Mary estava jogada na cama, doente e olhando o teto, prestes a piscar os olhos e não abri-los por muito tempo quando ouviu vozes estranhas.

“Oi? Visitas? Mas eu nem conheço ninguém direito e não avisei ninguém que estava doente”.

Toc, toc.

– Querida? Seus colegas de escola estão aqui pra vê-la – disse a voz de Anna através da porta.

– Podem entrar, tá aberto! – Mary disse um tanto chateada por não poder dormir por enquanto.

– Oh, são vocês, Bart e Lisa Simpson. – disse Mary se levantando quando os dois entraram.

– Você não parece muito doente – disse Bart, claramente desconcertado, pondo pra fora a primeira coisa que veio à cabeça.

Mary o encarou sem forças pra ficar com raiva ou aborrecida.

– Estou apenas enjoada agora, estava mais doente antes de ir ao médico. – Mary disse cansada.

– Mary, eu trouxe as anotações da aula de hoje conforme Krabapell pediu a Bart, tomei a liberdade de fazer algumas correções – disse Lisa entregando um pequeno bolo de folhas.

– Esperamos que melho- Lisa não terminou a frase, pois Andy entrou de patins e derrubou Lisa no chão enquanto Bart pulou rapidamente para o lado.

– Yeaaaaah – disse Andy após se recuperar da pancada que deu com o rosto na parede.

– Foi mal garota do cabelo espetado! – e foi embora de patins tão rápido como quando entrou.

“ANDY!!!” Gritou Anna lá em baixo após o som de algo se quebrando.

– Garotinho mais enérgico – disse Bart – já disse que gostei dele?

– Arrrrg! –resmungou Mary muito aborrecida – Me desculpem por isso... Oh, Lisa, você se machucou? – Mary se levantou pra ver o ferimento, cambaleou e voltou a sentar na cama.

Lisa analisou sua marca roxa na perna próxima ao calcanhar com alguns fios de sangue.

– Estou bem, eu acho, só dói um pouco.

– Lisa, o que houve??? – Anna apareceu na porta do quarto espantada – Não me diga que foi Andy?

– Dona, seu filho é radical – disse Bart rindo.

– Oh, meu Deus, vamos lavar este machucado e fazer um curativo – Anna disse sem dar tempo de resposta a Lisa, pegando-a pela mão para levá-la ao banheiro.

– Bart? – disse Mary quando ela e Bart ficaram sozinhos no quarto.

– Eu não sou comprometido, mas não tô na pista pra negócio, sinto muito. – falou Bart, que levou um leve soco de Mary.

– Babaca. Você não vai com a minha cara, garoto?

– Ein? Que é que eu fiz? – Bart disse enquanto Mary rolava os olhos.

– Bart, se não gosta de mim, não precisa se esforçar, eu entendo, muita gente não gosta de mim. Só não minta, por favor.

– Mentir? Eu nem cheguei a dizer nada, mulheres são muito loucas...

– Então porque você sempre fala comigo de forma tão grosseira?

– Porque eu não sou educado, sou péssimo com as palavras e você é bonit... Quer dizer...

– Oh... – Foi tudo o que Mary pôde dizer antes que Andy entrasse no quarto pra dizer :

– Mamãe mandou pedir desculpas. Hey, o que estão fazendo? Estão com umas caras muito estranhas. Vamos jogar racha cuca?

Mary tentou argumentar que estava doente, mas não estava com muita vontade de discutir com Andy, então Bart foi obrigado a jogar também, e posteriormente Lisa e até mesmo Anna entraram na brincadeira. Anna pegou o número de telefone dos Simpsons com Lisa e avisou que Bart e Lisa talvez se demorassem um pouco, pois estavam se divertindo com Mary e Andy, então começou uma conversa longa com Marge, e continuaram conversando até as sete da noite, quando as crianças foram embora.

– Hey, até que eles são legais – disse Andy a Mary – Lisa é bonita e Bart me ajuda a trapacear, hehe.

– Bem, nem eu imaginava que ficar jogando um joguinho didático de cartas e dados seria divertido.

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Nelson não ficou em casa naquela tarde. Preferiu vagar pelas ruas, olhando vitrines bonitas com coisas que não teria, tentando afastar o pensamento de uma mocinha de cabelos castanho-alourados com múltiplas presilhas coloridas.

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Millhouse ficou em casa aborrecido porque tinha marcado de andar com Bart pela cidade aquela tarde, mas foi completamente esquecido.

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Mary dormiu com um sorriso no rosto, feliz por ter tido alguma companhia que não seus pais e seu irmão. Não que ela não fosse grata a eles por tudo, mas às vezes sentia saudade daqueles velhos tempos do campo...

Pegou no sono sonhando com sua antiga vida, árdua mas feliz.