Externando escrita por Molly


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Dedico essa fanfic a minha insônia, ela mesmo que me obriga a passar noites em claro, bem pelo menos me rendeu uma história gostosa de escrever e ler :*
Ficou grande mas é de coração.



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Sete meses de relacionamento e nem ele acreditava.

Sua mente estava em outro lugar enquanto seu corpo estava preso naquele tribunal, o julgamento já se estendia por longas horas . Ali dentro tudo o entediava, todo aquele dialeto jurídico, as apelações dos advogados e o que o mais irritava era o choro do suspeito.

Uma mensagem em seu celular o despertou de seu devaneio.

“Hoje você vai usar o presente que eu lhe dei. Espero você.

Sua Sara.”

Levou a mão no bolso da calça e tocou o objeto que ele havia o entregue algumas semanas antes e ele não havia usado por até mesmo falta de coragem ou experiência.

A chave do apartamento dela agora estava junto a seu molho de chaves, rodou o chaveiro de lupa que ela tinha dado entre seus dedos.

Não podia negar, aquilo era um enorme passo e a iniciativa foi dela. Sempre quando estavam juntos era em seu apartamento, raríssimas vezes eles se encontravam lá. Talvez por sua própria cisma com o lugar, toda vez que entrava no apartamento ligava a imagem a Hank. Uma vez ele precisou pegar Sara para um caso de emergência e o paramédico parecia bem à vontade no local. Definitivamente precisava apagar aquele fantasma de sua mente.

Admirava muito a atitude dela, enfim não poderia negar que era apaixonado por ela.

...

Estava no seu extremo, seus músculos repuxavam a cada movimento,o “chá de cadeira” havia sido longo: cinco horas preso no tribunal. Sentia-se o próprio réu. Precisava acatar o pedido de Sara, porém não havia se quer uma muda de roupa suas no apartamento dela e o tribunal ficava longe de sua casa e do laboratório e de acordo com o seus GPS não estava tão longe do apartamento dela.

E ele só queria descansar. Voltar a sua casa estava fora de cogitação, optou por comprar o necessário nessas lojas de departamento: um pijama de frio, cuecas, toalhas, escova de dente e algumas camisas básicas. No futuro poderia levar do seu próprio guarda roupa. Inicialmente aquilo o bastaria.

Confirmou sua teoria, dirigiu menos de 10 minutos até o apartamento dela, na portaria o seu acesso foi fácil, a sorte parecia sorrir para ele, o porteiro havia o reconhecido. Abriu a porta e um sentimento de invasão tomou conta de si, tratou logo de livrar desse pensamento, aliás, ela mesma pediu para ELE estar ali. Sentiu-se perdido, não sabia exatamente onde deixar seus pertences e parecia ter desaprendido a andar, estacou na entrada e nem havia percebido que a porta ainda estava aberta.

“Ande homem! Parece uma criança com medo de um lugar assombrado. Aqui é o apartamento de sua N-A-M-O-R-A-D-A. O que está esperando?”

Como despertasse voltou a orbita terrestre. Fechou a porta e deixou suas sacolas sobre a poltrona, tratou de desfazer o nó da gravata e tirar seu terno. Abriu a geladeira e assustou-se com o que a Sara sobrevivia: Frutas, saladas, algo que parecia uma torta de morango e cervejas. Contentou com uma garrafa de água e aproveitou para tomar um relaxante muscular, estava quase cumprindo sua missão de descansar, mas sua curiosidade parecia está querendo entrar na disputa.

Andou pela a sala e reparou em como ela era assídua pela a leitura, diversos livros forenses completavam sua coleção, porém um chamou sua atenção: Entomologia Forense. Não se lembrava de ter a presenteado com aquele livro. Sorriu ao reparar que antes mesmo de estarem juntos ela já se importava com os gostos dela.

O apartamento não era muito grande mas era muito bem organizado, a tonalidade da parede combinava perfeitamente com os móveis, ela tinha bom gosto e pela a organização e detalhes ela mesmo havia planejado o local diferente dele que pagou uma arquiteta para organizar sua casa.

Deixou o quarto dela por último, até por que aquele cômodo ele conhecia bem. O segundo quarto da casa sempre o despertou curiosidade sempre que ele estava ali a porta estava fechada ou o seu ângulo de visão não permitia ver o que tinha lá dentro. Como uma criança explorando um novo local andou em passos leves e finalmente matou sua curiosidade. O quarto não passava de um cômodo da bagunça.

Uma cama de solteiro, caixas espalhadas pelo o chão, roupas sobre a cama e um mural de fotos. Aquilo sim era interessante. Uma rápida averiguada nas caixas no chão e elas pareciam não ter sido aberta desde a mudança dela para Vegas. O mural estava repleto de fotos de paisagens, lugares onde provavelmente ela teria conhecido algumas fotos dela na época de faculdade, uma foto dela pequena sorrindo com os dentes separados e uma que despertou sua atenção. Não se lembrava daquela foto deles juntos em São Francisco, era seu último dia como palestrante e ela de um jeito ousado colou seus rostos para aquela foto.

Com certeza, pediria uma cópia.

Depois de limpar suas evidencias no quarto, finalmente estava pronto para o merecido banho. Reuniu seus pertences e foi para o quarto dela, despiu-se ali mesmo e tomou uma ducha quente e demorada, era um luxo que ele merecia. Sorriu ao encontrar a cama, mas novamente sua curiosidade aflorou, olhou o guarda roupa e seus dedos comicharam para abrir.

Céus”

Abriu as portas e um delicioso cheiro amadeirado invadiu suas narinas, as roupas dispostas em cabides e organizadas revelava boa parte de sua feminilidade, ruborizou ao encontrar um vestido azul bem decotado o que mais o deixou curioso era em que ocasião ela havia usado aquela peça.

Agora faltava um obstáculo de sua curiosidade para ser finalizado: A gaveta de peças intimas.

Antes mesmo de puxar a gaveta seu celular começou a tocar. Correu até o bolso e pescou o aparelho lá de dentro.

_Boa noite, Dr.Grissom.

_Boa noite, Sar.- Sua voz era hesitante assim como o de uma criança que a mãe o pega mexendo onde não deve.

_O que está aprontando?

Como se a gaveta tivesse espinhos ele puxou a mão e fechou a porta torcendo para que não fizesse nenhum barulho.

_Acabei de tomar um banho e agora estou esperando você.

Saída de mestre.

_E posso saber onde você está me esperando?- Torcia para que ele pudesse ter aceitado seu pedido.

_Bem estou na casa de certa morena que me deu a chave do apartamento dela, espero que a minha namorada não se importe. Ela é muito ciumenta.

_Imagino que ela seja ciumenta e capaz de tornar um crime perfeito.

_Eu não teria duvidas. Você está vindo para a sua casa? Aliás, esse é o seu segundo turno.

_Ainda não, Griss. Estamos esperando o Brass chegar com o suspeito para o interrogatório, mas te garanto que estamos perto de encerrar o caso.

Ele suspirou do outro lado da linha, teria que passar a noite sozinho na casa DELA.

_Queria que você estivesse aqui.- Revelou quase manhoso.

_Agora você sabe como eu me sinto quando eu fico solitária na sua casa.- Ela riu.-Aproveite bem a noite.

_Sara, isso é injusto. Eu estou me sentindo um intruso na sua casa.-Confessou por fim. Naquele momento sua vontade era entrar no seu carro de pijamas mesmo e buscar ela no laboratório para desfrutar daquela novidade juntos.

_Eu não quero que pense isso, Grissom. Eu confiei uma parte da minha a você, minha casa é uma parte do que eu sou e se você ainda não tiver entendido: eu quero você na minha vida.

Engoliu a seco. Perdeu a voz. Sentiu-se leve. Sentiu-se amado.

_Você precisa parar de me deixar sem reação.

_Estou colocando em prática algumas coisas da nossa última conversa. Lembra-se do “devemos externar mais os nossos sentimentos?” Só estou testando.

Grissom imaginava que ela deveria estar trancada em alguma sala de análise para fazer tal declaração, conhecia bem a perita com quem trabalhava e principalmente sua namorada.

_O que acha de tentar?- Ela instigou.

_Prefiro revelar os meus sentimentos olho no olho, quero saber de sua reação quando me ouvir dizer que eu amo você.

_Hey! Isso aí é demonstração de afeto?- Ela derreteu por dentro, mordeu o lábio tentando controlar seu sorriso.

_Chame como quiser.- Riu vitorioso, aos fundos escutou batidas na porta seguindo por um “precisamos de você”.

_Preciso desligar, Brass e Catherine estão me esperando. Durma bem.

_Vou tentar, eu prometo.

Click.

Finalmente poderia descansar toda sua jornada já havia se cumprido. Queria que ela estivesse ali, mas, como ela mesma havia dito iria sentir como era ficar solitário na casa dela. Podia confessar que estava começando a gostar daquela ideia, era sua chance de conhecer melhor ela. A cama era muito macia, diferente da sua, o cheiro de florais penetrou suas narinas quando sua cabeça descansou sobre o travesseiro.

Em poucos minutos já havia “caído nos braços de Morfeu”.

...

Acordou e involuntariamente tateou a cama a procura de Sara, o tecido gelado indicava que ela não esteve ali. Levantou-se e fez suas higiene matinais, procurou seu relógio e viu que havia dormido mais o que habitual, seu celular não tinha nenhuma ligação ou mensagem dela. Tentou ligar algumas vezes mais ela sempre desligava depois do primeiro toque e em seguida chegou uma mensagem bem curta.

“Reunião”

Enfim, aquela seria a semana de avaliação e provavelmente Ecklie já estava iniciando com os peritos noturnos que estavam dobrando turnos: Catherine e Sara.

Já na cozinha ele precisaria iniciar um novo processo de “exploração”. Os armários pareciam estar vazios por um bom tempo, a comida ali era limitada ao preparo fácil. Alguns chás medicinais tomavam um grande espaço na dispensa, achou um pouco de pó de café e cereais para completar.

Não era aquilo que ele tinha em mente. Queria repor as energias de Sara em algumas horas ela iria para o seu terceiro turno. Trocou de roupa e contentou-se em colocar sua roupa social novamente, foi até uma confeitaria que havia algumas quadras dali e comprou o que o chamaria de um verdadeiro desjejum: Pães, alguns tipos de cereais, suco, geleias e algo que não poderia faltar para ela: waffles que provavelmente ela lambuzaria com geleia de mirtilo. Na volta para o apartamento comprou um pequeno ramalhete de flores do campo, um mimo. Talvez estivesse disposto em externa seu sentimento. Já no apartamento dispôs tudo sobre a mesa, organizou como pode não tinha muitos recursos já que não sabia a localização de muitos objetos. As flores deixaria para entregar após o café da manhã.

Estava indo para o quarto quando ouviu a porta sendo destrancada, estagnou no meio do caminho quando escutou duas vozes femininas e por sinal muito bem conhecidas. Uma era de Sara sem dúvidas e outra de Catherine.

Catherine!

O frescor da hortelã misturada com o delicioso cheiro do café invadiu o nariz das duas assim que entraram no apartamento. Sara ficou boquiaberta com a mesa de café da manhã que estava disposta e Catherine não deixaria aquilo passar em branco.

_Sara, preciso que me passe o segredo da sua casa. Como faz para chegar em casa depois de quase 72 horas trabalhando e achar uma mesa assim?

“É por que eu tenho um namorado atencioso e ao mesmo tempo desatento, Cath. Será que Grissom não leu a minha mensagem?”

_Eu pedi para a moça que cuida daqui deixar algo pronto para mim.

_Você vive dizendo não aceita a ideia de pessoas estranhas mexendo em suas coisas pessoais.

_Catherine, olhe só para nós! Praticamente 72 horas trabalhando direto, você acha que eu não preciso de alguém para me ajudar?

“Acredito que você precise de alguém para ser mais especifica, um homem”.

_Hm, Sara sinto muito em te desapontar, mas parece que essa tal pessoa- ela fez aspas no ar- não está fazendo seu trabalho muito bem.

_Posso saber o por quê?

_Ela deixou um paletó e uma gravata na sua poltrona perto da porta.

Sara engoliu a seco, como explicar a presença daqueles objetos masculinos ali. Catherine cruzou os braços a espera de uma resposta ou melhor de uma confirmação.

_Pare de me olhar como se eu fosse uma pervertida.

_Eu só quero saber quem são esses objetos.

_Esquece Catherine, você não vai arrancar nada de mim. Espere aí que eu vou até o meu quarto pegar o documento.

Catherine não daria por vencida e não sairia dali sem ela confirmar o nome.

No quarto Grissom não arrumava posição para ficar, sentia-se deslocado e irritado por não conseguir escutar a conversa delas. Deu um pulo da cama quando ouviu passos na direção do quarto, sua única opção era o banheiro.

Sara estranhou quando entrou no quarto e não o encontrou, amou a surpresa que ele havia preparado e sorriu ao ver o ramalhete sobre seu criado mudo.

Ele era surpreendente.

_Ela já foi embora?

_Ainda não.- Ela o cumprimentou com um beijo rápido, ele parecia uma criança se escondendo.- Mas ela não vai demorar, precisa descansar tanto quanto eu.

_Que ótimo.

_Acho que estraguei a sua surpresa.- Ela pegou as flores e sentiu sua essência, algo quase refrescante. Entregou-lhe seu melhor sorriso. - Me espere, só preciso entregar esse documento e já venho te soltar.

Novamente ela sumiu corredor adentro.

Catherine analisava aquela sala como fosse a cena de um crime, não deixava passar nenhum detalhe. O paletó e gravata pareciam ser comuns, qualquer homem com um pouco de vaidade combinaria perfeitamente o terno chumbo com aquela gravata azul royal.

“Homem refinado e com bom gosto.”

_Aqui está Catherine, acho que agora finalmente Ecklie pode sair do nosso pé.

_Ótimo Sara, vou anexar isso a nossa avaliação. Agora é melhor eu ir indo. Vou chegar a tempo de ver Lindsay indo para o colégio.

_Deve estar morrendo de saudades.

Despediram-se com um abraço e Sara a acompanhou até a porta. Porém algo chamou a atenção de Catherine que a fez decifrar todo o mistério: O chaveiro de lupa. Algumas semanas antes ela havia visto esse chaveiro com Grissom.

“Está pronto o meu presente.- A morena abriu a bolsa e retirou uma chaveiro de lupa com uma chave.”

“Essa é a chave do seu apartamento?- Ele esticou a mão e segurou o objeto no dedo anelar, observava o grande compromisso que estava assumindo”

“Sim, a partir de hoje eu quero que você tenha uma cópia e antes que você pense que eu estou forçando alguma coisa, eu não espero que você faça algo em troca”

A porta da sala foi escancarada por Catherine que segurava um pote com um inseto estranho para uma cena de crime, Grissom não teve tempo de guardar a chave e estreitou o olhar em desaprovação, odiava quando o interrompiam.

“Atrapalho alguma coisa?”

“Estava apenas conversando com Sara. Posso ajudar em alguma coisa?”

“Essa chave é sua?”

Remexeu na cadeira, Catherine sempre muito direta.

“Essa chave é da Sara, ela deixou cair dentro da minha Denalli enquanto íamos para a cena do crime, eu estou apenas devolvendo. Respondida a sua pergunta?”

Catherine quis rir ou dar um abraço naqueles dois cabeças duras. Sentiu-se alegre pelo o seu amigo que finalmente tinha levantado à cabeça do microscópio e deu uma chance a quem o realmente o fazia feliz.

_Obrigada Sara. Deixe um abraço para o Grissom por mim.

A morena quase engasgou com a própria saliva, não existia nada ali que fizesse Catherine pensar que ela e Grissom estivesse juntos.

_Eu acho que você precisa dormir, já está tendo alucinações.

A morena fechou a porta atrás de si, suspirou fundo e a partir daquele dia teria que pensar em boas desculpas a respeito daquela situação. Teve vontade de esganar Grissom, como ele não teria lido sua mensagem e por que ele havia deixado seus pertences tão visíveis daquela maneira.

No caminho para o seu quarto imagina a cena de seu supervisor preso dentro de seu próprio quarto, essa poderia ser uma desvantagem de se manter um relacionamento segredo, mas amava o jeito que eles lhe davam com isso. As trocas de olhares durante os turnos, os toques discretos, o jeito que ele ficava quando outro homem se aproxima dela com outras intenções, tudo aquilo era bom no relacionamento. Abriu a porta do quarto e encontrou-o deitado com as duas mãos atrás da cabeça.

_Eu vou te matar, Grissom.

_O que eu fiz?- Ele ergueu as duas mãos em rendição e reparou que a morena segurava seu paletó e a gravata nas duas mãos.- Me desculpe então, isso não vai se repetir.

_Cadê o seu celular?

Ele tateou o bolso de sua calça e não encontrou o aparelho, olhou por toda a extensão do quarto e não achou. O último lugar que ele esteve com o celular era o seu carro quando saiu cedo para comprar o café da manhã.

_Está no carro.

_Grissom, você sabe que a Catherine sempre desconfiou alguma coisa e ela é muito esperta. E ela já sabe sobre a gente por falar nisso.

_Você contou para ela?- Ele desesperou, não estava pronto para assumir o relacionamento com os outros de sua equipe.

_Não, ela deduziu como dois mais dois são quatro. Seu paletó e sua gravata mais a chave que eu lhe dei é igual à Grissom na minha casa.

_Honey. Não foi intencional, eu me senti tão perdido quando eu cheguei na sua casa que parecia que eu tinha desaprendido a andar. Não se preocupe eu posso conversar com ela a respeito dessa desconfiança.

Ela jogou o paletó e gravata na cama e foi de encontro a ele, estava super esgotada e não via motivo para discutir sobre isso. Ele a abraçou e beijou o topo da sua cabeça, apertou mais o corpo dela contra o seu.

_O que acha de um café da manhã reforçado?

Ela olhou de soslaio para a cama e depois o encarou com uma cara engraçada.

_Acho que eu prefiro dormir um pouco, ou melhor, dormir muito até repor todas as minhas energias.

_Honey, você precisa se alimentar, tenho certeza que você ficou apenas se sustentando de café e alguma porcaria que fica pela a dispensa do laboratório.- Reprimiu, ela esticou os lábios de uma maneira quase infantil.- Tome sua ducha e deixe o resto comigo, ok?

Ela aceitou a proposta e foi em rumo ao banheiro. Grissom tinha alguns minutos antes de Sara terminar seu banho, aproveitou para organizar o café da manhã que inicialmente seria ali na cozinha em uma bandeja que levaria para o quarto dela.

Amava esse jeito menina que ela tinha de conquistar o que ela queria, tinha certeza que se tivessem um filho seria facilmente dobrada por ela ou ele.

“Você realmente está pensando em filhos, Gilbert?”- pensou.

Sorriu ao perceber que ela já havia mudado até os seus conceitos. Entrou no quarto e encontrou Sara deitada e enrolada nos cobertores, seus olhos quase saltaram quando viu a quantidade de guloseimas que Grissom trazia.

_Eu disse que daria um jeito.

_Você vai me mimar dessa maneira.

_E quem disse que esse não é o meu objetivo?

Ele depositou a bandeja sob a cama após receber um caloroso beijo de Sara, sua língua é quente, macia e reconfortante. Ela era intensa em tudo que fazia. Grissom sentou-se contra a cabeceira da cama e Sara sentou entre suas pernas apoiando suas costas no peitoral dele, puxou o cobertor até a altura de seu ventre e finalmente trouxe a bandeja perto de seu corpo. Tudo o que ela precisava estava ali, ele era extremamente detalhista.

_Espero receber você mais vezes aqui.

_Contanto que você esteja aqui, eu venho. - Depositou um beijo em sua têmpora e apoiou o queixo em seu ombro.

_Ninguém nunca cuidou de mim como você faz.

_Por isso que eu me esforço para ser o único na sua vida.

Sara reconhecia a deficiência que ele tinha em demonstrar seus sentimentos, mas não poderia desmerecer o esforço que ele estava fazendo para mudar. Segurou o seu rosto com as duas mãos e depositou um beijo em seus lábios. Achou cômico ele passar a língua sob o lábio limpando a geleia que havia grudado ali.

_Hey Sar.- Estava preparado para cumprir a promessa feita horas antes, olho no olho era o melhor que poderia oferecer.- Eu te amo.

Poderia levar algum tempo para se acostumar com essa mania de “externar” sentimentos, poderia demorar dias, meses ou até anos, mas por ela valeria a pena esse esforço, não precisa mostrar ao mundo o seu amor, a pessoa que precisava saber de todo seu amor, seus segredos, medos e frustrações estava diante dele com os olhos castanhos marejados.

Ela era a razão para mudar quem ele costumava ser.

A razão para começar de novo.

Fim ♥


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Notas finais do capítulo

O que acharam seus lindos ?
Beijos na alma.



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