SanWar - Priére (Interativa) escrita por Emerson Souza


Capítulo 5
Capítulo 4 - A calmaria antes da tempestade.


Notas iniciais do capítulo

Como dito anteriormente, o livro será na visão de 4 personagens diferentes, e nessa ela muda para visão de outro, espero que gostem e boa leitura.



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*Lucina

Antes mesmo de abrir meus olhos já podia ouvir vozes ao meu redor em uma briga confusa.

– Anjos! Anjos Isadora. Abra seus olhos, sua filha teve um surto quando um deles apareceu. - Gritava um volto agitado, movimentando as mãos freneticamente em direção a um outro vulto, uma mulher que se mantinha recostada na parede imóvel.

– Ela deve ter tido um choque ao ter um contato direto com um deles... - Ela finalmente falou após um bom tempo de silêncio. E sua voz era carregada de preocupação. - O fato dela ter essa afinidade com os anjos, talvez tenha dado uma descarga grande em seu corpo....

– Um hospital. É disso que ela precisa no momento. Nada de anjos, nada de demônios ou o que quer que esteja espreitando este mundo. Ela precisa de cuidados. Agora! - gritava, e agora recuperando a visão, era um homem calvo, com uma pele parda, cabelos castanhos e olhos negros e irritados, usava um terno cinza e parecia extremamente furioso com a mulher. Aquele era meu pai, o único homem que conseguia conter as loucuras de minha mãe, tudo que eu consegui perceber, antes de o mundo escurecer em minha visão novamente.

– Charles, olhe ela... - E ao notar que recobrara minha consciência, ela entrou em pranto e veio correndo em minha direção, sem se importar com sua aparência, uma calça jeans com um blazer branco e sua sempre e impecável maquiagem que estava por borrar em listras por onde as lágrimas percorriam. Ela possuia cabelos louros quase dourados, uma pele macia e alva, um rosto com belas feições mesmo naquele momento. - Filha, me desculpe.. e-eu deveria ter contado antes. - Disse gaguejando.

– O que aconteceu, eu não me lembro. Só me lembro de uma voz e... Ah! - Uma forte dor latejou minha cabeça quando tentei me lembrar do ocorrido, mas tudo era uma completa confusão em minha mente. E ao tentar levantar minhas mãos em direção à cabeça, uma mão as envolveu.

– Filha, você estava desarcordada por mais de 5 dias. - Meu pai começou a dizer, e depois de ver minha expressão de desentendimento, recomeçou. - Gabriel, um arcanjo, apareceu em meio ao seu aniversário, e como você aparentemente é bastante sensitiva a esse tipo de coisa, você não aguentou a pressão e desmaiou, mas não sabíamos se ainda acordaria.

Nesse momento minha mãe vacilou em seu abraço e após isso soltou-me encarando diretamente Charles com um olhar de espanto.

– Agora não... - Ele murmurou em resposta, o que transformou aquele olhar em algo mais suspreso, porém aliviado. - Estarei lá fora, deixarei vocês conversarem a sós. - ele disse se dirigindo a porta enquanto mantinha um sorriso carinhoso em seu rosto.

– Lucina, minha filha, que bom que esta bem, não sei o que faria se você... - Mas dessa vez ela conteve o choro e se levantou se afastando um pouco aparentemente esperando algo.

– Mãe, porque eu nasci dessa forma? Que tipo de sensibilidade é essa? - Apesar de todas as perguntas que gostaria que fossem respondidas, aquelas eram as únicas que eu era capaz de pronunciar.

Ela me encarou por um tempo e soltou um longo suspiro ao perceber que não faria outra e que eu a encarava determinada a ter tal resposta.

– Senhora Isadora, os ministros estão ai para a reunião com a senhora e o senhor Charles, que nesse momento já se dirige ao local. - interrompeu uma voz abrindo bruscamente a porta. Era Claus, o segurança-chefe da casa.

Ela deu outro suspiro, e pronunciou um "desculpe" mudo e então saiu do quarto.

Uma vez que estava sozinha no quarto, tentei levantar-me mas quando fiquei de pé meu corpo cedeu e cai sentada na cama novamente. Então passei a observar o quarto.

O quarto era enorme com uma cama grande com cortinas, um armário com detalhes de rosas cobrindo quase todo um lado do quarto, enquanto o outro exibia vários troféus e artigos espertivos com um florete branco e prateado no centro de tudo. E ao escutar o barulho de gotas batendo contra uma parede, olhei para cima e me deparei com uma aboboda espelhada mostrando o ceu nublado com pequenas gotas caindo em minha direção, entretanto parando no vidro.

Tudo o que restou era deitar novamente e tornar a dormir.

Ao acordar sentia-me muito melhor e me levantei rapidamente e ao abrir a porta notei que os corredores estavam calmos demais. Mas depois de olhar pela janela notei que já era de noite quando um relâmpago desceu dos céus ao longe.

– Uma tempestade está a caminho, talvez seja reconfortante. - falei casualmente para ninguém em especial e passei a andar pela casa.

A mansão era gigante, varios corredores com peças de artes em amostra, vários salões e quartos vazios e o mais estranho de tudo, haviam pouco movimento na casa, o que a tornava quase mal assombrada. Eram cerca de 20 quartos para uma família de três pessoas e outros 9 empregados e segurança. Mas agora, metade da segurança estava fora e os outros empregados em horário de descanso.

Durante a caminhada, encontrei Claus perto da biblioteca.

– Vejo que está melhor, senhorita Lucina, mas não acho que deva ficar perambulando pela mansão dessa forma. - Ele era um homem alto e musculoso, mas apesar de tentar ser simpático, ele sempre passava um ar militar e autoritário, por ser um ex-guerrilheiro, o que deixou seu corpo definido e cheio de cicatrizes que disfarçavam até mesmo seus olhos serenos. Ele sempre tentava parecer mais relaxado deixando o cabelo escuro despenteado e a gravata torta, mas isso passava outra impressão.

– Sempre desleixado quando meus pais não estão, Claus. Se eles voltarem de surpresa, não acho que gostarão de sua aparência. - Falei rispidamente, causando um leve sorriso de sua parte.

– É sempre bom correr riscos minha cara. Mas e então, o que está tramando dessa vez? - Respondeu erguendo uma sobrancelha.

– A biblioteca, e antes que pergunte o motivo, quero estudar um pouco, colocar em dia tudo o que perdi dormindo. - Comentei virando o rosto, pois não podia dizer que iria pesquisar sobre os anjos e principalmente o fato de que ele parecia perceber quando uma pessoa mentia, e não queria testar tal rumor.

– Haha, tudo bem, mas não pense que acreditarei tão facilmente assim, não sou tão tolo garota. - Ele disse rindo abertamente, o que me deixou furiosa e então passei por ele com passos pesados e o rosto vermelho de raiva, principalmente por seu ultimo comentário. - Cuidado para não ficar com essa cara emburrada permanentemente.

Entrei na biblioteca e acendi as luzes e vi em minha frente diversos livros e estantes espalhadas pelo local, que parecia ter quase o dobro de livros que da última vez que visitara a alguns anos atrás.

Passei horas e horas procurando livros com qualquer referência que fosse de anjos e procurei até mesmo na Internet, mas tudo eram coisas que já sabia, como anjos serem guerreiros de Deus, possuírem asas brancas e algumas vezes sendo comparados a cupidos. Mas toda essa pesquisa se mostrava em vão e ainda acabei adormecendo.

Fui acordada pelo som de uma grande explosão que ocorrera nas proximidades e por causa do susto pulei da cadeira caindo no chão ds biblioteca fazendo um barulho oco e baixo. E no mesmo momento a porta abriu e de lá saiu Clas junto de outros dois guardas, um baixo e louro e outro alto e moreno, acompanhados de uma policial da tropa especial, ruiva de olhos castanhos que portava duas pistolas.

– É uma situação de emergência garota, peço sua permissão para usar sua casa como sede para uma operação de contenção de alguns sujeitos extremamente perigosos, que parecem se aproximar do local. - Disse apressada.

– Eeer... Vocês pretendem atraí-los para cá? - Era tudo o que pensei no momento, quer dizer parecia óbvio o que fora falado, mas ainda assim era totalmente estupida a idéia. - Por qual motivo?

– Droga, eu sabia que era seria tola, mas não achei que poderia ser tão estupida dessa forma. - Ela falou visivelmente decepcionada, o que me fez parar em sua frente com um rosto fechado encarando-a. - Eles vêm em direção a essa casa, não tenho dúvida que esse é o objetivo deles. Mas ainda precisamos de sua permissão para mobilizar uma pequena tropa nós arredores do local. Tenho um agente tentando atrasa-los, mas ainda assim podemos precisar se reforços, então de logo sua permissão pirralha.

– Pirralha?! - Aquela simples palavra fez meu sangue ferver de raiva, e de fato me deu vontade de confronta-la. - Mas se o que diz está correto, se o objetivo dessas pessoas é adentrar minha mansão, por que eles iriam causar tamanha explosão antes? Se esse fosse o real objetivo, não seria mais fácil se esgueirar para dentro e só após entrarem causar essa explosão? Ou será que são tão amadores que têm que ser detidos pelo tão aclamado esquadrão especial? Claro, use a vontade. - As perguntas tiveram o efeito desejado e foram desconcertado-a após cada pergunta. Mas depois da ultima pergunta, um brilho vingativo passou por seus olhos.

– O esquadrão só age em raros casos, e após ver isso. Bem, não preciso dar mais informações. - Ela puxou uma de suas pistolas e mostrou uma marca no cano da arma, um simbolo de um pequeno cristal que indicava que era uma arma personalizada de um mestiços, e o fato de portar tal arma indicava que para se ter permissão para portar tal arma só poderia ser uma, a de que os Indivíduos perigosos eram mestiços descontrolados.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando da historia, deixem suas opiniões e até a proxima.



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