Cinderella - Larry Stylinson escrita por Its Real Crush


Capítulo 1
Kiss me, you fool.




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Styles estava incomodado, irritado e principalmente entediado. Malik entrava e saía de seu closet e ele pensava deitado em sua cama king size se não podia ter um amigo menos colorido. Zayn era o símbolo da homossexualidade, ele exalava o hormônio gay e deixava purpurina por onde passava, mesmo assim, Harry não o largaria por nada no mundo, mesmo este o levando escondido para boates gays ou treinos de natação para eventualmente ver Liam Payne treinando. Ele tinha um amigo, Louis Tomlinson, Harry o conhecia bem, visto que passava diversas tardes no ciber café que o garoto trabalhava, pedindo conselhos algumas vezes, recebendo sempre os melhores.

O árabe saltitava pelo quarto, dizendo ter que escolher sua fantasia. Ah, ainda tinha essa. Styles ainda não tinha imaginado nenhuma fantasia para usar esta noite, decidido a deixar Malik se divertir no parque de diversões que era seu quarto para ir ao café procurar mais um conselho. Ou somente ver o garoto que sempre esbarrava em alguma coisa com seu traseiro e corava depois.

Ele se levantou, dizendo que o garoto poderia pegar qualquer coisa que achasse bom e foi até o tão conhecido café, se sentando na mesma mesa de sempre e sorrindo ao ver o tão mencionado garoto se aproximar e sentar sobre sua mesa.

- Hya! - Ele sorriu batendo contra os lábios a caneta que estava sempre em sua mão, o bloquinho na outra. - Café ou conselho?

- Os dois. - Ele pediu, esfregando a nuca, como se aquilo fosse espantar suas preocupações.

Observou o mais baixo desfilar para atrás do seu balcão, voltando com duas xícaras brancas em poucos minutos e tirando o avental para ter liberdade de conversar com Styles. Seu chefe já sabia que esse cliente era único, Louis perdia minutos e às vezes horas só conversando com Harry e provavelmente já teria sido demitido por isso. Exceto se Harry fosse filho do maior empresário da cidade e sua empresa comprasse café o suficiente para criar uma represa.

- Família, universidade ou Chelsea? - Louis perguntou bebericando seu chá, Harry já havia percebido que ele não tomava café ou ficava agitado.

- Festa. O baile de Halloween da minha universidade é hoje, eu não tenho ideia de como ir. Eu sei que você provavelmente me vê como um palhaço, mas eu tenho que ir de alguma coisa que impressione a Chel. - Desabafou, pensando se deveria ou não ir. Ele não deveria deixar sua garota sozinha, apesar de desejar passar a noite no café somente conversando com o garoto.

- Não acha isso clichê? Quero dizer, você é o riquinho e ela a líder de torcida, isso é estúpido. Você deveria ir de príncipe pra finalizar esse ridículo filme da Disney. - Bufou revirando os olhos. Styles já podia imaginar o que viria em seguida. Ele chamaria o cacheado de "palhaço mimado", ia virar seu chá, colocar o avental e atender outra mesa. Ele já ia fazer isso se o mais alto não tivesse segurado seu pulso antes de colocar o avental.

- Por favor, você sabe que é o único que não me trata como alguém importante e sim como o imbecil que eu sou. - Murmurou com olhos pedintes, o outro bufando antes de se sentar novamente, cruzando os braços.

- Vai de príncipe, você ficaria lindo, se me permite dizer. - Sussurrou, logo levantando e fazendo exatamente o que Harry havia previsto.

[...]

Harry desejava ficar em casa. Ele desejava não estar ao lado de Malik que parecia uma garota histérica gritando o quanto Liam estava lindo vestido de Coringa e como suas fantasias combinavam, já que ele vestia o Batman. Harry desejava ter ignorado Chelsea há dois meses atrás para não estar com a garota vestida como uma vadia debaixo do seu braço, como "gatinha sensual". Ele desejava ter passado o resto da noite conversando com Tomlinson. Reparando como seus olhos brilham quando Harry fala dos seus trabalhos da faculdade. Reparando como seu sorriso é genuíno quando ouve Styles reclamar que Chelsea é uma vaca. Reparando como é delicado segurando a xícara antes de levar aos lábios finos, que ainda assim pareciam doces. Ele não devia pensar isso enquanto tinha uma garota seminua se esfregando nele, mas ele estava. Julgue-o por isso, ele realmente não dava a mínima.

Observou o Coringa passar por sua frente, seguido por um anjo loiro, Niall Horan. Quem o conhecia tinha certeza que era melhor ter ido vestido de demônio e não anjo, o garoto hiperativo que passava de ano no curso sabe Deus como. O loiro gritava "Ele chegou. Não acredito que ele veio." enquanto o mais alto ainda tentava adivinhar de quem falavam.

Seus olhos foram atraídos como imã para um garoto vestido em jeans brancos colados em seu corpo, com coxas tão grossas que podiam ser classificadas como femininas. A blusa branca com um blazer azul claro por cima e no rosto, uma máscara de mesma cor. Harry pediu para Chelsea dar uma volta, implorando para a garota o encontrar no banheiro em uma hora. Ele não queria a ver pelo resto da noite, mas uma hora era o suficiente para ele planejar um término. Styles estava enfeitiçado pela beleza daquele garoto. Ele podia jurar que nunca o tinha visto antes, mas como aquela era uma festa da universidade, ele devia estudar lá.

Agarrou o braço de Zayn, dando carta branca para o garoto finalmente ir atrás de quem queria há tanto tempo, observando o árabe ir saltitante até os três garotos no pé da escada no grande salão reservado pra festa.

- Ele é o Coringa, o outro é um anjo endiabrado, mas você? O que é? Provavelmente meu príncipe. - O cacheado tentou uma cantada, sendo mal sucedido ao receber uma gargalhada.

- Até quando não quer você sabe flertar melhor. Por favor, não tente isso nunca mais, Styles. - Harry se assustou pelo garoto saber seu nome, ele não costumava estranhar isso, já que muitos conheciam, mas esse garoto que ele nunca havia visto? Ele obviamente se surpreendeu.

- Onde está sua namorada? Aquela entojada já foi te trair? - Perguntou com um tom ácido e irônico, um sorriso debochado dançando em seu lindo rosto doce. Harry nunca havia desejado tanto tirar aquele pedaço de pano do seu rosto e descobrir quem era ali.

- Mandei ela sair assim que vi você. - Assumiu, sentindo seu braço ser puxado até o bar que estava montado ali.

O mais baixo pediu duas bebidas coloridas que Styles não quis ver o nome, mas bebeu junto com ele.

- Me fale de você. - Pediu.

- Tenho 20 anos, moro com minha mãe, meu irmão e minhas outras cinco irmãs, você me conhece muito bem e estou estranhando demais não ter me reconhecido ainda, mas como você é estúpido não vou ligar tanto para isso. Eu só sei que meus pés estão sambando nesse All Star que o Niall me fez usar já que eu só uso Vans ou Toms, mas não me culpe por eles serem tão confortáveis. - O mais baixo e mais velho desabafou tudo que não falava há meses. - E eu estou cansado de saber tudo da sua vida e você não saber ao menos minha idade. Seu bruto!

- Você sabe tudo de mim? C-como? - Styles estava assustado, mas ele não ligava se o garoto o conhecia, ele só queria o conhecer de volta.

- Cala a boca, essa noite eu falo. - Urrou fazendo um biquinho adorável. - Eu quero dançar. Já que a sua namorada idiota o trata como um cãozinho e você é apaixonado por ela, vou te tratar assim.

- Você é mais espertinho do que se é permitido. - Styles brincou, puxando o mais baixo para o meio da pista de dança, os olhos azuis refletindo no escuro eram a coisa mais linda que ele já vira na vida, podia jurar.

- Eu não ligo para o que você pensa essa noite, só essa noite. - Reclamou, espalmando as mãos contra a blusa branca rica em detalhes do mais alto. - A Disney deve estar odiando isso, não é? Eu mudei todo o enredo clichê e olha, somos dois príncipes dançando e prestes a se beijar. - Falou naturalmente como, se nada fosse sair do normal enquanto ele praticamente o convidava para um beijo. - Me beija, seu palhaço.

Não precisou pedir novamente antes de sentir os lábios finos com gosto de canela e álcool. Ele tinha gosto de canela e isso parecia o demônio agindo. Styles amava canela. Canela no café. Chiclete de canela. MilkShake com canela por cima. O destino devia estar brincando com a cara dele.

Os lábios eram finos, ágeis e firmes. Brincavam com a noção de espaço de Harry, com seu equilíbrio e sua decência, implorando para levar o garoto para um quarto. Foda-se se eles se conheceram há meia hora, ele juravaa estar apaixonado.

O mais baixo empurrou seu corpo para longe, separando o beijo que podia durar para sempre, se permitissem.

Ele já ia pedir por outro beijo, até ser arrastado para o lado de fora, para ter mais liberdade de aprofunda-lo sem ter alguém esbarrando ou incomodando. Duraram minutos talvez naquilo, o mais baixo separando novamente depois de algum tempo.

- S-são que horas? - Pediu quase sussurrando, os lábios tremendo pelo frio externo.

- Faltam cinco minutos para a meia-noite. - Respondeu logo, tentando voltar aos lábios experientes que retesaram, empurrando novamente para longe.

- Oh, merda. Eu realmente preciso ir. - Reclamou, dando meia volta tentando fugir de Harry. Se ele olhasse para trás poderia se perder novamente em seus lábios grossos e deliciosos.

- Qual seu nome? Como eu vou te achar? - Gritou de volta, tentando atrair de volta o mais baixo, quase choramingando pela falta de contato.

- Você descobre logo. A paixão está mais perto do que imagina, Hazzy. - Respondeu tentando fugir, inutilmente, dos braços que o prendiam, conseguindo logo depois de algum tempo.

Harry não queria deixar ele ir, ele queria ouvir mais do garoto, sentir mais dele. Ele estava se fodendo se alguém da universidade espalharia que ele beijava garotos. Ele era bi e não teria nada que pudessem fazer para mudar quem ele é. Ele até mesmo fez a tatuagem "I can't change" depois de conversar sobre isso com seu pai. Não é como se Robin fosse colocar o garoto para fora de casa, mas ele também não esperava isso, quer dizer, ele nunca demonstrou nada de acordo com sua visão um tanto antiquada das coisas. Brincava com carrinhos e não bonecas, via filmes de luta e não contos de fada, mas quando se é da sua identidade, não há circunstância que mude. Claro que garotas extremamente femininas já foram fãs de Tartarugas Ninjas assim como garotos extremamente masculinos já brincaram de salão de cabelo e ambos continuam sendo héteros ou não, sendo exatamente quem são e devem ser. É a sua identidade, não há nada o que fazer quanto a isso.

Mas ele não podia pensar nisso enquanto seu garoto ia embora. Era engraçado como ele já o classificava como seu garoto, ele sequer sabia seu nome, mas ele não podia o deixar ir. Tentou agarrar seu braço, falhando pelo mais velho estar correndo, mas notou uma pequena fita se enrolar no seu indicador, desfazendo o laço e deixando cair a máscara. O mais baixo estava de costas, Harry não pode ver seu rosto, mas segurou firma o pedaço de seda azul com cheiro de café e canela, tendo a certeza de que já havia o sentido antes.


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