Assassinando um anjo escrita por imaginação caótica


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII
Me perdoem a demora



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Isabel

Os olhos de Alice estão fechados e canos de diversos tipos estão ligados ao seu corpo. Toda a equipe médica mantém certa distância de mim, creio que por medo que eu volte a ameaça-los e eu não os culpo, ao contrário isso só me faz acreditar na sanidade mental deles.

Saio do quarto onde ela está, graças a Deus ela já conseguiu sair da UTI. Duas semanas se passaram desde o dia em que ela foi baleada, nesse tempo os médicos preferiram mantê-la sedada. Dois dias atrás um médico conversou comigo e esclareceu que eles não chamaram a polícia porque aquele hospital não estava com uma situação regular, agradeci mentalmente por isso porque se a polícia se envolvesse tudo se tornaria mais difícil.

Vou até a lanchonete onde a atendente, Dona Lúcia uma senhora de uns sessenta anos, já me conhece e já sabe o meu pedido de todos os dias: café preto e pão fresco.

– Bom dia como está sua namorada hoje? – Ela me pergunta.

– Ela não é minha namorada dona Lúcia. – Explico como se fosse óbvio.

– Eu acredito que quando ela acordar ela vai acabar sendo sua esposa.

Engasgo-me com o café e acabo sujando o balcão. Dona Lúcia cai na risada e finge não ter dito nada demais. Será que é isso que todos pensam que somos? Namoradas?

O que nós somos realmente? Nem eu poderia definir isto. Balanço a cabeça para afastar aqueles pensamentos indesejáveis e termino rapidamente meu café. Logo após isso retomo o meu caminho para o meu posto: ao lado da cama de Alice.

Estranhamente não tenho tido nenhuma notícia de Sr. Mendes por esses dias, acredito eu que isso se deva a Lucas. Eu realmente devo agradecê-lo se algum dia tiver esta oportunidade. Na volta para o quarto não tomo o devido cuidado que deveria pois já estou acostumada com o caminho, então surpreendo-me ao bater em um corpo encostado na porta de Alice.

Meu primeiro instinto é sacar minha pistola, no entanto algo me faz parar. Reconheço o pai de Alice e o mais estranho é que lágrimas banham seus olhos.

– O que você está fazendo aqui? – Rosno.

– A mesma pergunta vale pra você. – Ele rebate.

Antes que eu possa emitir mais algum som ele entra e ajoelha-se ao lado de Alice. Eu poderia sentir um pingo de piedade se não fosse total a culpa dele ela se encontrar nesse estado, lentamente me aproximo com a arma mais uma vez erguida, ele ainda a observa e a dor está exposta em seu olhar ferido.

Ele vira seu rosto para mim e sussurra:

– Isabel fique longe de Alice, você não consegue protege-la obviamente.

As palavras dele são como um tapa em minha face, raiva ferve dentro de mim. Eu não poderia discordar dele, um peso enorme se abate sobre minhas costas e então e me lembro da cena de Alice fugindo ao meu lado da polícia, seu olhar determinado invade minha mente, suas mãos seguras no volante e um sorriso travesso em seus lábios.

– Se o senhor realmente conhecesse a filha que tem saberia que ela não precisa de proteção. E a culpa disso tudo é sua não é? Quando eu recebi esse caso a frase que eu ouvi foi “ mate a menina para atingir o pai dela”. Sabe acho que eles lhe subestimaram você é bem capaz de viver sem ela diferente de mim.

Antes que eu perceba o que disse as palavras já haviam saído de minha boca eu não me arrependia de tê-las dito.

– SAIA DAQUI E DEIXE MINHA FILHA! – Ele grita.

Antes que eu possa perceber sinto o punho dele indo de encontro com meu rosto a dor se espalhando pelo local, ergo-me com ódio e aponto a pistola frente a ele, sem que eu perceba meus instintos de assassina começam a emergir da escuridão que Alice tinha conseguido acalmar, parece que quanto mais tempo ela passa desacordada mais eu volto a me perder.

Destravo o gatilho preparando-me para atirar ele finalmente percebe o que acontece e seus olhos se arregalam com o pavor.

– Você não seria capaz. – Ele diz.

– Você não sabe do que sou ou não capaz.

Antes que eu possa provar o quão cruel posso ser sou interrompida, pelo bip que uma das máquinas que estão conectadas á Alice começa a fazer. Meu cérebro demora cerca de dois segundos somente pra captar o que está acontecendo.

Grito por socorro e dentro de mais alguns segundos médicos e enfermeiras entram correndo dentro do quarto, um deles me empurra e o pai de Alice é jogado porta afora comigo.

Uma parada cardíaca é isso que está acontecendo, e a culpa é nossa por tê-la submetido a um ambiente tão desolador, dentro de mim eu sempre soube que eu seria a perdição da garota que eu ao invés de salvá-la iria corrompe-la de mil maneiras diferentes.

Limpo as lágrimas em meu rosto, ergo minha cabeça e decido que já cansei de esperar que venham me encontrar. Se tem uma coisa para qual o Sr. Mendes serviu foi para me transformar em uma caçadora. E o que caçadores fazem se não caçar?

– Diga a Alice quando acordar que eu a amo.

Antes que possa ouvir sua resposta viro-me colocando a mochila nas costas, na saída deixo uma quantia para Dona Lúcia para que ela mantenha-me informada sobre a situação de Alice, pego seu número e digo que a cada dia ligarei de números diferentes.

Confiarei no pai de Alice para que ele a mantenha segura enquanto eu estiver fora, sei que é uma faca de dois gumes confiar em um traficante, mas eu não tenho escolha, tenho que terminar isso. Fui contratada pra matar alguém e é isso que farei, só não a vítima certa.

ALICE

A maior parte do tempo eu escuto o que as outras pessoas dizem ao meu redor, no entanto, por culpa dos remédios não consigo me mover, ou emitir qualquer som.

Sinto bastante sede só não consigo pedir por água. O tempo todo ouço Isabel andando de um lado para outro, ela sempre pensa que sou tão frágil. Acho que tive uma parada cardíaca uns dois dias atrás e desde então tenho me sentido menos sedada. Acho que aos poucos vou voltar a me mover e quem sabe até falar?

Não sei, tudo está muito confuso agora. Não ouço mais Isabel por perto, isso me assusta mais do que gostaria de admitir.

Caio mais uma vez no sono profundo.

Raios de sol penetram pela janela, aperto os olhos e pela primeira vez em não sei quanto tempo consigo abri-los. O teto branco me encara de volta e sorrio ao saber que consigo abrir os olhos novamente.

De repente o rosto de meu pai toma toda minha visão e surpreendo-me ao ficar feliz por vê-lo.

– Aonde está Isabel?- É a primeira coisa que pergunto.

Sua expressão endurece e ele contrai as sobrancelhas.

– Ela se foi Alice, sem olhar para trás.

Mil facadas em mim teriam doído menos do que aquelas palavras que ele disse, por um instante preferia não ter acordado.

– Deixe-me sozinha, pai.

Ele sai do quarto deixando-me ali com meus pensamentos, tento refazer todos os nossos passos no último dia que estivemos juntas e nada me faz acredita no que meu pai diz. Alguns dias ou meses atrás eu confiaria cegamente nele, mas eu já não era mais a mesma.

Antes de pensar no que faria levanto-me da cama arrancando todos o tubos de soro que estavam em meus braços, o sangue escorre quente em minha pele e estranhamente isso me agrada. Coloco a jaqueta de meu pai e escrevo-lhe um bilhete:

O senhor não me engana,

Beijinhos da sua filha que te ama

Deixo em cima da cama e começo a escalar a janela, se Isabel acha que pode se livrar de mim ela está completamente enganada, eu irei encontrá-la e algo me diz que ela vai precisar de minha ajuda.


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Notas finais do capítulo

Então pessoas eu quero pedir um milhão de desculpas pela demora.
Eu poderia dar um milhão de desculpas, mas a verdade é que...
Eu sou tão incompetente que não tinha o que escrever kkkkk
Eu quero agradece a quem me mandou mensagem vocês não sabem o quanto fiquei feliz, como desculpa irei postar um capítulo até sábado e isso é uma promessa de dedinho.
PS. Se encontrarem erros me avisem.
E espero que o natal e o ano novo de vocês tenha sido maravilhoso



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