The price of evil escrita por yourbestnightmare


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Bom, espero que gostem e comentem. Demorou um pouco mais para posta-lo do que o que eu havia previsto, foram dias corridos. Obrigados aos comentários do capítulo anterior, e aí está mais um.



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Corri alegre até a porta e – com um rangido sôfrego de madeira velha – consegui abri-la. Por dentro a casa era tão antiga quanto por fora. Acho que se aqueles móveis fossem do século XIX ainda seriam novos. Senti a poeira irritar meu nariz, ela estava presente em todos os lugares, no chão, nas escadas, nos moveis e até mesmo no teto.

A sala estava escura – resultado da sujeira nas janelas que tornava quase impossível qualquer tipo de claridade adentrar o cômodo -. O sofá era escuro e de um material que parecia ser um tipo de couro e posicionava-se em frente a uma lareira na qual podia-se ver as teias de aranha penduradas em seus cantos e contornando a lenha velha ainda presente ali. Ao lado da mesma também haviam duas poltronas grandes e fofas, do mesmo material do sofá e, no chão, um tapete que algum dia talvez tenha sido branco, com uma mesinha de madeira em cima dele.

Tentei ligar as luzes e só então percebi que as lâmpadas eram antigas demais para funcionarem. Suspirei e fui em direção do que eu julgava ser a cozinha. E era.

Aquele lugar parecia ainda mais imundo e antigo que a sala. Uma mesa de madeira de tamanho médio encontrava-se bem ao meio do cômodo. Havia algumas manchas cor vinho na superfície do móvel. Franzi o cenho e passei dois dedos por cima de uma delas notando que estava seca. Dei de ombros. Não iria ficar me preocupando com simples manchas.

Não havia nenhuma geladeira ou fogão elétrico, naquela cozinha medieval havia no máximo um fogão que ainda parecia funcionar a base de lenha. Saí do cômodo e fui em direção as escadas que levavam até o segundo andar.

Subi lentamente ainda com medo de que algum daqueles degraus se partissem e eu fosse parar lá em baixo de novo, só que dessa vez com uma perna quebrada. Quando terminei a subida vi que me encontrava em um extenso corredor de paredes sujas. Haviam cinco portas ali, mas apenas uma realmente me chamou atenção, a quarta porta: Era negra, com alguns pedaços de tinta descascados e uma maçaneta de ferro suja. Havia símbolos estranhos entalhados por toda a madeira mas estavam danificados demais para descobrir o que eram.

Fui até ela e coloquei minha mão hesitantemente sobre a maçaneta sentindo o metal frio contra minha pele – sensação que me fez arrepiar dos pés à cabeça. – e girei-a, abrindo a porta lentamente. Assim que entrei no cômodo minha boca se abriu em admiração. Era um quarto lindo. A cama de casal levemente maior que o normal encontrava-se encostada a uma parede e encoberta com um lençol de cetim negro e algumas almofadas brancas, ao lado dela havia uma mesinha e um grande tapete vermelho e felpudo. Um enorme guarda-roupas estava na parede oposta a cama, nas cores preto e branco.

Todos os móveis ali eram extremamente sofisticados e velhos, mas aparentemente bem conservados, apesar de toda aquela sujeira. Abri o guarda roupas só então tendo noção do quão grande ele realmente era.

Sim, aquele quarto definitivamente seria o meu.

– Sabia que iria gostar desse. – Ouvi uma voz vinda da porta e pulei de susto com isso. Olhei em direção a minha mãe ainda com a mão no coração, mas já sorrindo. – É seu. – Disse com aqueles olhos azuis me observando gentilmente. Minha mãe não se parecia nada comigo. Ela tinha cabelos loiros bem claros e uma boca fininha e delicada. A única coisa que eu havia herdado dela eram os meus olhos. Azuis absurdamente vivos.

– Obrigada mãe.

– Mas antes vamos arrumar tudo isso. – Ordenou e eu comecei a resmungar coisas que nem eu mesma conseguiria entender, mas parei assim que vi seu olhar assassino sobre mim. Levantei as mãos acima da cabeça como sinal de rendição.

– Calma, vou arrumar. – Ela assentiu e saiu do quarto indo para a sala. Fiz o mesmo depois de dar uma última olhada em meu futuro quarto.

Passaram-se horas e horas e nós continuávamos limpando. Não tinha percebido que essa casa era tão grande assim. Quando finalmente terminamos, minhas costas já estavam latejando. Mas, quando olhei ao redor me senti satisfeita. Tudo estava brilhando, desde os móveis de madeira até o corrimão de ferro das escadas. Mas ainda me perguntava como iriamos viver sem eletrodomésticos.

– Pelo menos tem água aqui? – perguntei com um leve deboche em minha voz. Não achava que haveria realmente água daquela casa estranha, e se houvesse seria extremamente gelada.

– Claro que sim! Pode ir tomar banho. Tem um banheiro em seu quarto.

Eu não lembrava de nenhum banheiro lá mas tudo bem, gostei da notícia de todo modo. Subi as escadas com o resto das forças que ainda existiam em meu corpo e abri a porta de meu quarto – agora limpo – e notei que realmente havia uma porta desconhecida ali.

Abri a mesma e dei de cara com uma banheira antiga e muito bonita. Toda branca e de um material que eu não saberia reconhecer. Enchi a banheira e me afundei naquela água sentindo ela em uma boa temperatura, o que me surpreendeu muito, devo dizer.

Fechei os olhos e relaxei, respirando fundo. Depois de alguns minutos comecei a me sentir estranhamente observada. Abri os olhos e observei meu arredor, parando na porta e encarando-a durante alguns segundos.

Nada aconteceu.

Fechei meus olhos novamente decidida a relaxar de verdade dessa vez e foi o que fiz. Até sentir algo extremamente gélido tocar em meu rosto, pareciam dedos.

Abri os olhos mais rapidamente dessa vez e minha garganta se apertou travando um grito. Os mesmos olhos amarelos encaravam-me com pupilas dilatadas e aquele sorriso macabro, repleto de dentes afiados.

Me encolhi no canto da banheira e aquela coisa escancarou a boca e veio em direção a meu rosto. Fechei os olhos e coloquei os braços em frente à minha face sentindo uma brisa gelada passar por eles. Abri os olhos e vi que estavam manchados com um liquido vermelho, assim como toda a banheira. Um estranho cheiro de ferrugem tomou conta do cômodo.

Sangue...

Mas não sentia dor em nenhum lugar do meu corpo. Aquele sangue não era meu. Me levantei rapidamente me afastando da banheira e vendo todo o meu corpo banhado com aquele liquido pegajoso.

Tentei de todos os modos gritar mas minha voz havia sumido. Fechei os olhos firmemente passando a toalha sobre meus braços e todo o meu corpo, com mais força que o necessário. Estava desesperada para tirar aquilo de mim. Quando abri os olhos não havia mais nem resquícios do episódio anterior. Estava tudo completamente limpo, mesmo eu.

Não havia sangue na toalha, o que denunciava que não havia sido isso que me limpou. Mas o que havia sido aquilo? Será que estava ficando louca? Deus, eu nem sequer sei o que pensar.


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