Safira: Carnificina Total escrita por Larenu


Capítulo 7
A.K.A. Safira


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, estou de volta! Depois de quase um mês ausente, cá estou eu. Peço desculpas por isso, mas estava em um bloqueio criativo e não consegui postar um capítulo antes de viajar no dia 6. Na verdade, se não tivesse sido a CCXP no dia 3, talvez eu tivesse conseguido postar.
Bom, agora que voltei de viagem, peço desculpas a vocês e desejo um feliz natal e um ótimo ano-novo. Espero poder contar com vocês no retorno da cronologia principal em breve!



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— Anos se passaram desde nosso confronto com Deathlok. Três anos, para ser mais exata. Foram todos iguais. Eu usava meu uniforme de Safira com desgosto, sentindo-me exposta, mas também com gosto, pois fazia isso por Cletus e eu gostava de praticar o que é certo e justo.

“Victoria apoiava minha carreira como Safira. Ela achava o uniforme sexy. Eu já chamava de roupa de stripper. Mas eu ainda usava o uniforme em missões da S.H.I.E.L.D., da Alias, com Cletus ou solo. Bem como as missões da Alias, os assassinatos por parte de CK não pararam. E as cenas do crime eram cada vez piores.

“Muitas pessoas foram recrutadas para o esquadrão Alias, que não deixava de crescer. Infelizmente, Henry, Melinda, Jemma e Leo foram mandados de volta para suas áreas da S.H.I.E.L.D. (exceto Henry, que era mantido como prisioneiro em tratamento). Mas eu fiquei feliz por eles. Jemma estava subindo na sua carreira de cientista, e junto dela estava sempre Leo.

“Melinda também. Ela já estava beirando o nível 10 dos agentes da S.H.I.E.L.D. Enquanto isso, eu e Cletus nos contentávamos com nosso cargo de líderes da Alias e de agentes nível 7. A Alias, que começara como um simples esquadrão de seis membros, agora já era um conjunto inteiro de esquadrões dentro da S.H.I.E.L.D., composto por esquadrões de investigação, batalha, inteligência, espionagem e tratamento para criminalmente insanos.

“Tínhamos nossos próprios códigos de comunicação e nossos próprios níveis. Cletus era KCK_000, enquanto eu era JSJ_001. Os códigos significavam, respectivamente, Kletus ‘Cletus’ Kasady, agente número 0 e Jessica ‘Safira’ Jones, agente número 1. Nós, assim como os demais agentes entre 0 e 5, éramos os maiores da Alias.

“Os demais agentes entre 0 e 5 eram William e Robertha Wingfoot, Seth Horne e Jasper Sitwell. Formávamos uma espécie de equipe de elite da Alias, mas ficávamos divididos entre bases da Alias. Eu e Cletus transformamos a Alias Investigations em um apartamento para dividirmos, onde ficava também o escritório, já que a base nela escondida estava fora de uso.

“Num dia em especial, eu não vi Cletus o dia inteiro. Ele não me atendia. Liguei para Jasper, que alegou também não o ter visto. Os Wingfoot também não o viram. Quanto a Seth, ele não me atendeu. Eu comecei a ficar preocupada. Onde poderia estar Cletus? Então, o alerta da Alias começou a tocar.

“Um assassinato. Provavelmente fora o tal CK novamente. Peguei minha roupa de Safira e a vesti. Peguei também a máscara improvisada, de cor rosa, que fora comprada por Victoria para complementar a roupa customizada inteiramente por Cletus. Parti para o endereço indicado no monitor voando.

“Eu não era muito boa voando, possivelmente por falta de treino. Ainda assim, dei meu jeito de voar até a cena do crime: um prédio de negócios no Distrito Bancário de Nova York. A princípio, a carnificina toda do lugar não era visível para aqueles que passavam em frente ao prédio.

“Mas, para aqueles com coragem suficiente para adentrar a área demarcada pelos policiais com faixas amarelas, ou, no meu caso, voar por cima deles, a cena era horrível. Porém, não era como todas as outras cenas do crime de CK. Ali estava a assinatura dele, escrita em sangue. Então, abaixo dessas duas letras...

“...as palavras ‘Olá, Alias’, escritas em inglês (‘Hello, Alias’). Embaixo disso, uma seta apontando para a parte de trás do prédio. Sinalizei para que os policiais ficassem onde estavam e fiz a curva. ‘Olá, S.H.I.E.L.D.’ estava escrito na parede, junto de outra seta, outro corpo e outra assinatura.

“Segui essa outra seta, que indicava a saída de emergência do prédio. Empurrei a porta, que se abriu no sentido contrário, mesmo sendo uma porta corta-fogo, devido à minha força. E então, ali, ao lado dos degraus da escadaria, a saudação que mais me assustava. Nem prestei atenção no outro cadáver. ‘E oi, Jessica’.

“Eu gelei. Não conseguia me mexer. O assassino estava me cumprimentando. Senti o medo percorrer minha espinha. Foi quando tocaram no meu braço. Me virei por reflexo e coloquei a pessoa contra a parede. Me acalmei ao ver Jasper Sitwell. ‘Oh, Jasper...’. Abracei-o, acolhendo-me em seus ombros. Não dei a devida importância àquela gosma vermelha, espalhada por todo lado da sala.

“Surpreso, ele não fez nada. Afastei-me, envergonhada, e desabei em lágrimas. ‘Jessica, eu sei que isso é assustador, mas, por favor, mantenha a calma...’ ‘Você não entende, Jasper. Não é o seu nome escrito ali atrás pelas mãos de um assassino serial com o sangue de suas vítimas’.

“Jasper não respondeu de imediato. ‘Jessica, Seth e os Wingfoot querem se reunir para conversarmos sobre isso. Mandei a imagem da saudação do Carnage Killer à Alias a eles, e estamos com medo de que ele venha atrás de nós’. Mas eu não estava prestando atenção nele.

“Ouvi passos vindos da escada. Olhei para cima e ouvi a voz suave, porém nervosa, de alguém me chamando. Não sei por que corri. Apenas senti que era o assassino. Comecei a subir as escadas. Tentei voar, mas estava nervosa e não consegui voar reto. Subi e percebi que ele estava fugindo de mim.

“Corri. Cruzei o hall de entrada do banco e saí pela porta da frente, ficando cansada, contudo a adrenalina não me deixava parar. Vi a silhueta esguia dele passar por pessoas na rua. Sem me cansar totalmente ou me dar por vencida, continuei com a perseguição. Reuni coragem suficiente para, então, saltar por cima das pessoas e aterrissar em cima dele.

“Fiquei envergonhada. ‘Cletus?’. Ele saiu de debaixo de mim. ‘Oi, Jess’. Cletus passou a mão pela roupa para se limpar. ‘O que você estava fazendo lá, Cletus?’ ‘Vim ver a cena do crime’ ‘E por que correu de mim­?’ ‘Chamei por você e não me responderam. A única coisa que ouvi foram passos rápidos vindo atrás de mim. Nessa situação, você não correria?’. Concordei, mais envergonhada ainda.

“Ele me deu um beijo de olá e então retornamos para a cena do crime. Jasper nos recebeu e então fomos para o Triskelion. Havíamos sido chamados pelo secretário-geral Alexander Pierce. Provavelmente íamos receber um sermão. Mas, quando entramos na sala de Pierce, aquilo não se assemelhava a um sermão. Nem um pouco. Seth Horne e os Wingfoot estavam lá. Maria Hill, Victoria Hand, Phil Coulson e Melinda May também. Você não, porém devia estar em um daqueles projetos ultrassecretos da S.H.I.E.L.D.

“Pierce sorriu ao nos ver entrar. ‘Olá, agentes Jones e Kasady’. Eu não o respondi. Passei direto por ele e vi o que todos estavam vendo. Henry Hayes. Curado. Ele não era mais Deathlok, e sim apenas um piloto da S.H.I.E.L.D. Não era mais uma máquina de destruição, mas um humano comum. Algo que eu nunca poderia ser.

“Olhei para a prancheta ao lado dele. Havia uma folha presa a ela. Li o que estava escrito. ‘Nome do paciente: Henry Hayes. Estado do paciente: Semiconsciente. Status da operação: Quase concluída. Assinatura dos médicos: Jemma Simmons e Leopold Fitz. Projeto Deathlok’.

“Fitz e Simmons estavam relacionados com Henry? E o que exatamente era o Projeto Deathlok? Será que eles estavam tentando criar outros como Henry? Me virei para Alexander. ‘Preciso falar com a doutora Simmons’ ‘Receio que você não possa fazer isso, agente Jones’ ‘Por quê’ ‘Ela, juntamente com o doutor Fitz, está em Londres, Inglaterra’.

“Quis perguntar o motivo, mas o olhar de Pierce sugeria que eu não tinha permissão para saber. ‘Err... muito obrigada. Receio ter que ir agora’ ‘Não tão rápido, agente Jones. Precisamos conversar sobre a Alias. Falei com o Conselho e, Houston, temos um problema’. Sorri, sem ver graça na piada dele.

“Percebendo isso, Alexander se recompôs. ‘Kasady e Jones, na minha sala, agora’. Seguimo-lo até uma sala no andar mais alto do enorme prédio que era o Triskelion. Lá, ele abriu uma gaveta e pegou uma pasta com arquivos. Abriu-a e separou algumas fotos. Pegou a primeira. ‘Isto foi anteontem às nove da manhã’.

“Conforme as imagens passavam, as horas iam se aproximando da atual. ‘E esta, por fim, acaba de acontecer’. Vi as fotos da cena do crime que acabara de visitar. Havia, porém, uma imagem de uma cena que eu não vira no prédio. No terraço, estava mais um corpo. Junto da assinatura CK e de um outro nome: A.K.A. Safira.

“Eu gelei. Havia então mais uma assinatura de CK naquele prédio referida a mim. Mas eu simplesmente não compreendia essa obsessão repentina. Por que tantas referências à Alias e a mim? Primeiro, CK saudara à S.H.I.E.L.D., à Alias e a mim. E depois fizera uma referência à Safira, meu codinome.

“Completamente em estado de choque, não pude me mover. Mal sabia eu que Alexander Pierce me daria notícias ainda piores. ‘Vê o motivo de eu estar aflito?’. Permaneci calada, mas Cletus assentiu por mim. ‘Pois então, recebi uma chamada urgente do Conselho da S.H.I.E.L.D. para debater esse assunto. Fizemos a reunião às pressas e conversamos muito’.

“Ele suspirou. ‘O Conselho está preocupado com a S.H.I.E.L.D. e com as consequências de um maníaco solto por aí pintando sobre a organização em suas cenas de crime. Em uma votação unânime, o Conselho tomou uma decisão em relação ao esquadrão Alias’. Pierce deu mais um suspiro. ‘O esquadrão Alias não é mais parte da S.H.I.E.L.D.’.

“Quase caí para trás, mas Cletus me segurou. ‘Como...’ ‘Agente Jones, esse não é o fim de sua carreira. Apesar do corte da Alias...’ ‘Vocês não podem acabar com a Alias!’ eu gritei, interrompendo-o. ‘Podemos, sim, Jessica. Mas eu quero ajudar vocês. Assim, fiz uma sugestão ao Conselho. Eles aceitaram com relutância. Agentes, eu sugiro que arrumem um novo nome para a Alias. Acabam de se tornar independentes da S.H.I.E.L.D. Vou fornecer-lhes a ajuda necessária para situar a Alias no país’.

“Cletus pegou na minha mão, tentando me acalmar. Por um momento, a vontade de socar Pierce me deixou. Mas logo voltou. ‘Você acha isso justo, secretário Pierce?’ ‘Agente Jones...’. Suspirei. ‘Eu exijo falar com o diretor Fury’ ‘Não pode. Fury está em uma missão confidencial’ ‘Ele jamais concordará com isso!’ ‘Terá de concordar. O Conselho é superior a ele’.

“Fui puxada por Cletus para trás. ‘Jessica, considere os termos de Alexander. É o máximo que ele pode fazer por nós’ ‘Mas Cletus, chutar a Alias de dentro da S.H.I.E.L.D. é praticamente nos entregar para a Hidra!’ ‘Eu juro para você, minha Safira, que nada vai acontecer conosco. Vai ficar tudo bem’.

“Ainda com um pé atrás, tive de aceitar os termos de Alexander. Quando saímos dali, eu estava quieta. Tentando nos reaproximar, Cletus me fez uma pergunta. ‘Qual será o novo nome da Alias?’. Pensei nas imagens que Pierce nos mostrara. A.K.A. Safira, disse para mim mesma na minha mente, deixando um sorriso irônico aparecer na minha boca.

“Pronunciei a sigla com determinação. ‘A.K.A.’ ‘Tem certeza?’. Entramos no nosso quarto. ‘Sim’ ‘E o que significa A.K.A.? O mesmo que a abreviação padrão?’. Fiz que não com a cabeça e pensei rápido. ‘Significa Agent Kasady’s Agency’ eu respondi. Tirei minha jaqueta e joguei num criado-mudo.

“Colocado sobre a cadeira da escrivaninha, quase parecia que o uniforme da Safira nos observava sem uma cabeça. ‘Minha Safira’ chamou Cletus. Me virei para ele. Não dissemos mais nada. Nos unimos em um beijo e nos deitamos à cama. Aquele beijo, porém, não era apaixonado. Era selvagem. Como se necessitássemos daquilo.”


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