O Especialista escrita por leonsk89


Capítulo 17
Entre águias e raposas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627121/chapter/17

Playground – Sala do Diretor


Leon, May e Coulson estavam em reunião há um bom tempo, e o assunto obviamente era Skye.


“Ela está agindo como se tudo fosse voltar ao normal. Já que nos últimos dias nada tem tremido e ela tem mantido os batimentos estáveis. Mas...” Coulson parou de falar, balançando a cabeça negativamente, com uma expressão preocupada, antes de se virar para Leon, que dizia:


“Eu sei. Não há garantias de que isso não vá mudar em uma missão de campo. E nós não podemos nos dar ao luxo de ter que lidar com uma situação catastrófica no meio de uma missão. Mas eu espero que haja um jeito de podermos resolver isso. Ela é boa, e vocês sabem disso. E se um dia ela conseguir controlar isso, é bom que ela ainda esteja do nosso lado.”


May suspirou, concordando com a cabeça, e perguntando:
“Ela sabe que vamos coloca-la no INDEX?”


“A lista de pessoas e objetos super poderosos da S.H.I.E.L.D, huh?” Leon murmurou e Coulson respondeu afirmativamente com a cabeça. May então continuou:


“Pelos protocolos da S.H.I.E.L.D todas as pessoas no INDEX precisam passar por uma avaliação psicológica e de ameaça.”


Leon murmurou novamente, fazendo com que ambos olhassem de volta para ele:


“No fim, todos nós deveríamos não é? Os poderes de Skye são perigosos mas ela não é a única. Imagina o que aconteceria se alguém como eu, vocês ou Romanoff enlouquecesse, ou passasse pro outro lado?”


“Não seria a primeira vez não é? Aconteceu com Krauser e podia ter sido o fim do mundo.” Coulson respondera, se lembrando da história de Jack Krauser. O homem era um importante soldado americano filiado a SOCOM (Comando de Operações Especiais), com diversos feitos em campo e homenagens fora dele. Em 2002 ele foi enviado para a América do Sul junto de Leon, na tentativa de capturar Javier Hidalgo. Naquela missão o braço de Krauser foi ferido e não se recuperou. Durante a missão Krauser também presenciou os poderes de Manuela Hidalgo e as consequências dos usos de vírus e armas biológicas, e diferente de Leon, Krauser começou a admirar o poder vindo destas armas. Dispensado de campo pelo exército graças ao seu ferimento, Krauser foi atrás de Albert Wesker, um ex-funcionário da Umbrella Corporation e conseguiu um vírus que não só curou seu braço, mas lhe deu habilidades sobre-humanas. Em 2004 Krauser sequestra a filha do Presidente dos Estados Unidos, Ashley Graham, à mando do culto Los Illuminados, um grupo terrorista que pretendia infectar o mundo com um parasita transformado em arma biológica. Leon foi mandado pelo governo à Espanha para resgatar Ashley e ali Leon e Krauser se encontraram novamente, dessa vez como inimigos. Mesmo com suas novas habilidades, Krauser foi derrotado por Leon e morto na explosão da torre em que lutavam.


Coulson entendia onde Leon queria chegar, e também o protecionismo dele com Skye. E o diretor concordava, nada o deixaria mais feliz que assinar a liberação da agente, mas teria de fazer isso do jeito certo.


“Seria bom trazermos alguém de fora para a avaliação psicológica dela. Eu sei quem poderia chamar, se não fosse por um probleminha...” Completou Coulson.


“Vai ser bom rever o Dr.Garner.” Disse Leon, casualmente.


“Andrew não é um problema. Não pra mim. Mas ele pode dizer não...” Disse May em um tom desinteressado.”


“Contate-o, e veja o que ele diz. E Leon, a Divisão de Armamentos tem alguns equipamentos novos que eu gostaria que você testasse.” Disse Coulson sorrindo e saindo da sala, para atender seu celular que tocava. May então se virou para Leon, enquanto levantava uma sobrancelha de maneira sutil, perguntando:


“De onde conhece o meu ex-marido?”


Leon suspirou e May conseguiu notar a tristeza rápida que passou pelos olhos do agente antes que ele respondesse:


“Ele fez minha avaliação psicológica depois de Raccoon City. O governo se impressionou com o fato de um policial novato ter sobrevivido aquele apocalipse. Eles precisavam de mim e da experiência que adquiri na cidade, mas tinham de ter certeza que eu estava bem da cabeça. E eu não estava, sabe? Mas...ele me ajudou. É um bom homem, e um bom profissional. Se ele me ajudou, no estado em que eu estava, ele pode ajudar a Skye.” Foi a resposta de Leon, e May concordou com a cabeça antes que os dois saíssem da sala do Diretor, para cuidar de suas tarefas.


Algumas horas depois, Leon havia retornado do Departamento de Armas, e avistando Coulson perto do hangar, o entregou alguns papéis, dizendo:


“A Divisão tá trabalhando num modelo novo do Bambino. Mais leve, mais útil. O projeto é bom, mas preciso da sua autorização, Phil.”
Coulson pegou os papéis, fazendo uma leve careta enquanto assinava e dizia:


“Está dizendo que o Bambino não é útil?”


Leon riu, pegando os papéis de volta enquanto respondia:


“Tô dizendo que podia ser mais útil. É diferente.”


Antes que pudessem continuar a conversa, um Quinjet pousou e May saiu da aeronave, juntamente com o Dr.Andrew Garner.


“Dr.Garner. É um prazer revê-lo. E obrigado por nos ajudar com essa situação.”


Coulson dizia enquanto apertava a mão de Andrew, e depois continuou:


“Não sei se lembra, mas esse é Leon S.Kennedy. De Raccoon City, 1998...ele é o parceiro da Skye agora.”


Leon e Andrew apertaram as mãos e o psicólogo o estudou por alguns segundos antes de dizer:


“É claro que eu lembro. E parece que você evoluiu muito, desde aquele dia, agente Kennedy. Parece que Bendford tinha razão quando disse que você tinha um futuro brilhante. Eu sinto muito pelo Presidente, ele era um bom amigo.”


Leon acenou positivamente com a cabeça, enquanto falava:
“Eu também, pode apostar. De qualquer forma, agradeço a sua ajuda, Dr.Garner, naquela época, mais do que tudo. E agora também.”


Enquanto conversavam, Leon conseguiu perceber a expressão de Coulson se agravar enquanto ele falava ao telefone, e assim que terminou a ligação, o diretor fez um sinal de cabeça para que Leon o seguisse. O agente então se despediu do Dr.Garner e de May enquanto se juntava a Bobbi e Coulson, que começou:


“Fui informado sobre uma invasão na clínica psiquiátrica Brymore.”


“Já ouvi falar. Uma prisão federal para criminosos mentalmente instáveis.” Disse Bobbi


“Sim. E temos uma parte especial sob a nossa jurisdição lá, onde algumas pessoas do INDEX estão presas. Temos que descobrir o que está acontecendo. Bobbi, prepare o Quinjet, Leon traga os equipamentos. Partimos em 15 e eu vou acompanhar vocês nessa.” Terminou Coulson.


Clínica Brymore


Quando Leon, Coulson e Bobbi haviam chegado, havia alguns poucos carros de polícia cercando a área. O policial em campo disse que havia pedido reforço ao condado, mas a clínica ficava afastada, e poderia demorar. Os três se reuniram perto do portão inicial, e Coulson começou dizendo:


“Quando o sistema elétrico e as comunicações falharam, um grupo usou a confusão para se infiltrar na instalação e soltar os prisioneiros.”


“Eu consegui recuperar as últimas imagens antes do circuito fritar.” Disse Bobbi, enquanto mostrava um tablet para seus dois companheiros.


“Tá de sacanagem...” Leon murmurou, enquanto balançava a cabeça negativamente ao ver Cal, o pai de Skye, acenando alegremente para a câmera de segurança antes que a imagem sumisse.


“Que ótimo...precisamos entrar agora mesmo.” Disse Coulson, enquanto Leon completava, sacando sua arma:


“Eu estava mesmo querendo uma revanche com o bom Doutor...”


Quando os três chegaram até as celas do bloco inferior, perceberam que o lugar estava iluminado apenas pelas luzes de emergência, que falhavam ocasionalmente. Bobbi quebrou o silêncio, perguntando:
“Quantos prisioneiros ficavam aqui?”


“Três. John Bruno, ex-forças armadas que virou um assassino serial bem...criativo, obcecado com novos jeitos de matar. Ronnie Carson, que veio da Inglaterra pra cá acreditando que era a reencarnação do Jack, o Estripador. Ele é bom com facas, mas o mais perigoso é...”


Mas antes que Coulson pudesse terminar a frase, um homem enorme apareceu em um dos corredores, segurando a arma na mão de Bobbi e batendo o corpo da agente na parede, jogando no chão a pistola de Bobbi. Antes que Leon pudesse ajudar, o agente percebeu um brilho tênue no canto dos olhos e por reflexo, esquivou de uma facada que quase cortou sua garganta, enquanto o homem conseguia acertar sua mão e derrubar sua arma.


Bobbi usou o cotovelo para acertar o rosto de Bruno, e ambos defenderam os socos um do outro até que o homem tentou jogar Bobbi no chão, a segurando pelo pescoço, mas a agente usou a força do movimento para impulsionar as pernas, soltando a mão que a prendia e acertando Bruno com um chute feito a partir de uma cambalhota, fazendo com que o homem se ajoelhasse. Imediatamente Bobbi segurou seu braço, quebrando em apenas um giro e colocando o homem fora de ação rapidamente.


Ao mesmo tempo, Carson tentou acertar Leon com mais uma facada, mas o agente segurou o braço do atacante, puxando o corpo de Carson para frente e acertando uma joelhada em sua barriga e depois empurrando o homem para baixo, numa posição ajoelhada similar a que Bobbi fizera com Bruno, e em seguida, Leon levantou sua perna e desceu nas costas de Carson, com força suficiente para apaga-lo.


Coulson sorriu orgulhoso, abaixando sua arma enquanto falava:
“Caramba! Odiaria ver vocês de mau humor. Agora...onde está o terceiro prisioneiro?”


“Quem é o cara?” Perguntou Leon, enquanto o trio voltava a avançar pelos corredores, com suas armas em punho.


“David Angar. Tentou curar o tumor em suas cordas vocais com um tipo experimental de radiação energética. Ele ficou curado, mas a sua voz agora emite uma frequência capaz de disparar o sistema nervoso central de quem escuta, induzindo catatonia imediata com apenas um sussurro.” Respondeu Coulson enquanto se aproximavam da cela de Angar, que estava vazia, com a exceção de uma pixação que dizia “A luta continua.”


“Isso é recente. A tinta tá fresca.” Respondeu Leon, enquanto passava o dedo pela parede.


“E o que isso significa?” Bobbi perguntou enquanto se aproximava, com uma expressão de curiosidade.


“Que o bom Doutor, além de piradinho, tem uma arma sônica nas mãos.” Respondeu Leon, em um tom preocupado.


De volta ao Quinjet, o trio procurava evidência em câmeras de tráfego que pudessem levar ao paradeiro de Cal. Coulson pilotava, enquanto Leon e Bobbi analisavam imagens ao fundo. A agente tinha conseguido identificar as pessoas que apareciam com Cal nas filmagens em Brymore:


“Wendell Levi, QI genial, mas um sociopata completo. Francis Noche, alterado geneticamente com esteroides experimentais, o que deu a ele super-força. Karla Faye Gideon, ela tem lâminas instaladas cirurgicamente no lugar dos dedos. O doutor fez uns amigos bem excentricos...”


“Excentrico é uma palavra bem leve pra isso...” Leon balançou a cabeça antes de encarar Bobbi e perguntar com uma expressão séria: “Tá tudo ok, Bobbi? Você parece meio...distante ultimamente. Alguma coisa te preocupando?”


A agente ficou calada por alguns segundos, olhando a tela. Sua vontade era de contar tudo, de revelar seus planos, de contar com o apoio de Leon em algo que ela sabia que seria benéfico pra todo mundo, principalmente pra S.H.I.E.L.D, mas ela sabia que Leon era leal a Coulson, que seu namorado a veria como uma mentirosa, uma traidora, pelo menos agora. Então ela tinha que inventar alguma coisa, ganhar tempo, até poder clarificar toda a história. Bobbi então suspirou de leve, antes de voltar seu olhar para Leon e responder: “É só que....bom, você vai me achar uma idiota, mas é que...eu acho que estou com ciúme da atenção que tem dado a Skye. Eu sei...é bobeira de adolescente, né?” Bobbi disse, sorrindo e colocando a mão sobre a de Leon, que apenas balançou a cabeça positivamente, respondendo:


“Claro que é. Eu só tenho olhos pra você.” Mas o agente sabia que o sorriso era forçado, ligeiramente nervoso até. Se ela realmente estivesse falando a verdade, ele poderia resolver a situação. Outras opções o preocupavam muito mais. Mas no momento, ele tinha coisas mais importantes pra se pensar.


Leon então se sentou ao lado de Coulson, na cabine do piloto, e o diretor perguntou:


“Conheço essa expressão. Alguma coisa errada entre você e Bobbi?”


“Você sabe tanto quanto eu. Mas isso não é importante. O paradeiro de Cal é.” Leon respondeu, cruzando os braços.


“Tudo bem. Fale sobre o que te preocupa. Não estamos evoluindo aqui. Quando fico empacado, gosto de fazer outra coisa. Dizem que o subconsciente se foca na tarefa.” Disse Coulson, sorrindo, Leon então começou:


“Eu...acho que ela está escondendo alguma coisa. Não sei o que. De repente, ela começou a me lembrar a Ada. Parece que a história se repete comigo. De novo, sempre me envolvendo com mulheres cheias de segredos.” O agente disse, em um tom cansado, mas reparou que Coulson apertou os olhos, murmurando:


“A história se repete...é isso! A luta continua...é o que Cal quer dizer! Ele está indo para Wisconsin.”


“Porque Wisconsin?” Perguntou Leon, com o cenho franzido.


“Eu nasci lá. Ele quer me atrair pra casa. Acho que precisamos de apoio.” Respondeu Coulson, alterando o curso do Quinjet.


“Definitivamente precisamos de apoio. Melhor contatar os outros.” Disse Leon, calmamente, enquanto ligava as comunicações.


Winsconsin


Já era noite quando os agentes chegaram na Universidade de Manitowoc, Winsconsin. O lugar parecia deserto e sem vida, e obviamente Cal tinha alguma coisa a ver com isso. O trio avançava devagar pelos corredores vazios que levavam ao campo de futebol americano, enquanto Coulson falou, em tom baixo:


“May e os outros estão chegando, são cinco deles contra nós três. Vamos esperar.”


“Você tem um plano, Phil?” Perguntou Leon, apertando o punho de sua pistola.


“Na verdade não. Hoje nós improvisamos.” Coulson respondeu, dando de ombros, ao que Leon sorriu, piscando para Bobbi:


“Por isso eu amo esse trabalho.”


A agente estava prestes a responder, mas se calou ao ver um grupo de pássaros mortos no chão.


“Angar” Sussurrou a agente, e então o trio conseguiu ouvir, pelos alto falantes, a indistinguível voz de Cal, imitando um narrador de esportes:


“Senhoras e Senhores! Bem vindos a este confronto histórico entre as Águias da S.H.I.E.L.D, e nós, os rivais e azarões...ahn...Garras...Afiadas? O jogo desta noite está sendo transmitido pela rádio A.M 520 W.A.S.Y a sua rádio de esportes local!”


“O que diabos ele tá fazendo?” Perguntou Bobbi, balançando negativamente a cabeça.


“Sendo ele mesmo.” Respondeu Leon com uma careta, enquanto Cal voltava a falar.


“O técnico das Águias da S.H.I.E.L.D, Phil Coulson, deveria se apresentar ao campo! Alías, uma curiosidade: Ele matou o homem que eu vinha planejando matar por duas décadas e meia! Vamos Coulson! Saia, saia, de onde quer que tenha se escondido...afinal, nós temos todas essas crianças aqui, com a vida toda pela frente! Você não vai ajuda-las, Phil?”


Coulson suspirou, antes de dizer: “Eu vou lá, vocês me cobrem e torçam pra eu conseguir enrolar ele até o apoio chegar.”


Enquanto Coulson entrava no campo de futebol, Leon e Bobbi se separaram, e o agente rumou para trás das arquibancadas, se esgueirando entre elas para poder ter uma boa visão do diretor, sem ser visto da cabine onde Cal estava.


“Isto é entre nós dois Cal! Ninguém precisa se machucar!” Gritou Coulson, do meio do campo.


Neste momento, os holofotes do campo foram ligados e Leon percebeu Gideon de um lado, nas arquibancadas, e Noche e Angar no campo, perto de Coulson.


“Angar, por favor, pode revistar nosso amigo Phil?” Disse Cal. E depois que o homem havia tomado a arma de Phil, Cal apareceu no campo, enquanto o diretor perguntava:


“O que quer aqui?”


“Expor a S.H.I.E.L.D por seus crimes contra a humanidade. Queremos que o mundo saiba o que fazem com pessoas como nós! Nos catalogam e nos prendem como cães. E quero evitar que façam o mesmo com ela!.” Respondeu Cal, sorrindo.


Leon sabia que podia acertar Angus de onde estava, já que era o mais perigoso, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, May entrou em campo segurando Skye pelo pescoço, com a arma apontada para a cabeça da nervosa jovem. Um blefe, claro, mas um plano bem arriscado na visão de Leon, que buscava uma posição melhor, sem tirar os olhos de Angus.


“Seu monstro! O que fizeram com você, Daisy?” Perguntou Cal, em tom ultrajado.


“A colocamos no INDEX, e agora temos que decidir se vamos conte-la, ou abate-la. Você decide.” Respondeu May, sem qualquer emoção ou hesitação na voz.


“Eles te machucaram Daisy?” Cal deu alguns passos pra frente, mas foi detido pelo tom decido da voz de May.


“Fale comigo, não com ela. Deixe essas pessoas irem, ou sua filha morre.”


“Não não não não! Está vendo Daisy? É isso que eles fazem com pessoas como nós..eles tem medo de você! Mas eu não! Eu esperava que você tivesse asas agora, mas não importa, eu posso ajudar. Diga-me o que mudou...” Leon conseguia notar o descontrole crescente de Cal, mas ainda continuava mantendo sua atenção em Angus.


“Fale comigo, não com ela, eu já disse!” May falava enquanto apertava o cano da arma contra o pescoço de Skye. Á essa altura, Leon já havia discretamente subido em uma das arquibancadas, enquanto Bobbi havia se movido para perto de onde estava Gideon, e ambos trocaram olhares, enquanto Leon falou pelo rádio:


“Bobbi, assim que eu acertar o Angus, você ataca a louca dos dedos afiados, e vamos torcer pros outros conseguirem improvisar lá embaixo.”


“Eles te criaram e te corromperam, Daisy. Mas eu sei que não vão mata-la. Mas as ações de vocês vão matar toda essa cidade.” Disse Cal, enquanto entregava um microfone para Angus, que sorrindo, começou a abrir a boca para gritar, mas antes que o poder da sua voz fosse transmitido e amplificado pelos alto falantes do estádio, Leon disparou, usando sua ICER, ao invés de sua pistola comum, acertando Angus quatro vezes antes do homem cair inconsciente.


“Hey Cal! Feliz em me ver?” Disse Leon com um sorriso debochado, descendo das arquibancadas.


“VOCÊ ESTRAGOU TUDO!!!” Cal bradou com violência, avançando na direção de Leon como um touro raivoso, e mesmo com Leon disparando sua ICER várias vezes, o homem continuou a correr, forçando Leon a rolar para o lado, se esquivando da investida.


“Muito lento Cal.” Disse Leon, enquanto se esquivava das investidas de Cal. “Vai mesmo passar essa vergonha na frente da sua filha?”


“Eu devia ter te matado da primeira vez! Eu não fiz pela minha Daisy, mas hoje eu vou matar você na frente dela!” Gritou Cal. O plano de Leon era deixa-lo cada vez mais nervoso, fazendo com que seus movimentos ficassem mais previsíveis. Era arriscado, mas estava funcionando. No campo, May e Coulson estavam tentando derrubar Noche e Leon havia percebido que Bobbi e Gideon estavam lutando próximo as arquibancadas enquanto Tripp aparecia para afastar Skye do meio do campo.


Leon e Cal continuavam sua luta, e cada vez que o agente esquivava de um golpe e contra-atacava com socos e chutes extremamente rápidos, Cal ficava mais confuso e nervoso, até o momento em que o pai de Skye cometeu o erro de tentar segurar Leon pelo pescoço. O agente preveu o movimento, segurando a mão de Cal e usando seu cotovelo para acertar o meio do braço do médico, com força suficiente para quebrar o braço de um homem normal. Não quebrou, mas a dor e a distração serviram para Leon acertar o rosto de Cal com um soco, seguido de um gancho em seu queixo que o fez dar vários passos trôpegos para trás e culminou em um elaborado chute, onde Leon correu e pulou, girando o corpo no ar e acertando o peito de Cal com força suficiente para joga-lo quase no meio do campo.


“Isso foi por todo o sofrimento e angústia que a Skye tem passado por sua causa! Ah, e pelas minhas costelas também.” Disse Leon, com raiva, enquanto May e Coulson haviam derrubado Noche, e Bobbi surgia de trás das arquibancadas, tendo derrotado Gideon sem muitos problemas. Atrás deles, Levi tentava fugir pelo canto do estádio, sendo derrubado por um tiro da ACER de Tripp. A tensão dos combates começara a tomar o melhor de Skye e o campo tremia de maneira sutil.


“Acabou Cal. Se entregue!” Disse Coulson enquanto os agentes fechavam o cerco em Cal, mas antes que algum deles pudesse fazer qualquer coisa, o meio do campo foi envolvido por uma estranha esfera de energia azul e dela surgiu um homem, que não possuía olhos. O homem segurou Cal e num segundo a esfera de energia sumiu, junto do homem misterioso e do pai da Skye.


Ao mesmo tempo, enquanto Skye havia conseguido fazer os tremores passarem, em seus braços começaram a surgir manchas e ferimentos avermelhados e a agente então começou a perder a consciência, desmaiando nos braços de Leon, que conseguiu segura-la antes que ela chegasse ao chão.


Ô Onibus


Desde o momento em que Skye desmaiara e foi atendida na enfermaria da aeronave, Leon não deixou de estar ao lado da parceira. Sua expressão era tensa e os pensamentos vinham como um turbilhão em sua mente. A maioria era de frustração. Com os segredos que Bobbi parecia estar escondendo, com o aparecimento de mais um homem misterioso com poderes, com a fuga de Cal, com a situação de Skye. Desde San Juan, as coisas iam de mal a pior. Sua expressão suavizou quando ele viu a jovem se mexer e abrir os olhos.


“Hey, parceira, bem vindo de volta.” Leon disse, sorrindo, passando uma das mãos pelos cabelos de Skye, que sorriu de volta, com uma expressão ainda sonolenta.


“Você ainda pode estar se sentindo meio grogue. Demos algo pra acalmar seu sono.” A voz de Jemma chamou a atenção de Skye, que percebeu sua presença na sala, junto ao Dr.Garner e May.


“Por que eu estou ferida assim?” Perguntou Skye, se sentando enquanto olhava as próprias mãos, envolta por um tipo de braçadeira que ela não conhecia.


“Esses ferimentos foram causados por rupturas capilares nos seus braços. Os raios-X mostraram mais de 75 microfraturas, da clavícula até os dedos.” Respondeu Jemma, em um tom preocupado.


“Eu...eu não entendo...” Skye parecia confusa, então Leon segurou uma de suas mãos, chamando sua atenção enquanto dizia: “Você não tava controlando seus poderes, Skye. Você estava direcionando eles para si.”


A sala ficou em silêncio por alguns segundos, e Leon achou que Skye iria chorar, mas ela respirou fundo, apertando a mão de seu parceiro enquanto perguntava:


“E o que eu devo fazer?”


“Essas braçadeiras são feitas de microfibras de contensão, para ajudar a conter os tremores e minimizar os danos.” Respondeu Jemma, apontando para os braços de Skye.


“Não é disso que ela está falando, Simmons.” Disse May, sabendo que Skye estava se referindo a S.H.I.E.L.D, a seu futuro como agente. “Nós vamos descobrir Skye, eu prometo.” May completou suavemente.


Depois que todos haviam saído, Skye deitou a cabeça na perna de Leon, que continuava sentado na cama, enquanto perguntava, tentando (e falhando) soar casual:


“Acho que vai precisar de uma parceira nova por uns tempos. Ou pra sempre.”


“Besteira. Você vai voltar logo. Eu tenho certeza.” Respondeu Leon, calmamente.


“A S.H.I.E.L.D...esse trabalho. Era a minha vida. A única coisa boa que eu já tinha feito, a única coisa que eu tinha...e agora eu...” E a jovem parou de falar, e Leon aproveitou para olhar Skye nos olhos, enquanto falava de maneira confiante:


“Você ainda tem tudo isso. Tem a mim, Phil, May, todos os outros. E não importa o que esteja escrito no relatório do Dr.Garner, seu lugar é aqui, conosco. Nunca esqueça disso.”


A jovem acenou positivamente com a cabeça e eles ficaram em silêncio por mais algum tempo até Leon perceber que Skye havia dormido. Ao sair, Leon encontrou Coulson, que o levou até a sua sala. Lá dentro o diretor disse com uma expressão preocupada:


“Seu plano hoje foi muito arriscado. Irritar Cal não é uma coisa que eu pensaria, Leon.”


Leon deu de ombros, respondendo: “Você que disse pra improvisar, e ele tem super-força, mas é lento. Podiamos ter pego ele Phil! E agora um Mr.Magoo teleporter aparece? Eu gostaria muito de saber com o que estamos lidando.”


“Eu também. E Simmons está investigando isso, mas vamos deixar essa informação só entre nós três. Da sua parte, gostaria de pedir um favor, e eu espero que isso não te ofenda de alguma forma, mas...” Coulson dizia enquanto foi interrompido por Leon, que levantou uma das mãos:


“Não se preocupe, Phil. Eu vou ficar de olho na Bobbi e no Mack. E vou tentar descobrir o que estão escondendo.”


Naquela madrugada, a miniatura da Lola que Mack havia presenteado a Coulson e que ficava na estante do escritório do diretor escaneava cada metro quadrado da sala com um infravermelho, até descobrir exatamente onde estava o que queriam. Agora Bobbi só precisava pegar...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Especialista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.