Routine escrita por lwticia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fanfic Johnlock então eu nem sei como tá. Escrevi isso hoje (ou ontem) a tarde e cismei em postar porque eu nunca tinha feito isso, mas ainda to com um pé atrás. Não sei se vou continuar, até porque isso aqui veio de um momento de tédio, mas se vocês quiserem eu posso pensar no assunto hehe. Comentários são super hiper mega bem vindos e se quiser me xingar também pode viu?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625550/chapter/1

O dia estava pálido e uma grande camada espessa de nuvens cobria a grande Londres naquela manhã. A cafeteria e lanchonete Speedy’s, sempre tão movimentada, se encontrava quase vazia, com exceção de alguns clientes. John levantou a manga do suéter claro que vestia e verificou as horas em seu relógio de pulso, bufando logo em seguida. Não podia reclamar do emprego já que foi o único que encontrou, mas também não aprovava ficar o dia inteiro sentado atrás de um grande balcão servindo como caixa.

Por alguns momentos John permaneceu divagando em seus pensamentos que geralmente rumavam para o estado de fracasso de sua pessoa, mas foi retirado de seu transe pelo barulho das portas vermelhas do estabelecimento se abrindo e do pequeno sino dos ventos produzindo seu som característico. O loiro levantou a cabeça e viu uma figura diferente, aos seus olhos, atravessando a extensão do balcão lentamente e indo para uma das mesas mais afastadas. O homem de cabelos cacheados volumosos, castanhos puxados para negros, com um grande sobretudo que o dava um certo charme apenas se escorou ao vidro da cafeteria, observando a calçada do outro lado da rua. Seu olhar parecia vago, mas logo se voltou ao menu localizado em cima da mesa e passou a ponderar as opções que tinha.

John assistia a cena quieto e silencioso, tentando fracassadamente desviar de momentos em momentos seu olhar para não chamar a atenção. Logo, um dos funcionários da cafeteria saiu da área da cozinha industrial e rumou até a mesa de quem John observava. O moreno levantou os olhos para fazer seu pedido ao garçom e John teve que se segurar no balcão para conter seu desejo de andar até a mesa e encarar aqueles olhos ora verdes, ora azuis. A imensidão daquele olhar era tão profunda que o loiro sentia inveja do colega de trabalho que atendia o novo cliente.

Viu o homem mover seus lábios, fazendo seu pedido, enquanto o garçom anotava em seu bloco de notas, e em pouco tempo já estava de volta à cozinha, anunciando o que fora pedido. John continuou observando, enquanto se perguntava o porquê de tanto olhar para aquele homem. Tinha plena consciência de sua orientação sexual e aquele homem não se encaixava no requisito “mulher”. Estava quase se convencendo de que o motivo de tanto olhar era apenas uma curiosidade misturada com tédio quando seu colega saiu da cozinha e atravessou o balcão, indo até a mesa daquele cliente tão diferente. O homem agradeceu e o garçom voltou para trás do balcão, se juntando à John. Este não conseguia tirar o olhar daquela figura masculina sorvendo o líquido escuro e sentindo prazer ao fazer isso. O café parecia estar satisfazendo o cliente, e o loiro queria ver aquilo repetidas vezes.

Não durou muito, pois o homem logo se levantou da mesa e andou em direção ao caixa. Nesse momento, John sentiu sua garganta secar e suas mãos começarem a suar, então abaixou a cabeça para fingir que não prestava atenção em sua chegada. Não estava entendendo o motivo de todos aqueles sinais que o denunciariam, apenas tentava escondê-los. Quando sentiu duas orbes claras o encarando, levantou seus olhos e se perdeu naqueles cachos negros por alguns segundos, até - quase - voltar a seu normal.

"Boa tarde, o pedido foi somente um café espresso. Quanto devo?" pronunciou com uma voz grave

"Ahn… apenas £1,50, senhor" o loiro pigarreou, tentando manter sua voz o mais firme possível.

John o viu tirar o dinheiro de sua carteira e o entregar. Computou aquela quantia e o depositou na bandeja aberta da caixa registradora. O homem fez um breve agradecimento inclinando a cabeça e abriu as portas do local, mergulhando na atmosfera londrina.

John apenas observava.

xxx

Por vezes, o loiro percebia uma frequência nos passeios do homem até o café. Suas conversas se limitavam às perguntas sobre o valor do pedido, e somente isso. Geralmente John via o portador do grande e escuro sobretudo atravessar as portas vermelhas da cafeteria quase toda quinta-feira, e estranhava quando a ação não acontecia. John sempre sabia que o pedido era o mesmo: um café espresso puro, mas o moreno sempre perguntava o preço final, e John agradecia por isso. Aquela pergunta era a única fonte de voz que o loiro podia ter do moreno.

Claro, as visitas ao café eram comuns às quintas, mas havia semanas que seu cliente não aparecia. John contou pelo menos cinco até ficar realmente preocupado. Cinco semanas? Alguma coisa havia acontecido, para uma rotina aquilo não era normal. Será que ele havia trocado de cafeteria? Será que não gostava mais do café preparado no Speedy’s? Ou do atendimento?

As perguntas só cessaram quando John viu a figura já tão conhecida, e um tanto quanto sumida, atravessando as mesas próximas a entrada da cafeteria e indo em direção à mesa que sempre sentava. O loiro não pôde esconder um sorriso de felicidade e alívio ao ver seu cliente favorito novamente, mesmo ainda não entendendo o porquê de toda aquela alegria. Percebeu que se quisesse sair da monótona pergunta de preços como conversa precisaria tomar alguma atitude, e assim o fez.

Quando seu colega de trabalho saiu da cozinha para entregar o pedido do moreno, John tratou de se oferecer para levar o café quente até a mesa do cliente, e preguiçosamente o garçom não recusou o pedido. O loiro percorreu o pequeno caminho até a mesa sem antes colocar o singelo bilhete que escrevera ao lado da xícara de café fumegante, mesmo sabendo que aquela atitude era um tanto adolescente demais. Depositou a pequena bandeja à mesa e logo rumou ao balcão, temendo a reação do moreno.

Quando finalmente sentou em sua cadeira habitual atrás do caixa, observou o rosto do homem que tanto gostava de observar se contorcer em confusão e se permitiu soltar uma pequena riso.

John Watson pensou que aquele homem que fez com que seus olhos o seguissem não estava acostumado com bilhetes que diziam “Por que demorou tanto?”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Ai meu Deus, tá muito ruim? Minha falta de confiança me assusta algumas vezes. Enfim, aceito comentários ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Routine" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.