Os Próximos Três Dias - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 2
Mistérios e dúvidas


Notas iniciais do capítulo

MUITO MUITO BOA NOITE, AMORES!

Então, esse capítulo ta bem light, vai ser focado numa conversa entre Effie e Plutarch que, por mais que possa ajudá-la, parece que vai fazê-la criar ainda mais perguntas. Mas não se preocupem que logo logo Haymitch vai dar as caras. Maaaaaaaaas não teremos Hayffie agora (se bem que não vai demorar, prometo.)

Bom, vamos ao capítulo? Espero que gostem!

Boa leitura! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/626234/chapter/2

Tudo aconteceu como um borrão na minha frente.

Desde que Plutarch me fez uma última visita antes da alta, estou tentando encontrar Haymitch para tentar entender o que realmente aconteceu. "Agradeça a Haymitch", foi o que Plutarch havia me dito na primeira visita, mas o que ele fez exatamente? Será que o plano do meu resgate foi ideia dele?

Mas por quê?

Minha cabeça está uma completa confusão agora. Nada parece se encaixar, mas ao mesmo tempo tudo parece estar bem na minha frente.

Para ser sincera, não vejo Haymitch desde o terceiro massacre quaternário, quando ele teve que sair correndo do centro de treinamento, dizendo que precisava resolver algo urgente e que não sabia se voltaria, deixando, também, bem claro que eu deveria me manter segura. Obviamente duvidei dele, colocando na minha cabeça que não ficaria fora por mais de quatro horas, sentindo falta do seu whisky.

Mas eu estava enganada. Ele não voltou.

Nunca consegui entender exatamente o que se passava na cabeça daquele homem. Acho que ainda não devo entender. Plutarch havia me dito que ele não estava mais bebendo. Isso me deixou ainda mais confusa.

Haymitch sóbrio? Próxima piada, por favor.

Mas mesmo que isso pareça uma piada, não me sinto totalmente segura quanto ao que penso sobre ele, nem sobre ninguém.

Acabamos de presenciar o fim de tudo. A guerra finalmente cessara após a morte de Snow e de uma tal de Alma Coin, que, até onde sei, era a presidente do Distrito 13.

E aí está mais uma coisa que eu não entendo. Como eles se reergueram?

– Effie? - uma voz me chama, tirando-me dos meus devaneios. Quando me viro para ver de quem se trata, vejo Plutarch vindo na minha direção, com seu típico sorriso estampado nos lábios. - Está perdida?

– Não sei exatamente - respondo. - Não faço ideia do que posso fazer agora. Ah, como uma agenda me faz falta!

Phutarch ri brevemente e me conduz pelo corredor até chegarmos a cozinha. E, realmente, sinto um pouco de fome agora. Então sento-me à mesa e ele me acompanha.

Pego alguns biscoitos e me sirvo, percebendo o olhar atento de Plutarch sobre mim.

– Como você está? - ele indaga e eu o estudo por alguns instantes.

– Bem - respondo. - Eu acho.

– Sabe do que estou falando - ele diz e acena com a cabeça para o meu braço esquerdo, que ainda está envolto por uma faixa.

– Ah... - pigarreio, esperando que ele desista, mas sei que não vai. Não é da natureza dele. - Você sabe.

– Ainda dói?

– É claro que dói - digo, tentando manter a voz firme. Meu olhar está fixo num ponto da mesa.

– Você se lembra de tudo?

Balanço a cabeça afirmativamente. As imagens surgem na minha cabeça em flashes confusos, mas que consigo compreender perfeitamente. As queimaduras, os choques, os espancamentos... E as dores parecem querer voltar.

Sinto meus olhos umedecerem e pisco várias vezes, até sentir as lágrimas cessarem.

– Tem certeza de que não quer falar sobre isso?

Suspiro e passo a unha na mesa, focando meu olhar nela.

– O que você quer saber? - indago, ainda olhando para a mesa. Respiro lentamente, controlando minha vontade de chorar ao lembrar de tudo que aconteceu.

– Quero saber o que fizeram com você, de fato - ele insiste, mas pigarreia e controla a voz, baixando o tom. - Não pudemos saber mais do que você ter sofrido espancamento. Mas sei que não foi só isso, Effie.

Respiro fundo e volto a passar a unha na mesa por alguns instantes. Passo a língua nos lábios pensando no que dizer.

– Eles me bateram - digo, por fim. - Eles juravam que eu sabia de alguma coisa, mas vocês não me disseram nada... Eu negava, mas eles não acreditavam em mim, nunca acreditavam. Então me batiam mais... - fungo, notando que as lágrimas voltaram a se formar. - Eles me deram choques, me acorrentaram, me deixaram sem comer...

Não consegui mais encontrar minha voz. Respirei fundo novamente e enxuguei uma lágrima com as costas das mãos.

Plutarch se adianta e segura minha mão.

– Eu sinto muito por você ter passado por tudo isso - ele diz calmamente. - De verdade. Acreditávamos que, como sendo cidadã da Capital, estaria mais segura aqui. Me desculpe.

– Ninguém imaginava isso, não é?

– Não - ele confirma. - Mas veja só... Se não tivéssemos tirado você de lá a tempo, provavelmente teria entrado em coma, como o médico nos disse.

Levanto a cabeça e franzo o cenho, olhando nos olhos dele.

– Em coma?

Plutarch assente com a cabeça.

– Você estava num estado deplorável, pelo que Haymitch disse. Estava desacordada e cheia de sangue. E hematomas pelo corpo todo...

– Espera - digo. - Foi realmente Haymitch que me tirou de lá?

– Nós fomos com uma equipe - Plutarch explica. - Mas quando chegamos, Haymitch fez questão de entrar. Eu não entendi muito bem o porquê disso tudo, mas ele insistiu bastante.

Fico olhando para o nada, tentando entender, mas também não consigo encontrar uma razão.

– Talvez seja porque, de todos nós, ele seja o mais próximo a você, já que trabalharam juntos e tudo mais - Plutarch tenta explicar. - Mas foi ele quem tirou você de lá.

Assinto com a cabeça e afasto a minha mão da dele, levantando-me em seguida.

– Pra onde você vai?

– Preciso falar com ele - digo apenas e saio da cozinha, com uma torta na mão.

Para ser sincera, não faço ideia e onde procurá-lo e muito menos do que dizer quando encontrá-lo. Talvez apenas um "obrigada" seja uma boa forma de começar. Mas estou intrigada com o fato dele ter insistido tanto para ir me buscar.

Caminho por todos os corredores da mansão, passando por todos os cômodos e sem deixar passar um sequer, mas não o encontro. Nem sinal dele ou de Katniss ou Peeta. Então me vem o súbito pensamento de que eles possam ter ido embora, mas tiro da mente no mesmo instante. Eles não iriam embora assim, de repente, sem se despedir de ninguém. Precisariam de um pouco de tempo até mesmo para falarem com Paylor.

Depois de tanto andar, decido procurar depois e me direciono ao quintal. No último corredor encontro, numa mesinha, um maço de cigarros com um isqueiro do lado. Me sinto estranha quando os pego, sentindo uma vontade quase incontrolável de fumar, tendo em vista que nunca havia fumado na vida. Então apenas pego e continuo meu caminho, e é quando eu o avisto, sentado no degrau, de costas para mim.

Pouso o maço e o isqueiro num canto e me direciono ao quintal, parando na porta. Ele não me notou chegar nem ouviu os passos. Provavelmente está muito distraído.

– Haymitch? - chamo e imediatamente ele se vira para me ver. Seus olhos trazem uma ansiedade sem tamanho e um leve sorriso se forma em seus lábios. Tudo bem. Está tudo bem agora.

Só preciso de algumas respostas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita que a Effie ta decidida, hein? Será que o Hay vai abrir o jogo logo de cara? O que vocês acham?

Comentem e deixem a Lovett feliz! :D