Assassinando um anjo escrita por imaginação caótica


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal mais um capítulo quentinho pra vocês!!



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POV ISABEL

O sol ainda não nasceu e já estou de pé. Olho ao redor recolhendo qualquer vestígio que possamos ter deixado. Hoje seria nossa chance de despistar o nosso rastro. O plano era conseguir um novo carro.

Olho para a cama onde os cabelos de Alice estão esparramados, vendo-a ali parecendo tão serena me odeio por ter sido a pessoa que fez com que seu mundo virasse de cabeça para baixo.

Eu a acordo e ela olha-me com uma cara de poucos amigos.

– Bom...

– Não tem nada de bom. – Ela me interrompe se trancando dentro do banheiro.

Pelo visto alguém tem mau humor matinal. Arrumo a cama e começo a me preparar para partir, são apenas cinco horas da manhã. Abro minha mochila e tiro de lá duas perucas que eu havia colocado mais cedo. Esse era o momento de tentar deixar nossas antigas vidas para trás.

Alice finalmente sai do banheiro ainda mal-humorada. Olha para as perucas que deixei em cima da cama e me encara com um olhar questionador.

– Pegue, ponha isto. - Eu lhe digo estendendo a peruca ruiva.

Ela segura com uma expressão divertida no rosto. E logo cai na risada sem me explicar nada, ela prende os cabelos e coloca a peruca. Faço o mesmo e ambas ao mesmo tempo nos olhamos no espelho. Agora eu estava loira e ela ruiva, nos encaramos por alguns instantes antes de cairmos na risada.

– E agora o que vamos fazer, chefe? – Ela me pergunta.

Eu a olho nos olhos procurando por vestígios da noite passada. Se ela ainda estivesse com problemas com a situação ela estava escondendo muito bem.

– Vamos roubar um carro! – Falo séria.

Ela arregala os olhos para mim e eu dou de ombros saindo do quarto. Ela permanece parada por alguns instantes antes de me seguir, eu levo meu indicador aos lábios indicando pra ela que faça silêncio. Passo pela recepção e deposito o dinheiro da estadia no balcão.

– Claro que roubar um carro é tudo bem, mas sair sem pagar seria desonra demais. – Alice diz ironicamente e sorrio do seu comentário.

– Então pegue o dinheiro de volta. – Sugiro.

– Eu não! A ladra aqui é você. – Ela me acusa.

Eu paro já no estacionamento e me viro para ela.

– Nós duas iremos roubar um carro, então você é tecnicamente uma ladra também.

– Que péssimo exemplo você é Isabel. – Ela diz rindo.

Andamos até o carro e partimos enquanto eu explico a ela o plano que é basicamente enganar um otário qualquer que fique encantado com a beleza dela por alguns instantes enquanto eu roubo as chaves do carro.

– Onde vamos encontrar alguém? – Ela pergunta.

– Eu conheço um posto de gasolina que fica a alguns quilômetros daqui, lá tem uma loja de conveniência do lado, o plano é encontrar algum cara que esteja sozinho e então você parte para cima. Mas primeiro vista a roupa que eu deixei separada no banco de trás para você.

Ela pega as vestes que eu separei e me olha incisivamente.

– O que? – Eu pergunto rindo.

– Você só pode estar de brincadeira comigo!

Ela fica olhando o short de meio palmo que eu escolhi para a ocasião.

– Se vista logo! – Ordeno.

Irritada ela tira a blusa expondo um sutiã rosa rendado e não consigo evitar olhar para o corpo bronzeado dela enquanto ela veste o top preto que eu havia comprado para combinar com o short. Ela era uma garota incrivelmente bonita com os cabelos loiros contrastando com a pele dourada, o sorriso fácil, ela era uma perdição e nem tinha noção disso.

Eu ainda estava a encarando quando ela tirou as calças para colocar o short e então eu tive oportunidade de ver suas coxas torneadas.

– Aproveitando a vista? – Ela pergunta brincando.

Tenho a sensação de corar, algo que jamais havia acontecido comigo na vida. Pigarreio e volto a prestar atenção no caminho evitando a todo custo olhar para ela novamente.

– Tudo bem Isabel, eu a vi pelada e garanto que foi uma vista maravilhosa! – Ela deixa escapar.

Eu olho de lado para ela e a vejo corar também, acho que ela percebeu o que disse e se envergonhou disto. Eu amo o fato dela não conseguir esconder o que sente.

Permanecemos o caminho até o posto de gasolina completamente em silêncio. Assim que chegamos eu passo a ela as últimas orientações, explico que eu irei sinalizar qual o cara que ela deve paquerar.

Ficamos dentro do carro até que eu percebo um homem que aparenta ter uns trinta e cinco anos de idade entrar, vejo nele um grande potencial para ser nossa vítima, então eu cutuco Alice com o cotovelo, ela logo entende a mensagem e sai do carro. Vejo pela janela ela inspirar fundo, jogar os cabelos e começar a desfilar até a loja. Ela anda em cima dos saltos que eu comprei com maestria rebolando os quadris de um lado para o outro, não consigo evitar olhar para sua bunda.

Foco Isabel. Antes dela entrar na conveniência ela me lança uma piscada, essa garota não tem jeito. Espero cinco minutos antes de segui-la. Olho ao redor procurando por possíveis emboscadas e corro até a loja.

Quando entro vejo que o lugar- apesar de tão cedo- está cheio de pessoas comprando seus cafés da manhã. Ando pela loja até que encontro Alice no corredor mais afastado da porta. Ela está rindo de alguma piada que o homem fez, vejo que ela o tem na palma da mão.

Aproximo-me sorrateiramente dos dois sem que ele sequer se dê conta de minha presença, vejo a chave do seu carro pendurada no cós de sua calça. Muito cautelosamente eu a indico para Alice que percebe como seria mais fácil para ela pegar.

– Hm... Você está de carro? – A ouço perguntar mordendo o lábio inferior.

– Sim, vamos para um local mais sossegado? – Ele oferece se aproveitando da situação.

– Como é seu carro? Se for espaçoso não precisamos nem sair daqui! – Ela diz sorrindo.

– É um Celta preto, acho melhor nós irmos a um motel.

– Claro! Eu só vou ali avisar minha amiga que não voltar pra casa com ela ok? – Ela diz já se dirigindo até a porta.

Eu a sigo admirada com a capacidade de atuação dela. Assim que saímos da loja ela se livra dos sapatos jogando-os no chão e começa a correr e então eu a sigo. Ela corre pelo estacionamento até que encontra o carro e entra rapidamente dentro dele. O homem deve ter percebido nossa movimentação e já está do lado de fora praguejando aos quatro ventos. Alice mantém a calma enquanto liga o carro e acelera cantando pneu.

Ela da ré e então o homem se joga em cima do para-brisa, eu imaginei que ela fosse parar por medo de machucá-lo, mas ao contrário ela acelera ainda mais fazendo-o desistir caindo no chão. Ela pega a estrada sem reduzir a velocidade, olho para trás e vejo o homem desesperado ao telefone.

– Meu coração está acelerado! – Ela diz rindo.

– Você é uma ótima ladra Alice. – Eu a elogio.

Ela sorri com meu comentário e se vira para me olhar. Ela fica tão sexy enquanto dirige daquela maneira demonstrando tanta confiança. Com certeza ela era uma garota que tinha a aparência de um anjo, mas por dentro ela era uma garota em chamas.

– Nós somos uma ótima dupla Isabel! – Ela diz olhando dentro meus olhos.

O comentário dela meche comigo de uma maneira que não entendo, eu nunca me senti realmente conectada a ninguém, sempre trabalhei e vivi sozinha, mas essa garota se intrometeu na minha vida de uma maneira que não consigo mais afastá-la.

Ouço o som de sirenes atrás de nós e percebo que ela também. Ela se ajeita mais no banco segura o volante com confiança e olha para o horizonte. Vejo então que ela tem muito mais força do que qualquer outra pessoa, inclusive eu. Não sou eu que estou mantendo a vida dela a salvo é ela que vem me salvado de várias maneiras.

Eu a observo enquanto ela corre pela estrada. As sirenes soam atrás de nós e no nosso horizonte só existe o desconhecido, mas eu estou realmente feliz ao lado dela.

– Realmente fazemos a melhor dupla de todas.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam e se devo continuar hahaha
Nos vemos no próximo capítulo!



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