A Loba escrita por Gaby Mell


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625497/chapter/12

Travo meus pés no chão ao ouvir que irei conhecer o alfa.

Estava em estados de nervos, nunca pensei que conhecer alguém pudesse me deixar assim. Não é para menos, alfa é o líder, a quem respeitam e obedecem.

Os "e se" tomam minha mente fazendo com que uma grande insegurança se estalem em mim. Poderia o 'grande alfa' me intimidar mesmo sem eu o conhecer?

Apenas a menção de seu nome fez estragos em todo meu corpo.

Estalo no chão assim que assimilo a noticia.

' conhecer o grande alfa '

Débora me olha com um sorriso zombeteiro que nunca pensei ver nela enquanto vinhedos para cá.

— Que isso, esta com medinho é ? - e me puxa mais forte em direção ao longo corredor na parte térrea da casa.

Ele não fez parte do almoço com os demais, estranhei, mas vai saber o que se passa na cabeça dessas pessoas não é?

O grande corredor parece imenso tornando cada segundo, mais e mais lento.

Paramos em frente a uma porta grade e de madeira com entalhes decorativo. Era de uma cor escura e se localizava no fim do corredor ao lado direito.

— Boa sorte! - ela sussurrou pra mim e deu importante sorrisinho de lado.

Como assim ela não irá entrar comigo? O que ele quer falar comigo? Meu celebro já está fervilhando e meu estômago parece dar um nó, mas não um qualquer, aquele nó.

Olho-o desesperadamente a procura de uma resposta, alguma recomendação ou dica.

— Você vai se sair bem, relaxa. - dá um tapinha nas minhas costa e volta pelo extenso corredor.

Respiro bem fundo, puxando todo ar que me é acessível, conto até três calmamente e levando uma das mãos, criando coragem para o ato.

'Toc... toc... toc...'

Bato tão levemente que acho provável a outra pessoa não ter escutado.

Solto todo ar pelo nariz e ergo novamente meu braço para bater quando uma voz grave fala do outro lado da madeira que nos separa.

Estremeço. Na minha cabeça já se passou mil e uma suposições para como seja. Alto de mais, baixo e gordinho, barbudo, careca... Mas nada em minha cabeça me preparou para aquela voz forte.

Abro a porta lentamente. O corredor claro de mais contrasta com o ambiente iluminado, no qual estou entrando, apenas pela luz do dia que entra pela janela. Meu olhar vaga cada canto do ambiente, evitando ao máximo olhar para o intimidador gigante em pé ao lado de um grande sofá de coro marrom.

Meus olhos continuam vagando e ainda estou parada a porta. É tudo , muito novo agora, ainda estou em uma faze de processamento de tudo o que está acontecendo comigo.

Sinto teu olhar me queimando e engulo seco. Na parede ao meu lado esquerdo, onde se encontra a grande mesa de escritório, tem uma enorme moldura com um grande lobo negro de olhos amarelos vibrantes, diferente dos do corredor, não tenho nenhuma lembrança/visão desse lobo. Frazão a testa com os pensamentos me rondando, será que tudo que vi, é apenas um sonho?

— Não gostou do meu quadro? - diz a voz grosso da pessoa que tanto tentei ignorar.

O certo era mostrar respeito, admiração, ou até mesmo submissão, mas a unica coisa que sentia era medo, ou algo muito parecido. Era um incomodo desconfortável sua presença no mesmo ambiente que eu.

Quando a Débora me disse que eu conheceria o alfa, bom, claro que fiquei nervosa, mas agora que estou aqui e com ele, não é nem o nervosismo que me incomoda, o fato de eu ter medo apenas com sua presença me dá calafrios e preferiria não o conhecer, mas estou no território dele, seria desrespeitoso de minha parte.

Prendo a respiração e me viro, olhando para os pés dele, lentamente subo meu olhar, encontrando seus olhos amarelos.

— Ouvi muito sobre você sabia? - ele esta sentado no sofá no centro da sala. - Desculpe, você gostaria de se sentar também?

Sigo para o sofá oposto ao dele e me sento. Nem o coro do sofá, macio e confortável tira o incomodo de ter sua presença. Talvez seja só minha intuição e meu pré-conceito sobre ele, afinal não o conheço e tudo isso poderia ser apenas da minha cabeça, mas tinha algo em mim que me falava para tomar cuidado e algo nele que me assustava.

— Tem muita gente atrás de você... Não tem medo? - pergunta para mim.

Abaixo a cabeça, solto a respiração que não sabia que estava presa e olho para o quadro. O que eu deveria ter medo?

— Você deve estar confusa com tudo o que esta acontecendo... - deixou a frase no ar, sim eu estou muito confusa com tudo o que esta acontecendo e ainda tenho esperança que eu possa acordar com o barulho do despertador.

— Quem? - pergunto mudando a direção dos meus olhos para encara-lo, minha voz desanimada, baixa e assustada.

— Posso dizer que muitas...

— Por quê? - Interrompo-o assustada, muitas pessoas estão atrás de mim, mas não faço ideia do motivo.

Ele se levanta e anda pelo cômodo, segue em direção ao quadro. O grande lobo, com seus olhos amarelos, parece olhar diretamente para mim, deve ser um daqueles quadros que os olhos da pintura "te segue".

Sem dar importância para a pintura, me levanto e o sigo. Paro a 3 passos dele e espero se virar.

— Há muitas pessoas más no mundo, algumas são mais que outras, geralmente vem do querer e não poder, ganancia... - ele olha para mim e seus olhos amarelos me atinge como facas afiadas - Até mesmo inveja leva as pessoas a serem más.

Dou um passo para trás. O que ele quer dizer com isso?

Meus pensamentos vagam pelo passado e em como senti inveja da Giulia por namorar o Josh, mas agora mesmo já não lembrava deles.

Será que fui má?

Cabisbaixa, penso em tudo o que já desejei para eles, de certa forma, isso foi má de minha parte.

— Mas...

Desviando o olhar, segue para a estante com livros.

— Não. Não há mas... - Ele pega um livro da estante e olha a capa - Todos tem um lado mal dentro de si, sem exceção.

Caminha em minha direção e me entrega o livro.

— Só pense bem em quem você irá confiar. Todo o cuidado é pouco - olhando nos seus olhos, pego o livro que me foi entregado. Eu deveria temê-lo? Minha intuição diz que sim, mas ele não me parece uma má pessoa.

Ele sai do escritório me deixando só. Olho para o livro, uma capa marrom fina e de aparência velha.

Quantos anos esse livro deve ter? Cem? Duzentos?

Olho para a porta e ela esta entreaberta.

Suspiro cansada. Tantas coisas acontecendo, que as vezes tenho que parar para tentar assimilar.

Sinto o suor descer pelas minhas costas, devagar. Já não sei se é pelo calor ou pela conversa tensa que tivemos.

Sigo em direção a porta e saiu, seguindo o corredor extenso.

Andando pelo corredor, penso na conversa. Ele não me disse diretamente quem está atras de mim e o porquê, mas me disse para tomar cuidado e não confiar em qualquer um.

Será que eu deveria desconfiar no James? Na Débora? Nele?

Não sei o que eu faço.

Olho para o livro e me pergunto o que será que tem ali. Será que é as resposta que preciso? O livro é tão antigo que desconfio ser manuscrito. Algumas folhas estão agrupadas tortas e um elástico segura a capa para não abrir. Com certeza é muito antigo.

Caminho para o andar superior, seguindo em direção ao quarto que dormi essa noite.

A blusa que estou usando está suada e preciso urgente de um banho, hoje não voltarei a treinar, pelo menos eu acho que não.

Abro a porta e encontro o quarto organizado, do mesmo jeito que encontrei noite passada depois do desmaio.

Deixo o livro em cima da cama e sigo para o chuveiro, depois de verificar algumas roupas já na cômoda.

A água escorre pelo meus cabelos e corpo. Gelada, refrescando por onde passa. Meus cabelos longos molhados.

Penso na conversa que tive mais a fundo. Agora em diante deverei tomar mais cuidado com as pessoas e em quem eu confio, isso não é novidade, mas o jeito que ele falou é como se eu não pudesse confiar nem mesmo em mim.

Passo o sabonete pelas ancas, seios, braços, pernas... Todos os lugares que consigo alcançar, tirando todo os resquícios de suor que antes habitava meu corpo magro e agora, um pouco mais alto.

Uma toalha grande, felpuda e branca envolve meu corpo magro e me seco.

Em meus cabelos, apenas tiro o excesso e deixo-os úmidos.

Estou até com dor de cabeça, pensar tanto dói.

Já no quarto visto as únicas roupas que parece existir aqui: Legging, uma regata preta e fico apenas de meias.

Sentada, pernas cruzadas e encostada na cabeceira da cama, finalmente pego o tal livro para ler, se é ele que irá responder todas as minhas dúvidas então não tem para que demorar a lê-lo.

Lá fora começam a gritar, parece que eles levam o treino a sério aqui.

Respiro fundo pronta para começar minha leitura e saber sobre o que está acontecendo que ninguém parece querer me falar.

Tiro o elástico envolta e abro a capa marrom meio desgastada.

Parece que todo o cuidado é pouco e o livro irá se desfazer em minhas mãos, com cuidado viro a primeira página em branco.

Em um momento que estava concentrada em tomar cuidado como livro, um estrondo alto me assusta e olho em direção a porta assustada.

Coração acelerado, olhos arregalados e o medo brotando em meu peito.

" Todo o cuidado é pouco "

" Não confiar em ninguém "


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Loba" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.