esperavam a chegada do cientista infiltrado, Leon sacou sua pistola, examinando-a por uma fração de segundo e antes que pudesse recoloca-la no coldre, notou o olhar de Bobbi e respondeu com um leve sorriso e uma nota de orgulho:


“Não, não é uma USP, nem uma Sigma. Na verdade, ela foi totalmente customizada. Eu escolhi chamar de Silver Ghost.”


“Eu pensei realmente numa USP muito modificada...gostaria de ver essa arma depois, se não se importar.” – Bobbi respondeu, também sorrindo. De fato, ela concordava que era uma arma muito bonita, prateada, com a empunhadura de madeira, mira a laser e espaço para um silenciador, se o dono assim o quisesse. Fez Bobbi repensar sua própria pistola M&P.


“Sem problemas...talvez você a veja em ação logo. O que eu espero que não aconteça.” Leon respondeu, sua sentença terminada por Mack:

“O que não é exatamente anormal nesse trabalho..”


Antes que pudessem responder, os três agentes ouviram um barulho na porta e rapidamente se esconderam na escuridão da sala, enquanto observavam a entrada de um homem de jaleco branco, que parecia nervoso e desconfiado. A voz de Hunnigan surgiu no ouvido dos agentes: “Esse é o infiltrado, Jeremy Baker.”


Ouvindo isso, os três agentes saíram das sombras, com Bobbi iniciando o diálogo: “Dr.Baker, somos agentes da S.H.I.E.L.D, viemos aqui para coletar informações, extrair você e fechar esse laboratório.”


O homem parecia nervoso, gotas de suor na testa e esfregando as mãos no jaleco, mas manteve a voz relativamente firme enquanto falava: “Eu tenho um pendrive com toda a minha pesquisa aqui, e dos pesquisadores que trabalhavam comigo, mas as de outros cientistas importantes, vocês só podem acessar no computador central, no andar de cima.”


“Como é a segurança lá em cima?” Perguntou Leon, mais para Hunnigan do que para Jeremy, mas foi o cientista que respondeu:

“Três guardas armados, mas com automáticas. A segurança diminuiu um pouco porque algumas B.O.W’s foram transportadas pra outro lugar...assim como a pesquisa no projeto mais secreto que era feita aqui, que aliás, era muito acima do meu acesso..”


“Que projeto?” Questionou Mack, franzindo as sobrancelhas e tendo certeza de que não iria gostar da resposta.


“O projeto APollo...mas eu não sei o que é, e o arquivo de pesquisa dele foi deletado do computador central, pelo que soube, mas eu não sei porque.”


“Ok...nós vamos até o computador central e uma vez lá, Mack faz o download de todas as informações que pudermos, enquanto eu e Leon cuidamos da segurança. Depois, plantamos as cargas explosivas e damos o fora daqui.” Bobbi comandou e Leon balançou a cabeça afirmativamente, perguntando ao cientista:

“Que B.O.W’s sobraram aqui?”


“Apenas alguns Lickers, estavam tentando trabalhar numa forma de controle das B.O.W’s, de alguma jeito...mas deu muito errado.” E a expressão do cientista pareciam não deixar dúvida de como as coisas deram errado. Se algum dia alguém efetivamente controlar essas coisas...vamos ter um problema muito, muito maior nas mãos. Pensou Leon enquanto o trio andava para perto da porta.

“Lickers, huh? Seriam aquelas coisas com garras e a língua gigante?” Mack comentou, respirando fundo, enquanto Leon completava:

“Sim, a língua é perigosa, pode te atravessar como uma lança, mas o mais perigoso é o salto...fiquem atentos, essas coisas pulam direto...”


“Na sua jugular, como um predador.” Completou Bobbi. Ao menos, os três estavam em sintonia.


Hunnigan avisara logo depois que haviam dois seguranças se aproximando. Leon disse ao cientista que os chamasse, alegando qualquer desculpa, e quando entraram na sala, foram surpreendidos e derrubados rapidamente. Leon segurando um dos seguranças pelo pescoço, enquanto o girava e batia seu rosto na parede, enquanto Bobbi agarrou o outro pelo braço e o arremessou no chão. Com o corredor livre, o quarteto seguiu em direção as escadas que levavam para o andar do computador central.


Depois de subir um rápido lance de escadarias, o grupo parou perto da porta do andar seguinte, enquanto Hunnigan informava: “O corredor tem fácil acesso, nenhum segurança, mas dentro da sala do computador central, tem três, e bem armados, como o Dr. Baker informara. Um perto da porta, o segundo cerca de três metros a direita e o último perto do computador em si, e alguns cientistas na sala, que não devem oferecer perigo” No momento em que a agente havia terminado sua fala, o quarteto já estava perto da porta. Bobbi sinalizou com os olhos e as mãos para Leon, que cuidaria dos dois mais próximos enquanto Leon cuidava daquele perto do computador. A Mack, restaria manter os seguranças em ordem.


O plano acertado, os agentes abriram a porta com rapidez, Bobbi com seus bastões em punho, acertando e eletrificando o primeiro guarda no pescoço, enquanto girava e aplicava um chute giratório no segundo, apoiando os dois bastões no peito do homem quando o mesmo chegou ao chão. Ao mesmo tempo, Leon atirara sua faca na mão do segurança próximo do computador, aproveitando o momento de distração do segurança para deslizar por cima de uma mesa e o derruba-lo com um chute no peito.


“Ninguém se mexe!” Mack anunciava calmamente, tentando manter a voz baixa enquanto fechava a porta. Como a base estava com as câmeras em looping, quanto mais tempo eles demorarem pra saber que a sala do computador central fora invadida, melhor. Ao mesmo tempo, Bobbi plugava um pendrive no computador central e o cientista rapidamente começara o download de todos os arquivos ali.
“Depois que terminar, apague tudo, todos os dados de pesquisa deste lugar.” Leon completou, pegando sua faca da mão do segurança desmaiado, limpando-a e a colocando de volta no coldre.
“Até aqui tudo bem...” continuou o agente “Quem sabe até dê tempo de tomar um drink depois daqui.”


“Pensei que você não acreditasse em missões tranquilas” Disse Bobbi, com um leve sorriso, mas sem tirar os olhos dos cientistas, tentando perceber qualquer movimento suspeito.


“Eu não costumo ter missões tranquilas, mas vai saber? Talvez você me dê sorte, agente Morse.”


“Hm...essa sorte vale uma bebida?” Bobbi disse, virando para Leon, ainda sorrindo e com uma das sobracelhas levantadas.


Mas antes que Leon pudesse responder, a sala foi invadida por uma luz vermelha e um barulho alto, similar a uma sirene enquanto Hunnigan falava com a voz urgente: “Um acidente, com os Lickers...eles o estavam preparando para transporte, dois deles fugiram e os seguranças que estavam lá...já eram.”


“Novo plano...Mack, me dá os explosivos. Fica aqui e termina o download. Eu vou descer lá, eliminar as B.O.W’s, plantar os explosivos nas câmaras de crescimento e no carregamento de Lickers. Quando terminarem aqui, evacuem o cientista, tomando cuidando com algum segurança que tenha sobrado.” Leon dizia, enquanto sacava sua arma e pegava os explosivos de Mack, indo em direção a porta.


“Vou com você”, Bobbi completou, sacando sua arma também e logo emendando, quando Leon abriu a boca para contestar. “E isso não é uma discussão...e você não pode me pagar uma bebida se estiver morto...vamos?”


Leon simplesmente sorriu de leve e a dupla saiu pela porta. Foram rapidamente guiados por Hunnigan até o local do acidente. A essa altura, os cientistas corriam pela base, tentando evacuar o mais rápido possível, temendo que mais criaturas se soltassem. Ao chegarem na área designada, a mesma já estava vazia. Havia apenas os corpos dos seguranças. Leon manteve a voz baixa enquanto dizia: “Eles podem estar em qualquer lugar...são capazes de subir pelas paredes e são cegos, portanto...” o agente pôs o dedo nos lábios e ambos avançaram pelo grande galpão. Dentro dele havia grandes tubos de metal, alguns dentro de grandes containers, e outros ainda do lado de fora. Dentro destes tubos, estavam as criaturas. Submersas em um tipo de líquido esverdeado, Bobbi finalmente pode ver como era a criatura chamada Licker. E o que seus olhos viam era ainda mais impressionante e repulsivo que a descrição dos arquivos.


O Licker era uma criatura humanoide, porém não possuía pele, tendo um tom rosado similar ao dos músculos. Em suas mãos, não haviam mais dedos, e sim garras, com cerca de 30 centímetros, e afiadas o bastante para causar um bom estrago, mesmo em sua veste de combate. Seu rosto era...nojento...não havia olhos, seus dentes eram enormes e incrivelmente afiados e para completar o perfil, o cérebro era totalmente exposto. O ponto fraco, recordou Bobbi. A agente foi tirada de seus pensamentos por um som baixo, que lembrava o sibilar de uma cobra.


Foi neste momento que ela viu uma das criaturas saltar do teto na direção de Leon. O agente rolou para o lado, e levantou atirando, acertando alguns tiros no corpo da criatura, que se movia a uma velocidade impressionante pela sala. Antes que Bobbi pudesse tomar mira, a agente viu com o canto dos olhos o segundo deles saltar em sua direção, mas ela não foi rápida o suficiente e a criatura a derrubou no chão. Bobbi conseguia sentir o hálito do monstro enquanto usava uma de suas mãos para segurar uma das garras da criatura, enquanto tentava levantar a outra, ainda segurando firmemente sua pistola.


No instante em que a criatura levantou uma de suas garras, pronta para acertar a agente, ela levou sua pistola até o rosto da criatura e atirou uma vez, fazendo com que ela virasse o rosto e perdesse o equilíbrio, o que deu a oportunidade a Bobbi de virar a criatura, ficando em cima dela e podendo encostar sua arma no cérebro exposto e atirar uma, duas, três, quatro vezes, até que o monstro parara de se mexer.


Leon, por sua vez havia conseguido segurar a língua da criatura, e com um puxão, a trouxe pra perto de si, aproveitando a janela de oportunidade para atirar no ponto fraco do Licker, que caiu sem se mexer.


“Bom trabalho Morse...” Leon sorriu, estendendo a mão para Bobbi, que aceitou, deixando ser puxada para ficar de pé. Leon então estendeu para ela um dos explosivos: “Coloque nos containers, eu coloco nas câmaras.”


Quando os dois agentes estavam quase terminando a instalação dos explosivos, ouviram a voz de Mack no rádio: “Estamos evacuando, o computador já foi deletado e o tumulto tá sendo uma ótima oportunidade pra sair fácil, como estão aí em baixo?”


“Explosivos prontos, nos encontramos lá fora Mack.” Respondeu Bobbi enquanto se levantavam e corriam de volta para os corredores principais.


Menos de dois minutos haviam se passado desde que Mack e o cientista haviam saído da base. Estavam abaixados numa área mais afastada, quando avistou os dois companheiros se aproximando. Leon passou o detonador para Mack, enquanto completava: “É uma missão da S.H.I.E.L.D...pode ter as honras.”


O agente então apertou o botão e os quatro de longe ouviram barulhos de explosões e fogo vindo de dentro da base. A explosão causou ainda mais confusão entre os cientistas e funcionários do laboratório, facilitando a escapada do quarteto.


4 Horas depois, num Pub em Edonia


“Ok...como conseguiu que Coulson só exigisse nosso relatório amanhã?” Bobbi perguntou, enquanto balançava de leve o whisky, apoiando o rosto com uma das mãos enquanto olhava para Leon de forma inquisitiva.


“Bom...já entregamos o cientista, e o pendrive. Foi uma missão bem sucedida, nós merecemos isso.” Leon sorriu, piscando um dos olhos e tomando um gole da sua bebida.


“Vamos lá...vai precisar de mais do que isso pra me convencer. Coulson é bem rígido com horários...Fury então..” Bobbi retrucou, sorrindo enquanto passava a mão pelos cabelos.


“...ele me deve um favor. Ou dois. Pergunte sobre Budapeste.” Leon disse, com um ar exageradamente misterioso, e depois voltou o olhar para Mack, que conversava com uma mulher linda, no canto do bar.
“Parece que o Mack já foi fisgado pela beleza exótica das mulheres do Leste Europeu.” Leon disse, mudando de assunto enquanto terminava seu drink.


“Você já pagou minha bebida.” Bobbi disse, com um sorriso: “Tenho certeza que consegue impressionar alguma beleza exótica no bar também.” A agente completou, olhando em volta.


Talvez fosse as doses de whisky que já tivesse bebido, mas Leon simplesmente se viu pensando que não tinha necessidade de procurar beleza exótica em lugar nenhum. A mulher sentada na sua frente era, de longe, muito mais bonita que qualquer uma naquele bar, e talvez tenha sido o álcool, mas Leon simplesmente retrucou, com um leve sorriso: “Pra que, se você é muito mais bonita que qualquer outra garota aqui..?”


E realmente devia ser o álcool, porque Leon podia jurar que o sorriso de Bobbi aumentou, enquanto seu rosto corava levemente, e ele provavelmente devia ter bebido um pouco demais, porque segundos depois o rosto dela estava próximo do seu, e Leon podia sentir o perfume doce que vinha dela, o cheiro de seu shampoo e aqueles olhos que pareciam que podiam enxergar por dentro da sua alma.


E Bobbi provavelmente poderia culpar seu próprio whisky, porque ela começara a reparar o quanto o sorriso de Leon era atraente, a maneira com que seus olhos estudavam cada movimento dela, como sua sobracelha se movia, quase que imperceptivelmente quando o agente avistava algo que o interessava, ou a maneira que os mesmos olhos se fixavam num ponto vazio do espaço enquanto ele contara sobre Raccoon City, sobre como um policial novato conseguiu sobreviver ao inferno e iniciou uma jornada não muito diferente dela mesmo, de proteger as pessoas, contra um mal que elas nem mesmo enxergam. Podia ser o álcool, ou a admiração que Bobbi sentia crescer por Leon, mas logo não tardou para que seus lábios se encontrassem com os do agente , tímidos, a principio, até ela resolver morder, de leve, o lábio inferior de Leon e dali pra frente o(s) beijo(s) se transformarem numa “briga” de controle: lábios, língua, mãos. Cada beijo lançando ondas de choque pelo corpo dos dois, de uma forma que Bobbi admitira para si mesmo, acontecera pouquíssimas vezes (Barton...talvez?) e logo o pequeno bar ficava cheio demais para os dois agentes...


Edonia, no dia seguinte


Leon abriu os olhos ao sentir a claridade em seu rosto, piscando várias vezes. Não fazia ideia de que horas eram, mas sentia os efeitos de uma pequena ressaca, mas nada muito grave. Lembrou do bar, do Whisky e de Mack dançando com alguma garota...e antes que sua mente pudesse continuar, Leon sentiu movimento no colchão onde estava e levou alguns segundos para sua mente processar o fato de estar nu e lembrar do que havia acontecido na noite anterior, e Leon não pode deixar de sorrir, enquanto se virava levemente. Bobbi estava deitada ao seu lado, nua como ele, coberta por um lençol. Seus cabelos estavam espalhados pelo seu rosto, como se fosse uma cachoeira dourada e Leon continuou sorrindo ao notar que mesmo com o cabelo desarrumado e a cara de sono, ela ainda continuava uma das mulheres mais lindas que ele já havia visto.


Pegando seu celular, Leon notou que era perto das 11 da manhã, logo teriam de se apresentar a S.H.I.E.L.D. O agente pensou em tomar um banho, e depois acordaria Bobbi, mas antes que pudesse se levantar, ela abriu os olhos, sorrindo ao ver Leon ainda ali.


“Hey, linda...pode descansar mais um pouco, ainda temos tempo.” Leon sorriu, abandonando a ideia do banho e voltando a deitar, trazendo Bobbi mais pra perto de si, apoiando gentilmente a cabeça da agente em seu peito.


“Quanto tempo ainda temos, Leon?” Ela disse, envolvendo Leon com seus braços, enquanto beijava suavemente seu pescoço.


“Cerca de umas duas horas...tempo suficiente pra um banho, um café da manhã e outras coisas.”


“Gostei do som de outras coisas...” retrucou Bobbi, trazendo o rosto de Leon mais para perto de si, fazendo seus lábios se encontrarem novamente...


Leon e Bobbi, depois da missão em Edonia, mantiveram contato por telefone. Mesmo com as inúmeras missões e a dedicação de ambos os agentes com suas respectivas agências, ainda tiveram tempo pra passar um fim de semana juntos em Nice, na França e haviam marcado para se encontrar novamente, em Londres, alguns meses depois, mas a queda da S.H.I.E.L.D e a missão de Bobbi de se infiltrar como agente da HYDRA, além tragédia que culminou na morte do presidente dos EUA em Tall Oaks e do massivo acidente viral em Lanshiang, na China, onde Leon caçou o culpado pela morte de Bendford, impediu os planos de ambos, forçando um afastamento que pensaram ser definitivo.


O destino, claramente, tinha outros planos...


— Fim do Flashback -


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