13 de Maio de 2007

Las Vegas, NV

Eu sabia o que estava acontecendo, mas estava confusa, por que ela estava fazendo isso comigo? Puxei o seu casaco enquanto ela enfiava algumas roupas e um relógio dentro de minha mochila, logo depois me entregou um papel.

—Mãe? Por que está fazendo isso comigo? Não me deixe sozinha...

—Quando chegar alguém aqui, você entrega esse papel. Você deve ficar melhor. _Beijou minha testa e saiu andando.

—Mãe... _Minha voz falhou quando comecei a chorar, corri atrás dela ,mas acabei tropeçando.

Ela saiu andando com a cabeça erguida e não olhou nem uma vez para trás. Então corri até atrás da igreja por segurança e me ajoelhei, rezando e pedindo uma família que se importasse com a minha pessoa. Escutei passos e abri os olhos, vendo uma garotinha loira e uma mulher mais velha, aparentando ter 29 anos.

—Olá, meu nome é Elizabeth e o dela Bárbara, você está perdida mocinha? _Disse a mulher mais velha.

—Minha mãe... _Respirei fundo e firmei a voz_ Me deixou aqui. Pediu para entregar esse papel a quem me encontrasse.

Ela pegou o papel, leu e parece que pensou alto.

—É um papel de adoção. Quantos anos você tem querida? _Perguntou novamente a mim.

—Fiz onze hoje.

As duas sorriram e ela deu-me a mão. Disseram que eu seria feliz, e fomos para um lugar onde eu sabia, eu iria recomeçar.

13 de Maio de 2015

New York, NY

—Lu! Lu! Lu! _Acordei com Bárbara gritando em meu ouvido e jogando travesseiros contra meu rosto.

—Já acordei.

—Dorminhoca! Tenho que ir para o trabalho, mas decidi vir passar aqui para te dar parabéns! _E quando ela terminou de falar, Beth entrou com Dorothea e um bolinho com uma vela acesa.

Quando todas terminaram de cantar, eu sorri e soprei a vela, pedindo para que meu dia fosse ótimo.

—Vou procurar emprego hoje. _Disse feliz e elas concordaram com a minha ideia.

Fui ao banho e fiquei pensando em o que eu queria ser. Eu amava conversar com as pessoas, mas demorava confiar em todas para conversar, então eu deveria procurar algo que ative isso em mim.

Depois do banho, enxuguei-me e vesti com um vestido preto, uma jaqueta verde musgo e minha preciosa meia calça com uma meia mais grossa até o joelho e um sapato preto. Fiz minhas higienes e desci, despedindo-me de Dorothea. Coloquei minha touca e saí de casa.

Andei por horas e horas, indo à restaurantes, lanchonetes, lojas, e lan houses, mas nenhum lugar tinha vaga. Comprei um café do Starbucks com o dinheiro que Beth me dava sempre. Não gostava de ganhar as coisas dela assim...

Fui andando olhando para todos os lados, à procura de uma placa de “Procura-se ajudantes...”. Aproveitei e fui à uma lan house e pesquisei ugares que precisavam de pessoas para trabalhar e achei um que eu me interessei. Fotógrafa. Da Vogue. Minha mente ficou meio lenta imaginando como seria um bom emprego.

Fiz a ficha para ver se escolheriam a mim.

Depois, paguei a moça, e saí daquele local, voltando para casa. Quando cheguei, vi Dorothea acabando o almoço. Olhei ao relógio e já se passavam das uma da tarde.

—Boa tarde Dorothea! _Sorri, e ela me disse que a comida já estava pronta.

Comi e logo depois subi, entrando no meu quarto e tirando os sapatos. Deitei na cama e liguei a televisão, vendo o rosto de Justin Bieber sorrindo.

—Mas e então Jay – B. Estamos curiosos...

—Nós dois já nos conhecíamos, éramos melhores amigos, e ai nos apaixonamos e agora estamos nos assumindo. _Então eu vi Demi Lovato ao seu lado, então o Bad Boy arranjou uma namorada, ri.

—Justin é muito meigo, espero que esse relacionamento dure. _Bobinha de mais...

Eles se despediram e eu mudei de canal, vendo um filme de ação, e deixei no mesmo, dormindo minutos depois.

[...]

Meus olhos se abriram depois de ter sentido meu celular tocar com a música Back in Black do AC/DC.

—Alô? _Disse sonolenta e me sentei.

—Luanna Perez-Garreaud? _Uma voz masculina atravessou meu ouvido e eu arregalei os olhos.

—Quem é? _Perguntei.