Alex e eu tínhamos uma história muito além de Litchfield. Aliás, muito além das drogas e toda aquela maluquice toda. Nós nos conhecemos na época da faculdade e quando eu pus meus olhos nela, eu já sabia que aquela mulher era problema, mas e daí? ela era o meu problema. Minha colega de quarto na época, a Jess, era uma metida a lésbica que, por fim, aceitou que era na verdade hétero e começou a namorar um babaca qualquer do campus. A Jess sempre trazia garotas para o quarto que dividíamos e eu aceitava que ela fizesse isso por uma única razão: ela me deixava decorar o quarto da maneira que eu bem entendia. Até aí tudo bem, uma brincadeirinha entre meninas nunca fez mal a ninguém... até o dia em que inventaram um jogo mega-ultra-super sapatão chamado pussy vs pussy. Eu sei, o nome é terrível e a brincadeira em si também era, praticamente a coisa mais selvagem e lésbica que presenciei em toda minha vida. Então um dia, quando eu e a Alex já éramos namoradas e estávamos sozinhas no quarto dela, resolvemos "remodelar" o jogo e puta merda, o que era algo sem noção e sadomasoquista virou a melhor invenção desse mundo. Juro, eu nunca tinha chegado ao orgasmo tão fortemente quanto no dia em que eu e a Alex reinventamos o pussy vs pussy.

Ela estava sentada na cama, junto a mim, um palmo de distância nos separava.

— Eu não acredito que você ainda se lembra desse jogo — Falei, colocando a mão na testa ao lembrar de todas as coisas loucas que eu e ela já fizemos quando estávamos jogando isso.

Alex se levantou da cama e respondeu:

— Eu me lembro de tudo o que já fiz com você, meu bem. Você é inesquecível, sabe disso.

Eu simplesmente amo como ela consegue adoçar nossos momentos safados com uma dose de fofura e deixar tudo mais romântico.

— Tá, me diz algo safado agora. Seja tarada comigo. Se você ficar sendo meiga não vou conseguir despertar o meu lado pervertida — Respondi, tentando disfarçar a risada.

Esperei alguns segundos e eu só conseguia sentir os olhos dela pairando sobre mim.

— Quer saber? A gente pode deixar isso pra depois. Eu tenho uma surpresa pra você — Ela disse, seus olhos verdes ainda focados em mim.

A olhei de cima a baixo. Ela estava tão fodidamente linda, com uma camisa regata preta que salientando os seios e uma calça colada que fez eu me perder no tempo e quase esqueci que ela estava esperando que eu respondesse sua pergunta.

— Que surpresa? Agora? — Respondi rapidamente, eu estava um pouco (lê-se muito) curiosa. Faltavam apenas 5 minutos para 1 da manhã e eu tinha quase certeza de que iríamos para algum lugar.

Ela se levantou da cama e fiquei alguns segundos perdida na imagem sexy de suas pernas tão perfeitamente coladas na calça skinny que ela estava usando.

— Só pegue um casaco e vamos para o carro. Tá frio lá fora, e eu não quero ver a minha garota doente — Ela acariciou levemente a minha mão e se dirigiu até a porta do quarto.

Eu estava morta de vontade de saber para onde iríamos no meio da madrugada, mas a Alex não quis me dizer para onde estávamos indo e a rua estava tão escura que nem pude observar nada, só os faróis dos outros carros e uma neblina insistente que surgiu desde o começo da noite.

— Tá, me fala que você não virou uma serial killer e resolveu me matar assim, de uma hora pra outra, no meio de algum lugar deserto — Falei dando uma leve risada.

A noite só ficava cada vez mais fria e a Alex estava concentrada pra caralho no volante, tanto que até achei que não tinha ouvido a minha piada.

— Cala boca, aposto como você amaria ter uma namorada serial killer — Ela riu, sem tirar os olhos do retrovisor do carro.

— Devo admitir que seria mesmo sexy se você fosse uma serial killer — Brinquei. Olhei para trás e vi que estávamos numa área afastada, mas a frente tinha um lugar bastante iluminado.

De repente o carro parou e eu sabia que tínhamos chegado ao nosso destino. O lugar parecia um restaurante clássico e sofisticado e com certeza qualquer prato dali deveria custar uma fortuna.

— Chegamos — Alex disse, saindo do carro e indo em direção a mim. Ela abriu a porta e me ofereceu a mão. Dei um sorriso tímido, eu adorava quando ela fazia esse tipo de coisa.

Assim que entramos no restaurante eu me arrependi instantaneamente do figurino que tinha escolhido para usar. Na boa, como eu iria adivinhar que a Alex me traria para um lugar refinado assim no meio da noite? A sorte é quem logo esqueci disso ao ver o garçom se aproximando da nossa mesa. Escolhemos uma discreta, no fundo do local. Eu e ela Alex sempre gostávamos de ter privacidade para nós duas e quase sempre rolava uma mão boba por debaixo da mesa.

— Boa noite, senhoritas. Gostariam do cardápio? — O garçom, um jovem alto e magro das costas largas, nos perguntou. Ele estava muito bem vestido, por sinal. O restaurante inteiro era elegante e as pessoas estavam comendo silenciosamente até demais.

Pedimos o prato principal da casa: camarão ao molho suíço e um risoto de brócolis com açafrão. Assim que o fizemos, o garçom se retirou e enfim estávamos só eu e a Alex assim. Ok, tinha mais umas 20 pessoas no local e garçons passando a quase todo instante ao nosso redor, mas eu só conseguia prestar atenção nela e naqueles olhos verdes brilhantes que estavam bem na minha frente. Ela me encarou por alguns instantes até que eu quebrei o silêncio.

— Esse lugar é incrível, meu amor. Só não mais incrível que você — Comentei enquanto ela continuava me encarando, mas logo surgiu um sorriso em seu rosto.

— Você merece tudo isso. Nós duas merecemos, depois de tudo que já passamos — Ela respondeu, acariciando minha mão direita com o polegar.

Continuamos conversando até o garçom chegar a comida que além de cheirosa estava gostosa pra caralho.

— Essa não é a única surpresa que tenho pra você hoje — Alex revelou e logo vi um sorriso malicioso surgir em seus lábios.

Retribuí o sorriso e tomei mais um gole de vinho.

— E qual é a próxima surpresa? — Perguntei. Eu estava mega fucking curiosa pra saber o que vinha a seguir.

— Você vai saber, mas só depois que terminarmos o jantar — Ela respondeu e minha curiosidade só aumentou. Caramba, Alex. Você tem o dom de mexer comigo de verdade, em todos os sentidos.