Amor De Verão Nunca Foi Clichê escrita por Dorothy Bass


Capítulo 8
Formar grupos, coisa e tal.


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIII GENTE MARAVILHOSA! Como vão vocês? Fiquei tão feliz pelo número de leitores que se manifestaram nos reviews do capítulo anterior que estou vomitando arco-íris, sério! Como eu amo quando vocês falam comigo!!
ESSE CAP FOI MEIO PARADINHO MAS NÃO DESISTAM DE MIM, O PRÓXIMO VAI SER 10000X MELHOR.
Espero que gostem e mil beijinhos!



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Capítulo sete:

POV Sophie Holt

Eu não estaria sendo eu mesma se, além de acabar me perdendo no meio do mato, ainda não tropeçasse, caísse de joelhos na lama e me apoiasse em um formigueiro para tentar me levantar. Não, não seria Sophie Holt. Porque a verdadeira Sophie Holt sempre dá um jeito de se ferrar. Como aquela vez em uma festa de aniversário... Uma inocente festa de criança. Fui acompanhar minha prima no pula-pula e acabei furando o brinquedo sabe-se lá como, acabando com a diversão de mais de 30 muppets doidos por alegria e, pelo que eu vi, pula-pulas.

Tive tempo de pensar no sentido na minha vida (e chorar), em como podiam aqueles balões grandes voarem sem acabarem queimados (e chorar), como tem gente que gosta de jiló (e chorar), e ainda consegui um tempinho extra para xingar Anthony Hoffman de todos os nomes feios existentes (chorando). Até que, finalmente, recebi um sinal de civilização: vozes. E eu nunca fiquei tão feliz na minha vida (não me julgue, você não sabe como é pensar que vai morrer perdido na floresta comido por animais nojentos).

Fui caminhando vagarosamente (vai que era um grupo de estupradores acampando) em direção àqueles lindos sinais de sobrevivência que meus ouvidos estavam recebendo, quando consegui ver a luz baixa da maldita fogueira.

Dirigi-me até lá batendo os pés e meus olhos automaticamente procuraram pelo Anthony. Ele estava lá, com aquela cara de sem cérebro de sempre, falando com o Daniel sobre sei lá o que. Daniel arregalou os olhos quando me viu, e alguns segundos depois Anthony virou-se para mim. Eu riria da expressão engraçada que estava no rosto dele - uma mistura de surpresa, felicidade e não sei mais o que - se não estivesse tão puta da vida pela situação em que ele havia me colocado. Ele merecia uma punição, qualquer coisa!

Olhei para o chão à procura de algum pedaço de madeira consideravelmente grande, e lá estava minha arma perfeita. Peguei-a rapidamente enquanto ele vinha em minha direção com um sorriso no rosto - e aquelas malditas covinhas à mostra - só esperando que ele chegasse mais perto para que eu pudesse dar uma "madeirada" das boas nele. O negócio é que, quando ele chegou perto de mim, pegou em meu punho e me impediu de bater nele, me dando um abraço logo depois. Um abraço apertado... Bem apertado.

E eu paralisei.

Endureci o corpo e fiquei ali, quase aconchegada no peito quente de Anthony Hoffman.

– Eu realmente não queria ser padre! Que bom que você tá viva! – padre? Oi? Eu perdi alguma coisa?

– Seu filho da mãe! O que pensa que está fazendo? Me abraçando? Depois de tentar me matar! Ousadia demais a sua, você não acha não? Como foi me deixar sozinha no meio do mato? Você é um psicopata! – explodi quando recuperei minha consciência - que tinha ficado perdida por alguns segundos no meio daquele abraço esquisito - e pisei forte no pé machucado dele. E ele começou a gargalhar. Tipo, quê?!

Ver ele rindo me irritou tanto, que eu tomei uma medida extrema e fiz o que eu devia ter feito cinco anos atrás quando passei pelo inferno aqui nesse acampamento: acertei a tora nas bolas dele, que caiu no chão e começou a gemer.

Helena veio em minha direção e me deu um abraço enquanto eu sorria vitoriosa. Logo me puxou pelo punho e começamos a andar em direção aos dormitórios em meio a zilhões de perguntas que ela me fazia quanto ao meu estado físico e mental, e eu tive que explicar mil vezes que estava bem e que era impossível, em algumas horinhas, eu ter enlouquecido a ponto de pegar uma planta pra me acompanhar e chama-la de Wilson.

Chegamos no dormitório e eu fui tomar banho para ir dormir logo. Eu nunca deveria ter saído daquela cama.

***

No dia seguinte, as atividades do acampamento começaram. Todo mundo acordou cedo com os monitores entrando no quarto tocando violão (ou quase tocando violão, não sei se quase estourar as cordas é exatamente tocar) e batendo nas paredes e na porta. Minha cara ao ser acordada daquele modo tão delicado estava tão linda que Helena deu um pulo quando me viu e me chamou de Emily Rose. "Valeu, adoro acordar com a auto-estima lá em cima", pensei enquanto me arrastava para o banheiro.

Menos de vinte minutos depois já estávamos todos no refeitório pegando a fila pra "comer". Entre aspas porque, pelo que eu me lembrava, as bolachas eram moles e o pão, duro. E o leite tinha aquela nata nojenta - desculpa, eu acho muito nojento - boiando. Nada agradável.

E bom, a comida do café não tinha mudado muito... mas pelo menos agora os pães eram frescos. Um grande avanço, Senhor Hoffman, parabéns.

Depois, fomos para o campo de futebol e um monitor baixinho que usava óculos fundo de garrafa subiu no muro para falar sobre os grupos. Eles iam nos dividir em seis grupos para fazer as atividades e blá blá blá, nada ali interessava muito pra mim, já que eu já sabia que ia magicamente acabar no time de Anthony pra ser a babá dele.

Dito e feito, logo estava eu, Anthony e mais doze pessoas - incluindo quatro crianças - reunidas. E aquele seria meu grupo até o fim das férias. Que maravilha. Ê.

Para a minha sorte, aquela menina oriental - que eu descobri, chamava Rosie - tinha ido parar no meu time, e Frederick também. Até aí estaria tudo bem, se o cabeça de vento não tivesse lá. Por quê, Sophie? Por que você foi ferrar o pé dele?!

– Seguinte galera, a gente precisa de um nome pro nosso time. E eu acho que devia ser "Hoffman". – Anthony falou, fazendo uma pose de galã. Um garoto alto e forte demais que estava ao lado dele deu um tapa em sua nuca, me fazendo rir. – Já que você tá rindo aí, que tal dar uma sugestão? – Anthony perguntou olhando para mim com os olhos semicerrados.

– Eu voto em "Xavantes". – Frederick se pronunciou antes que eu pudesse responder, e todos o encararam com uma cara meio "quê?" – É uma tribo indígena brasileira. – completou, um pouco tímido. Garoto inteligente é outro nível, né. O Anthony bem que podia aprender com ele.

– Eu apoio. – falei, encarando Anthony com um sorriso orgulhoso. E mais algumas pessoas se disseram a favor do nome.

– Tá bom, tá bom. Mas só queria dizer que "Hoffman" vai intimidar muito mais os outros times.

– Você tem sorte que o Frederick ajuda a manter a honra desse sobrenome em pé. – falei, dessa vez baixinho, fazendo a menina oriental rir.

– E aí galera, escolheram o nome já? – um monitor loiro que estava usando uma tiara rosa com dois pompons pendurados nela falou quando chegou na nossa rodinha.

– Vai ser Xavantes. – respondi.

– Beleza, Xavantes. Vamos começar a primeira atividade, então, ok? Vocês vão andar em duplas ou trios pelo acampamento procurando pelos monitores escondidos. Cada um vai ter uma cor de tinta, e vocês tem que pegar todas essas cores. No final, o time que tiver mais cores ganha pizza no jantar.

– Fácil assim? – Rosie perguntou.

– Não tão fácil... Alguns monitores vão estar andando por aí com a tinta preta. A cada tinta preta que ele passa em você, uma cor é anulada. E você tem que ir pegar a cor perdida novamente. Então fujam dos monitores de preto, falou? O jogo começa quando o rojão tocar, então se separem e preparem pra correr. – disse, e saiu dali. Uma movimentação de pessoas combinando duplas e trios começou. Vi Frederick vindo em minha direção, mas ele parou quando Anthony apareceu ao meu lado e pegou de leve em meu punho.

– Você é minha dupla. – falou calmamente enquanto observava as formações.

Ele parecia estar genuinamente feliz observando aquilo tudo. Talvez gostasse mesmo daquela coisa toda de acampamento.

Sua expressão de alegria não durou muito tempo... De repente, seu olhar virou uma mistura de apreensão com raiva e pena. Segui seu olhar e vi uma menininha parada ao lado das outras três crianças, que estavam de mãos dadas, com seu trio já formado. Anthony saiu do meu lado e foi falar com ela, trazendo-a para junto de mim um tempinho depois.

– Ela vai fazer trio com a gente, tá? – perguntou baixo, chegando a boca mais perto do meu ouvido.

Anthony Hoffman se preocupando com a menininha excluída? O mundo dá voltas mesmo, hein...

– Que? – me perguntou, confuso. Ai meu Deus, eu tinha falado aquilo em voz alta.

– Não é nada não. Tudo bem pra mim. – dei de ombros.

– Se prepara pra fazer alguns desafios. – Anthony falou, divertido.

– Desafios?

– É... Ou você pensou que os monitores vão te dar a cor de graça, sem pedir nada em troca? – fiz uma cara horrorizada, que fez Anthony abrir um sorriso leve.

E assim que o rojão estourou, lá estava eu, correndo com um manco e uma criança pelo acampamento, procurando por alguém que ia me pintar de alguma cor qualquer, e olhando em volta pra evitar dar de cara com um monitor vestido de preto. O que a gente não faz por uma pizza no jantar?!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Cara, como eu sofri pra escrever esse capítulo haha tudo pra postar o mais rápido possível pra vocês. Mandem por review o que acharam, se acharam chato, legal, se estão curiosos, se não estão, se querem comer cookie de jantar pra sempre, qualquer coisinha!
Beijsss



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