Assassinando um anjo escrita por imaginação caótica


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

É isso ai pessoal.



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Acordo com os beijos de Elisa. Lentamente esfrego os olhos me acostumando com a claridade do quarto. Ela já está vestida para trabalhar com seu terno bem passado exibindo aquele jeito elegante que só ela tem. Sorrio pra ela.

– Bom dia linda. – Eu sussurro em seu ouvido.

Ela me encara seriamente por dois segundos antes de cair na risada. Estar com ela até agora foi fácil, ela não cobrou demais de mim e nem me fez perguntas irritantes.

– Não sei de que você trabalha, mas eu sinto inveja de você por poder dormir até tarde. – Ela me provoca.

– Vem aqui vem? – Eu digo agarrando-a pela cintura.

Ela tenta se desvencilhar de mim, mas eu mantenho meu aperto ao seu redor firme até que ela cede. Eu a beijo com ferocidade, enquanto seu corpo se contorce embaixo do meu. Beijo seu pescoço sabendo que ela adora quando faço isso.

– Para! – Ela de repente diz – Eu sempre caio nesse seu joguinho Bels. E dessa vez vai ser diferente, você sabe que eu não quero isso pra minha vida, estou pronta para dar o próximo passo.

Suspiro pesadamente. Apesar de ser uma namorada incrível eu não me sinto preparada para morar junto com ela. Minha vida é complicada demais para trazê-la para dentro dessa roleta russa.

– Sinto muito Elisa. Eu não... Eu não posso te oferecer mais do que já temos. E o que temos é tão bom.

– Olha Isabel pode ser bom para você, mas para mim não. Eu vou embora, quando um dia você amadurecer, perceber que a vida está passando e que você não tem mais 17 anos você me procura. – Ela diz isso com o rosto banhado em lágrimas.

Meu primeiro instinto e pedir para ela ficar, mas eu tenho carinho demais por ela para submetê-la a isso, minha vida é perigosa demais e ficar com ela só seria coloca-la em perigo, coisa que não quero de jeito nenhum.

Escuto a porta da frente bater. E instantaneamente me sinto solitária, fiquei com Elisa mais tempo do que com qualquer outra pessoa, ela me aceitava com meus segredos e me amava apesar de tudo, eu tinha um carinho enorme por ela ter me ajudado tanto, mas mesmo ela sendo tão incrível nunca consegui amá-la da mesma maneira.

Levanto-me da cama e me visto de maneira mecânica, pego minha faca e a encaixo na parte de trás de minha calça, prendo meus cabelos pretos em um rabo de cavalo e me olho no espelho. Olheiras roxas rodeiam meus olhos demonstrando o quanto de dificuldade eu tive para pegar no sono noite passada.

Mais uma vez pego a ficha de Alice para traçar o melhor plano para me aproximar dela, analiso todos os seus horários e hábitos para que eu a pegue desprevenida e sozinha. Sinto-me um monstro por estar traçando estratégias para matar uma garotinha tão frágil. Escolho esperar por ela após sua aula, segundo as informações que Lucas me passou ela normalmente vai sozinha até sua casa por um caminho deserto, dando-me oportunidade de me aproximar sorrateiramente e esfaqueá-la. Calço minhas botas e vejo que está quase na hora dela sair da aula. Corro.

Ao chegar ao local designado encosto-me em uma árvore que fica próximo da porta, acendo um cigarro e espero.

POV ALICE

Finalmente o professor dá a aula por encerrada, meu estômago ronca de fome enquanto me dirijo porta afora. Todas as minhas amigas resolveram faltar e eu fiquei sozinha durante toda a aula o que me obriga a ir embora completamente só.

Assim que saio porta afora avisto uma mulher toda de negro encostada a uma árvore, uma brisa bate em meus cabelos deixando-os bagunçados, paro alguns segundos para ajeitá-los enquanto reparo mais atentamente naquela mulher que nunca vi ali antes, não consigo saber pra onde ela está olhando, pois está de óculos escuros, mas uma sensação estranha me enche o peito, ao mesmo tempo em que aquela mulher me causa medo ela me atrai de alguma maneira.

Fico observando por vários instantes até que me dou conta que estou parada no meio da porta atrapalhando os outros alunos passarem. Ergo a cabeça e sigo a pé pelo caminho que estou sempre acostumada, passo por ela que olha para o outro lado, parece que ela evita olhar na minha direção de propósito. Continuo meu caminho, mas eu olho para trás me lembrando das recomendações do meu pai, e então percebo que ela me segue, apresso o passo a ponto de quase correr.

Observo-a mais uma vez e vejo que ela também está andando mais rápido, meu coração começa a acelerar. Desvio minha rota quando chego perto dos blocos dos apartamentos, escondo-me atrás de uma árvore e tento controlar a respiração. Aguardo alguns minutos para ter certeza de que ela foi embora. Após o que me parece uma eternidade sem ela aparecer resolvo sair de trás da árvore, olho ao redor e não vejo ninguém. E então ergo os meus olhos e a vejo, sem óculos dessa vez consigo enxergar o profundo tom negro em seu olhar. E em sua mão uma faca apontada para mim.

Não sei o que irei fazer. Estou ferrada.

POV Isabel

Seus olhos verdes estão arregalados e carregados de medo, percebo que ela treme da cabeça aos pés. Minha vontade é dizer para ela correr e se esconder, mas eu sei que ou é a vida dela ou a minha. E se eu não fizer outro virá fazer meu trabalho, e sabe se lá quais maldades poderá fazer com ela antes de matá-la. Eu farei isso de forma rápida e limpa.

Empunho a faca com mais força e me preparo para golpeá-la. Estou quase encontrando meu alvo, quando ela segura meu braço e o torce para trás com uma força que eu não esperava de uma garota tão pequena. Não sei como isso aconteceu, mas ela consegue me desarmar. E coloca a faca em meu pescoço, enquanto mantém meu braço dobrado para trás.

Ela afasta um pouco a faca.

– Que merda você quer? – Ela rosna para mim.

Não consigo entender como alguém que aparenta ser tão doce pode ter uma voz tão forte e imponente.

–Calma, solta a faca e vamos conversar. – Peço gentilmente.

– Segundos atrás vocês não queria conversar, não sei por qual motivo eu lhe daria essa honra. Eu deveria cortar o seu pescoço agora mesmo. – Ela grunhe.

Tento me acalmar. Seguro seus braços e a passo por cima das minhas costas jogando-a no chão, prendo-a no com minhas pernas. Ela não demonstra medo, somente raiva e me fulmina com o olhar.

– Sai de cima de mim sua puta! – Ela grita.

Rio com o xingamento dela. Com certeza essa garota tem mais coragem do que todos os marmanjos que já fui designada para eliminar. Eu a olho nos olhos e vejo a fúria borbulhando dentro dela, ela não entendia o motivo de eu tentar mata-la e queria me ferir por tentar. Nada de medo.

– Tudo bem! – Digo erguendo as mãos em sinal de redenção.

Ele se levanta e ajeita as roupas e se aproxima de mim me encarando.

– Qual é a sua? Que merda foi essa? – Ela praticamente cospe cada palavra.

– Olha, eu sei que vai parecer bem estranho, mas vamos sair pra comer algo pra eu poder te explicar tudo. – Eu a convido com a intenção de realmente dizer tudo que aconteceu.

Ela me analisa por alguns instantes e então sua expressão se ameniza.

– Nossa tudo isso pra me convidar para sair, que estranho. – Ela diz e ri da própria piada.

E ao ouvir o som da sua risada eu me lembro automaticamente das fotos dela, realmente eu nunca vi sorriso mais verdadeiro na minha vida, ela ri com a alma e isso por algum motivo me faz decidir que não posso matá-la.


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Notas finais do capítulo

Me digam se devo continuar ou não.
Beijos.



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