As Crônicas do Destino escrita por Ninah Alves


Capítulo 3
Capítulo 4 - De um estremo a outro


Notas iniciais do capítulo

N/a:Poucos foram os comentários do capítulo anterior, mesmo assim eu agradeço de CORAÇÃO.Espero que apreciem o capítulo!



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Capítulo Quatro: De um estremo a outro

 

 

Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo.

(José Saramago)

 

 

Já fazia duas horas que estávamos naquela sala sem notícias do nosso pai. Por mais que e eu e Rose tentássemos transparecer indiferença com aquilo, minha mãe mais impaciente ficava com o nosso descaso.

Na verdade não era descaso, era só uma forma de não deixá-la mais nervosa do que já estava!

 

- Mãe?Mãe? – chamei-a levantando o seu rosto. Esme chorava muito.

 

- Pára de chorar, por favor, nada aconteceu – pedi inutilmente.

 

Rosalie me olhou de esguelha e a abraçou colando sua cabeça em seus ombros.

 

- É mãe, nada aconteceu, você está se desesperando á toa – Rose falava ainda me olhando preocupada.

 

Foi então que aquilo que eu menos queria que acontecesse, aconteceu. A aeromoça Tânia Denali, adentrou a porta da sala que estávamos. Assim como nós outras pessoas também esperavam por notícias.

 

- Senhores, por favor - Tânia pedia a atenção de todos.

 

- Como os Senhores já sabem – ela continuou a falar ignorando o falatório e as perguntas. O Voo vindo de Nova Iorque para Miami, este programado para pousar as 20:00 horas sofreu problemas operacionais, devido a fortes chuvas, com isso o avião foi obrigado a retornar para o aeroporto mais próximo, como todos já sabem, o de Orlando. Este foi liberado do mesmo para prosseguir viagem há uma hora – todos em uníssono suspiram de alívio. - Mas a caminho do nosso aeroporto, houve outro problema operacional, um avião vindo de Chicago chocou-se com o vindo de Nova Iorque, o de Chicago encontra-se bem, mas infelizmente não podemos falar o mesmo do outro avião – algumas pessoas da sala agora começavam  a gritar, uns falavam impropérios a aeromoça, algumas mães, parentes e amigos desmaiavam. 

 

- O aeroporto disponibiliza toda a ajuda possível aos Senhores, e as buscas já começaram a ser feitas aos arredores do estado em busca de sobreviventes. O avião caiu em alto mar, então há grande chance de termos sobreviventes já que me informaram que não houve uma explosão – Tânia falava aquilo, como se estivesse anunciando uma promoção de passagem pára algum lugar. Mas o pior era que pra ela era normal, enfim ela era uma aeromoça e estava acostumada a dar esse tipo de notícias, mas não sei por que a minha vontade era esganá-la naquele momento por falar aquilo daquele jeito. Mas infelizmente e felizmente pra ela, meus devaneios foram interrompidos por uma Esme histérica que logo depois veio a desmaiar com a notícia.

 

Estávamos no hospital - sim foi isso que você escutou hospital -, minha mãe desmaiou repentinamente e a melhor coisa a se fazer foi levá-la para o hospital mais próximo. Tempo para chorar com a notícia, nem eu nem Rose tivemos ainda, nosso pai, querido pai, estava desaparecido no mar, talvez até morto, o que era mais provável. E a nossa mãe no hospital de Miami, agora no CTI - é CTI -, ela teve um ataque cardíaco e só por milagre segundo os médicos ela pode vir a sobreviver.

 

Dez dias depois...

 

Como esperado e confirmado, o corpo do meu pai foi localizado pelos bombeiros sem vida, algumas pessoas tiveram a felicidade de encontrar seus parentes com vida, o que não foi nosso caso. O enterro já aconteceu, e eu e Rose ficamos durante essa semana se revezado entre o hospital e os preparativos para o mesmo. Minha mãe estava melhorando - graças a Deus -, agora era segurar as lágrimas que insistiam em cair a qualquer momento. Eu e Rosalie já tínhamos chorado tudo o que tinha para chorar, agora era ser forte para cuidar da mamãe.

 

- Oi mãe, como se sente? – Eu e Rose falamos em coro, ao entrar no quarto do hospital.

 

- Bem minhas filhas, é tão bom estar com vocês? – Esme falava com certo esforço e com os olhos cheios de lágrimas.

 

- Também sentimos o mesmo mãe – Rose falou por ela e por mim, eu só assenti com a cabeça, dando um forte abraço em Esme.

 

Por dentro eu estava destroçada, tinha acabado de perder meu pai, mais não podia deixar minha mãe preocupada, tinha que ser forte, coisa que nunca fui a toda a minha vida. Sempre me derramava em lágrimas por qualquer coisa, eu tinha que buscar forças sei lá onde, para Esme. Só por ela. Minha mãe que eu quase também perdi, agora éramos só nos três, a nossa família tinha sido reduzida por ironia do destino. Mas eu tinha certeza que era só mais um obstáculo a ser superado.

 

 Um mês e meio depois...

 

Tudo ia bem, posso assim dizer, minha mãe estava bem com a sua saúde, o médico já tinha até liberado-a para voltar a trabalhar, ela já sabia da morte do papai, e foi mais forte do que eu e Rose podíamos esperar, agora era ela que nos aconselhava e enxugava lágrimas.

 

Fazia um dia quente em Miami, nos estávamos almoçando, quando a campainha toca.

 

- Boa tarde - dizia o homem a minha frente, era um senhor de mais ou menos cinqüenta anos, careca e barrigudo, usava um terno preto, uma blusa por baixo azul bebê e gravata azul marinho.

 

- Boa tarde – respondi após atender a porta.

 

- Poderia falar com a Senhora Esme Swan, ela se encontra? – perguntou o homem.

 

Confirmei com a cabeça e chamei minha mãe, que se pôs atrás de mim imediatamente.

 

- Boa tarde senhor Henri Elinni, entre, por favor – minha mãe o cumprimentou e o convidou a entrar. - Vamos para o meu escritório.

 

Depois disso voltei para a sala de estar onde fui terminar o meu almoço junto a Rosalie, acabamos sendo interrompidas por Esme nos chamando do seu escritório.

 

- Sim mãe? – eu e Rose falamos em uníssono.

 

- Tenho uma coisa muito importante para falar com vocês – minha mãe falou com um sorrisinho nos lábios. – Sentem-se, por favor – ela apontava o sofá preto que tinha em seu escritório.

 

Obedecemo-la, e no mesmo instante que sentamos Esme não parou de falar.

 

 - Bem – ela pigarreou. - Esse é o senhor Henri Elinni, meu amigo e meu advogado. É ele quem está cuidando do inventário do pai de vocês. Ele veio até aqui hoje nós trazer duas notícias, uma boa e uma ruim. Bem, vou começar pela ruim – Esme falava nos fitando.

 

- A notícia ruim é que vamos perder a casa... – Esme falava com o olhar triste.

 

 - O quê? – perguntei a interrompendo e levando bruscamente do sofá, Rosalie permanecia sentada como se a ficha ainda não tivesse caído.

 

- Bem... Nós vamos perder essa casa minha filha, foi isso mesmo que você escutou – Esme fazia sinal com a mão para que eu me acalmasse e que voltasse para o sofá.

 

- O senhor Elinni, veio aqui nos dar essa notícia. Por direito essa casa é da empresa, já que existe uma cláusula no contrato que seu pai assinou quando foi contratado, que diz que ‘Só os sócios majoritários tem direito a moradia, bancada pela empresa, sendo está transferida aos seus herdeiros ou ao de cujus após sua morte... ‘, o que nós não temos direito já que seu pai não era sócio majoritário, ela ia se tornar um, mais infelizmente... – Esme começou a chorar nesse momento sendo interrompida pelo senhor Henri Elinni.

 

-... O pai de vocês veio a falecer antes de se tornar sócio majoritário – ele terminara frase da minha mãe.

 

-Então... – ele continuou. A empresa quer o que é dela por direito.

Infelizmente não podemos fazer nada para embargá-la, mas ela nos deu um prazo de um ano até sua mãe encontrar um lugar para morar e entregar a casa - O Sr. Elinni finalizou.

 

- Mais creio que nós não precisaremos desse prazo, tendo em vista que uma prima minha, que mora em Forks, veio a falecer por esses dias nos deixando a sua casa – minha mãe já estava recomposta para continuar a falar.

Forks?! Onde é isso? Sair de Miami o lugar onde nasci e fui criada?! Meu deus o que é isso, o fim do mundo?

 

Como se pudesse ler meus pensamentos Esme respondeu minhas perguntas.

 

- Forks é uma cidade localizada no estado norte-americano de Washington, no Condado de Clallam, uma cidade muito pequena, típica do interior, o clima é bem diferente do de Miami, lá faz muito frio, pode-se considerar que lá faz mais frio do que em qualquer outro lugar do mundo. Eu nasci e fui criada lá como meus tios Lázaro e Ester e com a minha prima Elisa, até completar dezoito anos. Idade em que vim para faculdade da Flórida me formando em Direito, logo depois de uma visita a uma amiga que morava aqui, eu conheci o pai de vocês e nós casamos – Esme parecia em outro mundo ao lembrar sua própria história. - Eu só estive lá pouco antes de Rosalie nascer, no enterro dos meus tios – sorria e fazia cara de triste à medida que nos contava tudo.

 

Minha mãe nunca nos contou nada de Forks, prima Elisa e tios!

 

- Então minha prima Elisa, que nunca casou e nem teve filhos faleceu de câncer no útero e me deixou seu único bem. Agora nós temos onde morar e não precisamos nos preocupar com isso mais – ela terminou de falar nos dando um largo sorriso e nos abraçando.

 

- Então quer dizer que vamos para Forks, quando? – Rosalie falava pela primeira vez.

 

- Ainda essa semana, já que faltam quatro semanas para iniciar o segundo semestre, tempo o suficiente para nos instalarmos na casa, fazermos alguns reparos se for o caso, e matricular a Bella numa escola, a tempo para o início do semestre lá em Forks.

 

É nós íamos morar num fim de mundo agora, chamado Forks, isso era melhor do que não ter onde morar. Rosalie ficou de ajudar com o que desse já que daqui a uma semana embarcava para Milão, assinar o contrato com a Victoria Secret e começar a trabalhar.

 

Minha mãe já tinha me matriculado por telefone na escola de Forks, - é isso aí gente, eu teria que ir a escola, já que lá não tinha quem pudesse me dar aula particular -, e agora eu teria que enfrentar o meu maior medo - a escola -, e enfrentarei com a cabeça erguida e sem reclamar em memória do meu querido pai.


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Notas finais do capítulo

N/a:Não deixem de comentar!