As Crônicas do Destino escrita por Ninah Alves


Capítulo 1
Capítulo 2 - Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

N/a:Obrigada pelos comentários do capítulo anterior!



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Capitulo dois: Surpresa!



Tudo acontece quando menos se espera.
(Adágio Popular)




Faltam exatamente duas semanas para o início das minhas aulas, se eu tivesse que ir para a escola já estaria em pânico neste momento. Tudo já foi providenciado por Esme, de acordo com a diretoria do colégio terei aulas particulares todos os dias depois do horário de saída das turmas regulares, lógico que Charlie terá que pagar mais caro por isso, não que ele se importe, até acha melhor e entende particularmente a minha necessidade, sente-se culpado por eu ter puxado essa aversão a escola dele, por isso não mede esforços para me deixar feliz.

Os dias passam a um ritmo vertiginoso. Como se o tempo perdesse os travões e seguisse numa corrida descontrolada. As aulas particulares, ainda “ontem” iniciadas já estão com os meses contados. Dois meses para o termo do primeiro semestre. Foi tão rápido... Tão rápido que gostava de poder estar ainda no início.

Hoje acordei mais cedo do que desejava, não estava me sentindo bem. Ultimamente sonhos estranhos atormentam minha cabeça. Neles tenho a visão de um mar azul límpido, depois tudo se transforma e uma tempestade que deixa tudo negro, fazendo com que eu perca a minha visão e aí depois tudo se torna muito claro, e eu acordo. Sempre acordo... Sempre acordo, esse sonho nunca termina e não faz nenhum sentido para mim, me deixando sempre angustiada e temerosa.

- Bom dia querida, acordou cedo?- perguntou Esme.

- Sim – respondi sem ânimo

- O que houve filha, algo te incomoda?

- Não mãe, nada aconteceu. Só tive um sonho estranho, só isso. Nada que venha a ser motivo de preocupação – tentei fingir um pouquinho mais de ânimo, não queria preocupar minha mãe com meus sonhos que não faziam sentido nem para mim.

- Está bem então. – respondeu convencida.

Enquanto ela preparava a mesa do café da manhã, o telefone tocou e corri até a sala para atendê-lo.

- Alô!

- Oi, Bella, sou eu Rose - minha irmã Rosalie estava viajando pela Europa em busca de agências de modas. Ela nunca tinha estado tão longe assim de casa, mas acabou convencendo Esme de que a Europa é o pólo industrial da moda, minha mãe como sempre acabou cedendo e lhe dando mais dinheiro para um novo buque fotográfico, eu não sabia quem estava mais feliz com a idéia de viajar pela Europa. Mais nesse momento eu tinha certeza de uma só coisa, que embora Esme escondesse sua preocupação de mim ela estava furiosa com Rosalie porque já fazia duas semanas, desde a sua chegada e ela só tinha ligado cinco vezes. Pouquíssimas vezes, já que Rose sabe muito bem que Esme é uma mãe super-protetora, e ligar somente cinco vezes é leva - lá a loucura já que de cinco em cinco muitos a deixaria melhor.

- Oi, Rose, como você está, quando tempo sem nos dar notícia você quer matar nossa mãe do coração? – indaguei preocupada, pois queria prepará-la para as broncas.

- Não, é que... Ei, calma aí, você falou igualzinha a mamãe agora! – Rosalie exaltou furiosa.

- Rose já tem duas que você está aí e só ligou cinco vezes, ela está furiosa com a sua atitude. Sempre quando te liga você não está no Hotel, já até falou que a próxima vez que tentar te ligar e não obter êxito, que vai até aí te buscar - murmurei. - Rose você quer falar com ela, acalmá-la um pouco?- arrisquei, pois já sabia a sua resposta.

- Não, não... Nem pense nisso Bella, já conheço a mamãe e sei do seu histórico de crises, e todo aquele papo de mãe super-protetora, não estou preparada para isso no momento. Agora ela não vai precisar ficar mais furiosa. Não se preocupe comigo, estou bem. Amanhã estarei embarcando no avião para a Flórida às nove da manhã. Ligarei mais tarde para informar a ela da minha chegada – a voz dela estava apresada no telefone e então ela desligou.

- Bella... Bella, quem era ao telefone? - agora Esme me per-guntava com certa curiosidade.

- Ninguém em especial, só a diretora do colégio pedindo para eu chegar mais cedo hoje, o professor quer adiantar a aula, pois tem um compromisso na parte da tarde, só isso – respirei fundo ao mentir assim, nunca fui boa nisso, mas foi à primeira coisa que me veio à cabeça e, aliás, há essa hora os professores já se encontravam na escola e eu nunca que prejudicaria Rose, então deixaria para ela resolver o é que tivesse acontecido na Europa quando chegasse aqui.

- Ah, sim. Tudo bem então. Pensei que era sua irmã ou seu pai ao telefone, venha logo tomar o seu café senão vai esfriar – ela falou desconfiada.
Não acreditei que minha resposta tenha colado mais ela não fez mais nenhuma menção do porque eu estava murmurando ao telefone. Então fiquei feliz por ela não ter me enchido de perguntas.

- Ei mãe quando o pai retorna de viagem?

- Não sei querida, espero que ele me ligue ainda hoje, estou preocupada sabe, já faz uma semana, ele nunca ficou mais de três dias fora de casa. – Esme respondeu com um brilho nos olhos.

- Mãe não se preocupe, papai ligará logo você vai ver – respirei fundo ao dizer isso, eu estava mais preocupada que ela.

Esme foi para o escritório e eu fui para meu quarto adiantar uns trabalhos da escola, não que eu estivesse atrasada com algum, mais a essa altura eu já tinha perdido o sono mesmo, e se tentasse forçar ele a voltar ia acabar perdendo a aula. À tarde quando minha mãe voltou do escritório, havia algo diferente no seu olhar, não era mais um olhar preocupado e sim feliz.

- Oi querida, como foi sua aula?

- Boa mãe. Por acaso posso saber da onde vem essa felicidade toda? –
perguntei curiosa, já que hoje pela manhã ela estava com um ar preocupado.

- É claro que pode filha. Seu pai ligou, disse que foi promovido e que agora não precisará mais fazer tantas viagens e exatamente em três dias estará de volta ao lar. E a sua irmã... – Esme respirou fundo ao lembrar-se de Rose. - Ela também ligou e disse que amanhã estará chegando de viagem, que tudo correu bem na Europa, que vai fechar contrato dentro de quatro meses e que eles pediram para que ela aguardasse com a família em casa até fechar o grupo de modelos que vai representar a agência.

- Que noticia maravilhosa mãe! – disse levantando-se do sofá para abraçá-la.

- Ah!Esqueci de falar também que seu pai pediu para perguntar qual seria a cor de carro que você quer ganhar de aniversário, pois não suporta mais te ver andar a pé para ir ao colégio – como seu eu não soubesse que Rosalie iria voltar amanhã de viagem, fiz cara de surpresa mais a essa altura minha mãe estava berrando, a sua felicidade era tanta que ela nem quis me escutar quando eu falei que não queria carro nenhum e que gostava de andar a pé, nesse momento ela saiu da sala, subiu as escadas e foi para o banho.

No jantar tentei puxar assunto a respeito do carro novo que meu pai queria me dar de presente, mais Esme estava irredutível, e eu sabia muito bem que quando ela coloca uma coisa na cabeça ou quando ela gosta de uma idéia nova, que é difícil convence - lá do contrário.

- Mãe, que história é essa de carro? – eu realmente estava aborrecida com ela por ter deixado Charlie fazer isso comigo, ele sabia que eu não gostava de presentes, ainda mais caro.

- Bella, que isso é só um presente, não há motivo para estar tão aborrecida, e além do mais seu pai disse que não vai custar nada te dar um,
já que você é a única da família que não tem, e já tem um ano que você tirou a carteira de motorista querida, tem que ter um carro para por em prática tudo o que vê aprendeu na auto-escola - Esme estava radiante com idéia que Charlie teve e eu sabia que ia ser impossível contornar essa história, mais não custava tentar.

- Mais mãe... Não preciso de carro algum, isso é um desper-dício, é melhor guardar o dinheiro da compra do carro para outra coisa, para a minha faculdade por exemplo - golpe baixo, pois eu sabia Esme ia ficar feliz por eu querer fazer faculdade, já que Rose não o quis.

- Bella, não há motivos para aborrecimentos, já falei. E seu dinheiro da faculdade já está guardado não é de hoje, ou você acha que não conheço meus gados. Eu sei que você quer fazer faculdade, e sei que você é diferente de Rosalie...

-Mãe! – reclamei e ela não deu a mínima e continuou a falar.

- ... ela por sua vez sempre quis o estrelato e está trabalhando para isso, mais você não. Sempre soube que a escola ia ser uma barreira a ser quebrada, que infelizmente você querida não conseguiu quebrar, mais a faculdade não, lá é diferente e você sabe disso, as pessoas são mais independentes, igual a você – agora eu estava boquiaberta, como Esme sabia o que eu pensava com relação à faculdade?

Todo esse meu golpe não deu em nada mesmo, eu iria ga-nhar um carro de presente, nem a faculdade foi o motivo para que isso não ocorresse, Esme me conhecia assim como conhecia Rosalie, ela era mãe. E esse dom que ela possuía de saber das coisas eu não compreendia muito bem, mais era coisa de mãe.

- Mãe... Que idéia mais absurda essa do carro, você sabe muito bem que eu não preciso de um no momento, posso muito bem ir a pé para a escola, ela só fica a algumas quadras daqui, isso é um desperdício de dinheiro, mãe, não deixe o papai fazer isso, por favor, e meu aniversario é só daqui a três meses, isso é inconcebível – agora eu estava apelando para o emocional de Esme, era minha última chance de não ganhar um presente tão caro como este.

- Isabella Marie Swan, não me venha dizer o que fazer ou não. Você vai ganhar um carro queira você queira quer não, não cabe a você decidir isso, pois já está comprado mesmo, agora é só você aceitar a idéia, pois é com ele que você vai para a faculdade, vai se acostumando com isso – ela agora gritava. - O que eu quero de você é só a cor, mais se você não me fizer essa gentileza eu mesmo a farei – Esme soltava fogo pelas ventas, dessa vez a consegui deixar nervosa, não tinha visto ela desse jeito então achei melhor ficar calada.

O silêncio na cozinha foi interrompido pelo som do telefone.

Enquanto Esme sussurrava ao telefone, só o que me passava pela cabeça era a minha imagem, dentro de um carro, e todos, todos os olhos curiosos das pessoas me olhando, isso era devastador, eu que sempre quis o anonimato, que sempre fui avessa a popularidade, iria chamar atenção de todos enquanto eu andava com o meu carro, pois eu já podia até imaginar qual o modelo, que ela tinha escolhido, e eu tinha certeza que era um modelo daqueles que não chamava nem um pouco de atenção, então como a curiosidade era tanta, não custava nada perguntar qual marca era já que eu ia ganhar mesmo.

Quando Esme acabou de falar ao telefone tomei coragem e falei:

- Mãe, já que vou ganhar mesmo o carro, e já que você está irredutível com relação a não me dar, pelo menos posso saber a marca da minha sentença de morte? – quando perguntei isso Esme revirou os olhos.

- Pode é claro, é um “New Bealte da Volks”, não tão belo quanto o meu e o de Rosalie e nem se compara ao que a empresa deu para seu pai, mais fazer o que foi ele quem escolheu, e pensando bem é a sua cara, já que você não gosta de chamar atenção, tem muitos deles por aí, é um carro digamos que popular - senti certa indiferença ao ouvir Esme falar assim, sabia que ela não tinha gostado nem um pouco da marca que Charlie havia escolhido, mais como eu não sabia nada de carros, fui correndo até o meu computador para fazer uma pesquisa no Google.

Feliz não era bem a palavra que eu gostaria de usar, mais digamos, aliviada, pois a minha futura sentença já tinha até sido reduzida, realmente o que Esme falou fazia sentindo, eu que era desatenta demais para perceber, muita pessoas tinham esse carro, digamos que ele era popular.
Convenhamos que nem se comparava, ao carro de Rosalie, Esme e Charlie, (Ferrari Califórnia – vermelha; Hilix Limitad Editor 3.0- preta e Masareti Gran Turismo S – preto) isso sem dúvida, me deixou aliviada. Eu até que estava um pouco feliz por Charlie ter escolhido a marca, pois se ele deixasse essa tarefa para Esme e Rose eu estaria perdida.

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