Corações Represados escrita por Glenda Brum de Oliveira


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Como é bom estar com a pessoa amada. Surpreendê-la, mimá-la. Mas é necessário cuidar para que seu amor e relacionamento possa permanecer seguro.



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Fazer amor com Beatriz seria descobrir um novo universo. Todas as sensações conhecidas tomavam uma nova dimensão quando estava com ela. Eram mais intensas e ao mesmo tempo o enchiam de uma paz. De um sentimento de que estava em casa. Para ela tudo era uma deliciosa novidade. Não se comparava a nenhum sentimento anterior. Tudo parecia mágico. Não queria esperar muito tempo para que ela fosse sua esposa. Tinha certeza de que ela era a pessoa certa para ele.

William tornava cada momento maravilhoso. Eles fizeram com que cada vez que estiveram juntos fosse incrível e marcante. Inesquecível.

— Estou morrendo de fome. Preciso tomar um banho. Foram muitas horas dentro de aviões.

— Ok! Seja rápido!

— Serei... a fome realmente está muito grande. – Ele saiu desaparecendo pela porta. E Beatriz foi para a cozinha e começou a tirar as coisas da geladeira.

E essa novidade deixou-a encantada. Mais alguns momentos mágicos. Era possível mais intimidade do que ela havia experimentado até ali. Preparou primeiro um suco de abacaxi com hortelã e gengibre. O gosto estava maravilhoso. Ela nem percebeu ele chegando. Levou um susto quando a abraçou por trás.

— Vou cozinhar pra você. E deixei quase tudo pronto.

— Você pensou em tudo, né? Então vamos comer aqui. Confesso que estava com preguiça de sair – Beatriz sorriu gostoso.

— Vem... você vai me ajudar.

— Ai, vou ter que trabalhar?

— Vai, mas prometo que será pouca coisa.

Na cozinha ela esquentou água no micro-ondas, enquanto tirava a massa que ela havia feito de manhã antes de sair, da geladeira. Pegou o molho que também estava pronto e reservou. Trocou a água pelo molho no micro-ondas. E colocou a massa pra cozinhar. Pediu que William arrumasse a mesa e foi preparar uma salada de folhas verdes com tomate seco e manga. Em meia hora estavam comendo.

— Nossa! Essa massa parece uma legítima massa italiana!

— É feita da mesma maneira. É uma legítima receita italiana.

— Parece que estou no lucro. Você é linda, uma secretária incrível e além de tudo, cozinha maravilhosamente bem.

— Exageraaado! – Os dois sorriram e conversaram longamente sobre vários assuntos referentes a viagem dele a Dubai. E sobre os novos clientes com quem ele fechou negócios.

— William e o que você pensa fazer em relação a Evelyn?

— A demissão dela está pronta. Passei na empresa em Nova York, peguei o contrato dela e passei pro advogado. Pedi que resolvesse tudo o que era necessário pra manda-la embora. Vou ter que pagar uma multa, mas como o contrato estava quase no final, a multa cai pela metade. Na segunda, vou conversar com ela e entregar a papelada de rescisão. Ela vai espernear, mas não tem como continuar.

— Ela sempre foi descontrolada do jeito que se mostrou nesses dias?

— Não. Mas ela nos últimos tempos assumiu uma postura como se fosse minha dona. A cada semana e mês que passava, por conta da correria e da quantidade de clientes que crescia, acabei deixando muitas decisões e tarefas nas mãos dela. Foi meu erro.

— Ela aqui, passou dos limites.

A noite terminou com namoro na frente da lareira. William entregou alguns presentes que havia trazido para ela. Lenços de seda e uma túnica no estilo árabe. E numa caixa delicada havia dois conjuntos de camisolas em seda pura com renda e bordados feitos a mão. Uma branca com detalhes em delicados ramos de pequenas rosinhas suavemente coloridas. A outra era preta com bordados arrojados em fios prata. Ele entregou a caixa dizendo que era pro casamento. Tudo muito delicado e de bom gosto. Ela ficou encantada com tudo. O que a deixou mais encantada foi o fato de que ele pensou nela, saiu pra procurar e escolher aquilo tudo. Seus olhos brilhavam de pura alegria.

Ele não sabia se acertaria no tamanho, na cor ou no estilo, mas escolheu aquilo que achou parecido com ela. Quando comprou, imaginou como ela ficaria em cada peça. O que desejava  era poder leva-la junto e poder comprar muito mais. Queria mimá-la o máximo que pudesse. E se possível, não ficar mais tanto tempo longe dela, como nessa semana. Mas talvez ainda precisasse se distanciar dela mais uma vez. Tinha que encerrar sua ligação profissional com Evelyn. E esperava que ela se desencantasse também.

Quando ele a contratou porque não dava mais conta do serviço sozinho, ela havia sido uma ajuda imensa. Organizava sua agenda, pagava as contas, selecionava o pessoal que passou a trabalhar na empresa. Ele pode se dedicar quase exclusivamente a parte de criação e atendimento aos clientes.

Numa noite, após a comemoração do negócio com o cliente de Dubai que estava atendendo agora, acabaram ficando juntos. Foi uma única noite, mas ela passou a se sentir com maiores direitos sobre ele, como se fosse sua esposa ou noiva. Não sabia dizer. Resolveu contar tudo isso para Beatriz. Não era algo legal. Agira de forma errada. Não costumava ser leviano ao se relacionar com as mulheres. Havia sido um erro produzido pelo cansaço e o abuso de bebida. Que agora lhe rendia muitos problemas.

Além da multa estava lhe dando uma participação nos lucros dos últimos negócios feitos. Tudo estava documentado porque não sabia o que esperar diante dos últimos acontecimentos.

No domingo passaram o fim da manhã com a Isadora no hospital. Depois ele a levou para almoçar num restaurante italiano nos arredores da cidade. E passaram a tarde num parque. Ele tinha pedido para a confeitaria preparar uma cesta de piquenique. Entre uvas, biscoitos deliciosos, bolo e suco, as horas passaram muito depressa.  No fim do dia passaram mais uma vez no hospital e depois foram para o cinema.

Nem pensar em se separar no final daquele dia. Parecia normal aquele companheirismo.  Havia um entendimento como se estivesse juntos há muito tempo. Dividiam as tarefas e tudo parecia estar muito certo e no lugar.

Na segunda cedo telefonou para Evelyn e marcou para conversarem no novo escritório. Seria uma conversa difícil, mas que não podia esperar. Tinha angústia em pensar que essa história podia acabar mal. Precisava resolvê-la rapidamente.

Depois do desjejum, terminaram de se arrumar e foram para o hospital. Isadora já estava acordada e resmungando que queria voltar para sua casa. William  conversou uns vinte minutos e saiu para sua reunião com Evelyn. Beijou as duas e saiu. Beatriz foi inquirida a contar tudo nos mínimos detalhes. Isadora estava curiosa. Queria saber porque ela estava ali e não no trabalho. Como eles se entenderam. E por aí vai. O papo seguiu animado por mais de duas horas. Até que ela se cansou e resolveu tirar um cochilo. Estava animada com as novidades. Adormeceu com um sorriso feliz nos lábios.

Beatriz se envolveu tanto na conversa com sua querida amiga que não parou para pensar na conversa que William tinha tido ou estava tendo com a Evelyn. Agora que estava sozinha com seus pensamentos não conseguia ficar sem sentir um frio na espinha. Tinha certeza de que aquela mulher era capaz de qualquer coisa. Esperava que tudo terminasse bem. Tentou concentrar-se no seu livro, mas não conseguiu sair do parágrafo em que havia parado na quinta-feira.

No escritório William não precisou esperar por Evelyn. Antes da hora marcada ela já havia chegado. E como se nada houvesse acontecido se atirou em Wiliam, que a afastou antes que ela tivesse sucesso na sua intenção de o abraçar e beijar.

— Evelyn, precisamos conversar seriamente.


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Notas finais do capítulo

Tentar proteger nosso amor. Tomar providências para que ele esteja seguro não significa que isso acontecerá. Qual o resultado da conversa ente William e Evelyn? Ela aceitará pacificamente esse rompimento profissional e pessoal pacificamente?



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