Linha tênue. escrita por OhhTrakinas


Capítulo 1
One-shot.


Notas iniciais do capítulo

AEEEHOOOO!!! Olá, gente bonita :D
Bom, essa fanfic eu gostei bastante de escrever ela, e sinto que dava pra estender ela mais um pouco, porém deixei numa one-shot mesmo num tamanho razoável.
Err,, acredito que acabei mudando um pouco o verdadeiro significado da palavra Linha tênue, mas enfim. Foi apenas para dar um gostinho a mais a fic.
Err... é isso, aí! Um beijão na bunda e boua leitchura '3'

[Capitulo não revisado]
[Terá uma pequena essência de Aokise]
[Narrativa do Kuroko]



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Existe uma fina linha, frágil como um fio de cabelo, entre o ódio e o amor, a vida e a morte, a felicidade e a tristeza, a força e fraqueza, riqueza e pobreza... Existe uma linha para tudo, conectando tudo, e que pode ser rompida.

Me chamo Kuroko Testuya, e minha responsabilidade é cuidar dessas linhas finas e frágeis, chamadas Linhas tênues. Meu trabalho nada mais nada menos é que cuidar dessas linhas, e rompê-las quando necessário, mudando de forma radical a vida dos seres que habitam a terra, sejam humanos ou não. Já vivi muito, mais do que imagina. Ganhei vários nomes com o passar dos milênios e já cortei muitas linhas mudando a vida dessas pessoas e criaturas.

Mas foi no período Sengoku, onde eu nunca imaginei que seria tão difícil romper Linhas Tênues... E perceber como os sentimentos podem ser tão complicados.

Lembro-me que naquele tempo, existiam duas famílias rivais não de humanos, mas sim de criaturas. Tengus e Yatagarasus, dois nobres alados que cuidavam das montanhas do Japão naquela época. Eu poderia estar me preocupando com as guerras que aconteciam entre os humanos, mas no mundo espiritual também ocorriam guerras. Francamente, aquele período foi o pior, mesmo.

Estava caminhando entre as florestas das montanhas, pulando de arvore e arvore, tentando acompanhar aqueles que sobrevoavam e cortavam os céus em alta velocidade com certa fúria, encontrando-se com frequência jogando suas espadas ao encontro na tentativa de matar um ao outro. Dava-se para escutar o barulho de lâmina tintilando no ar e faísca descerem entre as folhas das arvores. Com tantas lutas que já vi entre criaturas mágicas, aquela poderia ser a mais bonita. Sim, bonita. Pois ocorria no ar, dava para você ver a dança de asas grande negras e brancas e o som das espadas se encontrando, realmente era algo bonito, não deixando de ser violento.

-AOMINEE!!!

-KISEEE!!!

Um grito de guerra entre os dois; estavam bem feridos.

O de cabelo azul e pele morena, o Tengu, era mais habilidoso que o loiro. Dava-se para perceber logo de cara. Num momento em que o loiro piscou, apareceu atrás de si, pegando em suas asas sem piedade e o jogando no chão com violência. Exatos 80m de queda estrondosa que fez o chão de terra rachar-se e abalar algumas árvores. O barulho fez com que alguns animais da floresta e pássaros se afastassem.

Corri mais um pouco para chegar perto do outro que estava caído no chão, tentando se recompor para se levantar e bater suas asas novamente para voar, porém percebo que uma delas estava torta e manchada de vermelho. Vermelho vivo.

Ele faz força nos braços para pelo menos ficar de pé, mas vejo suas pernas tremerem violentamente, o levando ao chão de novo. Seu Kimono amarelo com detalhes em fios de ouro, um certo capricho meio luxuoso, estava manchado de sangue e sujo de terra. Para quem olhasse para aquela criatura divina de aparência bela, regida pelos deuses da perfeição, não diria que era um Yatagarasu; criaturas mais belas do mundo, tanto no espiritual quando no real. Meio debilitado percebeu a aproximação do outro com quem estava lutando bravamente durante horas, e que não diferente de si, também estava ferido e só continuava de pé por causa da força absurda que exercia nos membros.

-Levante-se, Kise Ryota. –Ordenou com a voz grave e autoritária apontando sua espada para o rosto do outro.

Kise não responde nada, apenas o observe sem hesitar no olhar confiante e forte, mesmo estando alguns segundos da morte.

-Vai deixar por isso mesmo? Vai se render? –Falou mais uma vez, o Tengu.

-Veja, seu cego ignorante, uma de minhas asas está debilitada e meu corpo não me obedece mais. –Falou com a voz meio tremula. Com certo esforço ele fica de joelhos.

Me aproximei mais um pouco para escutar melhor o que eles estavam dizendo, queria ver o desfecho dessa história, pela primeira vez eu estava interessado em alguma coisa... Se bem que, eu já conhecia a história dos dois, quer dizer, lógico que conhecia, eu os acompanho desde o nascimento e é eu que observo os seus caminhos escolhidos e aguardo o momento de cortar suas linhas.

O Yatagarasu se chama Kise Ryota, e o Tengu, Aomine Daiki. Ambos são inimigos mortais, um doente pelo outro, ambiciosos em matar o inimigo. Kise era obsecado por Aomine, o tempo todo pensava nele, e não era um sentimento romântico, era um sentimento doentio de puro ódio que ás vezes o perturbava até no sono. E Aomine não era diferente, seu único desejo era matar o belo loiro de asas brancas.

A razão da vida de cada um deles era matar o outro. Essa era a razão de estarem vivos.

Vendo que Aomine aponta a espada para o peito do loiro, eu puxo a linha tênue entre vida e morte de Kise Ryota, a qualquer momento eu teria de cortá-la, então posiciono minha tesoura.

-Nunca pensei que acabaria desse jeito... Sendo morto sem ao menos tentar resistir. É um fraco, mesmo. –Cuspia as palavras com certo desprezo, aquele Tengu.

Parecia que aquele loiro orgulhoso não aceitava tais palavras do seu inimigo, e ao mesmo tempo estava indignado consigo mesmo, por ser um fraco e não o bater de frente. E num ranger de dentes e múrmuros doloridos, Kise se levanta num impulso, pegando sua espada e surpreendendo Aomine que mal teve tempo de esbanjar alguma reação facial, e defende os ataques do Kise que eram desferidos a si.

Percebo que o cortar daquela linha tênue iria se prolongar mais um pouco, já que o loiro não era tão fraco assim e resistiu aos ferimentos, a fraqueza e aos insultos. Abaixo a tesoura por algum momento e passo a observar a luta que recomeçava em terra.

Não baixavam a guarda uma única vez, batiam as lâminas com violência, se cortavam profundamente a cada avanço que davam, se defendiam e urravam com bravura. Graças ás pernas fracas, Kise pisa em falso e percebendo o erro fatal do outro, Aomine posiciona sua espada rapidamente a cravando no peito alheio, o jogando no chão e caindo em cima de seu corpo. O sangue é jorrado para fora, sujando a terra e as folhas caídas no chão, a boca cospe o sangue sujando seu Kimono já maltratado por causa da batalha. No silêncio total se escutava apenas a respiração acelerada de cada um. Os olhos surpresos de Kise miravam os olhos raivosos de Aomine. A dor que sentia da lâmina atravessando seu peito e cortando seu coração, não comparava-se com a dor da derrota.

Tão surpreso eu estava que nem havia me dado conta de cortar a linha tênue daquele loiro, foi então que levantei a tesoura e posicionei a fina linha, e sem hesitar, cortei. E de imediato a respiração que antes era sôfrega do loiro, para. Seus olhos dourados do amanhecer do sol, fecham-se lentamente, dormindo, morre.

Yatagarasus realmente são lindos, tenho que admitir, não é a toa que são chamados de divindades do céu, os arcanjos da hierarquia dos anjos. Mesmo morto, Kise transmitia tranquilidade com a face delicada.

Aomine ao perceber que seu único inimigo mortal, razão de sua vida e ódio, havia morrido realmente. Soltou a espada, derramando suas mãos para o lado, relaxando seu corpo sobre o outro que estava abaixo de si. Em nenhum momento recuou o olhar para aquele que dormia. Em nenhum momento piscou. Apenas o observava, tão sério, tão surpreso. Estava paralisado, não tinha reação.

E naquele momento eu percebi que ao cortar a linha de vida e morte daquele loiro, o elo entre si e Aomine seria cortado também, e que de alguma forma aquilo abalaria as estruturas sentimentais do moreno.

-E agora...? -Murmurou num sussurro o Tengu. –E agora? ...Kise...

Ele não podia me ver mesmo, então me aproximei ainda mais dos dois.

-O que vai ser de agora em diante? –Ele olha para cima e encara o céu azul limpo de nuvens. –Se você morreu... O que eu vou fazer agora? Não tenho mais motivos para continuar vivo.

E nesse instante eu percebi outra coisa... Se a razão de viver do Kise era Aomine, e a razão de viver do Aomine era o Kise, o que aconteceria se um deles morrerem? Eu teria de pegar a linha tênue de Aomine, e foi o que fiz. Posicionei minha tesoura e a cortei, e o brilho de seus olhos azuis desapareceu.

Não foi a linha da vida e morte que cortei, foi a da sanidade... A partir do momento que Aomine perdeu a razão de estar vivo, a partir do momento que ele não tem mais um por quê, um motivo, uma meta, um objetivo, eu teria de cortar a linha da sanidade.

Com sua linha cortada e seus olhos sem vida, o Tengu se levanta, deixando aquele que havia derrotado para trás, começando a caminhar, sem abrir suas asas para voar. Caminha, caminha e caminha, sem direção, num destino incerto. Sem saber o que vai fazer daquilo em diante.

Mas isso aconteceu já faz tanto tempo, uns quinhentos anos atrás, quem sabe. São apenas lembranças de um passado distante, e depois daquilo, surgiu muitas outras histórias e outros personagens, sendo históricos ou não, onde eu tive que cortar suas várias linhas tênues.

O que aconteceu com Aomine depois daquilo? Sem motivo para viver ele não durou uma semana... Tive que cortar a sua linha tênue... A da vida e morte.

E as vezes me pergunto, se o que realmente ligava os dois, era uma linha negra do ódio, e não uma vermelha que represente outra coisa... Talvez eu seja daltônico, ou não. Quem sabe.


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Notas finais do capítulo

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