Love Wins escrita por Sirukyps


Capítulo 8
Estados Unidos da América




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627032/chapter/8

Relutante, o americano também arremessou o gancho do telefone, desaprovando aquela estupidez. O chefe, retornando da cozinha, pensou em repreender. Logo, optou pelo silêncio, prosseguindo a degustação do café da madrugada.
...


Estados Unidos da América (2015)

Organizando os pensamentos, comprou presentes e enviou em anônimo para os ingratos.

O inglês respondeu através de outra carta requerendo uma desculpa formal carimbada e assinada, enquanto o francês argumentou numa ligação não existir mínimo amor naqueles materiais enrolados pelo pardo papel sem vida.

O canadense, por sua vez, não respondeu. Alfred tentou ligar, enviar email, contudo era igualmente ignorado.

Preocupado, refletia sobre as palavras do inglês, arrependendo-se vagarosamente por aquele mesquinho orgulho tão intrínseco ao inato brilho do forte país.

Antes que percebesse, tudo que fazia, endereçava algo ao irmão. O restaurante novo cuja comida era salgada, a nova música que lembrava o verão e o travesseiro fofo para descanso.

Utilizando como desculpa o aproximar de feriados comemorativos, perdeu a conta dos inúmeros convites solicitando uma visita, em vão.

Os dias viraram semanas. Logo, meses...

Certa noite, uma mensagem chegou ao celular no meio da madrugada.

Levantando ao mínimo som, destravou a tela de segurança, sorrindo ao assistir o vídeo antigo quando ele e o canadense tentavam fazer chocolate para o Tony durante o fim do verão, afinal todos haviam ganhado guloseimas por causa do dia dos namorados, seria uma injustiça ao pequeno Alien.

Ao fim do vídeo, seguia um hesitante texto cujas letras caíam ao fim de cada frase:

Quando encaro meu espelho,

Desejo lhe reencontrar.

Refletindo, creio que não seja você,

Mas aquele meu irmão, o heroico coração.

Que pela igualdade sempre esteve a lutar.

...

Engraçado como tais intrigas

Apartaram nossas vidas

Iria responder, todavia...

Partindo para o aeroporto, tragou o orgulho, embarcando no primeiro avião até o Canadá. Agradecido pela resposta, temia proferir as palavras erradas, pois estas poderiam servir como argamassa para consertar a pequena falha no enorme muro entre os dois.

Descendo do táxi em frente à pequena casa de madeira, dois andares e telhado branco, sorriu discretamente pelas recordações uma segunda vez. Costumava construir bonecos de neve ali, exatamente naquele jardim.

Cuidadosamente, subiu os três degraus da varanda... Estes podiam estilhaçar, estando tão delicados como a instabilidade pairando naquela relação.

Tocando a campainha, arrependia-se por ter vindo até ali... Contudo, realmente, precisava rever aqueles tímidos olhos tão decididos. Os segundos se transformaram em minutos e o americano começava a acreditar que estes virariam horas, dias, anos...

Entreabrindo a porta para conferir, Matthews aparentava igualmente temeroso. Tendo o cenho franzido, maleava negativamente a cabeça argumentando pelo olhar não desejar outra briga.

– Desculpa... – Alfred avançou, acariciando a porta como se esta fosse a terna pele gelada do irmão, impedindo que este fechasse a fraca abertura. - Eu sinto enorme arrependimento pelos meus feitos. Dói... No entanto, acredita que nada se compara a estranha dor por te machucar?

– Sim, Alfred... – Confirmou apreensivo, apertando o urso contra si. – Realmente, você me machucou bastante.

– Perdoa-me... – Fitando o mais novo com aquelas azuladas orbes marejadas de arrependimento, o americano pediu piedosamente, tendo a mão repousada contra a fria madeira, aguardando outra chance. – Por favor, Matt...

O canadense ainda tentou malear a cabeça em desaprovação, visando driblar aquela chantagem emocional, no entanto terminou retirando a corrente do ferrolho e abrindo a porta, ciente dos posteriores remorsos.

Esquecendo as formalidades, o americano envolveu o garoto em seus braços, abraçando-o, transmitindo como lamentava. O volumoso urso permanecia entre os dois, reclamando baixinho.

Resilindo-se em lágrimas sinceras, Alfred admitia:

– Eu sei. Eu fui um idiota... Mas... – Desabafava e aos poucos, concordava diante as bonitas palavras de consolo ditas pelo receptivo rapaz, as quais aliviavam a duradora solidão já intolerável.

Agora, Alfred compreendia a importância do amor, fosse ele personificado em qualquer forma. Aconchegante. Engraçado. Destrutivo. Romântico. Era curioso como o afeto e o consolo constituíam sensações extraordinárias, transmitindo indescritível força para seguir adiante. Arrependia-se, correto. Entretanto, como um herói, sabia como corrigir o desacerto.

Na semana seguinte, convidou o irmão até a fronteira e, no momento que assinou, as cores do arco íris iluminaram toda a localidade, junto com a explosão de inúmeros fogos de artifícios. Estava perceptível que muitos comemoravam unidos num imenso festejo.

Apesar de noite, era possível ver as sete belas cores unindo a fronteira dos dois países, assim como enfeitando diversos lugares do estado americano e do mundo.

Enfim, #LoveWins.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Wins" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.