Rin sempre fora meio bebezão.

Quando estava feliz, chorava.

Quando estava triste, chorava.

Ele sempre se fingia de forte, tentava ser indiferente, esnobe, como se não ligasse para nada a sua volta, quando, na realidade, sempre fora o mais emotivo de todos, até mesmo mais do que Nagisa.

Porque quando Rin sentia algo, era pra valer. Era por isso que constantemente chorava.

Ele poderia fingir o quanto quisesse, porém suas estruturas, de alguma maneira, sempre eram abaladas e antes mesmo de perceber, lá estava ele, em prantos, novamente.

Por incrível que pareça, na maioria das vezes, o maior culpado disso era Haruka, aquele filho da mãe.

Ás vezes sentia-se um tanto desconfortável com a estoicidade de Haru, o que fazia que seu sentimentalismo se sobressaísse mais do que o normal. Mas fazer o que se o garotinho sorridente que fora para a Austrália ainda habitasse dentro de si, em algum lugar escondido?

Rin se sentia em paz com Haru, aquele que foi o motivo de sua quase desistência da natação como também a razão para empenhar-se mais. Ele ensinou-lhe que não é possível ser livre, mas a saborear um pouco da liberdade que nos era dada. Ele era uma controvérsia em seu íntimo, tanto seu guia quanto o seu rival; seu corpo se agitava como o mar em um dia de tempestade só com a expectativa de nadar com o Nanase.

E apesar de tudo, ele ainda se emocionaria com a paixão de Haru pela água, pelo laço que construíram e aprimoraram durante os anos e a importância recíproca que um tinha na vida do outro.

Porque nada era mais gratificante do que nadar nesse mundo cheio de possibilidades com Haruka.