Beijos e abraços mudam o mundo escrita por Miss Lamarr


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa, como minhas outras fanfics, estão no Social Spirit, algumas eu ainda não postei aqui, então quem quiser, dá uma olhada. Meu perfil lá é MissLamarr.
Enfim, boa leitura!



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Arrumar brinquedos não era o plano de Nico para depois do trabalho. Mas, afinal, quem é que escolhe alguma coisa quando se é pai de uma menina cheia de energia?! Ele passou pela porta de entrada lentamente, torcendo para não pisar em nenhuma panela de plástico ou escorregar em uma roupinha de boneca. Quando finalmente teve o benefício de sentar no sofá e ignorar a bagunça que sua sala de estar estava, sentiu braços curtos agarrando suas pernas.

— Papai!

Nico virou-se para baixo, vendo sua pequena menina com o estetoscópio reserva de seu esposo enrolado no pescoço. Ela estava tentando subir no seu colo.

— Oi, Amy. - Nico puxou a garota, a envolvendo em seus braços. - Seu pai sabe que você está com o estetoscópio dele?

— Não. - Admitiu. - Mas eu quero ser médica. Médica de osso. Estou treinando.

— Se diz ortopedista, querida. - Nico riu.

— Isso mesmo! - Concordou.

— Tudo bem, doutora Di Angelo Solace.

A garotinha riu.

— O que fez hoje? - Ela perguntou, brincando com uma mecha de cabelo de Nico.

— Só trabalhei, querida. - Sorriu.

— Então quer dizer que agora vamos poder brincar de paraquedas? - Ela bateu palminhas, cheia de esperança.

Amelia, ou simplesmente Amy, era a filha adotiva de Nico. Era uma menina divertida e um pouco estranha. Mas Nico entendia de coisas estranhas. Brincar de paraquedas não era mais do que amarrar uma sacola plástica nos braços da boneca e jogá-la do alto do sofá para que Amelia pegasse. Para a garotinha, cuidar da boneca como se fosse um bebê ou levá-la para passear, não tinha a menor graça. Amelia era assim, panelinhas infantis viram armas mortíferas, bonecas são só um objeto a mais em suas brincadeiras criativas e vassourinhas de meio metro são espadas poderosas.

— Papai está cansado. - Nico beijou a bochecha da garota. - Que tal brincarmos de se eu fosse para a lua?

— Ok. - Ela riu. - Você começa.

— Se eu fosse para a lua - Nico tossiu - eu levaria um grande saco de salgadinho.

— Se eu fosse para a lua eu levaria um grande saco de salgadinho e, - Amelia coçou a cabeça, pensativa. - hum.. o papai.

— Se eu fosse para a lua eu levaria um grande saco de salgadinho, o papai e uma cadeira. - Nico disse, continuando a brincadeira.

— Se eu fosse para a lua eu levaria um grande saco de salgadinho, o papai e o outro papai. - Amelia sorriu.

— Errou! - Nico colocou o dedo divertidamente em seu nariz pequenino. - Esqueceu a cadeira, meu amor.

— Ah.. - Amelia baixou os olhos escuros e grandes, triste.

— Contanto que eu seja o primeiro dos papais que você levou a lua, está tudo bem. - Uma voz mais atrás disse. - Eu até dou a vitória para você, Amy.

Nico deu um riso amigável, ele reconheceu a voz. Era de Will, seu marido.

— Mas, papai - Amelia se lamentou. - você não pode me dar a vitória, isso é quebrar as regras.

Will se aproximou de Nico e levou a garota de seus braços.

— Não faz mal quebrar as regras um pouquinho. Desde que claro, eu seja o primeiro papai. - Will sorriu. Logo, se voltou para Nico. - Olá, segundo papai, que bom que você lembra de cumprimentar o amor da sua vida quando chega do trabalho.

— Sem exageros. - Nico se levantou e deu um selinho rápido na boca de Will. - Temos uma filha hiperativa que por um acaso me fez de refém aqui.

— Ei! - Amelia colocou a mão na cintura, autoritária. - Papai disse que eu ganhei.

— Você sabe que não ganhou. - Nico disse.

Will o repreendeu com um olhar, como quem dizia "Você vai fazer a menina chorar". Nico devolveu com um olhar do tipo "Fácil falar, primeiro papai que ela levou a lua". Will finalizou a conversa telepática com uma risada baixa. Droga! Eles se conheciam bem!

— Amelia fez uma descoberta e tanto hoje. - Will passou a mão carinhosamente nos cachos escuros da menina. - Conta para o papai, mademoiselle.

— Eu achei um baú de madeira pequeno assim. - Ela fez o tamanho com a mão. - Estava lá no porão, e tinha vários bonequinhos dentro.

Nico quis desmaiar. O motivo do baú estar no porão, era que ele não queria ninguém mexendo nele. Ele não podia ficar bravo com Amelia, mas era seu baú de estatuetas de mitomagia. Aquilo era seu passado, e seu passado não o definia mais. Agora ele era simplesmente o Nico de 34 anos, o advogado renomado, casado com um cardiologista e pai de uma criança pequena. O Nico que brincava de mitomagia? Que era o irmãozinho mais novo de Bianca? Que precisava ser protegido? Esse já não estava mais ali.

— Você o guardou de volta, não é, querida? - Nico deu um sorriso torto e desconfortável.

— Não. - Ela disse, pulando do colo de Will e indo para o chão. - Eu coloquei aqui atrás do sofá.

Amelia correu para pegar o baú. Ela voltou com o dito cujo nas mãos e entregou a Nico.

— Veja, papai. - Ela mostrou um sorriso desdentado. - Tá cheio de bonequinhos.

Nico abriu a caixa. Vendo a felicidade da filha não quis fazer desfeita. Fingiu estar alegre em olhar as minúsculas estátuas.

— Eu gostei dessa. - Ela puxou uma estatueta da caixa. - É o vovô Hades, não?

— Não sabia que se lembrava dele. - Nico a olhou surpreendido. - Você viu ele, o quê? Duas? Três vezes?

— Eu lembro. - Sorriu. - Por que ela está guardada dentro desse vidro?

— Bom.. ela é especial para o papai. - Nico suspirou.

— Por quê? - Amelia instituiu.

— É, por quê? - Will pareceu interessado.

— Foi Bianca quem me deu. - Nico guardou-a na caixa. - A última lembrança dela.

Will sabia que era um assunto delicado, baixou os olhos e se calou, mas Amelia ainda parecia inquieta.

— Você nunca fala da tia Bianca. - A garota comentou, baixinho. - Um dia vai me contar sobre ela, não vai?

Nico respirou fundo, sabia que não poderia escapar disso para sempre.

— O quer saber sobre ela? - Ele perguntou.

— Ah, não sei. - Amelia enrolou uma mecha de cabelo nos dedos. - É só que.. você não deixa ninguém tocar no nome dela.

— Amy, sabe que é difícil para o papai. - Will tentou fazer a menina se calar.

— Tudo bem. - Nico tentou rir. - Ela era adorável. Eu realmente a amava.

— Ela era mais velha que você, papai? - Perguntou.

— Sim, alguns poucos anos. - Respondeu ele. - Mas ela havia se tornado uma Caçadora de Ártemis, iria ficar com a mesma idade para sempre. Hoje eu seria o mais velho. Se ela tivesse, sabe.. viva.

— Uma Caçadora? - Seus olhos brilharam. - Igual a Thalia?

— Igual a Thalia. - Ele confirmou.

— A Thalia é legal. - Amelia fitou o chão. - Tia Bianca deveria ser também.

— Ah, ela era. - Nico disse. - Ela iria adorar conhecer você.

Amelia ficou quieta por alguns segundos, até que resolveu perguntar algo.

— Você ficou triste quando ela morreu, né, papai?

— Triste? Papai ficou devastado. Doeu muito no papai. - Nico sentiu uma lágrima correr pelo seu rosto, ele estava lembrando da cena em que Percy contou a ele sobre sua irmã. - Mas agora dói só um pouquinho.

Ele secou a lágrima e forçou um sorriso enquanto olhava a pequena.

— Não fique assim, papai. - Amelia pulou em seu colo. - Sabe o que você precisa?

— O quê? - Nico acariciou suas mãozinhas.

— Deixa eu ver. - Ela colocou o estetoscópio, que ainda estava enrolado nela, no peito do pai. - Vou te examinar, papai.

— Ok. - Ele riu.

Will acompanhou o riso. Logo, Amelia olhou para Nico, contente.

— O exame diz que você precisa de beijos e abraços. - Ela disse, se jogando nos braços do rapaz com força e beijando sua bochecha.

Ah, com certeza Bianca ia adorar conhecer Amelia.


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