Mudanças escrita por kebecaRogers


Capítulo 1
capitulo unico


Notas iniciais do capítulo

eu fiquei meio triste, e decidi fazer essa one, bem, é a minha primeira aqui no Nyah, vou postar no Spirit, então, aproveitem.



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Era pouco provável ele saber.

As crianças pintavam as tampas de lixo com vermelho, branco e azul, a estrela branca no centro já revelava quem era. Elas prendiam os suspensórios e corriam, os sapatos faziam um barulho característico contra a rua. Os quadrinhos dele eram lidos por todos, desde mais novos a mais velhos, ele não fora esquecido, mas foi considerado inativo pelo exercito americano, alguns acreditavam que ele saiu do avião antes, outros acreditavam que ele ainda vivia, e outros que ele deu a vida pela nação.

O primeiro beijo deles fora o ultimo, as ultimas palavras ressoavam bem frescas todas as manhãs na cabeça dela, enquanto segurava uma xicara e ouvia radio, a única coisa que pensava quando olhava para o céu era a dança, o convite adiado por ele, e ela refez, e ele nunca compareceu, apenas por que estava em algum lugar, algum lugar remoto...

Peggy Carter seguiu com a vida, mas nunca deixara de amar o herói da nação, sempre o loiro dos olhos azuis em sua versão asmática e frágil invadia seus pensamentos, sendo seguido pelo loiro forte com o uniforme listrado. Ela sabia que o mundo havia mudado, que ela não poderia voltar atrás nas decisões tomadas durante seu legado, sabia que nenhum deles poderia voltar ao que era, o tempo não iria regredir para o luxo de alguns veteranos. O único arrependimento da vida dela era que Steve Rogers não havia vivido a vida dele.

Quando ela acordou e viu ele ali, sentado olhando para ela, ela falou pra si mesma que era o cérebro lhe pregando uma peça, mais uma vez para variar, ela viu que era a realidade quando uma enfermeira falou com ele “eu já volto, Peggy, você tem visitas, eu vou buscar seu remédio” e ela viu ele se aproximar e tocar sua mão, por alguns segundo teve vergonha de sua mão e rosto enrugados, mas viu que mesmo assim ele ainda a olhava de mesmo modo que olhava nos tempos de guerra. O cabelo dele era o mesmo, assim como o seu modo de vestir, sua voz era um pouco embargada, se notava o esforço que ele fazia para não chorar na frente dela. Ela sentia lagrimas lhe banharem a face, quentes sobre sua pele fria e macia. Ele era real, e a única coisa que mudara – pelo menos que ela percebeu – era seu olhar triste, mesmo tendo um sorriso no rosto.

Steve Rogers estava feliz por reencontrar sua garota, apenas um pouco triste por não ser ele a lhe dar filhos, a lhe dar amor, carinho. “não podia deixar minha garota, não enquanto ela me deve uma dança” ele falara para ela, ele deixava as lagrimas caírem quando voltava da clinica, na maioria das vezes ele era acompanhado por chuva, as lagrimas caiam sem restrição do loiro, sempre chegava em seu apartamento ensopado e com olhos vermelhos, mas ele sempre a visitava, sempre ia ver sua garota. Um dia, ao chegar de uma missão e começar a se arrumar para vê-la o telefone tocou, ele entrou em prantos com a noticia, ela havia morrido. Ela havia o deixado. “eu fui visita-la ontem, ela estava bem... ela estava bem...” era a única coisa que passava na mente dele. Poucas horas depois ele estava ali, terno preto, expressão triste, olheiras e olhos inchados e vermelhos. Em frente de todos.

- Peggy era uma mulher extraordinária, eu realmente poderia ficar aqui listando tudo de bom que ela tinha. Mas, ela já era quando eu entrei no exercito como um asmático, ela foi uma das únicas que via além daquele Steve. É estranho estar aqui, eu sempre pensei que seria ela aqui e eu ali – apontou para o caixão – mas a vida é traiçoeira, eu acordei em um mundo novo, e ela me ajudou, muitos me ajudaram, é difícil encontrar alguém com as mesmas experiências, as vezes sinto falta da época que a coisa mais estranha que a ciência criara era eu. Peggy sempre fora uma mulher forte e independente, decidida, quando colocava uma ideia na cabeça era dificil mudar. Ela era o tipo de mulher que se você subestimasse levava um soco de quebrar o nariz. Eu não pude ficar com ela, mas, ela sempre ficara comigo, e espero que descanse em paz. – ele se virou para o caixão e depositou um beijo na testa dela e sussurrou

- ainda teremos nossa dança, minha garota.

Com os olhos marejados e seguidos de olhares de pena desceu do palco improvisado, os sapatos bateram com brutalidade o piso de mármore, ele ajudou a levar o caixão, ele viu a terra úmida cobrir a madeira, ficou ali durante algum tempo, lamentando, estava sozinho, olhando a lapide, chorava silenciosamente, os momentos com ela voltando a sua cabeça a todos instante. O beijo, ele lembrava ela com aquele vestido vermelho no bar, quando ela o ajudou a fugir e ir atrás de James, quando ele ia pousar o avião na geleira e que nunca completara sua frase.

- vou pedir para a banda colocar uma musica lenta... eu ia odiar pisar no seu... Pé. – ele completou a frase. A voz embargada e sua respiração eram os únicos barulhos do local. Ele poderia seguir com a vida, mas, ele não podia fingir que sabia viver sem uma guerra, ele fora criado para guerra, de que seria a vida dele sem uma? O maior medo dele, por mais egoísta que fosse, era que, em algum momento o capitão america se tornasse desnecessário, que não precisassem mais dele. Eles poderia dizer para ele que ganharam a guerra, mas não disseram o que perderam, mataram inocentes. Uma lembrança do sorriso de Peggy apareceu em sua cabeça, era lindo, tão... perfeito...

Familia, estabilidade, o cara que queria isso foi congelado 75 anos atrás, alguém diferente retornou.

Mas uma coisa não mudara.

Ele ainda a amava.


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Notas finais do capítulo

então, queria saber o que acharam.
ficaria grata:D



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