Choices escrita por Kaah, Luh Chris


Capítulo 16
Fora de controle


Notas iniciais do capítulo

Oláá amores!!

Tudo bem com vocês?
Sei que demorei, desculpe por isso... :(
Hoje foi dia de atualização... Atualizei as duas fics.
Amanhã vou tentar postar mais um de Choices também...

Quero dedicar esse capítulo para a Clenery Aingremont, pela linda recomendação que ela deixou para nós no último capítulo.
Eu queria ter postado esse capítulo antes, até no mesmo dia para te agradecer, mas ele não estava pronto e eu fiquei mto sem tempo no último mês.
Mas mto obrigada flor. Fui até dar uma olhadinha no seu perfil e acho que tenho mto em comum com você. E eu também acho que nasci no país errado :(
Você é carioca, tenho amigas cariocas, que eu amo ♥ Adoro o sotaque de vocês! ♥


Bom... Espero que gostem desse capítulo. E obrigada pelos comentários, vou respondê-las amanhã, ta bom? Tô mortinha de sono agr... kkkk

Beijooos!! ♥



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Minhas mãos estavam trêmulas. Eu fiquei parada olhando a pedra em minha mão, por uns bons 5 minutos.

O que foi que eu fiz?

Ouvi vozes, vindo de algum lugar bem perto. Soltei a pedra e me arrastei para longe de Al. Sangue continuava a escorrer e ensopar sua cabeça.

Era questão de tempo até alguém chegar e nos encontrar. Será que ele morreu?

Devagar eu fui me aproximando dele, toquei sua mão, mas ele não se mexeu. Fiquei de joelhos e me inclinei para ouvir seu coração, mas antes que eu chegasse a me abaixar, senti alguém tocar meu ombro e me puxar para trás. Dei um pulo com o susto.

—Tris? – Uma voz confusa tomou meus ouvidos. Era Tobias.

Me virei e encontrei seu olhar indo de mim a Al.

—Eu, eu... – Tremi. Ele pode ter sido meu amigo de infância, mas agora ele era líder da Audácia e como líder, seu dever era me punir.

Eu estava ferrada!

—O quê? – Ele agachou ao meu lado e colocou os dedos no pescoço de Al. Depois suspirou e se virou para me olhar – O que aconteceu aqui? – Mais risadas. Mais perto. Tobias levantou o olhar para o corredor, olhando por cima do meu ombro.  – Tris? O que aconteceu aqui? – Ele insistiu. Eu não conseguia dizer nada. O pânico estava tomando conta de mim.

—Ele... Ele está bem? – Consegui perguntar. Tobias olhou para Al e de volta para mim.

—Ele está morto Tris, quer me dizer o que aconteceu? Em breve vai chegar gente, preciso saber o que dizer.

—Ele me agarrou, ele ia... - Parei. Apesar do meu pânico crescente, eu precisava pensar no que eu ia dizer. Será que eu deveria confiar em Tobias? – Ele me atacou – disse em um fio de voz.

Tobias suspirou e se aproximou, colocando a mão no meu rosto, doeu. Não tinha percebido que tinha machucado a cabeça. Ele afastou meu cabelo e analisou minha testa com cuidado e um olhar preocupado.

—Vá... – Ele disse.

—Mas o que...

—Vá Tris, se recomponha e fique no fosso, perto dos seus amigos. Não fale sobre isso com ninguém. Tente esconder esse machucado da sua testa com o seu cabelo, e se alguém perceber, diga que você caiu ou algo assim.

—O que você vai fazer?

—Vou resolver isso, agora vá antes que chegue alguém.

Dei alguns passos para trás Voltando para o corredor de onde eu vim.

—Não Tris, não vá por aí – ele apontou o corredor do outro lado. – Vá por aqui, siga até o final e entre na última porta, é um depósito. Lá vai ter outra porta e um corredor que dará no fosso.

Assenti e andei até o corredor que ele apontou. Olhei uma última vez para ele, e o vi ao lado de Al. Olhando ao redor.

Depois que entrei no corredor, eu corri. Fiz exatamente o que Tobias me instruiu e cheguei ao fosso.

Havia muita gente se divertindo, comemorando. Não vi nenhum dos meus amigos, sorte a minha. Fiquei inquieta, parecia que todos ali estavam me olhando e sabiam o que tinha acontecido.

Eu matei o Al.

Meu Deus, eu matei uma pessoa!

Comecei a entrar em pânico de novo e repassei os últimos acontecimentos na minha cabeça. Eu precisava voltar ao dormitório. Minhas roupas ficaram espalhadas pelo chão e minhas anotações estavam lá também.

Ignorando as instruções do Tobias, eu corri para lá. Eu só esperava que ninguém chegasse antes de mim.

Quando cheguei ao dormitório, estava tudo do mesmo jeito. Respirei aliviada.

Minhas roupas no chão, minhas anotações estava amassada e caída ao lado das roupas. Juntei tudo e joguei em cima da cama. Escondendo o papel no meu bolso.

O que eu faço agora?

Tobias está me ajudando. Mas eu serei expulsa assim que me encontrarem? Ainda não sei nada a respeito do resultado do teste.

Mas ele me ajudou, não ajudou?

Respirei fundo.

Eu matei ele. Mesmo que eu diga que estava me defendendo, assassinato é muito grave, como vou explicar sem dizer o porquê ele me atacou?

Eu serei presa por causa do que houve com o Al ou expulsa por causa da minha divergência.

Não dá para fugir.

Sem pensar mais no assunto, recolhi tudo e coloquei dentro de uma mochila. Faria o que eu estava disposta a fazer antes de Al me atacar.

Vou embora da cidade, hoje!

Antes de sair, eu fui até o banheiro e lavei o rosto. Meu cabelo estava emaranhado e em todas as direções. Minha testa estava formando um galo e minhas bochechas estavam bem vermelhas. Levou alguns minutos, mas eu me arrumei o melhor que eu pude.

Assim que eu saí do dormitório, eu ouvi uma comoção e algumas pessoas correndo ao redor. Todos correndo em direção ao fosso.

Minha curiosidade implorou para que eu fosse ver o que tinha acontecido, enquanto minha mente gritava para eu correr para fora do complexo.

Eu fui até o fosso.

Quando cheguei lá, Tobias estava andando em volta olhando as pessoas. Será que ele estava me procurando?

Todos estavam olhando para o abismo. Ouvi sussurros e vi várias pessoas formando um círculo.

Os olhos de Tobias me encontraram e eu temi. O que ele iria fazer comigo?

Ele marchou rápido em minha direção e pegou meu cotovelo, seu olhar irritado. Ele me puxou para fora do fosso, mas não antes de eu ver um corpo ser retirado do abismo com a ajuda de cordas.

Al.

—Tobias...? – Chamei assustada.

—Não me chame assim! – Ele vociferou e continuou a me arrastar.

 Não encontramos ninguém no nosso caminho. Passamos pelo corredor principal e depois chegamos a uma rampa, depois andamos por mais um corredor e chegamos a uma porta. Sem tirar seu aperto no meu braço, ele enfiou a mão livre no bolso e retirou um par de chaves. Que ele usou para destrancar a porta.

Depois de aberta, ele me levou para dentro e fechou a porta, trancando em seguida.

Olhei em volta e o lugar era bem arrumado e espaçoso.

Do meu lado esquerdo havia uma pequena cozinha com uma mesa e algumas cadeiras. À minha frente, um sofá preto um pouco desgastado estava de frente para uma cama.

Uma cama?

Será que ele me trouxe para o quarto dele?

Virei e o encarei. Ele ainda estava em pé, em frente à porta, com os braços cruzados e a mesma expressão irritada de antes.

—Esse é... Seu quarto?

Ele não respondeu. Apenas andou alguns passos e foi até a cozinha. Percebi que tinha uma pequena geladeira no canto, em cima de um balcão de madeira. Nunca tinha visto uma geladeira em miniatura antes.

Sem dizer nada, ele abriu a geladeira e pegou algo de dentro, depois se virou de frente para mim e se aproximou com um pano nas mãos.

Ele parou a poucos metros. Eu prendi a respiração, pensei que ele fosse me beijar. Mas ele não me beijou. Ele olhou em meus olhos, depois para os meus lábios. Uma de suas mãos afastou meus cabelos e a outra ele usou para encostar o pano na minha testa dolorida. Eu pulei quando o pano fez contato com a minha pele. Estava gelado.

—Shiiii... – ele disse. – Fique parada, é gelo. Vai ajudar com o inchaço. – Eu engoli e fiquei imóvel enquanto ele segurava o pano e respirava perto. Seu hálito tinha cheiro de menta.

Quando me acostumei à temperatura do gelo, soltei a respiração que estava prendendo e Tobias tirou seus olhos do meu machucado para olhar nos meus olhos. Ele endureceu e alcançou minha mão, levando ela até o pano e deixando que eu o segurasse.

—Mantenha o pano por mais um tempo no local – ele disse enquanto se afastava. Andando até o balcão de madeira, Tobias encostou-se a ele, de frente para mim. – Agora me diga, o que foi que aconteceu?

Eu hesitei. O encarando por alguns segundos. Ele me ajudou, mas será que eu deveria contar tudo?

—Eu já te disse. Ele me atacou – respondi. Ele sorriu sem humor.

—Eu quis dizer pra você me contar o que aconteceu de verdade— ele enfatizou o ‘de verdade’.

Limpei a garganta e desviei o olhar.

—O que você fez? Por que ele apareceu no abismo? – Perguntei.

—Eu não poderia dizer a todos como ele morreu sem mencionar você. Ele já estava morto, eu precisei arrumar uma forma de explicar a sua morte. Por isso tive que jogá-lo no abismo, assim, todos pensariam que ele pulou depois de ver o resultado do teste final – ele disse. Arregalei os olhos. Ele disse isso sem alterar a voz, apenas como se estivesse explicando um fato comum.

—Você jogou ele no abismo?

Ele me lançou um olhar irritado.

—Eu fiz o que foi preciso. E você ainda não me respondeu o que eu perguntei – abaixando a voz, ele acrescentou: - Você o matou, e eu quero saber que merda aconteceu! E eu quero a verdade!

É justo. Ele me ajudou.

—Eu devo responder essa pergunta para quem? – Perguntei. Ele franziu o cenho e eu continuei. – Quem está aqui na minha frente? O Tobias, que cresceu comigo e era meu melhor amigo, que jamais faria ou deixaria eu me machucar? Ou o poderoso Quatro, meu instrutor, que me perseguiu e me constrangeu por toda a iniciação. O mais novo líder da Audácia que agora está encarregado de caçar divergentes? – Ergui minha uma sobrancelha, em sinal de desafio. Ele queria a verdade? Pois eu preciso confiar nele primeiro.

Ao contrário do que eu esperava Tobias não entrou na minha provocação. Ele apenas suavizou sua expressão, abaixando o olhar para os seus pés. E depois de alguns segundos, voltou a me encarar.

—Acho que você já tem a resposta para isso – ele disse calmamente. – Se eu quisesse te ferir ou te ver prejudicada, eu teria te entregado no momento que eu te vi com junto ao corpo sem vida de Al.

Desgraçado. Ele me faz parecer estúpida. E pior, como se eu devesse mesmo agradecer a ele.

E você deve— minha consciência acusou.

Limpei a garganta.

—Ok – eu disse. Desviei o olhar para minhas mãos enquanto brincava com meus dedos. – Eu ia fugir. Al descobriu e queria me entregar aos líderes. – voltei o olhar para Tobias e torci a boca. – À vocês né? Agora você também é líder. – Fiz questão de usar um tom amargo e acusatório. Sim, isso foi infantil, ainda mais para usar com alguém que me ajudou, mas eu estou magoada com o Tobias. Depois de tudo, ele ainda virou líder e isso só demonstra que ele nunca teve a intenção de fugir comigo.

Ele balançou a cabeça, assentindo comigo.

—E por que vocês estavam naquele corredor?

—Ãhn... – Limpei a garganta e desviei o olhar. – Eu estava tentando ganhar tempo, convencer ele a não me entregar.

—Como? – Ele ficou em pé, endireitando o corpo e cruzando os braços. Má ideia. Ele parece muito bem nessa posição. – Como você tentou distrair ele?

—Eu, Huh... Ele queria que eu ficasse com ele, queria que eu desse algo a ele e eu só... Deixei ele pensar que eu daria a ele, para tentar ganhar tempo. – Respondi. Tobias endureceu e me olhou como se reprovasse o que eu fiz. – Eu sei que não foi uma ideia muito inteligente, mas ele estava me arrastando para o fosso. Isso foi tudo o que eu consegui pensar para fazer ele parar e me ouvir.

—Acho que no fim, ele não te ouviu né? Ele chegou a ter o que queria?

—Não! – Menti. Ele não precisava saber sobre o quase beijo. – Eu não consegui. Foi quando ele ficou agressivo e tentou forçar as coisas.

—Você foi estúpida Tris, ele poderia ter te machucado. Merda, poderia ter sido você a morrer, ao invés dele! - Dando alguns passos em volta ele passou a mão nos cabelos, irritado. Depois de um momento ele parou e suspirou.

—Bom, é só isso? – Ele deu dois passos na minha direção e estreitou os olhos – Por que você ia fugir se você passou em primeiro lugar na iniciação?

Merda.

—Eu sempre quis fugir, meu plano nunca foi ficar aqui e me tornar líder – Acusei tentando parecer indiferente. Ele apertou o maxilar e apontou o dedo para mim.

—Nem o meu, você sabe disso!

—Sei? O que eu sei é que você mudou os planos sem me avisar, veio para cá e agora é líder – Tobias deu as costas para mim, apertando a ponte do nariz. Eu aumentei meu tom de voz. – E agora você vai caçar os divergentes! Por que eu deveria ficar, hein Tobias? Para ser sua primeira caça? – Gritei. Perdi todo meu controle e assim que percebi, tapei minha boca com a mão. Tobias se virou e me encarou com uma expressão furiosa.

—Você só enxerga o que quer Beatrice. É uma garota estúpida e egocêntrica! – Ele apontou o dedo para mim de novo. – E pode tirar essa expressão da sua cara, eu já sabia que você é divergente. Mesmo que você nunca tenha admitido.

Soltando a respiração que eu nem tinha notado que estava prendendo, endureci minha postura e cruzei os braços para ele, fortalecendo meu desafio.

—Então eu acertei né? Provavelmente você só me salvou de ser presa pela morte do Al, para que você me prenda por ser divergente e assim, caia nas graças dos seus amigos líderes idiotas.

Antes que eu pudesse piscar, ele estava em cima de mim, tapando minha boca. Ele me prendeu e me chacoalhou no lugar.

—Você não entende, não sabe nada! Você acha que minha vida na abnegação era feliz? Acha que eu poderia continuar a viver lá? E se eu tivesse ido para a amizade, o que você acha que eu teria aprendido para nos manter vivos fora dos muros? Plantar batatas? Acorda garota, você não sabe o que tem lá fora, não pode sobreviver sem o mínimo de resistência. – Respirando com dificuldade, ele soltou minha boca e se afastou. Dando as costas de novo para mim. – Eu fiz o que julguei melhor na época. Não deu tempo de te avisar sobre a mudança de planos, então apenas fiz! Me culpe por isso – ele virou de frente para mim de novo. – Mas não me acuse de traição, ou de conspirar contra você. Por que se você pensa assim – apontando para a porta, ele terminou – então você não me conhece. Vá embora, faça o que você acha que tem que fazer, por sua conta. Não vou mais tentar ajudar.

Pisquei algumas vezes. Surpresa por seu descontrole. Eu nunca vi o Tobias perder a cabeça assim.

Com a voz rouca do choro que eu tentava segurar, eu dei dois passos para trás e agarrei a maçaneta da porta e a destranquei, mas antes de sair eu disse:

—Eu sinto muito... Nunca quis te ofender. Só que é difícil compreender quando você não diz tudo o que esta sentindo. – Abrindo a porta eu acrescentei: - Obrigada pela ajuda.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Sim?

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