Safira: Carnificina Total escrita por Larenu


Capítulo 5
CK - Carnage Killer


Notas iniciais do capítulo

Como eu sou distraído, gente! Postei o capítulo na história errada...

Bom, todo dia não vai dar, então ficaremos com um dia sim, um dia não, ok?



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— Eu realmente havia acreditado que tudo ficaria bem entre mim e Cletus depois que ele veio ao meu quarto naquela noite. Ele estava inquieto, então talvez não tivesse conseguido dormir. Foi então que ouvimos o primeiro grito.

“Masculino. Talvez alguém que estivesse faxinando o Triskelion. Mas por que gritariam? Eu estava quase arrependida de passar a noite num dos quartos para cadetes existentes no Triskelion. Cletus deu um pulo da cama ao escutar. Ele estava tenso e novamente distante.

“Colocou seu uniforme da S.H.I.E.L.D., bem como eu. Pegamos nossas armas e saímos do quarto. Reparamos que alguns recrutas também o haviam feito. Seguimos pelo corredor e subimos para a superfície. Nos deparamos com uma cena terrível de carnificina: sangue para todo lado, o corpo estripado e destruído e as letras C e K na parede.

“Exatamente como no prédio da Alias Investigations. Olhei em volta e localizei algo suspeito próximo às letras. Permiti que meus cabelos brilhassem e voei na direção daquilo. Agarrei com força, pois estava na mão do morto. Uma força surpreendente, que aparentemente era minha, fez com que eu conseguisse arrancar o braço do corpo aberto junto.

“Descartei com nojo e olhei apenas para o tecido. ‘Deve ser um pedaço de roupa do assassino’ disse. Cletus apenas me encarava, bem como um senhor de óculos escuros (que fora quem dera o grito). ‘Minha jovem, você deve estar malhando bastante’. Sorri, sem graça, e voltei a falar. ‘A vítima deve ter arrancado em uma tentativa de resistência’.

“Mas o olhar de Cletus perdurava sobre mim. ‘Cletus? Perdeu alguma coisa?’. Percebi, então, que ele olhava para o pedaço do tecido. Ele bufou. ‘Vamos voltar para o quarto’ ‘Mas Cletus, o corpo...’.

“Ele me olhou com raiva por um momento. ‘Ah, o corpo. Está bem. Vou avisar ao Coulson’ ‘Está bem’. Cletus pegou o comunicador e ativou. Pediu que Coulson viesse e então me chamou para ir ao quarto. ‘Espere, tenho que dar isto ao Coulson’ ‘Deixe que o senhor entregue’ disse ele, se virando para o idoso ‘Qual seu nome?’ ‘Stan’ ‘Pois bem, Stan, pode entregar isto ao agente Coulson quando ele vier?’ ‘Posso, sim’.

“Cletus tornou a se virar para mim. ‘E então?’ ‘Ok, agora podemos ir’. Descemos de volta para o quarto e nos deitamos. Cletus dormiu normalmente, mas eu tive um pesadelo. E ele estava lá. Quer dizer, não ele, mas a voz dele. Cletus repetia meu nome bem baixo, mas ecoava na escuridão. ‘Jessica’. Tentei falar, mas a voz não saiu. Estava tudo escuro, então não tinha como me localizar.

“Estendi meu braço. ‘Jessica’. Por onde passava a mão, sangue surgia. Algumas áreas, porém, não eram sujas pelo sangue. ‘Jessica, por favor’. O sangue começou a formar duas letras. ‘JESSICA!’. Desta vez fora um grito. As letras se tornaram óbvias: CK.

“Havia uma criatura vermelha em meio ao sangue. ‘NÃO, JESSICA, NÃO!’. Me virei para tentar correr, mas não consegui. Quando voltei a olhar, não havia ninguém ali. Senti uma respiração rente ao meu pescoço. ‘Eu tentei te avisar. Não posso te proteger dele’. Quando me virei, a criatura vermelha estava ali.

“Ele babava em minha nuca. ‘Olá, Safira. Eu sou CK. Eu sou Carnificina!’. Então, ele arregaçou a boca, que ficou maior que minha cabeça, e me pôs para dentro. Foi nesse momento que acordei. Cletus estava sobre mim, chacoalhando-me com preocupação. ‘Minha Safira, você está bem?’.

“Pulei para fora da cama, bufando assustada. Acabei por abrir um rombo na parede. ‘Jessica? Tudo bem?’. Quando o ouvi dizendo meu nome, eu quis correr. Em vez disso, desabafei. ‘Não sei, Cletus. Me diga você. O que você tem? Seu humor tem estado estranho. Você tem me assustado, Cletus’.

“Ele gelou. ‘Jessica...’ ‘Não vai me contar, não é?’ ‘Não é como se eu não quisesse, ok? Eu só não...’. Chorando, abandonei-o ali. Eu não estava aguentando aquilo. Por Deus, se eu fizesse ideia de que ele era CK... Não sei o que faria. Acho que surtaria antes de pensar racionalmente sobre isso.

“Cheguei à entrada do Triskelion, quando você me chamou. ‘Jessica, venha cá um momento’. Entrei em sua sala, onde a televisão estava ligada. Coulson estava lá, junto de uma agente (Maria Hill, que eu ainda não conhecia). ‘Agente Jones, dê uma olhada nisso’.

“Olhei para a televisão, que reproduzia o noticiário local. Havia um senhor sendo entrevistado. Era o velho da noite anterior, Stan. ‘O senhor então alega ter visto uma mocinha de cabelos roxos arrancar o braço de um defunto, em meio à cena do crime do assassinato no Triskelion?’ ‘Sim. Ela ainda perguntou meu nome e me deu isto’. Ele entregou à jornalista um pedaço de pano.

“Você olhou para mim. ‘Jessica, foi você?’ ‘Sim, mas eu não tive a intenção. Achei aquela pista, e tentei pegar, mas o braço do corpo veio junto’. Você bufou. Maria Hill se colocou entre nós. ‘Diretor Fury, o nome dela está no Índice?’ ‘Ainda não’ ‘Pois bem, está na hora de colocar’.

“Eu gelei. ‘O que é... Índice?’ ‘Uma lista de super-humanos conhecidos pela S.H.I.E.L.D.’ ‘Existem... mais?’ ‘Como você? Nunca ouviu falar no Capitão América ou no Hulk?’ ‘Já, mas pensei que fôssemos só nós. E a bebê Skye, que eu encontrei’ ‘Pois bem, saiba que não estão sós’ ‘Isso é bom?’.

“Não obtive resposta, pois a repórter voltou a ter sua atenção. Ela terminara a entrevista. ‘Já é o segundo homicídio em que a polícia encontrou as iniciais CK. O assassino ainda é um mistério, mas já tem um apelido na comunidade investigativa: Carnage Killer, o Assassino Carnificina’.

“Quando ouvi esse nome, eu gelei. Me virei e deixei a sala, assustada. Continuei andando, ignorando que você e Coulson me chamavam. Encontrei-me com Victoria. ‘Precisamos ir. Agora’ ‘Para onde?’ ‘Alias Investigations’ ‘O local onde fomos buscar Cletus?’ ‘Exato’.

“Puxei-a até o 4x4 dela. Notei as mexas rosas que ela colocara no cabelo, que fora tingido de preto, mas não fiz comentários. Apenas permiti que ela dirigisse. ‘Então, pode me dizer o motivo de estarmos fugindo do Triskelion?’ ‘Sim. Tive um pesadelo. Ele me mostrou as mesmas iniciais do assassinato’ ‘E por isso quer voltar lá?’.

“Bufei. ‘Eu estou com medo de que Cletus tenha algo a ver com isso’ ‘Cletus? Por quê?’ ‘Ele anda estranho, Victoria’. Foi a fez dela suspirar. ‘Está bem, vou te ajudar a investigar’. Ela acelerou e finalmente chegamos ao nosso destino. Descemos do carro e entramos. Para minha tristeza, o lugar já estava consertado.

“Droga. Estava esperando que ainda não tivessem limpado a cena do crime. Mas a S.H.I.E.L.D. não deixaria tudo daquele jeito. Bati à porta, esperando que algo acontecesse. ‘Pode entrar!’ gritaram. Então, eu entrei. Quem estava lá era Leopold Fitz, o mesmo cara que viera com a doutora Simmons no dia anterior.

“Ele se pôs de pé ao me identificar. ‘Agente Jones, o diretor Fury te avisou que esta será nossa base?’ ‘Base? Não, ele não disse nada’ ‘Pois bem, deixe-me te apresentar à base’. Olhei em volta. Parecia um apartamento comum transformado em escritório.

“Tinha uma sala com impressoras e computadores, uma com um mapa da cidade, uma com um escritório e uma espécie de recepção. ‘Só isso?’ ‘Não, claro que não’. Fitz nos levou à sala com o mapa. Ele empurrou a lousa que havia junto, que virou e revelou um teclado pequeno no canto. Ele digitou um código.

“Quando a parede se abriu, Fitz fez questão que eu e Victoria entrássemos primeiro. Descemos de elevador até uma salinha. ‘Deixem armas naquela gaveta, por favor’. Assim fizemos. Então, passamos por um pequeno corredor, um por vez, e fomos analisados por um Raio-X como os de avião. Saímos e pegamos as armas de volta.

“Seguimos Fitz até o laboratório de Jemma. A doutora Simmons estava trabalhando em algo que se assemelhava a uma arma, mas não perguntei nada, pois ela que tomou a palavra. ‘Onde está o agente Kasady?’ ‘Ficou no Triskelion’. Ela bufou. ‘Pense que começaríamos a treinar agora. Bom, vou avisar Melinda para ficar no Triskelion’. Esperei ela mandar o aviso. Fitz se ofereceu para levar Victoria para conhecer a base enquanto eu e Jemma conversávamos. Acho que ele estava dando em cima dela.

“Pensei em como abordar Simmons sobre a cena do crime. ‘Doutora, a S.H.I.E.L.D. simplesmente tomou posse da Alias Investigations?’ ‘Ao que parece, o assassino atirou o dono do estabelecimento pelo vidro da porta’. Gelei ao ouvi-la insinuar aquilo. Me fizera pensar que Cletus era o assassino. Infelizmente, eu não sabia que era verdade.

“Simmons levantou o olhar para mim. ‘Então, a S.H.I.E.L.D. resolveu tomar posse do lugar para a equipe. Ah, esqueci de te avisar. Nosso disfarce é de uma agência de detetives particulares. Teremos que entrar no papel, ou seja, aceitar os casos que os cidadãos trarão’. Assenti.

“Eu não ia desistir ainda. ‘E toda aquela carnificina lá em cima? Foi arquivada?’. Jemma estranhou a pergunta. ‘Obviamente. Está interessada nos arquivos?’ ‘Cletus está’ ‘O agente Kasady? Por quê?’ ‘Ele não disse’. Simmons ficou curiosa, mas disfarçou. ‘Bom, acho que temos uma cópia com fotos’. Ela caminhou até uma mesa com gavetas e pegou uma pasta com arquivos.

“Folheou para conferir se era aquela pasta. ‘Sim, esta aqui. Pronto’. Fitz e Victoria retornaram. Pela cara dele, não fora um encontro promissor. Mostrei a pasta discretamente para Victoria, que entendeu a deixa. ‘Doutora Simmons, vamos buscar o agente Kassady’ ‘Ah, claro. Poderiam avisar Melinda May para vir aqui?’.

“Nos entreolhamos. ‘Acho que sim’ ‘Certo. Vão facilitar bastante as coisas para a equipe’. Eu Victoria voltamos ao carro. No caminho, paramos em um beco para espiar a pasta. Não havia nenhuma pista sobre a identidade do assassino, então me frustrei. Mentíramos à toa.

“Quando estávamos a caminho do Triskelion, resolvi matar minha curiosidade. ‘Quantos anos tem Jemma?’ ‘A doutora Simmons? 20. Ela age como se fosse mais velha, mas não é’. Surpreendi-me com aquilo.

“De volta ao Triskelion, demos o aviso à agente May e chegamos ao quarto que eu dividia com Cletus. Nenhum sinal dele. Quando saímos, nos deparamos com um agente. ‘Procurando pelo agente Kasady?’ ‘Sim’. Ele sorriu. ‘Prazer, sou o agente Grant Ward. Não sei se vocês sabem, mas Cletus tem ido muito para um laboratório lá embaixo’.

“Eu temi o que podia estar acontecendo lá embaixo. Corri para os laboratórios. Identifiquei aquele que Ward me indicara. Não sabia que Cletus tinha um laboratório. Entrei e vi que o laboratório pertencia ao próprio Ward. Por que ele deixara que Cletus trabalhasse lá?

“Quando vi as coisas que ele andava fazendo lá, eu a princípio não entendi. Havia desenhos pendurados em uma parede. Desenhos de um homem vermelho. Havia um pote sujo de gosma vermelha, com um código no vidro. Ao lado, uma prancheta com anotações sobre o experimento, carimbada com a palavra fracasso.

“A letra era de Cletus. Continuei andando, e me deparei com uma roupa de metal que formava um corpo humano. ‘Victoria, fotografe tudo. Temos que achar Cletus e ir para a base’. Ela assentiu. Quando tínhamos as fotos, subimos para o quarto. Lá dentro, encontramos Cletus lendo.

“Ele se aliviou ao meu ver. ‘Minha Safira, você está bem. Não sabe como eu estava preocupado’. Beijei-o, e notei que Victoria desviou o olhar. ‘Cletus, sem tempo para conversar. Precisamos voltar para a base’ ‘Certo, vamos’. Deixamos Victoria ali. No caminho, conforme eu conversava com Cletus, analisei o humor dele. Completamente diferente do dia anterior.”


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