Corações Represados escrita por Glenda Brum de Oliveira


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Angustia, incertezas e suspense vão preencher esse capítulo. Está imperdível. Desculpa pelo sumiço. Estou fazendo muitas atividades ao mesmo tempo.



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– Ela aceitou calmamente? Deu tudo certo?

– Não foi calmo. Ela resistiu. Insistiu, mas no final acabou assinando a rescisão. Mas fiquei com a impressão que não é o fim.

– Espero que ela se conforme e nos deixe em paz.

– Isso é o que me preocupa, que ela nos deixe em paz.

– Você acredita que ela possa fazer alguma coisa além do que já fez?

– Não sei, meu amor. Mas fiquei com a impressão de que a veremos de novo. E que não será agradável. Não se preocupe. Vou acertar mais algumas coisas e depois de encontro no hospital pra almoçarmos juntos.

– Certo. Vou ficar te esperando.

William fez ligações, mandou e-mails e atendeu dois clientes em potencial. Quase não acreditou no relógio, quando viu a hora. Já passava longe do meio-dia. Saiu do escritório às pressas e ligou pra Beatriz o encontrar no estacionamento do hospital.

Beatriz despediu-se de Isadora, que já estava sonolenta por conta da medicação. E após avisar a enfermeira que estava saindo para almoçar foi para o estacionamento. Olhou em volta e não viu o carro. Acomodou-se num banco na lateral para aguardar. Estava olhando o celular quando sentiu-se sufocar com seu nariz sendo tapado e tudo começou a girar e a ficar escuro.

William estranhou que Beatriz não o aguardasse no estacionamento como havia pedido. Entrou e foi até o quarto da mãe e ficou mais surpreso ainda quando soube que ela já havia saído fazia mais de quinze minutos. Conversou com a enfermeira que confirmou a informação. Voltou ao estacionamento e olhou em todas as direções, mas não viu ninguém. Conversou com o vigilante que disse ter visto ela passar e depois sentar no banco ao lado das vagas de estacionamento. Tudo estava muito estranho. William foi até o banco indicado e angustiou-se de vez ao ver caídos no chão o celular e a bolsa de Beatriz.

Voltou correndo até a portaria e conversou novamente com o segurança. Resolveram chamar a polícia, pois acreditaram que algo muito errado havia acontecido. Quando a polícia chegou mostraram as ordens de restrição e William relatou que havia despedido a funcionária naquela manhã e que achava que ela pudesse estar se vingando.

A polícia expediu um alerta geral de suposto sequestro, já que não havia passado 24 horas ainda. E pela lei só seria considerado sequestro após esse período de tempo. Foram até o endereço que William lhes deu, mas não encontraram nada. O pequeno apartamento estava em desordem como se alguém houvesse saído às pressas.

William estava aflito. Sentia-se culpado. Devia ter sido mais cuidadoso, mas não imaginou que Evelyn pudesse fazer algo tão odioso. Seu medo era sobre o que ela poderia fazer com Beatriz. Durante o tempo em que trabalhou com Evelyn nunca percebeu esse lado psicopata dela. E nem tinha ideia do quanto ela podia ser perigosa.

Voltou até o novo escritório e pegou o relatório do investigador e releu com mais atenção. Ela era suspeita de assassinato, mas nada fora provado. As pistas levavam a ela, mas não houvera provas suficientes para incriminá-la. Resolveu ligar para o investigador e conversar. Colocou-o a par do que ocorrera e perguntou o que ele achava. O investigador tinha certeza da participação de Evelyn. E cria que ela podia ser bem violenta e machucar muito Beatriz antes de mata-la.

William sentiu calafrios ao pensar no que acabara de ouvir. Pediu a Deus que protegesse Beatriz e ajudasse a polícia a encontra-la antes do pior. Queria ajudar, mas não sabia o que mais podia fazer além do que estava fazendo. Procurou lembrar-se de algum detalhe que talvez tivesse deixado passar. Conversou com o porteiro do prédio da empresa e também com o porteiro do seu prédio. Gilbert viu Evelyn mais cedo. Ela fora até o prédio de novo. Queria falar com Beatriz e foi informada de que ela não se encontrava. Pelo horário em que ela estivera no prédio foi um pouco antes do sequestro.

Agora era oficial. As câmeras do hospital e de prédios próximos mostravam o sequestro. A polícia já tinha a confirmação de que carro ela usara e o rumo que tomara. Estavam naquele momento tentando refazer seu trajeto através de outras câmeras de segurança pela cidade. Ainda não tinham um endereço, mas sabiam o rumo que ela tomara.

A polícia colocou a foto de Evelyn em informes na TV, na internet. Também mostraram o carro em que ela havia fugido. A esperança é que alguém a tenha visto e faça uma denúncia. As saídas da cidade também receberam vigilância. Tudo era uma questão de tempo, agora.

Porém William não tinha certeza de que Beatriz tinha muito tempo ficando a mercê daquela louca. Sua angustia só crescia conforme o tempo passava. Voltou até o hospital. Sua mãe já devia estar acordada e estranhando a ausência deles. Conversou com o médico sobre contar para ela o que estava acontecendo e concordaram que seria muito estresse para ela naquele momento.

Entrou no quarto munido do melhor sorriso que conseguiu e fingiu estar tudo bem. Sua mãe perguntou por Beatriz e ele disse que havia dito para ela tirar a tarde de folga. Ele queria passar um tempinho com a mãe. A mãe estranhou, mas não questionou. Ele sentiu-se aliviado. Conversaram sobre sua viagem e seu trabalho em Dubai. Depois leu algumas poesias. E relembraram tempos de quando ele era criança. Por sorte ela ainda se sentia cansada e pegou no sono lá pelas dezessete horas. Ele deixou uma enfermeira com ela no quarto e do lado de fora havia um policial.

Saiu e foi até a delegacia ver como andavam as investigações. Não havia nenhuma novidade concreta. Apenas suposições. Resolveu passar no seu apartamento e ver com Gilbert se lembrava de mais alguma coisa ou se a maluca havia passado por lá novamente. Lá também não havia nada de novo.

Subiu até o apartamento de Beatriz, que agora também era seu. Suas coisas estavam ali. Não tinha a intenção de ficar longe dela. E agora poderia perde-la para sempre. Seus medos vieram todos a tona. E aquilo que se recusara a pensar desde que aquele pesadelo começara tomou conta de todo o seu ser. Sentia-se como se carregasse todo o mundo sobre os seus ombros. Jogou-se no sofá e fechou os olhos apertando e massageando a cabeça.

Seu pensamento voou para as lembranças dos momentos incríveis que passou com Beatriz. Amava tudo naquela mulher. A única que cativara seu coração. Não queria outra em sua vida. Enquanto seus pensamentos divagavam em suas lembranças a campainha tocou.

Achou estranho. Ninguém avisara da portaria que alguém estava subindo. Abriu a porta e encontrou Gilbert com uma expressão de terror no rosto. Ele segurava uma caixa nas mãos e a estendeu para William.

– É para o senhor! Ela ameaçou matá-la.

– Quem? A doida da Evelyn esteve aqui?

– Não senhor! Veio por um serviço de entrega. Dentro de uma outra caixa. Quando abri encontrei essa com um bilhete mandando lhe entregar essa o mais rápido possível se não ela morre.

– Senhor. Vou chamar a polícia.

– Já chamei. Eles estão vindo. Dei ordens para deixa-los subir assim que chegassem.

Nesse instante o elevador se abriu e o sargento responsável pelo caso avançou em passos largos cruzando o espaço até a porta do apartamento. Como ele estavam mais três homens. Dois carregavam malas pequenas. O sargento os apresentou como sendo da polícia forense. Eles já traziam a outra caixa que havia ficado na recepção. Todos entraram no apartamento e começaram a trabalhar.


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Notas finais do capítulo

Onde Beatriz está? o que vai acontecer? A polícia conseguirá salvá-la antes que algo terrível aconteça? Não percam a continuação. Prometo não demorar muito.



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