JUNKO: O Jogo Maldito escrita por LadyWolf


Capítulo 13
O quebra-cabeças da amizade


Notas iniciais do capítulo

Aviso importante: ao ler esse capítulo você sentirá uma enorme vontade de assassinar Sophia. Obrigada.



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Ficou-se um silêncio total durante um bom tempo. Gaby, Gabriel, Sophia e Gustavo ficaram se olhando por um bom tempo. A dona da casa se levantou e deu um suspiro.

– Eu vou ver como minha avó está. - disse andando para o corredor. - Não toquem no jogo.

– Tá. - disseram os meninos. Sophia ficou calada ainda chorando.

– Quem diria, alguém como você tem coração... - disse Gabriel.

– CALA A BOCA! - gritou Sophia muito irritada.

– Vó? - perguntou Gabriella batendo na porta, porém não houve resposta. A garota pôs a mão na maçaneta e a abriu.

A idosa dormia como pedra. Quando eu digo pedra, é porque ela não se mexia nem um pouco.

– VOVÓ! - gritou a menina a sacudindo. Mas não havia sinal. - GABRIEL! GABRIEL, SOCORRO!

O negro entrou pela porta do quarto correndo assustado.

– O que foi?

– Ela não se mexe!

– Droga! - ele correu até a velha e pôs a orelha no peito dela. Depois verificou a respiração. - Ela não está morta... O coração tá batendo e a respiração tá híper normal.

– Mas então... Por que ela...?

– Talvez tenha sido o Junko. Sei lá, pode ter paralisado ela ou algo do tipo. E isso também explicaria porque ninguém veio nos ajudar também... Com nossos gritos já era pra ter polícia, bombeiros e tudo o que há de bom aqui.

– Você tem razão...

– Agora vamos voltar para a sala e terminar logo aquele jogo!

– Tá.

Gaby deu um beijo na testa de sua querida avó e voltou para a sala junto de Gabriel. Gustavo estava se entupindo de batatinhas, enquanto Sophia ainda chorava abraçando Victor.

– De quem é a vez? - perguntou Gaby.

– Deixa que eu vou. - respondeu Gabriel.

– Tem certeza?

– Relaxa, vai ficar tudo certo. - disse jogando os dados. - Doze.

O bonequinho andou as doze casinhas e ele retirou o cartão.

– “Quebra-cabeças: monte o quebra-cabeças de mil peças em uma hora ou ficará preso dentro dele para todo o sempre.” MIL PEÇAS EM UMA HORA? ESSA PORCARIA TÁ DOIDA!

– Mas nós podemos ajudar, não podemos? - perguntou Gaby.

– É, ele não fala nada sobre isso... - disse ela observando Gustavo comer loucamente um bolo inteiro. - Como ele...?

– Eu sei lá! Mas vamos começar logo com isso. - disse correndo para as peças do quebra-cabeças que apareceram misteriosamente no canto da sala.

– No escuro isso vai ser uma beleza.

– Nem fala!

– Gustavo, Sophia, venham ajudar! - pediu Gaby. Gustavo levantou cambaleante e foi se sentar com eles. Com as mãos melecadas de chocolate começou a juntar as peças. - Sophia?

– Cala a boca...

– Sophia, precisamos de você! - exclamou a morena.

– EU NÃO QUERO SABER DE MAIS NADA! FAÇAM VOCÊS MESMOS! - gritou a loira com o cadáver ainda em seu colo (que droga hein!).

– Tá, tá...

Gabriel, Gaby e Gustavo foram montando o quebra-cabeças o mais rápido que podiam. Em meia hora já haviam arrumado trezentas pecinhas corretamente. Quinze minutos depois, novessentas.

– Droga... Falta só quinze minutos! - disse Gabriel.

– Sophia, por favor! Vem ajudar a gente! - implorou Gaby.

– JÁ DISSE QUE NÃO VOU!

– FODA-SE! ENTÃO MORRE AÍ! - gritou Gabriel. Todos ficaram surpresos com as palavras do rapaz. Apesar de morar na favela, nunca haviam ouvido um palavrão sair de sua boca.

– ESCUTA AQUI SEU FAVELADO BABACA!

– COMO É!? - os dois se levantaram.

– GENTE, PARA, PELO AMOR DE DEUS! VAMOS TERMINAR ISSO LOGO OU O GABRIEL VAI FICAR PRESO NO QUEBRA-CABEÇAS PRA SEMPRE! - interviu Gabriella.

– POIS QUE FIQUE! - berrou Sophia indo chutando o quebra-cabeças, fazendo no mínimo umas duzentas peças voarem. Em seguida foi em direção a porta de entrada do apartamento. - JÁ CANSEI DESSA MERDA!

– LOUCA! LOUCA! LOUCAAAAA! - gritou Gabriel.

Assim que a loira pôs a mão na maçaneta levou um choque muito forte que a fez cair no chão desacordada.

– ESSA IDIOTA! - gritou Gabriel correndo para ver se ela estava bem. - Ainda está viva, infelizmente.

– Gabriel, só temos dez minutos!

– O QUE!? DROGA! LOIRA BABACA! VAMOS TER QUE MONTAR OUTRA VEZ!

O trio montava o quebra-cabeças compulsivamente. Oito minutos depois já haviam conseguido repor as peças que haviam sido arrancadas por Sophia e agora faltava apenas vinte para terminar.

– Ótimo, dá tempo! - disse Gaby encaixando cinco peças de uma vez.

– Go go go go! - disse Gabriel.

– Um minuto... - disse Gustavo.

E Gabriel colocou a última peça no último segundo.

– Nós conseguimos! - exclamou o gordinho.

– Ainda bem...

– A união faz a força. - disse a garota sorrindo.

As peças do quebra-cabeças eram todas negras, não podendo se ver nada. De repente as mesmas brilharam e formas de pessoas se mexendo de um lado para o outro, algumas se arrastando foram aparecendo. Pareciam ser de diversos países diferentes. Suas roupas estavam todas rasgadas e velhas. Elas gritavam pedindo por ajuda. De repente mais um cartão apareceu no Junko. Só que quem pegou dessa vez foi Gaby.

– “Essas são as almas das pessoas que chegaram a décima segunda casa e não conseguiram completar o desafio, pois acharam que deveriam fazer tudo sozinhas. Tolas... Não se vence Junko sem a ajuda de um amigo.”


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