Uma fumaça roxa muito estranha começou a sair do centro do jogo. De repente as meninas se viram envoltas pela mesma e foram transportadas para o centro do jogo. Era uma arena de areia cercada por precipício por todos os lados. O céu era escuro com nuvens nebulosas da mesma cor da fumaça e não havia uma estrela sequer. A única iluminação no local eram tochas colocadas em locais estratégicos.

— O-onde estamos? – perguntou Gaby olhando para todos os lados.

— Esse lugar me dá medo. – comentou Sophia.

— Bem-vindas ao Junko. – disse uma voz masculina.

O vento soprou gelado e com força sobre elas e a figura de um homem apareceu a sua frente. Tinha cabelos negros e lisos bastante longos presos em um rabo-de-cavalo, desenhos muito estranhos na pele e vestia um tipo de capa negra e uma túnica da mesma cor. Era um homem muito bonito, sem dúvidas, mas que tinha um ar de mistério muito grande.

— Meu nome é Amonhoteph e foi eu que criei o Junko.

— O que!? – perguntaram as duas juntas.

— Acalmem-se, meninas. Sentem-se e ouçam a minha história.

Elas já iam perguntar sobre onde se sentar quando viram dois tronos dourados com um acolchoado vermelho aparecerem logo atrás delas.

— “Esse cara...” – pensou Sophia.

Por fim ambas se sentaram e ficaram prestando atenção nas palavras do homem.

— Eu nasci há dois mil anos atrás em um território que vocês chamam hoje de Oriente Médio. Meus pais morreram quando eu ainda era criança me deixando sozinho nesse mundo. Foi então que conheci um homem que me acolheu em sua casa. Mas ele não era uma pessoa qualquer. Ele era um mago muito poderoso. Porém seu nome se perdeu no tempo... Este homem começou a me ensinar magia negra e quando dei por mim já estava em pleno Egito, convocado pelo Faraó que estava cansado do monótono Senet resolveu me pedir para fazer o melhor jogo do mundo. Foi então que criei o Junko, a maior criação que a humanidade poderia ter. Um jogo para gente forte e valente, que não tem medo de morrer. Porém, todo aquele que morresse sua alma ficaria presa para sempre dentro do jogo. Brilhante.

— Espera. – disse Gaby. – Isso quer dizer que você perdeu? Quer dizer, você está preso aqui, não?

— NÃO! O jogo precisa de um cérebro para funcionar. Então aprisionei minha alma aqui para que pudesse controlar o jogo.

— Nossa, que inteligente... – cochichou Sophia.

— O QUE VOCÊ DISSE, MENINA?

— Nada não, senhor...

— Amonhoteph. A-MON-HO-TE-PH.

— Isso, Amonhoteph. Continue, por favor.

— Então, como dizia, prendi minha alma aqui para que pudesse controlar o jogo. Desde então Junko corre pelo mundo em busca de novos campeões. Aqueles que morrem tem suas almas presas aqui.

— Isso quer dizer que... Victor, Gustavo e Gabriel estão...? – perguntou Gaby.

— Sim, exatamente. Veem esse penhasco entorno da arena? É lá embaixo que as almas ficam presas e não há jeito algum de sair. E é enquanto a energia lá embaixo se move que Junko continua a existir. – disse com calma. Agora ele olhava para a loira com um sorriso maldoso. – Muito obrigado por acionar o jogo, senhorita Sophia. Não sabe como deixou feliz com isso.

Agora a garota se arrependia amargamente por ter pego aquela caixa. Talvez se simplesmente tivesse feito o trabalho de química com os outros nada daquilo teria acontecido.

— Tá, mas você não chamou a gente aqui só para contar sua história, não é? – perguntou ela bastante grossa.

— Que língua afiada. – disse agora rindo. – Vamos ver até quando isso vai durar. Bem, só restaram vocês duas. Agora deverão lutar entre si e descobrir a verdadeira vencedora do Junko.

— O QUE!?

— Você só pode estar brincando! – disse Sophia.

— Não, não estou.

Amonhoteph estalou os dedos e várias armas surgiram na areia.

— Vocês deverão escolher suas armas e preparar-se para uma batalha de vida ou morte. A vencedora conseguirá sair do jogo, já aquela que perder sua alma ficará presa aqui para todo o sempre.