Eu nunca liguei para muitas coisas.

Sempre achei a vida praticamente em um todo entediante e sem nexo, a ponto de não me importar com o mundo a minha volta. As únicas coisas que me satisfaziam era poder desfrutar de inúmeros doces e salgadinhos diversos, mesmo que os médicos já tivessem me alertado sobre o risco de prejudicar minha saúde. Nada, nem mesmo aquele programa que todos gostam e consideram engraçado conseguia me tirar a atenção. Nem o nascer do sol, a música, as cores, as pessoas... Tudo era tão sem graça para mim. Tão cinza.

Mas aí veio você. Claro, não posso negar que de início a sua presença era tão insignificante quanto um inseto. Só que o tempo foi me mostrando algo diferente, um sorriso intrigante capaz de atrair felicidade e uma aura boa para as pessoas a seu redor. Fiquei perdido, atordoado porque ninguém nunca tinha sido capaz de provocar emoções assim em mim.

Afastei-me um pouco sem você perceber.

O jogo contra a Seirin fora o ápice. Não pude fugir, até tentei, mas as suas lágrimas me prenderam lá. Comoveram-me, deram-me forças para continuar e jogar até o fim.

Aprendi contigo o significado da tristeza pela derrota, mas, sobretudo que o companheirismo nos faz chegar a caminhos antes inalcançáveis. O tempo foi avançando mais e eu descobri em seus olhos uma melodia alegre, daquelas que se ouve de manhã. Uma cor diferente, que não existe em nenhuma caixa de lápis de cor. E uma luz, ah sim! Uma luz estranha, mas tão aconchegante que conseguiu se livrar de meus dias escuros.

Posso assegurar-lhe do quão sou grato por lhe ter ao meu lado.

Estar com você é com certeza o melhor doce que a vida me deixara provar.

Muro-chin, sua luminescência é a minha maior bênção.