The price of evil escrita por yourbestnightmare


Capítulo 5
5




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– O que foi isso? – Perguntou-me em um sussurro depois que ouvimos sua avó se retirar para uma sala que havia no lugar.

– Não faço ideia. – Sei que essa resposta não ajudava muito, mas era a única coisa que eu poderia formular para dizer naquele momento.

– Então as lendas eram... – Pausou engolindo em seco. – verdadeiras?

– Ao que parece... – Minha voz que já era baixa se transformou em um sussurro quase inadiável, mas que mesmo assim ecoava no silencio da biblioteca. Sempre achei aquela quietude confortável, mas agora ela parecia estranhamente obscura.

– Sou a única que quer dar o fora daqui? – Neguei com a cabeça e me levantei, ela fez o mesmo e, ainda chocadas demais para pensar em qualquer coisa, saímos do lugar deixando-o sozinho com a velha. Acho que ninguém iria querer roubar uma biblioteca pública então não haveria problemas.

Andamos por um bom tempo em total silencio, cada uma perdida em seus próprios pensamentos confusos e atordoados.

– Vamos parar aqui? – Pedi quando chegamos em frente ao parque do dia anterior – que na verdade era meu destino inicial – e puxei ela pela mão antes que ela pudesse responder. Sentei no mesmo banco de antes e Brook sentou do meu lado, parecendo ansiosa para perguntar algo. – Algum problema? – Ela me olhou com descrença.

– Não, claro que não. Minha vó está sendo ameaçada por alguém que eu não consegui nem sequer ver quem era, mas está tudo bem. – Sua voz ia aumentando conforme ela ia falando. – Você realmente acha isso normal?

– Ultimamente eu não tenho sido muito boa em discernir o normal do estranho. – Falei e senti um sorriso sem humor brotar em meus lábios.

– Como assim? – Sua raiva havia sumido parcialmente, dando lugar a curiosidade que – nesses poucos minutos de convivência – notei ser muito comum para ela.

– O que acha de ir visitar minha casa? – Perguntei me sentindo incapaz de explicar para ela tudo o que estava acontecendo na minha vida. – Você vai entender. – Acrescentei quando ela me olhou confusa.

– Vamos lá. – Falou com um suspiro cansado. Guiei-a por todo caminho até minha casa ouvindo suas perguntas sobre o que eu quis dizer com a frase que tanto a intrigou. Ignorei todas elas e apenas disse que ela entenderia mais tarde.

Quando chegamos na minha casa ela me olhou boquiaberta. Não poderia dizer se a loira estava gostando ou não do que via, sua expressão não dizia muita coisa além de que ela estava surpresa.

– Bem vinda a fonte de meus pesadelos. – Murmurei e vi ela estremecer. Fui até a porta e a abri, dando espaço para que ela entrasse antes de mim. – Vamos para o quarto. – Chamei ignorando a expressão de surpresa de meus pais. A loira pronunciou um “Olá” educado enquanto subia as escadas, mas não falou mais nada depois disso.

Abri a porta do meu quarto e ouvi seu suspiro de admiração, tudo ali parecia surreal demais para ela.

– É incrível.

– Porque você nunca experimentou passar a noite aqui. Desde que me mudei para cá coisas estranhas vem acontecendo. Pesadelos macabros, água se transformando em sangue, outras pessoas aparecendo no meu espelho... pode escolher o que você quer ouvir primeiro. – Olhei seus olhos castanhos que estavam me encarando arregalados, ela provavelmente achava que eu era louca.

– É, depois do pouco que vi hoje... Tudo é possível. – Para minha surpresa ela me olhou com sinceridade estampada em seu rosto delicado e a partir daquele momento eu soube que havia arranjado uma amiga. Uma verdadeira amiga.

E quem sabe no final ela não acabe que nem a avó dela não é Lua? contando para a próxima vítima a história de como a melhor amiga dela foi morta. Estremeci violentamente ao pensar que isso poderia acontecer. Ao que parecia a história estava se repetindo, e eu era a vítima da vez.


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